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APOSTILA_02_ECONOMIA

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Sistemas Econômicos e o Mercado Sob a Ótica do Consumidor - a Demanda
Economia
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Sistemas Econômicos e o 
Mercado Sob a Ótica do 
Consumidor - a Demanda
Unidade 2
Wiliam Rangel
Economia
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Sumário
Introdução ........................................................................................................ 38
Objetivos .......................................................................................................... 39
Estrutura da Unidade ...................................................................................... 39
Unidade 2: Sistemas Econômicos e o Mercado Sob a Ótica do Consumidor - a Demanda
Tópico 1: Necessidades Humanas e Tipos de Bens ........................................ 40
 1.1 Os Agentes Econômicos ........................................................... 40 
 1.2 As Necessidades Humanas ........................................................ 41
 1.3 Tipologia e Classificação dos Bens e Serviços .......................... 43
Tópico 2: Sistemas Econômicos ...................................................................... 44
Tópico 3: Mercados e Concorrência ................................................................ 47
Tópico 4: Mercado Competitivo ....................................................................... 48
Tópico 5: Demanda de Mercado ....................................................................... 49
 5.1 Lei Geral da Demanda .............................................................. 51 
 5.2 Outras Variáveis que Afetam a Demanda de um Bem................ 54
 5.3 Efeito Substituição e Efeito Renda ............................................. 56
 5.4 Choques de Expansão ou Contração da Demanda .................. 57
Resumo ............................................................................................................ 59
Leitura Complementar .................................................................................... 60
Referências Bibliográficas ............................................................................. 61
Sistemas Econômicos e o Mercado Sob a Ótica do Consumidor - a Demanda
Sistemas Econômicos e o Mercado Sob a Ótica do Consumidor - a Demanda
Economia
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 Olá, seja bem-vindo(a) à Segunda Unidade de Aprendizagem de Economia! Nesta 
unidade, você vai conhecer a classificação dos agentes econômicos que interagem entre 
si numa economia, percebendo que esses agentes atuam visando à satisfação de suas 
necessidades pessoais. Verá que os bens que você deseja podem ser adequadamente 
agrupados para facilitar o seu estudo, sem ignorar a importância que tem o sistema 
econômico que está vigente em nosso país e de como ele organiza o processo produtivo 
para administrar a escassez. Assim são criadas as condições para que você participe 
ativamente do mercado, demandando os bens e serviços de acordo com as suas exigências 
e restrições. Você vai perceber que o ambiente externo exerce papel fundamental sobre as 
suas expectativas e, junto com as interações com o mercado, você começará a conhecer 
os comportamentos dos agentes, identificando-os com casos reais da Economia.
Bons estudos! 
Economia
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Estrutura da Unidade
Objetivo
s
Sistemas Econômicos e o Mercado Sob a Ótica do Consumidor - a Demanda
 Ao final desta unidade, esperamos que você 
seja capaz de:
1. Identificar corretamente o seu papel na 
sociedade, enquanto agente econômico, 
e também a tipologia das necessidades 
humanas;
2. Reconhecer os tipos de bens e serviços 
existentes e suas classificações;
3. Conhecer o conceito de sistema 
econômico, seus três tipos principais, e as 
suas características básicas;
4. Conhecer o mercado pelo enfoque 
do consumidor, identificando a demanda 
por bens e serviços e as variáveis que a 
afetam a demanda, incluindo os choques 
de expansão e contração. 
 Para melhor compreensão das questões que 
envolvem este tema, esta unidade está dividida 
nos seguintes tópicos:
1. Necessidades Humanas e Tipos de bens 
2. Sistemas econômicos
3. Mercados e concorrência
4. Mercado competitivo
5. Demanda de mercado
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1. Necessidades Humanas e Tipos de Bens
 Vimos, na unidade anterior, que existe um fluxo monetário e um fluxo de bens e 
serviços e de fatores da produção, que fazem com que a economia de um país funcione. 
Essa atividade econômica se concentra na produção de uma enorme quantidade de bens 
e serviços, cujo destino final é a satisfação das necessidades humanas. Vimos, também, 
que nesse fluxo circular da renda há três intervenientes, a que chamamos de agentes 
econômicos:
1.1 Os agentes econômicos
 Cumprem uma dupla função, pois são as donas 
dos fatores de produção, principalmente o capital e o 
trabalho, e por outro lado demandam bens e serviços 
para a satisfação de suas necessidades. Supomos que 
você procura maximizar a satisfação (também chamada 
de utilidade5) que você vai obter dos bens que você 
compra, respeitando a sua disponibilidade de renda.
 Elas se destinam exclusivamente a produzir bens e 
serviços. Para esta produção, as empresas necessitam 
dos fatores de produção, que lhes são ofertados pelas 
famílias. As famílias, por sua vez, recebem a devida 
remuneração pelos fatores que cedeu às empresas. 
