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GINEAD
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL 
Unidade 1 - Introdução da unidade
UNIDADE 1
> conhecer a
história da avaliação
educacional e suas
principais referências
e fundamentos;
> analisar as
representações e
possibilidades da
avaliação no contexto
contemporâneo;
> relacionar as
principais tendências
pedagógicas
e a avaliação
educacional;
> articular o currículo
e as práticas
avaliativas.
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
2
GINEAD
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
Todos os direitos reservados.
Prezado(a) aluno(a), este material de estudo é para seu uso pessoal, 
sendo vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua 
reprodução, venda, compartilhamento e distribuição, sujeitando-se os 
infratores à responsabilização civil e criminal. 
A violação de direitos autorais constitui crime (Código Penal, art. 184 e 
Parágrafos, e Lei nº 6.895, de 17/12/1980) sujeitando-se à busca e 
apreensão e indenizações diversas (Lei nº 9.610/98). 
3
GINEAD
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Nesta primeira unidade, estudaremos os pressupostos da avaliação educa-
cional. Conheceremos suas origens e bases, partindo de um breve histórico, 
passando pelos principais influenciadores, bem como a constituição dessa 
importante disciplina e as contribuições para sua formação, entendendo, ain-
da, as colaborações da filosofia e da sociologia em tal construção.
Aprenderemos, também, os principais conceitos que envolvem a avaliação, 
articulando-os com o currículo, passando pelos diversos elementos que com-
põem os processos de ensino e aprendizagem, seus meandros, limitações e 
alcances.
Desejamos a você bons estudos e que os conteúdos aqui estudados tragam 
importantes reflexões para sua formação.
1.1 HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO EDUCACIONAL 
Para adentrarmos no campo de saberes relacionados à avaliação educacio-
nal, precisamos contextualizar historicamente a formação da área, bem como 
quais os cenários e pressupostos se desenvolvem. Voltaremos brevemente ao 
período da Antiguidade até a Grécia Antiga, pois é sabido que a cultura grega 
teve grande influência no processo de desenvolvimento das civilizações oci-
dentais, que foram construídas pautadas em seus valores como a liberdade, a 
cidadania, a valorização do pensamento e da arte. 
Iniciamos propondo uma reflexão: é possível pensar a escola como um instru-
mento de poder? Hoje, caminhamos na direção da construção de uma edu-
cação democrática, acessível a todas as pessoas, mas nem sempre foi assim: 
a escola já foi palco de mecanismos de segregação e exclusão. 
Lembre-se de que a educação não é apenas 
aquela da escola, com uma pessoa responsável 
por organizar os saberes. Há a educação familiar, 
laboral, moral, religiosa, entre outras.
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
4
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
GINEAD
Quando as sociedades começaram a ter uma organização de vida mais com-
plexa, com governo, um sistema econômico e uma organização social, a edu-
cação era pertencida por toda coletividade e foi se afunilando até abranger 
apenas as classes mais ricas. Essa herança ainda interfere na educação con-
temporânea, que deveria ter como preceito ser inclusiva, formativa e facilita-
dora de oportunidades.
Educação Grega
1. Pressuposto: a educação desse período era considerada tradicional, 
ou seja, era um privilégio apenas das camadas mais abastadas social e 
economicamente. Separava as pessoas ricas das pobres, bem como os 
homens das mulheres. 
2. Formato: a educação grega era voltada para os mais ricos, 
ocupando-se tanto de aspectos físicos quanto de aspectos morais e 
espirituais. 
3. Finalidade: nessas sociedades, a educação foi utilizada também 
como um recurso para manter as tradições e a cultura religiosa.
A aprendizagem ocorria de forma mnemônica, ou 
seja, por meio da repetição da leitura, realizada pelo 
mestre. Nesse contexto, o mestre exercia o papel de 
autoridade e seus alunos deveriam obedecê-lo. As 
avaliações neste contexto aconteciam considerando 
os elementos: obediência, submissão ao mestre, 
repetição e subordinação. 
5
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
GINEAD
GRÉCIA ANTIGA
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Assim, conhecemos um pouco da pedra fundamental da educação, enten-
dendo como se formaram as primeiras avaliações, bem como a quem o en-
sino era direcionado. Essas noções serão fundamentais para melhor compre-
endermos os conteúdos que virão.
