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______________________________________ Bromatologia Bqi 345 Departamento de Bioquímica de Biologia molecular Amanda de Souza ___________________________________________________ CARBOIDRATOS NOS ALIMENTOS: 1. Introdução: - Presente em praticamente todos os alimentos, sendo mais abundante nos vegetais Propriedades nutricionais: fonte de carbono, energia e fibras - Os carboidratos possuem fatores antinutricionais e tóxicos: Glucosinolatos impedem a absorção do iodo, glicanoalcalóides são tóxicos e glicosídeo Cianogênico liberam cianeto, que é toxico 2. Propriedades tecnológicas: - Adoçantes - Conservantes - Espessantes - Gelificantes - Estabilizantes de emulsões Principais carboidratos dos alimentos: - Monossacarídeos • Glicose • Frutose • Galactose, manose, xilose Usos: Adoçante, conservante, anticristalizante - Dissacarídeos: • Sacarose • Lactose • Maltose - Oligossacarídeos: • Rafinose, Estaquiose, meliviose Carboidratos presentes em leguminosas como soja e feijão - Podem causar flatulência e reações alérgicas - Polissacarídeos: Classe de carboidratos presente em maior quantidade nos alimentos • Importantes para as características químicas, físicas e físico-químicas dos alimentos. Amidos: Polissacarídeo mais importante nos alimentos, é a reserva energética das plantas. Amidos modificados: Processos de modificação podem ser genéticos, físicos, químicos e enzimáticos Modificação do amido por processos físicos: Pré-gelatinização: - Amidos granulares que intumescem em água fria, absorvendo a água. Métodos: Extrusão e secagem por rolos e atomização a 150°C Modificação do amido por processos químicos: 1. Amido modificado por ácido: Amilodextrina, feita pela hidrólise enzimática parcial do amido. 2. Maltodextrina: Hidrólise enzimática parcial do amido 3. Amido oxidado: Oxidação do amido com hipoclorito de sódio 4. Amido fosfatados e ligação cruzada 5. Amidos esterificados Propriedades modificáveis: - Higroscopicidade (capacidade de absorver água), sabor, poder adoçante - Viscosidade, poder de retardar o crescimento de cristais de gelo, claridade, coloração - Estabilidade de pastas em altas e baixas temperaturas, estabilidade e ciclos de congelamento e descongelamento - Capacidade de formação de gel, fluidez, alterações na gelatinização, etc. Exemplos de aplicações: - Ligantes em massas e recheios, emulsificantes. - Bebidas lácteas, sucos, balas duras, balas de goma, molhos ácidos, alimentos esterilizados. - Alimentos submetidos a processos de preparação drásticos (alta temperatura ou alto cisalhamento) - Produtos light e diet como substitutos de gordura - Encapsulador de aromas, para produtos em que o aroma se perde fácil. Reações de carboidratos nos alimentos 4.1 - Escurecimento não enzimático - Reação de Maillard - Caramelização - Oxidação do ácido ascórbico Fatores nutricionais: - Destruição da lisina e outros aminoácidos - Perda de vitaminas - Diminui a digestibilidade de proteínas - Formação de inibidores e compostos tóxicos Aspectos tecnológicos: Melhora da cor, odor e sabor de certos alimentos, como café, chocolate, carne assada, pão, doce de leite, etc. Reação de Maillard: Ocorre entre um açúcar redutor e o grupo amina de uma proteína. Efeitos na qualidade nutricional: - Diminuição da digestibilidade proteica - Perda de aminoácidos essenciais: Lisina, arginina, histidina - Complexação de metais - Formação de inibidores enzimáticos Alterações desejáveis em alguns produtos - Melhorias do sabor e odor - Desenvolvimento de cor Alimentos onde a reação é desejável - Pão e produtos de confeitaria - Doce de leite, chocolate, etc. Caramelização: conjunto de reações de decomposição dos açúcares em temperaturas acima de 120°C, levando à formação de pigmentos escuros (melanoidina) Caramelo: é um pigmento muito utilizado na indústria de alimentos A composição química é complexa. Além das melanoidinas, contém compostos de baixo peso molecular que influenciam no sabor e odor dos alimentos. Não existem limites legais para a utilização do caramelo oxidação da vitamina C: A vitamina C exposta a