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Anatomia das Vias aéreas inferiores Divisão do sistema respiratório: Via aérea superior:Nariz, Cavidade nasal, Faringe, Laringe Via aérea inferior: Traqueia, Brônquio, pulmão Traqueia: 16 a 20 Cartilagens traqueais em formato de C, unidas por ligamentos anulares Irrigação da traqueia é feita principalmente pela artéria tireóidea inferior e a drenagem pelas veias tireóideas inferiores. As vísceras da camada respiratória, a laringe e a traqueia, contribuem para as funções respiratórias do corpo. As principais funções são: - Direcionamento do ar e alimento para o sistema respiratório e o esôfago, respectivamente - Garantia de uma via respiratória pérvia e de um meio para fechá-la temporariamente - Produção da voz Laringe Embora seja conhecida mais frequentemente por seu papel como o mecanismo fonador para produção da voz, sua função mais importante é proteger as vias respiratórias, sobretudo durante a deglutição, quando serve como válvula do sistema respiratório inferior, mantendo assim a perviedade da via respiratória. Esqueleto da Laringe: é formado por nove cartilagens, três são ímpares, Cartilagem tireóidea, cricóidea e epiglótica e três são pares, corniculado, aritenóidea e cuneiforme Mecânica Respiratória; Volumes e capacidades pulmonares É a essência dos fenômenos que permitem tanto a expansão pulmonar e conseqüente entrada de ar nos pulmões como também a retração e a saída de ar. Na inspiração: o Diafragma se contrai e move-se para baixo Na expiração: Diafragma relaxa e move-se para cima O ar, assim como outros fluidos, move-se de regiões com pressões mais altas para regiões com pressões mais baixas. Logo, o fluxo de ar entre a atmosfera e os alvéolos só ocorre na presença de um gradiente de pressão. A pressão atmosférica é adotada convencionalmente como 0cmH20 Além disso, a mecânica respiratória envolve as forças da musculatura respiratória para vencer a retração elástica dos pulmões, tórax e resistência ao fluxo aéreo. - Lei de Boyle: A redução do volume aumenta as colisões e consequentemente aumenta a pressão - A inspiração ocorre quando a pressão alveolar diminui - Quando o diafragma contrai, o volume torácico aumenta - Quando o diafragma relaxa, o volume torácico diminui Inspiração: A pressão alveolar é menor que a pressão atmosférica Expiração: A pressão alveolar é maior que a pressão atmosférica Músculos da respiração São responsáveis pelas variações das pressões pulmonares , permitindo a entrada e saída de gases pelas vias aéreas Músculos da inspiração: M. intercostais externos - elevam as costelas; Diafragma A função deles é produzir aumento da caixa torácica Músculos acessórios da inspiração: M. Esternocleidomastóideo; Músculos escalenos ( porção anterior, média e posterior) Músculos da expiração: M. intercostais internos (exceto a parte intercondral); Abdominais ( Transverso do abdome, oblíquo interno, oblíquo externo e o M. Reto do abdome) Os músculos abdominais puxam a caixa torácica para baixo reduzindo a espessura e forçam o deslocamento para cima do conteúdo abdominal. Empurra também o diafragma para cima diminuindo o tamanho da cavidade torácica. Os intercostais internos tracionam as costelas para baixo, diminuindo assim o tamanho do tórax. Volumes pulmonares Os pulmões são formados por um tecido leve e esponjoso, cujo volume ocupado é principalmente por espaços cheios de ar. Cada membrana pleural ou pleura, é formada por muitas camadas de tecido conectivo elástico e um grande número de capilares. As camadas opostas da camada pleural são mantidas unidas por um líquido pleural. O líquido pleural tem vários propósitos. Primeiro, ele cria uma superfície úmida e escorregadia para que as membranas opostas possam se deslizar uma sobre a outra enquanto os pulmões se movem dentro do tórax. Segundo, ele mantém os pulmões aderidos à parede torácica. 1. Volume corrente: volume de ar inspirado e expirado normalmente a cada ciclo 2. Volume de reserva inspiratório: é o volume extra de ar que pode ser inspirado além do volume corrente normal. 3. Volume de reserva expiratório : é o volume máximo que pode ser expirado a partir do final de uma expiração espontânea. 