Para melhor compreender o termo scholé e 
suas funções, tanto na Antiguidade quanto na 
Contemporaneidade, sugerimos a leitura do artigo 
“Entre nós, em defesa de uma escola”, de Walter 
Omar Kohan. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/
etd/article/view/8648631/16852. Acesso em: 9 out. 
2019. FIM CONTEÚDOS COMPLEMENTARES>
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8648631/16852
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AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
GINEAD
1.2 PRESSUPOSTOS 
SOCIOFILOSÓFICOS DA AVALIAÇÃO 
Tendo como objeto de estudos a avaliação educacional, é importante lem-
brar que, por muito tempo, a sua noção era bastante endurecida e formatada, 
conceituando avaliação como mera verificação da aprendizagem, centrada 
somente no aluno. A partir dos anos 1980 e 1990, os estudos sobre avaliação 
educacional se intensificaram, passando a significar parte do processo de en-
sino, e não mais, apenas, mera verificação quantitativa do conteúdo aprendi-
do (ALVES, 2013).
REFERENCIAIS FILOSÓFICOS E SOCIOLÓGICOS
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
O objeto da avaliação é a aprendizagem, mas também o ensino, uma vez que 
é pela avaliação que podemos acompanhar como a aprendizagem está acon-
tecendo, com foco no desenvolvimento da capacidade de aprender e com-
preender os conteúdos, e também como o professor está ensinando. 
7
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
GINEAD
 
Vamos fazer algumas considerações a respeito da trajetória e conceituação 
do campo da avaliação. Depois de passearmos um pouquinho pela história 
no primeiro tópico desta unidade, vamos nos ater aos principais autores 
que influenciaram a educação moderna, ressaltando suas contribuições na 
concepção da avaliação.
1. Jean-Jacques Rousseau (1712 - 1778):
 o autor preconiza que todo homem nasce bom, tendo o mestre ou 
tutor a tarefa de cuidar e zelar. Busca a construção de um modelo 
educativo, com o objetivo de substituir o tradicionalismo em educação 
por uma abertura e flexibilidade maior, com vistas à civilidade e ao 
progresso.
2. Kant (1724 - 1804):
 este autor, positivista e cientificista, defende que a educação tinha 
como pressuposto transformar homens em homens, com capacidade 
reflexiva e autônomos nas tomadas de decisões. Afirma que a partir 
do momento em que o homem é capaz de governar a si mesmo, a 
educação deve acabar. Entendia ser preciso ter uma postura rigorosa e 
observação empírica, abrindo mão da imaginação, da criatividade, das 
emoções na educação.
3. Herbart (1776 – 1841):
 fundador da pedagogia como disciplina acadêmica. Entendendo 
a educação como ciência, criou passos formais da aprendizagem. 
Preconiza a sistematização e elaboração de métodos, bem como a 
Fica fácil entender que, para a avaliação educacional 
ser investigada e compreendida, deve dialogar com 
outras áreas do saber, como a psicologia, sociologia, 
política e filosofia. 
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AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
GINEAD
centralidade no professor. Afirma, ainda, que o ensino deve acontecer 
a partir da associação de novos conhecimentos com os anteriores, com 
foco na aplicabilidade destes. 
Assim, a educação foi se formatando e aquilo que antes se dava de maneira 
natural começa a ganhar outros contornos e necessidades, como métodos, 
técnicas e sistemáticas. 
1.3 FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS 
DA AVALIAÇÃO EDUCACIONAL 
EM FACE DO CONTEXTO 
CONTEMPORÂNEO 
A avaliação, entendida por muito tempo como mera verificação de memo-
rização e retenção de conteúdo e informação, ganha importância especial 
nos processos de ensino e aprendizagem. Porém, este é um olhar ainda em 
construção, o que poderemos perceber pelo estudo de autores que tratam da 
temática, quase em sua totalidadecontemporâneos.
Uma das maiores referências em avaliação educacional hoje é o professor Ci-
priano Luckesi. Além dele, Alves (2013) cita importantes autores na área da 
avaliação educacional, a exemplo de Lea Depresbiteris, Francesco de Bartolo-
meis, entre outros. 