luz, calor, oxigênio, íons metálicos, etc. se oxidam formando furfurais e melanoidinas, causando escurecimento dos alimentos. - A oxidação de vitamina C partilha intermediários comuns com a Caramelização e a reação de Maillard. A adição de sulfito previne a oxidação 4.2 - Hidrólise: Os dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos são facilmente hidrolisados em monossacarídeos por enzimas e ácidos diluídos. Ex: açúcar invertido é uma mistura entre frutose e glicose (sacarose hidrolisada) Análise de carboidratos: Em geral, nas tabelas de composição química dos alimentos, o teor de carboidratos é estimado pela diferença entre o total e o teor dos demais nutrientes. Métodos de análise específicos 1. Mono e dissacarídeos: Método dos açúcares redutores Princípio: Extração e oxidação dos açúcares por oxidantes fracos 1.1. Método gravimétrico: reação do açúcar redutor com o cobre, formando óxido cuproso, insolúvel em água, que pode ser separado por filtração. 1.2. Titulometria: Método de Somogy – Nelson Açúcar redutor + Cu++ → Açúcar oxidado + Cu+ + Cu2+ - Baseado na quantidade de sulfato que gastamos na titulação, sabemos quanto de açúcar redutor tinha na amostra - Método barato e simples 1.3 - Espectrofotometria: método do DNS (ácido dinitrossalicilico) - Dns é reduzido pelo açúcar, formando a coloração que vai de amarelo até marrom, variando com a concentração de açúcar redutor. - Método rápido e preciso, necessário curva de calibração e espectrofotômetro 2.1. Dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos: Princípio: Hidrólise das ligações glicosídicas por ácido forte com a liberação de monossacarídeos (AR) - Os monossacarídeos são analisados por testes de açúcar redutor ou cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) 2.2. Carboidratos ácido-digeríveis: - Princípio: Digestão a quente com HCL 0,5M por 2:30h e quantificação dos açúcares redutores O método imita a digestão de carboidratos por monogástricos. Carboidratos incluídos: Mono, di, oligo e amido 3.Métodos ópticos: - Aplicável rapa carboidratos em solução - Técnicas rápidas e simples, porém pouco precisas 3.1. refratometria - Índice de refração, muito utilizado no controle de qualidade de soluções de sacarose e glicose, xaropes, geleias e bebidas, medindo o teor de etanol 3.2. Polarimetria: Mede a rotação ótica de uma solução que depende da concentração das substâncias opticamente ativas - Soluções de açúcares, xaropes e amido após solubilização a quente 4. Outros métodos: Polarímetro e densímetros PROTEÍNA NOS ALIMENTOS: Fontes de proteínas: - Carnes - Peixes - Ovos - Leite e derivados - Cereais - Leguminosas • As proteínas de origem vegetal são incompletas (não contém todos os aminoácidos essenciais) Definição: Polímeros de resíduos de aminoácidos unidos por ligações peptídicas Composição elementar média: C: 50% O: 23% N: 16% H: 7% S: 2% Classificação quanto a composição química: Proteína Simples: Hidrólise libera aminoácidos Proteína Conjugada: Grupos proteicos e aproteicos (coenzimas) Proteínas Derivadas: Hidrolisados por ácidos, bases e enzimas Proteínas simples: Globulares: Prolaminas, gluteínas, Albuminas Fibrilares: Colágenos, Queratinas, Elastinas e Fibrinas Proteínas Conjugadas: Glicoproteínas, lipoproteínas, nucleoproteínas, cromoproteínas Classificação quanto à solubilidade: Albuminas: Solúveis em água e coaguláveis pelo calor. EX: Ovoalbumina Globulinas: Solúveis em soluções de sair neutros. Coaguláveis pelo calor. Ex: Miosina Prolaminas: Solúveis emetanol 70-80% Ex: Zeina (milho) Gluteínas: Solúveis em soluções ácidas e básicas Escleroproteínas: Insolúveis em H2O, H+, OH-, etanol, sais Histonas: Proteínas básicas solúveis em H2O Protoaminas: Polipeptídios básicos, solúveis em H2O e amônia. Não precipitam com calor. Propriedades funcionais de proteínas: 1- Organolépticas: cor, sabor, odor, textura, palatabilidade 2- Cinestéticas: Mastigabilidade, fibrosidade, granulosidade, suavidade, coesão 3- De hidratação: Solubilidade, inchamento, absorção e retenção de água, etc. 4- Atividades de superfície: Emulsificação, espuma, filmes, estabilização, etc. 