4. Volume residual: volume que permanece no pulmão após uma expiração máxima Capacidades 1. Capacidade inspiratória: Volume corrente + Volume de reserva inspiratório (Quantidade máxima de ar que pode ser inspirada a partir de uma expiração normal) 2. Capacidade vital: Volume corrente + volume de reserva inspiratório + volume de reserva expiratório (Quantidade máxima de ar que pode ser voluntariamente inspirada ou expirada a cada respiração) 3. Capacidade residual funcional: Volume de reserva expiratório + volume residual (Quantidade de ar que permanece nos pulmões após uma expiração normal) 4. Capacidade pulmonar total: Volume corrente + Volume de reserva inspiratório + Volume de reserva expiratório + volume residual (Maior volume que os pulmões podem alcançar Alterações da pressão alveolar durante uma inspiração Tempo 0: Na breve pausa entre as respirações, a pressão alveolar é igual à pressão atmosférica (O mmHg no ponto A1). Quando as pressões são iguais, não há fluxo de ar. Tempo 0 a 2 segundos: inspiração. Quando a inspiração inicia, os músculos inspiratórios contraem, e o volume torácico aumenta. Com o aumento do volume, a pressão alveolar diminui cerca de 1 mmHg abaixo da pressão atmosférica ( - 1 mmHg, ponto A2), e o ar flui para dentro dos alvéolos (ponto C1 a C2). Como o ar continua a fluir para dentro dos alvéolos, a pressão aumenta até a caixa torácica parar de expandir-se, imediatamente antes do término da inspiração. O movimento do ar continua por mais uma fração de segundo, até que a pressão dentro dos pulmões se iguala à pressão a atmosférica (ponto A3). Ao término da inspiração, o volume pulmonar está no seu valor máximo no ciclo respiratório (ponto C2), e a pressão alveolar é igual à pressão atmosférica. Tempo 2 a 4 segundos: expiração. Como os volumes pulmonares e torácicos diminuem durante a expiração, a pressão de ar nos pulmões aumenta, atingindo cerca de 1 mmHg acima da pressão atmosférica. A pressão alveolar é agora maior do que a pressão atmosférica, de modo que o fluxo de ar se inverte, e o ar move-se para fora dos pulmões. Tempo 4 segundos. No final da expiração, o movimento de ar cessa quando a pressão alveolar novamente se iguala à pressão atmosférica (ponto A5). O volume pulmonar atinge o seu valor mínimo dentro do ciclo respiratório (ponto C3). Nesse ponto, o ciclo respiratório terminou e está pronto para ser iniciado novamente com a próxima respiração. Alvéolos Cada pequeno alvéolo é composto por uma única camada de epitélio. Dois tipos de células epiteliais são encontrados nos alvéolos. Cerca de 95% da área superficial alveolar é utilizada para a troca de gases e é formada por células alveolares tipo I (Pneumócito tipo I). A célula alveolar tipo II (Pneumócito tipo II), menor e mais espessa, sintetiza e secreta uma substância química como surfactante. O surfactante mistura-se com o líquido fino que reveste o alvéolo para ajudar os pulmões quando eles se expandem durante a respiração. Quando o volume do tórax aumenta, a pressão alveolar diminui, e o ar flui para dentro do sistema respiratório. Quando o volume do tórax diminui, a pressão alveolar aumenta, e o ar flui para a atmosfera. Espirometria Espirometria: é um exame capaz de mensurar a movimentação do ar por meio de fluxos e volumes pulmonares, ou seja, a velocidade com que o indivíduo é capaz de inspirar e expirar e também a quantidade de ar utilizada nesses movimentos com o auxílio dos músculos respiratórios. - O que a CVF nos diz: A capacidade Vital Forçada nos dá uma estimativa do volume pulmonar. Não é um dado fidedigno, pois não temos como mensurar o VR durante a espirometria - O que o VEF1 nos diz? O VEF1 nos diz se há atraso na liberação do ar durante a expiração (Paciente com DPOC tem tempo de expiração prolongado pelo aprisionamento do ar, por isso no primeiro segundo eliminam um volume inferiorao normal) - O que a relação VEF1/ CVF (índice de Tiffenau) nos diz? Razão entre volume expiratório forçado em 1 segundo e capacidade vital forçada. Em doenças obstrutivas, como a asma, DPOC, bronquite crônica ou efisema, o valor de VEF1 diminui devido ao aumento da resistência ao fluxo expiratório. O índice de Tiffenau nos indica se há ou não obstrução ao fluxo de ar. Uma doença restritiva tem como característica