Os bens e serviços produzidos pelas empresas são 
ofertados às famílias em troca de um preço.
5Utilidade: grau de satisfação que os consumidores atribuem aos bens e serviços que podem adquirir no mercado. Ao 
comprar uma bicicleta, por exemplo, você espera que ela seja bonita, robusta, confortável, silenciosa, duradoura, que 
não apresente defeitos, e acima de tudo, barata! A este conjunto de atributos nós chamamos de função utilidade.
As famílias
As empresas
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 Atua no mercado como demandante de bens 
e serviços, e também como ofertante de serviços à 
sociedade, em áreas onde a iniciativa privada não vê 
incentivos para atuar. O governo tem o poder de arrecadar 
tributos das empresas e das famílias, e estabelece a 
política industrial do país e os marcos regulatórios6 
para os setores econômicos. É o responsável pela 
condução da política econômica, e também atua como 
empresário, especialmente no caso dos bens públicos 
e dos investimentos em infraestrutura. 
6Marco regulatório: o Estado regula o funcionamento da economia mediante um conjunto de leis, normas e regulamentos, 
como por exemplo, as que definem a propriedade privada, os contratos de sociedades, os contratos de serviços com 
preços administrados pelo governo, o uso do solo urbano e industrial, a legislação trabalhista, dentre outros. Através 
das agências de regulação, como a ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil, ANATEL – Agência Nacional de 
Telecomunicações, ANS – Agência Nacional de Saúde Complementar, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica, 
e a ANP – Agência Nacional de Petróleo, o governo exerce algum controle sobre o mercado e as empresas, de forma a 
proteger o consumidor e regular a atividade econômica. Lembre-se do exemplo da BRF – Brasil Foods!
 Em todas as ações, os agentes econômicos buscam a maximização de seus benefícios, 
e por isto, tomam as suas decisões de forma racional, de forma que suas escolhas sejam 
consistentes com os custos e com os benefícios de cada escolha.
 Essas escolhas são motivadas pelas necessidades humanas, que são consideradas o 
ponto de partida e o principal motivador da atividade econômica. As necessidades derivam 
do desejo do homem e se manifestam de maneiras diferentes: às vezes para que sejam 
atendidas imediatamente e em outras vezes para que sejam atendidas gradativamente, 
sem pressa, aos poucos.
1.2 As Necessidades Humanas
 As necessidades humanas podem ser definidascomo exigências, carências ou falta 
de bens e serviços – sejam eles públicos ou privados – necessários para satisfazerem as 
necessidades de um único indivíduo, como você, ou as necessidades de um grupo, ou da 
sociedade como um todo. Podemos classificar as necessidades humanas em:
Governo ou setor público
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Moradia
Saneamento
Educação
Higiene
Transporte
Vestuário
Lazer
Etc.
Primárias básicas 
ou biológicas 
Alimentação
Automóveis
Telefone 
celular
Produtos de 
informática
Etc.
Secundárias
Justiça 
Fiscalização 
Manutenção da 
ordem pública
Terciárias, coletivas 
ou sociais
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 1.3 Tipologia e Classificação dos Bens e Serviços
 Os produtos que satisfazem as necessidades humanas são divididos em bens 
e serviços, e você os adquire segundo seus gostos e preferências, respeitando a sua 
disponibilidade de recursos. Um bem é tudo o que possui utilidade e pode satisfazer as 
necessidades humanas. É encontrado com escassez e requer o trabalho humano na sua 
produção ou elaboração. Ex.: alimentos, roupas, medicamentos, etc. 
 Os serviços são as atividades destinadas direta ou indiretamente à satisfação 
das necessidades humanas, ligadas ao terceiro setor da economia7. De uma maneira 
generalizada, os bens podem ser classificados nos seguintes tipos:
Tipos Características
Bens econômicos
Bens materiais
Bens não materiais
Bens primários
Bens intermediários
Bens finais
Bens de capital
Bens de consumo
duráveis
Bens de consumo 
não duráveis
Bens públicos
São os bens escassos ou muito escassos, que demandam esforço 
humano para sua produção e possuem um preço de mercado. É a 
definição básica de um bem comercializável;
São os bens que possuem forma física, podem ser tocados, são 
tangíveis, e podem ser estocados para consumo posterior. Exemplo: 
automóvel, tablet, computador, móveis, etc.;
São os bens intangíveis, imateriais, que não podem ser estocados ou 
medidos. Exemplo: serviço, marcas e patentes, etc.
São os bens que utilizamos como matéria prima ou fonte de energia 
para produção de outros bens, em seu estado puro, sem terem sido 
beneficiados, ex.: minério de ferro, petróleo, etc.
