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Ana Laura Octávio - TXXII AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DA GESTANTE INTRODUÇÃO Grupo materno-infantil • Mulheres em idade reprodutiva - 10 a 49 anos. • Gestantes. • Nutrizes ou lactantes - mulheres que amamentam. • Lactentes - crianças de 0 a 11meses e 29 dias., OS TRIMESTRES - Os trimestres são um meio conveniente de medir a gravidez. - Entretanto, eles têm durações desiguais, e o terceiro trimestre varia de acordo com o tempo total da gravidez. 1º trimestre → IG < 14 semanas. 2º trimestre → IG 14 a 28 semanas. 3º trimestre → IG >= 28 semanas até o final da gestação. PARÂMETROS A SEGUIR AUMENTO DE PESO DURANTE A GESTAÇÃO AUMENTO DE PESO DURANTE A GESTAÇÃO Ana Laura Octávio - TXXII RELAÇÃO IMC E PESO DO BEBÊ AO NASCER OBS.: GESTAÇÃO GEMELAR – GANHO DE PESO CALCULADO PELO IMC AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DA GESTANTE OBJETIVOS • Identificar as gestantes com desvio ponderal no início da gestação. • Detectar gestantes com ganho de peso menor ou excessivo para a idade gestacional em função do estado nutricional prévio. • Fornecer base para elaboração de condutas adequadas, visando melhorar o estado nutricional materno, suas condições para o parto e as condições ao nascer. OBS.: Na avaliação antropométrica usa-se exclusivamente o peso e altura X semana gestacional como indicadores antropométricos do estado nutricional. Unindo-se peso e altura, teremos o IMC; porém, CUIDADO: a classificação IMC só serve para a gestante. MÉTODOS UTILIZADOS I) TABELA DE GANHO DE PESO SEMANAL (IOM - Instituo de Medicina EUA) - objetiva verificar projeção do ganho de peso nas semanas gestacionais. II) CURVA DE ATALAH – objetiva verificar estado nutricional no momento e traçar evolução da curva. - A leitura da curva é feita no encontro dos dois pontos (onde o encontro se localiza). Ana Laura Octávio - TXXII UTILIZAÇÃO DA TABELA DE IOM PARA PROJEÇÃO DE GANHO DE PESO: INTERPRETAÇÕES DE ATALAH: ✓ Traçado ascendente: ganho de peso adequado. ✓ Traçado horizontal ou descendente: ganho de peso inadequado (gestante de risco). OBS.: O registro do estado nutricional deverá ser feito no SISVAN e no Cartão da Gestante. Ana Laura Octávio - TXXII OPERACIONALIZAÇÃO DO IMC PRÉ-GESTACIONAL ▪ 1º passo - fazer o cálculo do IMC utilizando o peso pré-gestacional. ▪ 2º passo - calcular o ganho de peso até a data da consulta (peso atual menos a peso pré-gestacional). ▪ 3º passo - calcular o ganho de peso por semana recomendado até a 40ª semana gestacional. ▪ 4º passo - adequar o peso obtido segundo a faixa de ganho de peso total recomendada, para as diferentes categorias de IMC pré-gestacional. RECOMENDAÇÃO DE MICRONUTRIENTES - Nesse tópico é necessário tem ciência de dois pontos: I) RECOMENDAÇÃO X NECESSIDADE - Recomendação engloba instruções gerais para certa população ou indivíduo. Elas já estão prontas e não levam em consideração as particularidades de cada paciente. - Já necessidade, é considerada uma variável que leva em consideração o estado individual de cada paciente. Ela pode estar aumentada ou diminuída, de acordo com estado fisiológico ou patologia. II) MACRONUTRIENTES X MICRONUTRIENTES - Macronutrientes são aqueles que liberam/fornecem energia ao organismo. São proteínas, carboidratos e lipídios. - Micronutrientes não fornecem energia ao organismo; logo, sozinhos, não engordam. São vitaminas e minerais, Em geral, encontrados em legumes e verduras de folha. RECOMENDAÇÃO DE MICRONUTRIENTES PARA GESTANTES - Para essa parcela da população são recomendadas 6 refeições diárias. OBS.: É pensado um número X de calorias diárias e essas são divididas em 6 refeições. Portanto, há um fracionamento e, para as gestantes, esse fracionamento em 6. (Quantidade de refeições vs. volume de cada refeição). - 6 refeições: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. I) FOLATO ou ÁCIDO FÓLICO - Recomendações: ▪ Pré-gestação - 400 μg (objetivo de