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Ciclo Cardíaco

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AMANDA FARIA
26/09/2020 – 2º PERÍODO
Ciclo Cardíaco
VISÃO GERAL
O ciclo cardíaco corresponde ao conjunto de etapas que ocorrem entre o início de uma contração ventricular e o início da próxima.
FASES DO CICLO MECÂNICO DO CORAÇÃO
As fases do ciclo mecânico cardíaco é a variação das atividades ventriculares. As fases podem ser divididas em sístole e diástole e cada uma com suas respectivas divisões.
SÍSTOLE (CONTRAÇÃO)
A fase sistólica (sístole ventricular) possui duração média de 0,3s. A sístole ventricular possui duas etapas.
CONTRAÇÃO ISOVOLUMÉTRICA
A contração isométrica ou isovolumétrica é a primeira etapa da sístole, ela se inicia com excitação da fibra. Em consequência da elevação da tensão da fibra ventricular, ou seja, sua concentração, há um aumento da pressão intraventricular. 
Apesar da pressão intraventricular aumentar, esse aumento ainda não é suficiente para vencer a pressão das artérias correspondentes (ventrículo direito – artéria pulmonar/ ventrículo esquerdo – aorta). 
Logo, as válvulas semilulares pulmonares e aórticas se mantêm fechadas, a tendência seria o sangue refluir para os átrios, porém isso não ocorre devido ao fechamento das válvulas atrioventriculares mitral e tricúspide. Há a participação dos músculos papilares, os quais se encontram ligados a essas válvulas pelas cordoalhas tendinosas. Esses músculos ao se contraírem puxam as válvulas em direção aos ventrículos evitando o seu abaulamento para os átrios.
Esse fechamento das válvulas atrioventriculares é o principal responsável por um som audível, chamado 1º bulha cardíaca, que é uma característica dessa etapa.
Pelo fato de o sistema valvular estar fechado, tanto as semilunares, quando as atrioventriculares, o volume ventricular não se altera durante essa fase (contração isovolumétrica), esse volume presente no ventrículo é chamado de volume diastólico final, em torno de 120 a 130mL.
ETAPA DE EJEÇÃO RÁPIDA E LENTA
A segunda etapa é a etapa de ejeção rápida e lenta, que ocorre quando a pressão intraventricular suplanta a pressão intra-arterial, com isso, as válvulas semilunares se abrem e o sangue é ejetado para as artérias. O volume de sangue ejetado durante essas fases é chamado de volume sistólico ou volume de ejeção, aproximadamente, 70mL, o que corresponde a 60% do volume diastólico.
Como consequência disso, ao final da sístole resta no interior dos ventrículos 50mL. Esse volume presente no interior dos ventrículos ao final da sístole é chamado de volume sistólico final. O sangue flui continuamente das veias cavas para os átrios, não há sistema valvular regulando essa passagem.
Volume diastólico final: volume presente nos ventrículos durante a contração isovolumétrica (120mL).
Volume sistólico: volume ejetado (70mL).
Volume sistólico final: volume presente nos ventrículos após a sístole e após a ejeção (50mL).
DIÁSTOLE (RELAXAMENTO)
A fase diastólica (diástole ventricular) possui duração de, em torno, 0,5s. A diástole ventricular possui 3 etapas.
RELAXAMENTO ISOVOLUMÉTRICO
O relaxamento isométrico ou isovolumétrico é causado pela redução do cálcio citoplasmático. Em consequência ao relaxamento da fibra, há uma redução intraventricular.
Apesar do ventrículo ter sua pressão reduzida, essa redução não é suficiente para permitir que as válvulas atrioventriculares se abram, pois ainda a pressão ventricular (caindo) é maior do que a pressão intra-atrial. 
A tendência nessa etapa é o sangue refluir das artérias, aorta e pulmonar, para os respectivos ventrículos, porém isso não ocorre devido ao fechamento das válvulas semilunares. 
Esse fechamento das válvulas semilunares é o principal componente de um som audível, chamado de 2º bulha cardíaca, que é uma característica dessa etapa.