São os bens que são consumidos no processo produtivo, mas que 
ainda precisam de transformação para atingir a sua forma definitiva, ou 
para serem utilizados na fabricação de outros bens. Exemplo: chapas 
de aço, componentes.
Bens que são vendidos para o consumo ou para utilização final.
São os bens empregados no preparo ou na produção de outros bens, 
como máquinas e equipamentos pesados, ou instalações. Exemplo: 
tratores, máquinas utilizadas na fabricação de automóveis, guindastes, 
etc.
São bens que se destinam ao atendimento imediato das necessidades 
humanas, e não se esgotam no primeiro uso por possuírem longa 
durabilidade. Exemplo: fogão, automóvel, TV de plasma, etc.
São bens que possuem pouca durabilidade, ou que se esgotam logo 
no primeiro uso, e por isto, são rapidamente consumidos. Exemplo: 
medicamentos, alimentos, bebidas, produtos de higiene e limpeza, etc.
São os bens gerais supridos pelo setor público. Exemplo: justiça, 
educação, segurança, transportes, etc. 
7Setores da Economia: o setor primário trabalha com os recursos da natureza, como a agricultura, pesca, mineração, 
e a pecuária. O setor secundário é o que transforma as matérias primas em produtos industrializados, como roupas, 
máquinas, automóveis, alimentos industrializados, etc. O setor terciário está relacionado aos serviços, como o comércio, 
a educação, seguros, transportes, turismo, telecomunicações, etc.
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2. Sistemas Econômicos
 Por ser um agente econômico, você está cercado por um sistema econômico muito 
bem estruturado que facilita a convivência na sociedade. Um sistema econômico é a 
estrutura econômica, política e social adotada por uma sociedade, ou por sua maioria, 
que define como se organiza a produção, distribuição e consumo dos bens e serviços que 
seus membros utilizam. 
 Num sistema econômico define-se o tipo de propriedade (pública ou privada), os 
níveis de consumo, de desenvolvimento econômico e tecnológico e o tipo de gestão 
da economia. Resumidamente, é a maneira adotada por uma nação para resolver seus 
problemas econômicos fundamentais. São elementos de um sistema econômico:
• O estoque de recursos produtivos, ou fatores de produção, como a terra, o capital, 
o trabalho, a tecnologia e a capacidade empresarial, itens já vistos na Unidade 1.
• As empresas, que são as unidades de produção de bens e serviços, que geram 
emprego, renda, e geram a arrecadação de tributos para o governo.
• As Instituições jurídicas, políticas, sociais e econômicas que formam a base dos 
direitos e deveres dos participantes de um sistema econômico.
1- Fatores de produção 
(capital, terra, recursos 
naturais e tecnologia).
2- Complexo de unidades 
de produção (empresas).
3- Instituições políticas, 
jurídicas, econômicas e 
sociais.
Elementos básicos
Sistemas 
Econômicos 
Sistema capitalista (ou 
econômica de mercado)
• Regido pelas forças de 
mercado;
• Livre iniciativa;
• Propriedade privada dos 
fatores de produção.
Sistema socialista (ou 
economia centralizada 
ou economia planificada)
• Órgão central de planeja-
mento;
• Propriedade pública dos 
fatores de produção.
Sistema capitalista (ou 
econômica de mercado)
• O Estado exerce alguma 
interferência nos mercados 
através dos preços, contra-
tos, valor do salário míni-
mo, das estatais.
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Para fins de nosso estudo, veremos mais sobre estes três tipos de sistemas econômicos:
Sistema capitalista
 Você é brasileiro, e vive num país que adotou o sistema capitalista, que também é 
chamado de economia de mercado. É um sistema onde as forças do mercado atuam com 
pouca intervenção governamental. Nele, os fatores de produção pertencem à iniciativa 
privada, que administra e controla o funcionamento da economia, da produção de bens e 
serviços; determina os métodos de emprego dos fatores de produção; controla os custos 
da produção e organiza a distribuição dos bens produzidos. O governo deve apenas 
promover os itens básicos à sociedade, como saúde, educação, transporte, segurança e 
saneamento. 
 A economia de mercado é um dos pilares do liberalismo econômico, fundamentado 
nas ideias de Adam Smith, com as seguintes características: respeito à propriedade 
privada; livre concorrência; livre mercado; livre iniciativa dos empresários para abrir e 
fechar empresas; produção e consumo determinados pela lei da oferta e da demanda; 
baixo grau de intervenção governamental, que atua apenas através de estatais em setores 
considerados estratégicos ou essenciais; comércio exterior com poucos obstáculos ao 
comércio internacional8. Os Estados Unidos são o melhor exemplo deste tipo de sistema.