evitar malformação → espinha bífida). ▪ Durante a gestação - 400 μg (objetivo de evitar anemia megaloblástica). OBS.: Suplementação necessária até 12ª semana. - Fontes: feijão, brócolis, vegetais verdes e alimentos enriquecidos. - No Brasil, as farinhas de trigo e de milho são suplementadas com ferro e folato a fim de suprir as carências nutricionais da população. Ana Laura Octávio - TXXII II) VITAMINA B12 - Geralmente, mulheres vegetarianas e populações de baixa renda onde o consumo de alimentos fontes de origem animal é baixo apresentam inadequação no nível dessa vitamina. - Ausência ocasiona distúrbios neurológicos. - Fontes: alimentos de origem animal, vísceras, carnes vermelhas, frutos do mar e ovos. III) VITAMINA A - Recomendações: 770 μg (muito semelhante às recomendações da mulher não grávida). - A carência de vitamina A é um problema endêmico no Brasil. - Presente em alimentos alaranjados (ex. mamão e cenoura). OBS.: Vitamina A em grandes doses pode ser teratogênica. IV) FERRO - Há aumento na demanda de ferro no terceiro trimestre de gestação, pois há aumento de glóbulos vermelhos. Nessa fase, o feto adquire a maior parte de suas reservas de ferro. - Durante a gestação, a medula óssea pode utilizar um extra de 500 mg de ferro elementar (o feto a termo e a placenta acumulam de 250 a 300 mg de ferro elementar). - No total a mulher deve receber de 700 a 800 mg de ferro extra, a maioria na última metade da gravidez. OBS.: A anemia materna é definida por um nível de hemoglobina inferior a 11g/dL. A mulher anêmica é menos capaz de tolerar a hemorragia no parto e mais propensa a desenvolver infecção puerperal. - A OMS recomenda que todas as gestantes recebam suplementação no último trimestre da gravidez como medida profilática → 27 mg/dia (2º e 3º trimestres). Esse valor requer suplementação medicamentosa, pois a dieta habitual fornece de 6 a 7 mg/ferro/dia para cada 1000Kcal (seria necessário consumir 5000Kcal para atingir o valor recomendado). - Ferro animal: melhor fonte é a carne vermelha, em especial o fígado. - Ferro vegetal: leguminosas (feijão) e vegetais verdes escuro. OBS.: O ferro apresenta necessidade de meio ácido para ser absorvido pelo organismo (ex. feijoada e laranja). V) ZINCO - Deficiência de zinco está associada a malformações. OBS.: A ingestão de ferro X a absorção de zinco. - Fontes: peixes, aves, cereais integrais, fígado, nozes, ostras e leguminosas. Ana Laura Octávio - TXXII VI) CÁLCIO - Necessidades: ajustes no metabolismo do cálcio auxiliam na reabsorção óssea e na captação intestinal. - Feto: ▪ 30 g de cálcio. ▪ Final da gestação: 300 mg. ▪ Deficiência relacionada com prejuízos no crescimento e desenvolvimento fetal, contrações prematuras. - Consumo médio da mãe para atingir as recomendações: • 1 fatia média de queijo. • 2 copos de leite (+- 200 ml). • 150 g de iogurte. VII) ÁGUA - Necessidade aumentada em 20%, portanto 3L. - Relacionada com o intestino (necessidade de associação com fibras). ORIENTAÇÕES DIETÉTICAS PARA O PRÉ-NATAL - Aumentar: ✓ o fracionamento das refeições, reduzindo, assim o volume de cada refeição. ✓ o consumo de proteínas e de alimentos fontes de ferro heme + vit. C, bem como alimentos ricos em cálcio. ✓ a ingestão de fibras (grãos, cereais integrais). ✓ a ingestão de líquidos nos intervalos das refeições. - Evitar: ✓ frituras e alimentos gordurosos, bem como doces, balas, refrigerantes. ✓ uso abusivo de óleo e azeite; preferir vinagre, limas, ervas, cheiro-verde. ✓ o uso de café, chá. ✓ o uso indiscriminado de sal e açúcar, bem como sal e açúcar de adição. ✓ o uso de edulcorantes. ✓ se deitar após as refeições. - Praticar o aleitamento materno no pós-parto. - Esclarecer quanto a necessidade de ganhode peso adequado. - Esclarecer tabus e mitos. - Estimular o consumo de vegetais e frutas cruas. - Substituir corretamente alimentos energéticos. - Preferir ensopados, assados, cozidos e grelhados.
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