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1 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO EVERTON ZANAZZI MARIA CLARA UMBUZEIRO BARBOSA NATHÁLIA C. S. TAVARES RAFAEL DE OLIVEIRA BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO NA INDÚSTRIA DO PESCADO MATÃO 2021 1 EVERTON ZANAZZI MARIA CLARA UMBUZEIRO BARBOSA NATHÁLIA C. S. TAVARES RAFAEL DE OLIVEIRA BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO NA INDÚSTRIA DO PESCADO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia de Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – Câmpus Matão como pré- requisito para obtenção do grau de tecnólogo, sob orientação do Professora Carolina Pigatto Dinardi e co-orientação da Professora Márcia Rizzatto. MATÃO 2021 1 EVERTON ZANAZZI MARIA CLARA BARBOSA NATHÁLIA C. S. TAVARES RAFAEL DE OLIVEIRA BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO NA INDÚSTRIA DO PESCADO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia de Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – Câmpus Matão como pré- requisito para obtenção do grau de tecnólogo, sob orientação do Professora Carolina Pigatto Dinardi e co-orientação da Professora Márcia Rizzatto. Orientador(a): Profª. Carolina Pigatto Dinardi Data da defesa/entrega: / / MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA: Presidente e Orientador: Nome e título Membro Titular: Nome e título Membro Titular: Nome e título Universidade. Média Data: / / MATÃO 2021 4 A nossa família, pelo amor e dedicação a nós. Aos nossos colegar e professores que nos ajudaram nesta caminhada. 4 AGRADECIMENTOS "Agradeçomos todas as dificuldades que enfrentamos; não fosse por elas, nós não teriamos saído do lugar. As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas, nos auxiliam muito". Agradeçomos a Deus por todas as oportunidades que nos ofereceu, e aos obstáculos que enfrentamos e que conseguimos superar, agradeçemos a nossas famílias que em todos os momentos de nossas vidas estiveram presentes nos auxiliando e ajudando em tudo que precisamos. Agradeçomos aos nossos amigos e a todos que direta ou indiretamente nos ajudaram a concretizar os nossos sonhos e a poder terminar o nosso trabalho com dedicação e empenho. 4 EPÍGRAFE “Produzir qualidade é uma grande atividade que envolve sempre grande número de variáveis que por si só requer análise permanente do processo. Além disso, trata-se de uma ação essencialmente dinâmica, ou seja, há sempre elementos novos que surgem no ambiente interno (inovação tecnológica por exemplo) ou externo (mudança de hábito de consumo, por exemplo).” (Joseph M. Juran) 4 RESUMO Um dos objetivos da segurança alimentar é garantir uma alimentação saudável a partir do emprego de procedimentos de higiene no preparo dos alimentos, incluindo um conjunto de princípios e regras para uma correta manipulação, a fim de garantir a saúde do consumidor. Já a higiene alimentar evita a presença de materiais estranhos, microrganismos indesejáveis, contaminações químicas e infestações de insetos e pragas. Quando o alimento em questão é o pescado, devido a sua natureza extremamente perecível, são exigidos cuidados extras com relação a sua manipulação, tanto durante o processo e captura, quanto à estocagem nos barcos pesqueiros. Logo após a retirada do pescado da água, ocorrem diversos fenômenos naturais que levam a sua deterioração, essas alterações ocorrem independentemente da forma como o pescado é manuseado, mas a velocidade com que elas se instalam, podem ser reduzidas se forem adotadas práticas adequadas de manipulação do produto. Algumas práticas de manuseio recomendadas para aumentar a qualidade do pescado são: evisceração, lavagem, sanitização, resfriamento e acondicionamento sob frio. A higiene das embarcações pesqueiras é um ponto crítico de controle, pois desta depende a qualidade do produto final. O material empregado na construção dos barcos deve ser considerado, pois estruturas que dificultam a lavagem do convés são responsáveis por fontes constantes de contaminação do pescado recém capturado. Os métodos de captura no qual o pescado é submetido, é outro fator que influencia no quesito qualidade do produto. Se o pescado se debate tentando se libertar das redes de pesca, ou morrem em agonia nos barcos pesqueiros, vão se esgotando suas reservas de energia – glicogênio, ocasionando uma deterioração mais rápida e intensa, portanto quanto mais glicogênio armazenado, maior o tempo de vida útil do produto. As práticas sanitárias permeiam todos os fatores relativos à contaminação de alimentos marinhos, incluindo o meio em que esses organismos são capturados, a manipulação da matéria-prima fresca e o estado das instalações onde o pescado é processadoarmazenado. Higiene adequada por parte dos manipuladores tem importância fundamental, considerando que, segundo a Organização