Sistema socialista
 Também conhecido como economia centralizada ou planificada, o sistema defende 
a organização de uma sociedade igualitária e livre das relações de exploração entre as 
classes sociais. Nele, há total intervenção do Estado na economia, como a definição do 
valor dos salários ou os preços dos bens e serviços. Um órgão central é quem determina 
como serão resolvidos os problemas econômicos, quais serão os métodos de emprego 
dos fatores de produção, os custos da produção, os preços dos produtos, a distribuição 
e o consumo. Não existe a propriedade privada ou particular dos fatores de produção, e 
toda a renda da produção é socializada entre os trabalhadores. Atualmente, Cuba, China, 
Vietnã e a Coréia do Norte são os países que ainda adotam este sistema, que na visão de 
muitos economistas está completamente ultrapassado9.8Este tema será aprofundado na disciplina de Relações Internacionais. Ele se refere às medidas protecionistas em 
relação ao comércio internacional, tais como as barreiras tarifárias, os subsídios governamentais, as quotas de 
importação de bens, e as salvaguardas.
9Para saber mais, leia o artigo do economista Rodrigo Constantino, comentando as transformações que estão em curso 
na China, país notoriamente comunista em seu aspecto político, mas capitalista na gestão da economia. Desde 2012 a 
China desbancou o Japão, e já é dona do 2º maior PIB do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. 
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Sistema de economia mista
 Com a crise de 192910 e a grande depressão dos anos 30, ficou evidente que o 
sistema capitalista baseado no livre mercado não era capaz de, por si só, garantir o 
pleno emprego dos fatores de produção. Vieram outras crises no sistema capitalista, 
oriundas, por exemplo, do aumento da especulação financeira, da abertura ao comércio 
internacional, das forças dos sindicatos, e desde então, passaram a predominar as ideias 
de economia mista. 
 Neste sistema, o livre mercado e as demais premissas liberais continuam 
predominando, mas os agentes econômicos concordam em que deve existir certo grau 
de intervenção do Estado na economia. O Estado aparece para resolver as chamadas 
falhas de mercado e promover o emprego e a renda, através da injeção de dinheiro 
público na economia e também pelo aumento da participação de empresas estatais no 
desenvolvimento e na infraestrutura do país, complementando a atuação das empresas 
privadas em investimentos que demandam elevado montante de recursos e longo prazo 
de maturação dos projetos. O Estado atua sobre a formação de preços, através de 
impostos e subsídios, aplica tabelamentos e interfere nos contratos, fixa o valor do salário 
mínimo, compra bens e serviços em larga escala, dado que o governo é o maior agente 
do sistema. 
10Crise de 1929: se refere à quebra da Bolsa de Nova Iorque, que mergulhou o mundo numa grande recessão, tal e qual 
a crise de 2008, iniciada nos Estados Unidos. Veja artigo em Leituras complementares.
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3. Mercados e Concorrência
 Os termos oferta e demanda se referem ao comportamento das pessoas quando 
interagem nos mercados. Um mercado é um grupo de compradores e vendedores de um 
dado bem ou serviço. Por um lado, os compradores, em conjunto, determinam a demanda 
pelo produto, e desejam maximizar a função utilidade. De outro lado, os vendedores, em 
conjunto, determinam a oferta dos bens e serviços, e desejam maximizar o lucro. 
 Como vimos no fluxo circular da renda, você exerce um papel muito importante na 
economia, ora como consumidor, ora como fornecedor. Do embate entre estes agentes 
antagônicos e seus interesses também opostos, vai resultar o equilíbrio dos mercados, 
tema que trataremos na Unidade 3.
Veja um exemplo de oferta e demanda na figura abaixo.
OFERTA DEMANDA
EQUILÍBRIO DE
MERCADO
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4. Mercado Competitivo
 Um mercado competitivo é um mercado em que há um número elevado de compradores 
e também um número elevado de vendedores, de modo que cada um deles exerce um 
impacto insignificante sobre os preços de mercado11. Cada vendedor de determinado bem 
tem um controle limitado sobre o preço pelo qual outros vendedores oferecem um produto 
similar. Assim, um vendedor não tem muitos motivos para cobrar mais ou menos do que o 
preço de um concorrente, cobrando menos deixará de ganhar e cobrando mais, perderá 
clientes. Da mesma maneira, um único comprador de determinado produto não tem como 
influenciar o preço do produto, pois compra apenas uma pequena fração do total que é 
comercializado. 
 Mas este seria o melhor dos mundos, porque algumas vezes são detectadas as 
chamadas falhas de mercado, e este ideal de igualdade de condições e de mercado justo 
para todos pode não acontecer. São os casos de identificação de monopólios, oligopólios, 
cartéis, dentre outras falhas que prejudicam ao consumidor12. 