Temos, segundo Alves (2013), a existência de três fatores a serem levados em 
conta para que a ação avaliativa cumpra sua função:
Para aprofundar seus estudos na temática deste 
tópico, leia: “Pressupostos epistemológicos da 
avaliação educacional”, de Maria Laura P. Barbosa 
Franco. Disponível em: http://publicacoes.fcc.org.
br/ojs/index.php/cp/article/view/1084. Acesso em: 2 
out. 2019. 
http://publicacoes.fcc.org.br//index.php/cp/article/view/1084
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AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
GINEAD
1. prognóstico:
 essa função permite verificar se o aluno possui ou não os 
conhecimentos necessários para o curso, estimando-se o seu 
desempenho futuro.
2. medida:
 por meio dessa função, há o controle de aquisições, a avaliação 
do progresso do aluno e a análise de seu desempenho em certos 
momentos e em diversas situações.
3. diagnóstico:
 verifica-se, graças a essa função, quais as causas que impedem que a 
aprendizagem real ocorra.
Ao avaliarmos a aprendizagem, esta realidade é avaliada a partir e por inter-
médio do que é manifesto pelos estudantes, que apresentam resultados me-
lhores ou piores conforme se manifestam de maneira mais ou menos alinha-
da aos padrões ideais de expectativa. 
Vamos conhecer as principais ideias sobre avaliação educacional
1. Abordagem 1:
 Depresbiteres (2001) entende avaliação a partir de uma ideia 
ampliada do que é aprender, como ação que traz mudança breve ou 
prolongada, podendo ser observada na atuação do sujeito, em suas 
práticas, em conjunto com outras pessoas ou instrumentos. O ato de 
aprender não é passivo; pelo contrário, é ação do sujeito sobre si.
2. Abordagem 2:
 Mizukami (2019), partindo da perspectiva cognitivista, entende 
avaliação da aprendizagem como um processo que deve superar a 
10
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
GINEAD
simples aplicação de provas, testes, notas e exames, tentando verificar 
o rendimento mediante:
 “[...] reproduções livres, com expressões próprias, relacionamentos, 
reprodução sob diferentes formas e ângulos, explicações práticas, 
explicações causais etc.” (MIZUKAMI, 2019, p. 83).
3. Abordagem 3:
 Luckesi (2000) nos diz que “O ato de avaliar a aprendizagem na 
escola é um meio de tornar os atos de ensinar e aprender produtivos 
e satisfatórios”. Considera a complexidade da atividade avaliativa, 
entendendo-a como instrumento que deve colaborar nas decisões e 
delineamento das ações pedagógicas posteriores. 
Entendida desta maneira, a aprendizagem é vista como processo que con-
templa a superação dos conflitos existentes, a integração das contradições 
e a interação entre indivíduos. O professor atua na inserção de informações, 
elementos, símbolos e textos que provoquem situações de conflito, experi-
mentações e confrontação de perspectiva dentro do grupo. 
Temos ainda Benjamin S. Bloom, que nos ensina 
que avaliação é a aferição sistematizada de dados 
com a finalidade de verificar o quanto cada aluno 
foi alterado pela aprendizagem. Nesta abordagem, 
a avaliação pode ser definida como método de 
coleta e de processamento de dados necessários à 
melhoria da aprendizagem e do ensino. 
Assista à aula on-line da professora Lea Despresbiteres 
sobre Avaliação Educacional, disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=9Q-joRjQ6Fs. Acesso 
em: 2 out. 2019.
11
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
GINEAD
1.4 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS E 
AVALIAÇÃO 
A história da filosofia e da educação recebe forte influência do século XX, tra-
zendo para o debate práticas referentes à intercultura, em detrimento da he-
gemonia da cultura europeia já institucionalizada e formalizada nos âmbitos 
social e educacional no mundo, inclusive no Brasil. Dessa forma, cria-se uma 
tensão que se materializa por meio das tendências liberal e progressista para 
lidar com essa questão. 
A pedagogia liberal, fundamentada filosoficamente no liberalismo, defende 
que a escola tenha por objetivo preparar o indivíduo para cumprir seus papéis 
na sociedade. Dentro dessa perspectiva liberal, podemos interpretar que se 
formam subcorrentes, como a tradicional. Essa pedagogia tem como obje-
tivo a transmissão de conteúdos, que devem ser decorados. Seus aspectos 
metodológicos são bem definidos e incluem: a centralidade no professor, a 
memorização, a mecanização, a passividade dos alunos e a fixação por meio 
da repetição dos conteúdos escolhidos, sem critérios básicos de criticidade e/
ou tomada de consciência. 