5- Estruturais: Ligação cruzada, adesão, fibra, massa 6- Reológicas: Viscosidade, gel, elasticidade Propriedades nutricionais das proteínas: 1- Composição química: Conteúdo em aminoácidos 2- Digestibilidade: Vegetais (60 a 80%), animais (96 a 98%) 3- Biodisponibilidade dos aminoácidos varia de acordo com a fonte de tratamentos ex: metionina → Soja (87,6%; Ovo 100%) 4- Toxicidade e propriedades antinutricionais: Lectinas, inibidores enzimáticos, complexantes de Vitaminas e mineiras, aminoácidos tóxicos. Reações e modificações de proteínas nos alimentos: 1- Tratamentos térmicos - Branqueamento, pasteurização, esterilização, cozimento, etc. Efeitos: - Desnaturação das proteínas - Inativação de enzimas e fatores antinutricionais - Alteração na digestibilidade e solubilidade - Aumento na reatividade 2- Extremos de PH: - Desnaturação - Hidrólise - Racemização (base) - Degradação de aminoácidos - Perda de arginina (base) 3- Oxidações: 3.1. Oxigênio: Oxidação de cisteína 3.2. Peróxidos - Oxidação: Cisteína e metionina - Reações tipo Maillard 3.3. Luz: - Exposição na presença de agentes sensitizadores induz a formação de radicais livres - Perda de triptofano, histidina, tirosina e metionina 3.4. Açúcares redutores: - Reação de Maillard - Perda de lisina e outros aa 3.5. Substância fenólicas - Flavonoides, taninos e ácido fenólicos - Precipitam proteínas - Perda de cisteína e lisina 3.6. Reações enzimáticas: - Produção de hidrolisados Análises de proteínas: 1. Quantificação de proteínas totais 1.1. Dosagem de nitrogênio 1.2 Espectrofotometria 2. Qualidade nutricional 2.1. Conteúdo em aminoácido 2.2. Digestibilidade, valor biológico, etc. Quantificação do nitrogênio total: Técnica mais utilizada, considera que as proteínas tem 16% de nitrogênio em média (varia com a origem da proteína) → Fator geral de transformação de nitrogênio para proteína é de 6.25 16N ------ 100g de ptn n gN ------ X g de ptn Erros: %N da proteína é muito diferente de 16%, utilizar fatores de conversão específicos Ex. - Trigo e derivados: 5,70; Gelatina: 5,55; leite e derivados: 6,38; Ovo: 6,68 Método de Kjeldahl: Determinação do "N" total: - Kjeldahl (1883O). O método original sofreu várias modificações, mas continua sendo ainda o mais utilizado na determinação de proteína. Realizado em três etapas - Digestão - Destilação - Titulação Digestão: - Tratamento ácido em uma amostra de alimentos, em altas temperaturas, na presença de um catalizador --> quebra de todas as ligações da proteína Destilação: Colocamos a amostra já digerida no destilador de Kjeldahl - Em meio alcalino o íon amônio libera amônia. (NH4)2SO4 + NaOH → Na2SO4 + 2Nh4OH NH4OH → NH3 + H2O - Amônia destilada é recolhida na solução de ácido bórico formando borato de amônia. Titulação: Titulação do borato de amônio com ácido clorídrico HN4H2BO3- + HCL → NH4Cl + H3BO3 Método de Dumas: Determina o N total após combustão a 700 - 800°C e medida do N2 gasoso. - Método rápido, porém requer aparelhos de alto custo - Nitrogênio sai como nitrogênio gasoso, e é medido ainda no aparelho Desvantagens: - Resultados pouco precisos - Depende da concentração dos três aminoácidos na composição da proteína - Os ácidos nucléicos podem interferir - Exige preparação cuidadosa da amostra Métodos espectrofotométricos: a) Método de biureto Substâncias contendo duas ou mais ligações peptídicas formam um complexo de cor roxa com sais de cobre em soluções alcalinas. - A intensidade da cor é proporcional à quantidade de proteína, e pode ser medida por espectrofotometria. Reação da proteína e Cu2+ em meio moderadamente alcalino: Forma um complexo colorido cuja intensidade determina q quantidade de proteínas presentes naquela amostra. Vantagens: - Alta especificidade e poucos interferentes - Simples e rápido - O método determina proteína, ao contrário do método de Kjeldahl que determina N total Desvantagens: - Necessidade de curva de calibração - A cor do complexo varia entre as proteínas - Não mede proteínas insolúveis Método de Folin-Lowry: Reação de proteínas com CU2+ e o reagente de folin-ciocalteau. Formação de compostos azuis - 10 