11Vamos a um exemplo: pense no mercado de queijo muçarela! Se um produtor deste tipo de queijo fechar a empresa, 
os demais fornecedores vão cobrir a produção, e não vai faltar muçarela no mercado. Este produtor, sozinho, é incapaz 
de influenciar na formação de preços para este produto. Com os consumidores o raciocínio é o mesmo: mesmo que uma 
grande pizzaria decida nunca mais vender pizza de muçarela, o mercado não entrará em colapso, pois este consumidor, 
sozinho, não tem poder para alterar os preços do queijo. O mesmo se aplica para a entrada de mais um fornecedor ou 
de mais um consumidor no mercado. 
12Falhas em mercados competitivos: este tema será contemplado na Unidade 4 de nosso curso.
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5. Demanda de Mercado
 Todos os dias, logo após acordar, você, como agente econômico por excelência, 
começa a demandar produtos e serviços: bebe um copo de água, toma banho, troca 
de roupa, toma o café da manhã, e sai de casa para se dirigir ao local de sua primeira 
atividade. Água disponível nas torneiras, sabonete, shampoo, toalha, roupas lavadas e 
passadas, pão, café, leite, manteiga, bolo, frutas, serviço de transporte. 
 Você nem se dá conta disto, mas o fato é que você demandou produtos e serviços da 
sociedade!
 A demanda por um bem ou por um serviço, também chamada de procura, pode 
ser definida como a quantidade de certo bem ou serviço que os consumidores desejam 
adquirir em determinado momento. Ela trata do comportamento dos consumidores.
Importante
 A demanda depende de variáveis que influenciam a 
escolha do consumidor, como o preço do produto, o preço dos 
outros produtos, a renda do consumidor, os preços dos bens 
relacionados (substitutos ou complementares), as expectativas, 
e a preferência individual. As propagandas e campanhas 
de marketing procuram incentivar e aumentar a procura dos 
bens e serviços influenciando as preferências e hábitos dos 
consumidores. 
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 De modo simples, você pode pensar assim:
 Você trabalha, e ao final do mês recebe o seu salário. Este 
montante de dinheiro você usa para adquirir bens e serviços, 
de acordo com a sua disponibilidade de dinheiro, seus gostos, 
suas preferências, suas necessidades. 
 É, portanto, a esta necessidade, a esta vontade, esta intenção, este desejo de 
adquirir bens e serviços que nós chamamos de demanda. Posteriormente você vai 
ao mercado e demanda, de fatos, estes bens e serviços: você vai ao mercado e 
gasta o seu dinheiro, demandando os bens de sua escolha.
 Para saber como cada uma das variáveis econômicas afeta separadamente as 
decisões dos consumidores, é utilizado o artifício da hipótese coeteris paribus, que quer 
dizer “tudo o mais constante”. Por exemplo, quando estamos estudando o comportamento 
do consumidor em relação aos preços, assumimos que todas as outras variáveis não 
se alteraram: a renda do consumidor é a mesma, não há sazonalidades13 a serem 
consideradas, não houve mudança na taxa básica de juros, etc.
13Sazonalidade: está presente, por exemplo, nas vendas de roupas de praia, que atinge picos no verão, ou na venda de 
agasalhos e acessórios para o frio, que atinge os picos nos meses de inverno.
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5.1 Lei geral da demanda
 Para entender sobre a Lei geral da demanda, veja o exemplo prático abaixo.
Imagine que um Kg de filé mignon custe 30 Reais.
 Trata-se de uma carne nobre, e a este preço 
você estaria disposto a comprar dois Kg por mês 
para seu consumo. Se este preçosubisse para 35 
Reais, certamente que você reduziria a quantidade, 
devido à sua restrição orçamentária, coeteris 
paribus.
 Mas se o preço cair para 25 Reais, você 
aumentaria o consumo para três Kg no mês. 
 Melhor ainda, seria se o preço fosse reduzido para 20 
Reais, e você aumentaria o seu consumo para cinco Kg no 
mês, aproveitando o preço baixo.
 Mas se o preço cair para 25 Reais, você 
aumentaria o consumo para três Kg no mês. 
 Trata-se de uma carne nobre, e a este preço 
você estaria disposto a comprar dois Kg por mês 
para seu consumo. Se este preço subisse para 35 
Reais, certamente que você reduziria a quantidade, 
devido à sua restrição orçamentária, coeteris 
paribus.
Imagine que um Kg de filé mignon custe 30 Reais.
 Melhor ainda, seria se o preço fosse reduzido para 20 
Reais, e você aumentaria o seu consumo para cinco Kg no 
mês, aproveitando o preço baixo.