O termo interculturalismo refere-se à interação 
entre culturas de uma forma recíproca, favorecendo 
o seu convívio e integração, com base no respeito 
pela diversidade e no enriquecimento mútuo. 
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AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
GINEAD
EDUCAÇÃO CENTRADA NO PROFESSOR
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
No quadro a seguir, temos outras vertentes da pedagogia liberal e suas carac-
terísticas.
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AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
GINEAD
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS.
Renovada Renovada não diretiva Tecnicista
A educação tem o objetivo 
de levar o aluno a aprender 
e a construir conteúdos 
escolares. Considera o 
desenvolvimento biológico 
humano, atua a partir 
de interesses e fases, 
com ritmo específico 
de aprendizagem para 
cada fase; é empírica e 
traz por vezes a técnica 
de pesquisa. O papel do 
professor é de expor o 
conteúdo, criar situações 
de desafios, utiliza-se de 
testes e o atendimento ao 
aluno é individualizado.
A educação preocupa-
se com a personalidade 
das crianças, seu 
desenvolvimento 
também é feito por 
fases, considerando as 
fases etárias, buscando 
a satisfação do aluno 
por meio de seu 
autoconhecimento e 
sua realização pessoal. 
Há uma valorização da 
prática da sensibilidade, 
expressão comunicativa 
e interpessoal. Essa 
tendência advém do 
liberalismo e tem ideais 
que compactuam com a 
sua filosofia.
A educação enfatiza 
a profissionalização e 
modela o indivíduo para 
integrá-lo ao modelo 
social predominante. Os 
conteúdos assumem certa 
neutralidade e o professor 
apenas administra 
procedimentos e formas 
didáticas, enquanto o 
aluno passivamente 
recebe as informações 
passo a passo. O educador 
tem uma relação 
profissional e interpessoal 
com o aluno.
Representantes: Carl 
Rogers
Representantes: John 
Dewey e Franz Cizek.
Representantes: Skinner, 
Brigss, Glaser, entre outros.
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
Com relação à pedagogia progressista, considera-se que esteja voltada para 
uma perspectiva crítica da educação, de resistência ao liberalismo e suas pro-
posições filosóficas e metodológicas. Nessa tendência, educar é, consciente-
mente, um ato político e ideológico. 
No quadro a seguir, apresentamos suas principais vertentes e características:
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AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
GINEAD
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS
Libertadora Libertária Criticossocial dos conteúdos
Aqui a educação é 
compreendida para 
a conscientização, 
transformação da 
realidade, em que os 
conteúdos são advindos 
das práticas sociais 
cotidianas dos alunos, 
considerando a sua 
realidade, de forma meio 
invasiva sobre a cultura do 
educando. A metodologia 
é caracterizada pela 
problematização da 
experiência social em 
grupos de debates e 
argumentos. A relação do 
professor com o aluno é 
tida como horizontal, em 
que ambos passam a fazer 
parte do ato de educar. 
Aqui a escola propicia 
práticas democráticas 
e dialógicas. Entende 
que educar é também 
um ato político e que a 
consciência das pessoas 
é resultado de suas 
conquistas sociais. Os 
conteúdos dão ênfase 
às lutas sociais, cuja 
metodologia é estar 
relacionada à vivência 
grupal, coletivizada. O 
professor torna-se um 
orientador do grupo, 
sem impor seus ideais 
e convicções, respeito 
mútuo. 
Aqui a escola tem como 
finalidade garantir a 
apropriação crítica do 
conhecimento científico 
e universal, tornando-se uma arma de luta 
importante. Quem 
tem saber, tem poder! 
A classe trabalhadora 
deve apropriar-se do 
saber. Adota o método 
de pensar dialético, 
esse que é visto como o 
responsável pelo confronto 
entre as experiências 
pessoais e o conteúdo 
transmitido na escola. O 
educando participa com 
suas experiências e o 
professor com sua visão da 
realidade. 
REPRESENTANTES: Paulo 
Freire, Michel Labrot e 
Celestin Freinet.
REPRESENTANTES: 
Maurício Tragtenberg e 
Miguel Gonzáles Arroyo.
REPRESENTANTES: 
George Snyders e 
Demerval Saviani.
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
As sínteses nos quadros referentes às tendências pedagógicas nos fazem re-
fletir sobre quais fundamentos os professores articulam em suas práticas em 
sala de aula e como expressam sua visão de mundo: homem, sociedade e 
educação.