a 20x mais sensível que UV e 100 vezes o método do biureto. - Poucos interferentes: Substâncias redutoras, sacarose em alta concentração. Desvantagens: - Intensidade da cor pode várias com a composição em aminoácidos e com as condições analíticas - Lento - Identifica apenas proteínas solúveis - Destrói a amostra - Operações múltiplas, que requerem muita manipulação - Requer curva padrão com proteína conhecida Espectrofotometria na região do UV: As proteínas absorvem radiação eletromagnética a 280nm devido à presença de tirosina e triptofano. Vantagens: - Rápido - Simples - Não destrutivo - Barato Análise da qualidade nutricional das proteínas: Aminograma e escore químico - Preparo da amostra - Hidrólise: HCL 6M, 110°C, 22h, vácuo - Neutralização de aminoácidos - HPLC: Coluna de troca iônica - Reação com ninidrina - Detector espectrofotométrico Analisador de aminoácidos (aminograma): Escore químico: O escore químico é o quociente de cada aminoácido essencial da proteína, pela quantidade do mesmo aminoácido em uma proteína de referência Proteínas de referência: Proteínas do ovo integral ou proteína da FAO Escore químico = (mg de aa/ g proteína teste) /mg de aa / g de proteína referência Digestibilidade in vitro % da proteína hidrolisada pela ação das enzimas digestivas em condições de laboratório Procedimento padrão: - Pepsina, PH 1,0-1,5, 2h a 37°C - Pancreatina, PH 8,0, 24h a 37°C - Precipitação com ácido tricloroacético - Medida no N total no sobrenadante e ppt Sobrenadante: Parte digerível (aa e peptídeos) Precipitado: Parte não digerível Métodos biológicos de avaliação da qualidade nutricional de proteínas 1- PER: Taxa de Eficiência Proteica: Ganho de peso de um animal em crescimento dividido pela ingestão proteica 2- BV: Valor biológico: Fração de N absorvido (N ingerido - N fezes) e retido (N ingerido - N urina) no organismo e o nitrogênio ingerido. 4- Digestibilidade Aparente: % da ingestão de N que não aparece nas fezes 5- Digestibilidade Real: Leva em conta a % de N nas fezes quando a proteína não está presente e a perda endógena obrigatória. MINERAIS NOS ALIMENTOS: Introdução: → São 23 os elementos químicos essenciais ao nosso organismo, com exceção do C, N, H e O Macro elementos: Ca, P, Mg, Na, K, Cl, S Microelementos: Fe, Cu, Mn, Zn Traços: Co, Cr, I, Mo, Se Ultratraços: As, Bo, Va, Si, Ge, Li Contaminantes: Br, AL, Hg, Sn, Pb, etc. Como os elementos se apresentam nos alimentos: - Na forma de íons: Colunas I-A e VII - A - Quelatos: Demais elementos (complexados com outros) Perda de minerais durante o processamento de alimentos: - Muitos minerais são solúveis em água, os alimentos preparados por imersão perdem minerais - Para manter os minerais nos alimentos, devemos fazer o cozimento a vapor. Legislação: Estabelecelimites de quantidade de minerais Quais são os componentes individuais da cinza de interesse bromatológico? - Minerais indispensáveis - Minerais tóxicos Minerais e toxicidade Lesões (Pb, Hg e Cd) Morte (Pb e Hg) • Não temos mecanismos para a eliminação desses metais, portanto sua presença no organismo vai se acumulando até chegar em complicações Importância da determinação de cinzas em alimentos: Cinza solúvel e insolúvel em água: - Utilizada para determinar a quantidade de frutas em geleias e conservas Alcalinidade da cinza: As cinzas de frutas e vegetais são alcalinas, enquanto de produtos cárneos e certos cereais são ácidas Cinza insolúvel em ácido: Verificar a presença de mineral em alimentos: Sujeira e areia: Temperos, frutas Talco: Confeitos Resíduo mineral ou cinza total - Técnica simples para análise de rotina Limitações: - Altas temperaturas, reações entre os metais e os componentes da amostra - A determinação de cinzas fornece apenas uma indicação da riqueza da amostra em elementos minerais Preparo de amostras: Pesos: Variam com o conteúdo de cinzas - Se o conteúdo é alto, utilizamos uma quantidade menor. Se o conteúdo é baixo, utilizados uma quantidade maior Produtos ricos em gorduras → Aquecidos cuidadosamente para evitar a chama Peixes e produtos marinhos gordurosos → Incineração prévia a baixa