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 Neste exemplo, você percebeu que há uma relação inversa entre a quantidade 
demandada e o preço do bem, coeteris paribus, ou seja, se o preço do bem aumenta, 
a quantidade demandada diminui, mas se o preço diminui, a quantidade demandada 
aumenta. A relação inversa entre preço e quantidade demandada faz parte da chamada 
lei geral da demanda. O processo é bem simples e pode ser entendido com a ajuda desta 
tabela e deste gráfico:
Preço ($)
2,00
4,00
7,00
9,00
11,00
Quantidade demanda
12.000
10.000
7.000
5.000
3.000
Escala de demanda
Curva de demanda
D
Q
P
3.000 12.000
11,00
2,00
 No gráfico da demanda, os vários preços (P) estão indicados no eixo vertical, e as 
quantidades demandadas (Q) aparecem no eixo horizontal. A função demanda expressa 
matematicamente a relação entre a quantidade demandada e o preço do produto:
Qd = ƒ(P), onde é a Qd é a quantidade demandada e P é o preço do produto.
 Observe que na tabela estão indicados os possíveis preços de um bem qualquer, 
variando entre $2,00 e $11,00. Para cada nível de preço, há uma quantidade de produtos 
que será demandada pela sociedade. Observando apenas os extremos, veja que, para 
o menor preço ($2,00) a quantidade será de 12 mil unidades. Mas se o preço subir para 
$11,00, a quantidade demandada cairá para apenas três mil unidades. 
 Este conjunto de pontos, constituídos por pares ordenados (preço, quantidade) são 
plotados no gráfico da curva de demanda, e foi gerada uma curva de demanda, que revela 
a reação dos consumidores quanto às variações no preço do produto, bem como as suas 
preferências, considerando que eles estejam maximizando a satisfação pelo consumo do 
produto14.
14No Brasil, há pouquíssimos automóveis elétricos rodando... Tudo é uma questão de preços, hoje muito elevados, não 
só por ser uma tecnologia em desenvolvimento, mas também pela elevada carga tributária. Lembre-se: preço muito 
elevado implica em baixas quantidades demandadas. À medida que o preço for reduzido, as quantidades demandadas 
serão maiores. Assista ao vídeo do programa Cidades e Soluções da Globo News, disponível em (ver no item leituras 
complementares).
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Importante
 ATENÇÃO: quando o preço é de $ 2,00 a quantidade 
demandada é de 12.000 unidades. Quando o preço é de $11,00 
a quantidade demandada é de apenas 3.000 unidades. Portanto, 
quantidade demandada é um valor específico da quantidade 
de bens para um determinado nível de preços. Em outras 
palavras, quantidade demandada é um ponto qualquer da curva 
de demanda, dado o nível de preço. E a curva de demanda 
é o conjunto de todos os pontos de pares ordenados (preço, 
quantidade) que formam a função demanda. 
 Assim, você percebe que a curva da demanda é negativamente inclinada, pois 
se inclina de cima para baixo, partindo da esquerda para a direita, demonstrando o 
comportamento inversamente proporcional entre as duas variáveis, preço e quantidade, 
coeteris paribus. Precisamos ver, agora, outra classificação de bens, que nos ajuda a 
compreender melhor a natureza destes bens e o comportamento dos consumidores frente 
às oscilações dos preços dos bens, ou variações em sua renda.
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5.2 Outras variáveis que afetam a demanda de um bem
 Como mencionado no item anterior, a demanda por um produto também será afetada 
por outras variáveis, como a renda dos consumidores, pelo preço dos bens substitutos (ou 
concorrentes), pelo preço dos bens complementares e pelas preferências ou hábitos dos 
consumidores. Esta outra classificação de tipos de bens que apresentamos a seguir está 
diretamente relacionada com as variações da quantidade de bens e serviços, demandada 
pelos consumidores.
 Veja agora os tipos de bens:
 Tipo de bens em que a quantidade demandada varia 
diretamente com as variações na renda do consumidor, coeteris 
paribus. Assim, se a renda aumenta, a quantidade demandada 
aumenta. Se a renda diminui, a quantidade demandada diminui.
Exemplo: ingressos para o teatro. Se sua renda aumenta, você 
irá mais vezes ao teatro, coeteris paribus.BEM NORMAL
01
 Tipo de bem em que a quantidade demandada varia no 
sentido inverso às variações da renda.
Exemplo: se a sua renda aumenta, certamente que você 
diminuirá o consumo de carne de segunda (pá, lombinho, carne 
moída) e aumentará o consumo de carne de primeira (contrafilé, 
alcatra, mignon). Neste caso, sua renda aumentou, e o consumo 
de carne de segunda diminuiu: logo, neste contexto, a carne de 
segunda é um bem inferior.BEM INFERIOR
02
 Tipo de bens que apresentam variação na quantidade 
demandada maior do que a variação na renda do consumidor. 
São também chamados de bens supérfluos. Este item será 
aprofundado na Unidade 3. 
BEM SUPERIOR 
OU DE LUXO
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 Tipo de bem em que a demanda do bem não é afetada pela 
renda dos consumidores, pois existe uma quantidade máxima 
que o consumidor demandará, mesmo que a renda continue 
aumentando. 