Mundial de Saúde, 70% das doenças veiculadas por alimentos, são causadas por manipulação inadequada dos mesmos 8 ABSTRACT One of the objectives of food security is to guarantee a healthy diet through the use of hygiene procedures in the preparation of food, including a set of principles and rules for correct handling, in order to guarantee the health of the consumer. Food hygiene, on the other hand, avoids the presence of foreign materials, undesirable microorganisms, chemical contamination and insect and pest infestations. When the food in question is fish, due to its extremely perishable nature, extra care is required in relation to its handling, both during the process and capture, as well as storage is fishing boats. Imediately after removing the fish from the water, several natural phenomena occur that lead to its deterioration, these changes occur regardless of the way the fish is handles, but the speed with wich they are installed can be reduced if appropriate handling practices are adopted of product. Some handling practices recommended to increase the quality of the fish are: evisceration, washing, sanitization, cooling and cold storage. The hygiene of fishing vessels is a critical control point, as the quality of the final product depends on it. The material used in the construction of the boats must be considered, as structures that make it difficult to wash the deck are responsible for constant sources of contamination of the fish just caught. The capture methods in which the fish is subjected is another factor that influences the quality of the product. If the fish are struggling trying to break free from fishing nets, or they die in agony in fishing boats, their energy reserves – glycogen are depleted, causing a faster and more intense deterioration, so the more glycogen stored, the longer the life useful product. Sanitary practices permeate all factors related to the contamination of marine foods, including the environment in which these organisms are caught, the handling of fresh raw materials and the condition of the facilities where fish are processed and stored. Adequate hygiene on the part of the handlers is of fundamental importance, considering that, according to the World Health Organization, 70% of the diseases transmitted by food are caused by inadequate handling of the same. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Armadilha para controle de vetores e pragas .................................................. .......24 Figura 2 – Armadilha para controle de insetos e moscas........................................................ 24 Figura 3 – Preparo do sanitizante .............................................................................................26 8 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ANVISA Agência Nacional Vigilância Sanitária APPCC Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle BPF Boas Práticas de Fabricação PC Ponto Crítico PCC Ponto Crítico de Controle PPHO Procedimento Padrão Higiene Operacional RDC Resolução da Diretoria Colegiada 10 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................13 2. OBJETIVO .................................................................................................................15 3. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................16 4. MANUSEIO DO PESCADO ....................................................................................17 5. SISTEMA APPCC/ HACCP ....................................................................................18 5.1. Implementação do Sistema HACCP/APPCC – Análise de Perigo e Pontos Críticos de Controle .............................................................................................18 5.2. Aplicação dos 12 Passos .......................................................................................19 5.3. Identificação dos PCC’s ......................................................................................19 5.4. Monitoramento dos PCC’s ..................................................................................20 6. ETAPAS INICIAIS DO CONTROLE DE PROCESSO DA CADEIA DE BOAS PRÁTICAS DO PESCADO .............................................................................................21 6.1. Tratamento ...........................................................................................................21 6.2. Recepção ...............................................................................................................21 6.3. Pesagem e primeira lavagem ..............................................................................21 6.4. Evisceração de limpeza do pescado ....................................................................21 6.5. Seguran lavagem e filetagem ..............................................................................22 