mecânica a baixa complacência pulmonar, como, por exemplo, quando se tem uma menor produção surfactante alveolar. Nestas condições, há uma maior tensão superficial na parede dos alvéolos, fazendo com que eles apresentem uma tendência muito mais forte ao colabamento, ou seja, o ar tende a ser expulso dos alvéolos, quando não se produz uma quantidade adequada de surfactante. Nesta situação, irá penetrar uma quantidade menor de ar nos alvéolos, ou seja, haverá uma diminuição na ventilação. Sendo assim, para que haja a mesma entrada de ar que em uma situação normal, é necessário o emprego de uma força maior, junto a musculatura associada à inspiração. Outro padrão encontrado na espirometria é o padrão obstrutivo. Nele, o problema não está relacionado com a baixa complacência, ou seja, ele não apresenta nenhuma dificuldade relacionada ao aumento de volume da caixa torácica. O problema é o aumento da resistência das vias aéreas, ou seja, elas apresentam um raio menor. Quanto mais rápido o fluxo, maior o atrito das moléculas com as vias aéreas, aumentando ainda mais a resistência. Dessa forma. Indivíduos com doenças obstrutivas têm uma resistência maior nas vias aéreas, particularmente quando há um aumento no fluxo respiratório. A característica principal das doenças obstrutivas é a dificuldade na exalação do ar. Pressão intrapleural A ventilação requer que os pulmões, os quais não podem se contrair ou se expandir por conta própria, movam-se em associação com a contração e o relaxamento do tórax. A superfície dos pulmões é coberta pela pleura visceral, e a porção pleural que reveste a cavidade torácica é chamada pleura parietal. As forças de coesão do líquido intrapleural promovem a adesão dos pulmões à caixa torácica. Quando a caixa torácica se movimenta durante a respiração, os pulmões movem-se junto. A pressão intrapleural no fluido entre as membranas pleurais é normalmente subatmosférica. As duas membranas pleurais são mantidas unidas pelo líquido pleural, de modo que os pulmões são forçados a se esticarem, a fim de se adaptarem ao maior volume da caixa torácica. Ao mesmo tempo, no entanto, o recolhimento elástico dos pulmões cria uma força direcionada para dentro, que tenta puxar os pulmões para longe da caixa torácica . A combinação da caixa torácica puxando para fora e a retração elástica dos pulmões puxando para dentro cria uma pressão intrapleural subatmosférica de cerca de – 3mmHg. Transporte de gases no pulmão: 1. O oxigênio chega ao sangue através da interface alvéolo – capilar 2. O oxigênio é transportado no sangue dissolvido no plasma ou ligado à hemoglobina dentro dos eritrócitos 3. O oxigênio difunde-se para dentro das células 4. O CO2 difunde-se para fora das células 5. O CO2 é transportado dissolvido no plasma, ligado à hemoglobina, ou sob a forma de HCO3 6. O CO2 entra nos alvéolos na interface alvéolo – capilar A PO2 alveolar baixa diminui o consumo de oxigênio Um diminuição na PO2 alveolar significa que menos oxigênio estará disponível para chegar ao sangue. Além disso, podem ocorrer problemas com a transferência dos gases entre os alvéolos e os capilares pulmonares. Existem duas possíveis causas para baixa Po2 alveolar: 1. O ar inspirado tem baixo conteúdo de oxigênio ou 2. A ventilação alveolar é inadequada Composição do ar inspirada: O primeiro requisito para uma oferta adequada de oxigênio aos tecidos é uma captação de oxigênio adequada. O principal fator que afeta o conteúdo de oxigênio atmosférico é a altitude. Em altas altitudes, há uma menor pressão parcial de oxigênio do que ao nível do mar. Isso faz com que o indivíduo experimente uma situação de hipóxia. Essa hipóxia vai ter dois efeitos: o imediato é o aumento da frequência respiratória. Ventilação alveolar: a menos que uma pessoa esteja viajando, a altitude permanece constante. Se a composição do ar inspirado é normal, mas a Po2 alveolar é baixa, então a pessoa deve estar com problemas na ventilação alveolar. A ventilação alveolar baixa também é conhecida como hipoventilação, sendo caracterizada por uma redução no volume de ar que chega aos alvéolos. As alteração patológicas que podem resultar em hipoventilação alveolar incluem a diminuição da complacência pulmonar ou a depressão do