Exemplo: arroz, farinha, sal, insulina, etc.BEM DE CONSUMO 
SACIADO
04
 A demanda de um bem é influenciada pelo preço de 
outro bem.
Exemplo: Um exemplo típico é a variação no consumo de 
manteiga proporcionada por variações no preço da margarina: 
se o preço da margarina sobe muito, os consumidores passam 
a consumir a manteiga. BENS SUBSTITUTOS 
OU CONCORRENTES
05
 São os bens cujo consumo é feito em conjunto, 
simultaneamente. Uma variação de preços em um dos bens vai 
afetar a demanda do outro bem.
Exemplo: Pense nos fabricantes de automóveis e nos fabricantes 
de pneus. Se o governo aumenta a alíquota do IPI – Imposto sobre 
Produtos Industrializados para os automóveis, o preço dos carros 
vai subir, e como você já sabe, se o preço aumenta, a quantidade 
demandada vai diminuir. Se menos automóveis serão vendidos, 
menor também será a quantidade de pneus produzidos. Isto 
porque carros e pneus são bens complementares.
BENS
COMPLEMENTARES
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5.3 Efeito Substituição e Efeito Renda
 Nós vimos nesta Unidade que, quando o preço de um bem aumenta, coeteris paribus, 
o consumidor diminui o consumo deste bem. Mas nem sempre o consumidor fica privado 
do consumo de um bem, pois pode passar a adquirir o bem substituto. Se o preço da 
manteiga sobe, o consumidor pode reduzir o consumo de manteiga, e passar a consumir 
mais margarina. O mesmo se dá entre o café e o chá, entre o óleo de soja e o azeite, 
entre o açúcar e o adoçante. A este processo chamamos de efeito substituição. O efeito 
substituição explica a relação negativa entre preço de um bem e a quantidade demandada 
deste bem, tal como vimos na curva de demanda. 
 Outro processo que explica a relação inversa entre preçoe quantidade demandada 
é o chamado efeito renda. Se o preço de um bem aumenta, porém, coeteris paribus, as 
demais variáveis permanecem iguais, como a renda do consumidor e o preço de outros 
bens, o consumidor perde poder de compra e a demanda por esse produto diminui. 
 Vamos ver um exemplo prático?
 Pense comigo!
Se o seu salário é
de Um Mil Reais, e 
um Kg de carne custa
20 Reais, se você quises-
se usar todo o seu salário 
para comprar carne, você 
poderia comprar (R$ 
1.000/R$ 20) = 50 Kg
de carne. 
Assim, o efeito
renda explica que se
o preço de um bem
sobe, a quantidade de-
mandada deste bem vai 
cair, porque o seu poder 
aquisitivo diminui (neste 
exemplo, caiu de 50
para 40 Kg
de carne). 
Mas se o preço subir 
para R$ 25, a sua 
quantidade demandada 
de carne cairá para (R$ 
1.000/R$ 25) = 40 Kg.
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5.4 Choques de Expansão ou Contração da Demanda
 Até agora, vimos que alterações nos preços fazem com que haja um deslocamento da 
quantidade demandada ao longo da curva da demanda. Porém, é muito importante que 
você tenha em mente que a demanda é uma variável dinâmica, que pode constantemente 
estar mudando, em função de alterações nos fatores que a afetam, sejam para que esta 
demanda aumente (choque de expansão), ou para que ela diminua (choque de contração).
Aumento da demanda 
(choque de expansão)
Diminuição da demanda
 (choque de contratação)
 Entenda melhor sobre este assunto no exemplo abaixo:
 Veja este exemplo de choque de expansão: imagine que estamos no inverno, época 
do ano em que o consumo de sorvetes cai bastante. Para este produto e para época do 
ano, você, como sabe que os sorvetes podem ser vendidos a $2 e que a este preço, a 
sorveteria vende cerca de três mil sorvetes por mês. Isto está representado na linha azul 
do gráfico. 
D0
Q
P
3.000 4.000
2,00
D1
1o 2o
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 Chamemos a esta demanda conhecida de D0. Porém, vamos considerar que, por 
um efeito climático, este período de inverno se mostra atípico, com um mês inteiro de 
temperaturas elevadas e sem chuvas. O que você imagina que deve acontecer? Claro! O 
consumo de sorvetes vai subir: mais e mais pessoas vão sentir a necessidade de tomar 
sorvete. Dizemos que está havendo um choque de expansão da demanda, e agora, a 
curva da demanda se deslocou para a direita, de D0 para D1. Os empresários percebem 
este movimento, e sabem que a demanda agora será de 4.000 unidades de sorvetes, em 
vez das 3.000 unidades anteriormente esperadas. Como você acha que este empresário 
vai reagir?