6.6. Salga ......................................................................................................................22 6.7. Terceira lavagem e drenagem .............................................................................22 6.8. Defumação ............................................................................................................22 6.9. Embalagem ...........................................................................................................23 6.10. Armazenamento ...................................................................................................23 6.11. Rotulagem .............................................................................................................23 6.12. Exposição ..............................................................................................................23 7. ETAPAS DE HIGIENIZAÇÃO E HÁBITOS HIGIÊNICOS DOS COLABORADORES ........................................................................................................24 7.1. Higiene do local de Trabalho ..............................................................................24 7.2. Higiene dos Manipuladores ................................................................................24 8. CONTROLE DE TEMPERATURA ........................................................................26 9. PREVENÇÃO DE CONTAMINAÇÃO CRUZADA .............................................27 10. CONTROLE DE VETORES OU CONTROLE DE PRAGAS .........................28 10.1. Monitoramento de Pragas ....................................................................................28 10 10.2. Plano do site com área para Aplicação ................................................................28 10.3. Identificação das iscas, porta iscas e armadilhas luminosas .............................28 10.4. Responsabilidade do plano de Monitoramento ..................................................29 11. QUALIDADE DA ÁGUA .....................................................................................31 12. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................32 13. CONCLUSÃO .......................................................................................................33 14. REFERÊNCIAS ....................................................................................................34 13 1. INTRODUÇÃO Pescado é todo animal que vive normalmente em água doce ou salgada e que é utilizado para a alimentação, praticas de higiene/ sanitárias são de suma importância para evitar o contágio de doenças transmitidas por alimentos que foram contaminados. Tal contágio ocorre por fatores decorrentes de reaquecimentos e refrigeração inadequados e falta de conhecimento e/ou experiência dos manipuladores. Com o intuito de prevenção, é necessária a utilização das boas práticas de fabricação (BPF), que são um conjunto de princípios, regras e procedimentos que regem o correto manuseio dos alimentos, abrangendo desde a matéria-prima até o produto final. São normas de procedimentos para atingir um determinado padrão de identidade e qualidade de um produto e/ou serviço na área de alimentos, cuja eficácia e efetividade devem ser avaliadas por meio de inspeção e/ou investigação (SILVA JÚNIOR, 2007). As BPF devem ser seguidas rigorosamente para a obtenção de um produto de qualidade por essa razão devem ser aplicadas em toda cadeia produtiva do pescado. As instalações devem ser adequadas para a recepção do pescado, por essa razão, precisam ser higienizadas no começo e final dos processos que se sucederão com o pescado e suas estruturas devem ser laváveis para facilitar as limpezas que serão feitas com frequência. Os manipuladores precisam ter conhecimento de como manipular o pescado e a higienepessaol dentro das instalações deve ser seguida rigidamente, utilizar equipamento de pro-teção individual (EPI) e manter os equipamentos e utensílios limpos em cada parte do programa. A indústria de pescados foi uma das pioneiras na implantação de um dos mais eficientes programas de qualidade e alimentos: o APPCC (Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controle). Esse Programa tem como requisito a implementação de etapas fundamentais como as Boas Práticas de Fabricação (BPF) e o Procedimento Padrão de Higiene Operacional (PPHO). Por esse motivo, o pescado nacional vem atingindo grande ascensão na produção, tanto na extrativista quanto nos cultivos. A aplicação dessa conduta redeu as empresas do setor a aceitação nos mais exigentes mercados internacionais e refletiu como importante fator no saldo da balança comercial nacional. Cabe ao Poder Público a definição de regulamentos claros e adequados, bem como a verificação e fiscalização do seu cumprimento. Por outro lado, é obrigação