SNC que diminui a frequência respiratória e a profundidade da respiração. Relação V/Q V: Está diretamente relacionado a ventilação alveolar Q: Está diretamente relacionado ao fluxo sanguíneo Regiões inferiores do pulmão ventilam melhor que as regiões superiores - O pulmão ‘’dependente’’ (inferior) é melhor ventilado 1. Influência da gravidade 2. Características em repouso e posição ortostática: Diminuição do fluxo sanguíneo da base para o ápice Na posição ortostática, regiões inferiores do pulmões ventilam melhor que as superiores. Na posição supina (posição em que o indivíduo deita de face para cima), não há diferença entre ventilação de ápice e bases pulmonares, mas a ventilação do pulmão mais inferior (posterior) excede a do pulmão mais superior (anterior). Em decúbito lateral, o pulmão inferior, também chamado dependente, é mais ventilado. A relação V/Q normal é de 0,8 ~ 1 índice V/Q alto: Boa ventilação e baixa perfusão (Hipóxia e Hipercapnia) índice V/Q baixo: Baixa ventilação e uma boa perfusão (Hipóxia). Conhecido como shunt pulmonar índice V/Q nulo: tanto a ventilação quanto e perfusão estão baixas Diferenças regionais na ventilação Espaço morto anatômico: espaço preenchido pelo ar nas vias respiratórias que não sofrem troca gasosa (vias aéreas superiores - vias de condução) Espaço morto fisiológico: área ventilada, mas que não é perfundida Há um maior fluxo sanguíneo na região inferior do pulmão Fisiologia do esforço Relação fluxo sanguíneo x Resistência 1. Raio 2. Comprimento 3. Viscosidade O fluxo sanguíneo é diretamente proporcional à diferença de pressão, mas inversamente proporcional a resistência. A relação entre a resistência, diâmetro do vaso sanguíneo e viscosidade do sangue é descrita pela equação de poiseuille. A resistência total de um conjunto de vasos sanguíneos também depende de os vasos sanguíneos estarem em série ou paralelo Quando o raio de um vaso sanguíneo diminui sua resistência aumenta, não de uma maneira linear, mas ampliada pela relação à quarta potência. Por exemplo, se o raio de um vaso sanguíneo diminui à metade, a resistência aumenta 16 vezes. - Fatores neurais (Simpático) age na vasoconstrição e na vasodilatação. O sistema Renina Angiotensina aldosterona também age na vasoconstrição - Substâncias vasodilatadoras: óxido nítrico, Prostaciclina - Substâncias vasoconstritores: Endotelina I, Prostaglandina, Angiotensina II Lembrete: Regulação Renina - Angiotensina - Aldosterona 1. Uma diminuição na PA é detectada por Mecanorreceptores nas arteríolas 2. Após ser detectado o sinal, ele é enviado para as células da justaglomerular que vão iniciar a secreção de Renina 3. A Renina cai no plasma e catalisa a transformação do Angiotensinogênio em Angiotensina 1 que ao chegar nos pulmões e rins é convertido para Angiotensina 2 pela ECA (enzima conversora de angiotensina) 4. A angiotensina irá agir causando uma vasoconstrição nas arteríolas e atuará na supra renal para estimular a secreção de Aldosterona que amplifica o efeito da Angiotensina aumentando a reabsorção de Na+ e água, aumentando o volume sanguíneo e a pressão arterial. Controle neural da respiração Nervos envolvidos na inspiração e expiração: Expiração: Nervo intercostal interno Inspiração: Nervo intercostal externo e o nervo frênico Efisema pulmonar: a doença leva a uma diminuição da elasticidadedos pulmões e à destruição dos alvéolos pulmonares Bronquite: Inflamação dos brônquios, essa inflamação acontece quando os cílios que revestem o interior dos brônquios param de eliminar o muco presente nas vias respiratórias. Esse acúmulo de secreção faz com que eles fiquem constantemente inflamados Quimiorreceptores centrais: localizados no Bulbo (detecta excesso – Hipercapnia – de CO2). Se adapta a Hipercapnia Quimiorreceptores periféricos: localizados no arco aórtico e carótidas (detecta baixa de O2). Não se adapta à hipóxia crônica Músculos da respiração Músculos inspiratórios: M. Diafragma M. Intercostais externos Músculos acessórios: escalenos e o músculo esternocleidomastóideo Músculos expiratórios: M. Intercostais internos M. Oblíquo externo do abdome M. Oblíquo interno do abdome M. Transverso do abdome M. Reto do abdome
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