 Vejamos agora uma situação oposta, de contração da demanda. Imagine que o 
empresário está vendendo sorvetes em pleno verão, e espera vender 5.000 unidades ao 
preço de $ 3,50. Esta é a demanda D0, linha vermelha no gráfico.
D0
Q
P
4.000 5.000
3,50
D1
1o2o
 Mas acontece um imprevisto: fortes chuvas durante todo o mês fizeram cair a 
temperatura, e provocaram deslizamentos de barreiras. Muitos turistas que estariam 
visitando a cidade naquele mês cancelam as viagens. Você percebeu que há um 
nítido choque de manda, só que de contração da demanda¿ Você tem razão: menos 
consumidores estarão dispostos a comprar sorvetes, e em vez de vender cinco mil 
sorvetes, o empresário só vai vender 4.000 unidades.
 Finalizando, choques de expansão e contração de demanda acontecem em vários 
mercados, a todo tempo, e por motivos diversos: choques climáticos, variações na renda 
dos trabalhadores, exportação de bens, importação de bens, mudanças nos gostos e 
preferências dos consumidores, resultados de pesquisas científicas, dentre outros. 
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 Nesta Unidade vimos que o estudo da Microeconomia nos dá a possibilidade de 
identificar as forças presentes no mercado, e como estas forças vão afetar o comportamento 
dos três agentes econômicos principais, que são os consumidores, as empresas e o 
governo, que interagem constantemente nos mercados.
 Aprendemos que o ser humano tem diferentes necessidades que precisam ser 
saciadas, e que a sociedade se organiza em três sistemas econômicos distintos, que 
podem ser: capitalista, socialista ou de economia mista, que é o mais usual, e na visão 
dos consumidores, o ambiente econômico ideal é aquele em que vigora o mercado 
perfeitamente competitivo, com muitos fornecedores e muitos consumidores.
 Vimos que a lei geral da demanda estabelece uma relação inversa entre o preço 
dos bens e as respectivas quantidades demandadas para cada nível de preço. Estas 
quantidades variam em função dos fatores que alteram a demanda, como a renda, os 
preços dos produtos substitutos ou complementares entre si, os efeitos climáticos, ou por 
alterações bruscas no ambiente econômico (choques) podem provocar tanto a expansão 
como a contração da demanda.
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 Com relação ao item “Sistemas Econômicos”– Socialismo, leia o artigo que aborda 
a inauguração de uma zona franca na China, junto com outra série de medidas que 
evidenciam a abertura total deste país à iniciativa privada, ou seja, rumo ao capitalismo 
de mercado.
CONSTANTINO, Rodrigo; China se rende cada vez maisao capitalismo.
<http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/socialismo/china-se-rende-cada-vez-
mais-ao-capitalismo/>. Acessado em: 04 jan. 2014, às 15:50.
 Ainda neste item, sobre o sistema de economia mista, sugerimos a leitura do seguinte 
texto:
PÁDUA, Luciano; 1929 e 2008 - especialistas analisam efeitos da crise econômica 
na sociedade”, editado pelo Jornal do Brasil. <http://www.jb.com.br/internacional/
noticias/2012/06/16/1929-e-2008-especialistas-analisam-efeitos-da-crise-economica-na-
sociedade/>. Acessado em 04-01-2014, às 16:00.
 Sobre o item 5.1: No Brasil, há pouquíssimos automóveis elétricos rodando. Tudo 
é uma questão de preços, hoje muito elevados, não só por ser uma tecnologia em 
desenvolvimento, mas também pela elevada carga tributária. Leia a matéria a seguir:
Altos impostos impedem aumento da demanda de carros elétricos no Brasil. 
<http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2013/04/altos-impostos-impedem-aumento-da-
demanda-de-carros-eletricos-no-brasil.html>. Acessado em 04-01-2014, às 16:20.
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Bibliografia básica:
MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. Tradução da 5ª Edição norte-americana. 
São Paulo: Cengage Learning, 2009.
PINHO, Diva Benevides e VASCONCELLOS. Marco A. S. de (org.) Manual de Economia. 
Equipe de professores da USP. 5ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2004.
VASCONCELLOS, Marco A. S. de e GARCIA, Manuel E. Fundamentos de Economia. 3ª 
Edição. São Paulo: Saraiva, 2008.
Bibliografia complementar:
PASSOS, Carlos Roberto Martins e NOGAMI, Otto. Princípios de Economia. 5ª Edição. 
São Paulo: Cengage Learning, 2008.
ROSSETI, José Paschoal. Introdução à Economia. 20ª Edição. São Paulo: Atlas, 2010.
VASCONCELLOS, Marco A. S. de. Economia: micro e macro. 4ª Edição. São Paulo: 
Atlas, 2009.

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