das empresas fabricantes o cuidado rigoroso com a qualidade e com a segurança de seus processos e produtos. No Brasil, os regulamentos e a 14 fiscalização do seu cumprimento são elaborados e executados pelos órgãos de vigilância sanitária e serviços de inspeção de nível federal, estadual e municipal (REGO, 2005). O programa de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), conhecidointernacionalmente pela sigla em inglês HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points), vem em encontro com a necessidade de produzir alimentos mais seguros, já que é uma maneira sistematizada de estabelecer pontos de monitoramento em uma linha específica de produção, a fim de garantir a segurança do produto final. Usando um conceito que combina princípios de microbiologia de alimentos, de controle de qualidade e de avaliação dos riscos durante a obtenção de um alimento o mais seguro possível, desenvolveu-se o sistema HACCP (SANTOS, 2006). 15 2. OBJETIVO O presente trabalho tem o objetivo de aprofundar os estudos sobre a utilização das BPF, especificamente na indústria de pescados, a fim de levantar as particularidades de tal requisito neste setor que já se encontra com significativos avanços tecnológicos. 16 3. DESENVOLVIMENTO O artigo cientifico, “Fatores que afetam a qualidade do pescado na pesca artesanal de municípios da Costa Sul de São Paulo”, visa que não há denominação específica relacionada a Boas Práticas para barcos pesqueiros artesanais. Entretanto, parcialmente, o pescador artesanal manipula o pescado a bordo: realiza a lavagem, separação por espécie e tamanho, faz uso de gelo e utiliza equipamentos como caixas e pás para transferência do produto (MACHADO, FURLAN, NEIVA, CASARINI, ALEXANDRINO DE PÉREZ, LEMOS NETO e TOMITA, 2010). A Qualidade do pescado está relacionada com a contaminação por metais pesados, deterioração do pescado pela ação de microrganismos ou de enzimas endógenas, toxinas, aminas biogênicas e pela deterioração microbiológica, química, oxidativa e autolítica, possíveis alterações sensoriais e presença de parasitos (OLSON; 1987; GRAM et al., 1990; GERMANO et al., 1993; GRAM e HUSS, 1996; GERMANO e GERMANO, 1998; HUSS et al, 2004). O pescado é mais susceptível à decomposição por enzimas e bactérias devido à menor quantidade de tecido conjuntivo, assim, há elevada atividade de água, a gordura facilmente oxidável e pH próximo da neutralidade, levando a alterações de natureza física e química, ocasionando riscos à saúde do consumidor (AGNESE et al., 2001; PACHECO et al., 2004; LANDGRAF, 1996). A aplicação das medidas sanitárias está ligada com o cumprimento das normas estabelecidas para melhorar a qualidade e aumentar a confiabilidade sanitária dos produtos, alimentícios marinhos. O peixe não deve ser posto sobre o chão ou em cima de lugares sujos e também exposto ao sol e vento. Vale ressaltar, que o gelo utilizado para conservar o pescado, seja feito de água potável ou tratada. Desta maneira, o produto é preservada da melhor forma, ratificando que a embarcação esteja em boas condições e adequada. Em suma, de acordo com o artigo, o tempo é importante na rapidez com que se desencadeiam reações auto líticas e microbianas, que estão relacionadas com o grau de higiene do barco, estrutura de processamento e dos manipuladores do pescado, somados às baixas temperaturas que, se devidamente aplicadas, evitarão ou retardarão as reações já mencionadas (VIEIRA e SAMPAIO, 2004). 17 4. MANUSEIO DO PESCADO O manuseio correto do pescado está diretamente ligado às boas práticas: As BPF são obrigatórias pela legislação brasileira, para todas as indústrias e estabeleci-mentos de alimentos, visando, de acordo com as normas apropriadas e específicas, a promoção e a certificação de qualidade e segurança do alimento. Assim todas as etapas, desde a fabricação até a distribuição dos produtos alimentícios, envolvendo distintas esca-las de risco ou perigos de contaminação, caracterizam objeto das BPF (Machado, et al.2004 apud Nascimento, 2007).São necessárias para sua fabricação.Por ser uma produ-ção de manipulação mecânica,a qualidade sanitária do pescado pode sofrer uma perdada integridade física. O pescado é um alimento de fácil deterioração, devido as suas características químicas, e o meio em que vive logo medidas de boas práticas de manufatu-ra devem ser adotas para que o pescado chegue a mesa do consumidor nas melhorescondições possíveis (MINOZZO; MALUF, 2007). Por essa razão o cuidado inicial para umpescado de qualidade deve começar com a retirada do mesmo do local onde habita evi-tando que o produto seja contaminado por parasitas ou infecções. Visando evitar contami-nação e/ou deterioração do produto, aplicar as boas práticas em cada etapa da cadeia é de suma impotância. 