temperatura Temperatura de incineração: Varia de acordo com o alimento a ser analisado. % cinzas totais = (100 x P) / P' Onde: P: Diferença em gramas entre a massa do cadinho vazio e o cadinho com amostra após calcinação P' Massa da amostra em gramas Análise de elementos minerais: Via seca e Via úmida Via Úmida: Mais utilizada porque analisa todos os elementos, sendo que a via seca perde alguns devido às altas temperaturas em um sistema aberto. Via seca: Solução HCL Via Úmida: Ácido forte, pois n tem aumento de temperatura - Utilizada para determinar praticamente todos os minerais, incluindo os voláteis na via seca Solubilização mineral permite a análise individual dos componentes da amostra Via seca: 1 - Dissolver a cinza obtida em HCL 2 - Evaporar HCL em chapa quente 3 - Desidratar a sílica e descomplexar os minerais 4 - Redissolver o conteúdo em H20 desmineralizada 5 - Filtrar em papel filtro 6 - Verter em balão volumétrico 7 - Lavar o cadinho e o bastão durante a filtração 8 - Completar o balão 9 - Solução preparada para análise individual 1 - Digestão ácida → Decomposição da matéria orgânica --> Análise individual de cada mineral Ácidos utilizados: Ácido perclórico, Ácido Sulfúrico, Ácido nítrico Solução mineral: Análise individual dos elementos minerais • Absorção e emissão atômica (+ de 60 elementos metálicos e não metálicos) • Espectrofotometria: P • Titulometria: Ca e Mg Espectrometria de Absorção atômica: Elementos são convertidos em átomos gasosos pelo processo de atomização (aquecimento a temperaturas próximas de 2000°C - Essa técnica analítica se baseia na absorção de radiação por átomos no estado fundamental. Titulometria: Titulações: Um íon metálico reage com um ligante adequado para formar um complexo. → Indicador EDTA → Titulante - O reagente combina com íons metálicos na proporção de 1:1 EX: Cálcio - A Quantidade do mineral é determinada pela quantidade do agente titulante que foi gasta Quantificação de fósforo: Determinação de fósforo em amostras de feijão fradinho e quinoa - O fósforo tem um papel estrutural no organismo. É um dos principais componentes de estruturação dos ossos, sendo essencial para o crescimento e saúde humana. - Encontrado em alimentos de origem vegetal e animal (maior quantidade em alimentos de origem animal). - Também encontrado como aditivo alimentar para aumentar a vida útil e melhorar a aparência e textura dos alimentos, especialmente os ultras processados. - Fosfato como aditivo alimentar: Tripolifosfato de sódio, hexametafosfato de sódio, pirofosfato ácido de sódio. Limite máximo: Apenas 0,5% do produto total pode conter fosfato Determinação espectrométrica de Fósforo Total - Método baseado na conversão do fósforo presente na amostra em fosfato - Método colorimétrico de fosfomolibdato de vanádio - Neste método, o fósforo presente na forma de ortofosfato reage com o reagente de vanadato-molibdato. - O produto dessa reação será um complexo de coloração amarelo alaranjada, cuja absorvância pode ser medida a 420nm Solução padrão para construir a curva padrão: Dihidrogeno-fosfato de potássio (fosfato de potássio monobásico) (KH2PO4) Preparo da solução padrão de Fósforo a 1000ppm - Fosfato de potássio monobásico (massa molecular 136,1g/mol) - Em 136,1g de KH2PO4, está presente 31g de P, então, para pesar o equivalente de 1g de P é necessário 4,39g de KH2PO4 Preparação da solução de P 1000ppm a partir de Fosfato de potássio monobásico 4,39g ---- 1000ml 2,19g ---- 500ml Solução aquosa 1g/L Construindo a curva padrão - 5 diluições de concentrações conhecidas (20ppm, 15ppm, 10ppm, 5ppm, 2ppm) Reação colorimétrica: 1 - 5ml de cada solução diluída + 2ml do Reagente misto Vanadato- Molibdato 2 - Leitura da absorvância 420nm Determinação do teor de fósforo: - Cálculo feito através da equação da reta da curva padrão, sendo que o valor de X será a concentração de fósforo na amostra - Após cálculo da amostra (que determina a concentração em 1L - 1000ml de amostra), calcular por regra de 3 a quantidade encontrada em 100ml x mg ------ 1000ml a mg ------ 100ml - Após cálculo para 100ml, calcular o teor na amostra