Pelo fato do sistema valvular estar fechado, o volume ventricular não se altera nessa fase. Ele é chamado de volume sistólico final.
FASES DE ENCHIMENTO RÁPIDO E LENTO
As etapas passivas de enchimento rápido e lento, correspondem em condições basais, a 70 a 80% do enchimento ventricular. 
Esse enchimento também é chamado de diástase.
Ocorrem quando a pressão intra-atrial suplanta a pressão intraventricular, ou seja, a pressão intraventricular foi reduzindo devido ao relaxamento da fibra e quando ela caiu a valores inferiores a pressão intra-atrial, as válvulas atrioventriculares se abriram, como consequência disso, o sangue flui dos átrios para os ventrículos.
Inicialmente de uma maneira mais rápida – gradiente maior – e a medida que o ventrículo começou a se encher, o gradiente ficou menor (enchimento mais lento). Porém esse enchimento não para, pois chega aos átrios um estímulo gerado pelo nódulo sinusal, e contraem.
SÍSTOLE ATRIAL
A sístole atrial ocorre devido a uma contração gerada por um estímulo que chega aos átrios pelo pelo nódulo sinusal. Esse aumento da pressão atrial provoca um enchimento final dos ventrículos (eles não param de encher na etapa anterior), cerca de 20 a 30% do enchimento ventricular é pela sístole atrial, é um processo ativo de enchimento. 
Em condições basais, de repouso, 70 a 80% do enchimento ventricular ocorrem pelo enchimento rápido e lento. Já os 20 a 30% do enchimento, decorrem da sístole atrial.
Durante uma atividade física, em que há uma redução das etapas de enchimento rápido e lento, a sístole atrial passa a ter uma contribuição de 50% do enchimento ventricular, ela se torna muito importante para o enchimento ventricular durante a atividade física.
DIAGRAMA DE VOLUME-PRESSÃO
Diagrama da variação do volume e pressão de um ventrículo esquerdo durante o ciclo cardíaco.
PERÍODO DE ENCHIMENTO VENTRICULAR
O período de enchimento ventricular com as fases de enchimento rápido e lento e a sístole atrial são representadas do ponto A ao ponto B. 
No ponto A, o volume ventricular é de 50mL, volume sistólico final, durante as três etapas de enchimento, o ventrículo vai se enchendo de sangue proveniente dos átrios, uma vez que a pressão atrial é maior que a ventricular. De 50mL ele vai a 120mL, o que corresponde ao volume diastólico final (volume atribuído aos ventrículos no final da diástole).
Há uma pequena variação da pressão intraventricular durante essas etapas de enchimento, de 2 a 3 mmHg a 5 a 7 mmHg.
PERÍODO DE CONTRAÇÃO ISOVOLUMÉTRICA
É o período do ponto B ao ponto C. o volume ventricular se mantém, uma vez que o sistema valvular se encontra fechado, porém a pressão intraventricular aumenta devido à contração dos ventrículos.
PERÍODO DE EJEÇÃO SISTÓLICA RÁPIDA E LENTA
É o período do ponto C ao ponto D. nesse caso, a elevação da pressão intraventricular determinada pela contração suplanta a pressão aórtica, com isso, a válvula aórtica se abre e há a ejeção de sangue, constituindo o volume sistólico ou de ejeção, que é aproximadamente 70mL. O volume ventricular passa de 120mL para 50mL.
RELAXAMENTO ISOVOLUMÉTRICO
É o período do ponto D ao ponto A. Com o fechamento da válvula aórtica, o volume ventricular se mantém em 50mL uma vez que o sistema valvular está fechado. Porém, com o relaxamento, a pressão intraventricular diminui e volta ao valor inicial de 2 a 3mmHg, completando as variações de volume e pressão que ocorrem no ciclo cardíaco.
EVENTOS DO CICLO CARDÍACO
Esse gráfico mostra os principais eventos, como variações de volume, pressão, ciclo mecânico e registro dos sons produzidos no coração.

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