18 5. SISTEMA APPCC/ HACCPP A base do sistema de controle de segurança de alimentos da empresa é o sistema APPCC, totalmente implementado, sistematizado e abrangente, baseado nos princípios do Codex Alimentarius. Além desses princípios, todos os requisitos legais dos países de origem e de destino são considerados. O sistema APPCC abrange todas as matérias-primas, produtos ou grupos de produtos desde a recepção até a expedição dos produtos, incluindo desenvolvimento e acondicionamento do produto. A empresa garante que o sistema APPCC é baseado em literatura científica, ou especificações técnicas verificadas e relacionadas aos produtos fabricados e procedimentos estando mantido alinhado com as novas técnicas de processo desenvolvidas. O sistema APPCC é revisado e mudanças necessárias são realizadas quando ocorrer qualquer modificação no produto, processo ou etapa. 5.1. IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA HACCP/ APPCC – ANÁLISE DE PERIGOS E PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE Procedimentos específicos de monitoramento são estabelecidos para todos os PCC para detectar qualquer perda de controle no respectivo PCC. Registros do monitoramento devem ser mantidos por um período estipulado pela empresa. Todos os PCC são definidos e devem estar sob controle. O monitoramento e controle são demonstrados através de registros. Os registros especificam a pessoa responsável, assim como, a data e o resultado das atividades de monitoramento. Todos os responsáveis pelo monitoramento são treinados nos procedimentos específicos seguindo os requisitos de cada resumo do plano disponível nas áreas. Os registros do monitoramento são avaliados e vistados pelo inspetor de HACCP. Princípios: Para uma correta aplicação do sistema APPCC, é muito importante conhecer as definições e o significado exato dos princípios do APPCC. Princípio 1: Realizar uma análise de perigos; Princípio 2: Determinar o ponto crítico de controle (PCC); 19 Princípio 3: Estabelecer limites críticos; Princípio 4: Estabelecer um sistema de controle para monitorar um PCC; Princípio 5: Estabelecer as ações corretivas a serem tomadas quando o monitoramento indicar que um determinado PCC não está sob controle; Princípio 6: Estabelecer procedimentos de verificação para confirmar se o sistema APPCC está funcionando de maneira eficaz; Princípio 7: Estabelecer a documentação sobre todos os procedimentos e registros apropriados a estes princípios e sua aplicação. 5.2. APLICAÇÃO DOS 12 PASSOS A aplicação dos princípios do HACCP consiste nas seguintes tarefas, tal como são identificadas na Sequência Lógica para Aplicação do HACCP. 1° Passo: Constituir a equipe HACCP 2° Passo: Descrever o produto; 3° Passo: Identificar a utilização prevista; 4° Passo: Construir um diagrama de fluxo; 5° Passo: Conferir no local o diagrama de fluxo; 6° Passo: Listar todos os potenciais perigos associados a cada passo, realizar uma análise de perigos, e considerar quaisquer medidas para controle dos perigos identificados. (ver princípio 1); 7° Passo: Determinar os Pontos Críticos de Controle. (ver princípio 2); 8° Passo: Estabelecer limites críticos para todos os PCC. (ver princípio 3); 9° Passo:Estabelecer um sistema de monitorização para todos os PCC. (ver princípio 4); 10° Passo: Estabelecer ações corretivas. (ver princípio 5); 11° Passo: Estabelecer procedimentos de verificação. (ver princípio 6); 12° Passo: Estabelecer Documentação e Manter os Registros. (ver princípio 7). 5.3. IDENTIFICAÇÃO DOS PCC’s Cada etapa do processo que contempla um ou mais PCC são monitorados e registrados em formulários pertinentes a cada tipo de PCC. 20 Os PCC’s podem ser controles físicos, químicos ou microbiológicos. 5.4. MONITORAMENTO DOS PCC’S Todos os PCC’s contemplam uma frequência de monitoramento estabelecida no plano HACCP de acordo com a criticidade de cada controle Os monitoramentos são realizados pelos operadores/concentrador das linhas que tem um PCC definido. 21 6. ETAPAS INICIAIS DO CONTROLE DE PROCESSO DA CADEIA DE BOAS PRÁTICAS DO PESCADO 6.1. TRATAMENTO A BORDO Se por acaso o pescado for de captura, os barcos devem ser higienizados a todo o momento, possuir um sistema de refrigeração ou caixas de isopor contendo gelo de boa qualida-de para evitar a deterioração do pescado. 6.2. RECEPÇÃO Os funcionários devem estar com os uniformes adequados e devidamente higienizados, utilizar luvas, conhecer os procedimentos para manipular o pescado,pois Ferrei-ra et al. (2001 apud ARAÚJO et al., 2010) e Stefanello et al. (2009) ressaltam que os ma-nipuladores de alimentos devem receber treinamento continuamente quanto aos proces- sos de produção, transporte, armazenamento e distribuição dos alimentos.A caixa con-tendo o pescado deve ser de um material rigido,e facil locomoção e não pode ter contatocom o chão. 6.3. PESAGEM E PRIMEIRA LAVAGEM Nesta etapa os peixes são pesados para uma posterior avaliação do rendimento final.Uma primeira lavagem se faz necessária para que as sujidades mais grosseiras sejam re- tiradas, essa lavagem deve ser feita com água potável corrente. 