por regra de três Amostra (g) ----- a mg 100g -------------- z mg de fósforo (x FD = quantidade presente em 100g) - Se a amostra foi diluída, devemos multiplicar pelo fator de diluição, que no caso da prática feita, foi 5. VITAMINAS: - Termo utilizado pela primeira vez em 1911, para substâncias consideradas vitais que continham nitrogênio, na forma de aminas. - Usado até hoje mesmo para moléculas que não possuem aminas Provitamina: Substância convertida em uma vitamina por reações no organismo Exemplos: Betacaroteno (precursor da vitamina A) e 7-deidrocolesterol (precursor da vitamina D3) Classificação: Quanto a solubilidade Hidrossolúveis: Tiamina, Riboflavina, Niacina, Biotina, Ácido Pantotênico, ácido Fólico, Cobalamina, Piridoxina e Ácido Ascórbico, Etc. Lipossolúveis: A, D, E, K A maioria das vitaminas fazem parte de Coenzimas (moléculas que fazem parte de uma enzima) Métodos de análise de vitaminas: 1 - Métodos biológicos: - Observação dos efeitos específicos produzidos pela falta de vitaminas em cobaias. - Praticamente não são mais utilizados 2 - Métodos microbiológicos - Alta sensibilidade e especificidade - Se baseiam no crescimento de microorganismos dependentes de vitaminas em meios de cultura específicos - Trabalhoso e demorado - Utilizado em alguns casos Ex: Dosagem de Vit. B12 (cianocobalamina) 3 - Métodos químicos: - Baseados em reações específicas de alguns compostos com atividade vitamínica. Ex: Dosagem do ácido ascórbico por titulação com iodato. 4 - Métodos instrumentais: 4.1 - Espectrofotometria - Carotenoides, Vitamina A, B1, B2, B12, Vitamina E 4.2 - Cromatografia líquida de alta eficiência - Aplicável a praticamente todas as vitaminas - Exige preparação cuidadosa - Equipamento caro - Rápido e preciso Métodos de Análise para algumas Vitaminas: Uma metodologia para cada vitamina, depende da sensibilidade Análise de carotenoides: Espectrofotometria ou cromatografia líquida (CLAE) Por espectrofotometria: 1 - Separação por cromatografia em coluna 2 - Quantificação por espectrofotometria 2.1 - Fazer uma curva padrão 2.2 - Leitura da absorvância 2.3 - Cálculos Vitamina B1 (tiamina): -Fontes: Alimentos naturais, leveduras, gérmen de cereais, Nozes, etc. - Metabolismo de carboidratos (piruvato desidrogenase), - Transmissão de impulsos nervosos (tiamina trifosfato) - Deficiência: Beribéri (neuropatia periférica, insuficiência cardíaca, edemas, etc.). Análise: - Baseia-se na quantificação da fluorescência do tiocromo originário da oxidação da tiamina com ferrocianeto de potássio (meio básico). - Nos alimentos a extração requer hidrólise ácida ou enzimática para se obter a tiamina livre. • Evitar luz durante a análise Vitamina B12 (cobalamina ou cianocobalamina) - Funções: Metabolismo de aminoácidos e ácidos nucléicos - Deficiência: Anemia perniciosa Sintomas: Alterações neurológicas progressivas e mortais se não houver tratamento; fraqueza; convulsões e dano irreversível no tecido parietal gástrico. → Deficiência rara em pessoas que seguem uma dieta normal, podendo ocorrer em vegetarianos. Principais fontes: Levedo de cerveja, carnes vermelhas, ovos, leite, fígado, peixes. Determinação: Métodos microbiológicos Microorganismo: E. Coli 313-3 mutantie (bactéria que não se desenvolve sem Vit. B12 - A dosagem é feita comparando-se o crescimento da bactéria em meio contendo Ágar, glicose, sais e discos embebidos em soluções padrão da vitamina e das amostras de alimentos. Vitamina C (ácido ascórbico) - Hidroxilação do colágeno e outras reações - Antioxidante - Participa da síntese de algumas moléculas que servem como hormônios ou neurotransmissores (epinefrina) Principais fontes: Frutas e verduras frescas Deficiência: - Fragilidade dos vasos sanguíneos, edema e hemorragia gengival, perda de inserção clínica periodontal, osteoporose, imunodeficiência, anemia, fraqueza muscular. Escorbuto. Dosagem de Vitamina C por titulação com iodato: - Baseia-se na redução do I2 pelo ácido ascórbico - Ponto final da titulação: Mudança de cor da solução para azul → Método visto em aula prática
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