O importante pensador José Carlos Libâneo nos 
esclarece sobre as tendências pedagógicas no seu 
artigo “Tendências pedagógicas na prática escolar”, 
disponível em: https://praxistecnologica.files.
wordpress.com/2014/08/tendencias_pedagogicas_
libaneo.pdf. Acesso em: 2 out. 2019.
https://praxistecnologica.files.wordpress.com/2014/08/tendencias_pedagogicas_libaneo.pdf
15
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
GINEAD
1.5 PRINCIPAIS CONCEITOS EM 
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL 
A partir dos estudos apresentados, podemos inferir que avaliação é um pro-
cedimento não pontual, mas sim contínuo, que perpassa por todo o trabalho 
pedagógico, ajudando o professor a perceber quais caminhos devem ser re-
definidos e atendendo em cada fase desse processo a diferentes funções.
Luckesi (2000) nos ensina que a avaliação da aprendizagem possui as seguin-
tes características: 
CARACTERÍSTICAS DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Diagnostica a situação de aprendizagem do educando, visando subsidiar a tomada 
de decisão para melhoria de sua qualidade.
Tem caráter inclusivo, ou seja, o ato de avaliar é um ato que inclui o educando no 
processo educativo da melhor forma possível.
Amorosa, quando acolhe o educando.
Dinâmica, pois diagnostica a situação para que o educando possa melhorar a partir 
de mais decisões pedagógicas.
Fonte: Adaptado de Luckesi (2000).
Para Lea Depresbiteris (2001), a avaliação inclui a definição de medidas e cri-
térios que devem ser usados para julgar o desempenho e a determinação a 
abrangência de critérios; a coleta de informações relevantes pela medida ou 
por outros meios e a aplicação do critério para determinar o mérito do pro-
grama. 
Russell e Airasian (2014) afirmam que, para assegurar o desenvolvimento glo-
bal dos alunos, o professor precisa, ao organizar o processo de ensino, articular 
com clareza diversos elementos: 
16
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
GINEAD
ELEMENTOS PROCESSO DE ENSINO
Fonte: Adaptada de Russell e Airasian (2014).
O grande desafio colocado, de acordo com importantes estudiosos da área, é 
a construção de um modelo avaliativo amplo e abrangente, em detrimento 
de modelos fechados e rígidos. 
<INÍCIO DO O.A SANFONA>
1. Professor reflexivo
Questiona-se, assumindo um lugar crítico e reflexivo, inclusive, e 
principalmente, em sua própria prática. 
2. Professor tradicional
Assume lugar de centralidade, comunica-se verticalmente e 
responsabiliza os alunos por eventuais insucessos.
3. Professor libertador
Parte da realidade sociocultural dos alunos, traçando estratégias 
que visem atuar com elas. As reflexões e debates são suas principais 
características. 
A avaliação deve partir do contexto em que está sendo realizada, conside-
rando os múltiplos aspectos de cada grupo, contemplando as experiências 
de aprendizagem, bem como a dinamização dos saberes formais e informais 
17
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
GINEAD
disponibilizados para os alunos com a intenção de propiciar seu desenvolvi-
mento de maneira integral, e também de fornecer elementos para a vida em 
sociedade.
Para que isso aconteça, é importante pensarmos na questão apresentada no 
início de nossa conversa: que indivíduo queremos formar?
Para construir um bom caminho, é importante termos essa questão clara, 
pois ela definirá sob quais fundamentos filosóficos e sociopolíticos da educa-
ção fundaremos nossas práticas. 
1.6 AVALIAÇÃO E CURRÍCULO
Depresbiteris (2001) afirma que a avaliação da aprendizagem está totalmente 
vinculada à abordagem curricular e que o currículo pode ser classificado em: 
acadêmico, tecnológico, humanista e de reconstrução social. 
1. Currículo acadêmico:
a avaliação em sala de aula apresenta meios variados, de acordo 
com os objetivos das diferentes disciplinas, sempre com ênfase no 
conhecimento de fatos e temas. 
2. Currículo humanista:
a avaliação enfatiza o processo, e não o produto. Ela é de natureza 
mais subjetiva, valorizando a expressão do aluno em pinturas, poemas, 
discussões em grupo, entre outros. 
Para aprofundarmos nossos estudos sobre o tema, 
indicamos a leitura do artigo: “Avaliação: conceitos 
em diferentes olhares”, de Oliveira e Souza. 
Disponível em: https://educere.bruc.com.br/arquivo/
pdf2008/510_223.pdf. Acesso em: 2 out. 2019. 
https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2008/510_223.pdf
18
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
GINEAD
3. Currículo tecnológico:
a avaliação se apoia no desempenho do aluno, definido pelo total 
de pontos obtidos em testes padronizados ou, então, em testes 
específicos de programas que tratam de aspectos das disciplinas 
escolares convencionais. 
4. Currículo de reconstrução social:
a avaliação é feita por exames abrangentes durante o último ano da 
escola, com o objetivo de sintetizar e avaliar a interpretação, pelo aluno, 
de seu trabalho. Nesse caso, a avaliação vai além da aprendizagem, 
verificando efeitos da escolarização na comunidade. 
Fonte: Depresbiteris (2001).
Importante ressaltar que as abordagens não devem ser escolhidas de manei-
ra engessada, já que é preciso analisar o ambiente e as intenções do processo, 
contextualizando-a. Se desejamos uma formação integral e completa, deve-
mos contemplar a multiplicidade de fatores e aspectos contidos no processo 
educacional, suas nuances e especificidades. 
O cotidiano da comunidade, bem como a escola inserida nele, é o espaço 
onde desenvolvemos a interatividade, a socialização e a construção do conhe-
cimento, partindo de uma realidade interdisciplinar e multifacetada. 
Neste contexto, a matriz curricular determina as disciplinas, eixos temáticos, 
ciclos, linguagens e tecnologias, cujas configurações são muitas e variadas. No 
entanto, ter um currículo que atenda efetivamente às necessidades do mun-
do contemporâneo torna-se imprescindível. Assim, cabe o questionamento: o 
currículo da nossa escola prevê uma educação integral e humanista? 
A reflexão sobre o currículo escolar deve ser realizada questionando sua cons-
trução histórica e filosófica nas diferentes modalidades de ensino que são 
oferecidas atualmente. Isso porque é o currículo que conduz o trabalho em 
sala de aula e, portanto, nos remete a práticas pedagógicas de avaliação mais, 
ou menos, flexíveis. 
19
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
GINEAD
A partir do exercício crítico e reflexivo sobre nós mesmos com nossos saberes, 
práticas e experiências, podemos construir o fazer pedagógico que entende-
mos ideal.
CONCLUSÃO
Nesta unidade de aprendizagem, iniciamos nossos estudos sobre avaliação 
educacional, em que construímos o cenário onde se dará nossos estudos. 
Ou seja, aprendemos os pressupostos teóricos desse campo de saberes, bem 
como os principais conceitos e conteúdos estruturantes de nossa disciplina.
Também iniciamos a articulação da avaliação educacional com os demais 
elementos presentes nas práticas pedagógicas, compreendendo seu funcio-
namento, além dos possíveis diálogos a serem estabelecidos.
Esta unidade inaugural teve a intenção de fornecer os subsídios necessários 
para os estudos das próximas unidades, oferecendo a você, caro estudante, 
um panorama sobre quais serão os conteúdos e caminhos que seguirão.
Deixo a você, caro estudante, questões para reflexão: 
que escola desejamos construir? Quesujeitos 
queremos formar? Quais culturas iremos refletir? 
Que possibilidades pedagógicas práticas teremos?
Para fecharmos esta unidade, que tal realizarmos 
a leitura do texto “Indagações sobre currículo: 
currículo e avaliação”, de Cláudia de Oliveira 
Fernandes e Luiz Carlos de Freitas, disponibilizado 
pelo Ministério da Educação em seu portal? Acesse 
o link: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/
Ensfund/indag5.pdf. Acesso em: 2 out. 2019. 
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag5.pdf
20
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
GINEAD
REFERÊNCIAS
ALVES, J. F. Avaliação educacional: da teoria à prática. Rio de Janeiro: LTC, 
2013. 
DESPREBITERES, L. A avaliação na educação básica: ampliando a discus-
são. Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo, n. 24, p. 137-146, jul. /dez. 
2001. Disponível em: http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/eae/article/
view/2203. Acesso em: 25 set. 2019.
LUCKESI, C. C. O que é mesmo avaliar a aprendizagem? Pátio, Revista Peda-
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AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
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