6.4. EVISCERAÇÃO E LIMPEZA DO PESCADO A fim de se evitar o contato direto da carne do pescado com os resíduos de vísceras esangue, é preciso eviscerá-lo antes de retirar as escamas. Através de um corte longitudi-nal no ventre do peixe deve-se cuidadosamente retirar as vísceras tendo sempre o cuida-do para não as rompermos. Depois de eviscerado o peixe deve ser limpo em água corren-te e potável para que sejam retiradas as sujidades e resíduos provenientes da eviscera-ção. Logo após procede a descamação que consiste na retirada das escamas. 22 6.5. SEGUDANDA LAVAGEM E FILETAGEM Para a limpeza física e assepsia da planta e controle de microrganismos patogénicos que alteram o alimento, utiliza-se lavagem com água tratada com cloro, podendo ser utilizadadose de até 10 ppm.A filetagem consiste no corte ao longo do peixe, próximo ao dorso,com profundidade suficiente para atingir a espinha dorsal. Depois um segundo corte é fei-to seguindo as espinhas (costelas) até a completa retirada do filé. 6.6. SALGA Consiste na imersão do pescado em uma salmoura na concentração de 20%. Para obter- mos uma salmoura a 20% é preciso adicionar 200g de sal grosso para cada litro de águapotável. Neste processo o pescado é arrumado em vasilhames apropriados onde é adicio-nada a salmoura em quantidade suficiente para cobrir todo o produto. Depois de totalmen-te coberto, o pescado deve ficar na salmoura por cerca de trinta minutos. 6.7. TERCEIRA LAVAGEM E DRENAGEM Após o processo de salga o pescado deve passar por um banho em água corrente paraque o excesso de sal seja retirado. Logo após, proceder com a pendura do pescado poruma hora para que todo o excesso de água escorra. Esta pendura pode ser feita dentrodo próprio equipamento de defumação. 6.8. DEFUMAÇÃO A defumação se inicia pendurando-se os filés no equipamento de defumação. O inicio doaquecimento é feito com os exaustores abertos para uma melhor propagação do calor portodo o equipamento. Caso sejam usadas grelhas ao invés dos ganchos, essas devempassar por uma leve aplicação superficial de óleo de cozinha, a fim de evitar que os pei-xes grudem. A defumação é dividida em três etapas: 60°C por uma hora, sem fumaça, ouseja, utilizando-se somente carvão; 100°C por cerca de uma hora, utilizando-se carvão eserragem; 65°C por duas horas, somente com fumaça, ou seja, usando-se apenas serra-gem. 23 6.9. EMBALAGEM A bandeja deve ser adequada, ou seja, conter absorvedor entre a bandeja e o pescado, ser coberta por filme PVC transparente e na falta dessas bandejas, o produto pode serembalados em plasticos/sacos apropriados para alimentos e depois deve ir um local refri- gerado. 6.10. ARMAZENAMENTO O pescado deve ser armazenado em uma câmara de refrigeração que deve estar entre zero e dois graus, serem limpos a cada seis meses, permanecer protegida e em bom estado de conservação. O produto tem que estar em recipiente totalmente coberto com gelo para que fique a uma temperatura inferior a três graus e com etiquetas para facilitar a identificação do fornecedor e a raça do pescado. Residuos devem estar em recipientes fechados e identificados como “impróprios para oconsumo”. 6.11. ROTULAGEM O rótulo deve conter informações sobre: fornecedor, data de recebimento, data de validade, nome do produto e conservação. O pescado tem que ser identificado com a denominação comum da espécie, podendo ser exigida a utilização do nome científico conforme estabelecido em norma complementar. Na identificação do rotulo deve constar o nome específico da espécie. 458. Tratando de pescado fresco, respeitando as peculiaridades inerentes à espécie e as formas de apresentação do produto, pode ser dispensado o uso de embalagem e a aposição e rótulos, conforme definido em normas complementares. (O RIISPOA de 2017 artigos 458). 6.12. EXPOSIÇÃO A superfície de exposição do pescado deve der de aço inox ou outra superfície de facil higienização. O gelo pode ser do tipo triturado ou escama e deve cobrir o pescado de manei-ra que a temperatura seja abaixo de quatro graus celsius. A sobreposição deve ser evita-da e cada espécie de diferente origem e corte deve ser exposta separadamente. 24 7. ETAPA DE HIGIENIZAÇÃO E HÁBITOS HIGIÊNICOS DOS COLABORADORES 7.1. HIGIENE DO LOCAL DE TRABALHO As instalações devem ser de facil higienização, pelo fato de que precisarão ser higieniza-das antes e após os processos, o teto e as paredes devem ter a cor clara, ser de materialresistente, impermeável e lavave, e ser lavados antes do piso. Recomenda-se que o pisotenha um declive adequado para o escoamento dos liquidos até o ralo, impedindo a forma-ção de poças. Deve-se jogar água para remover sujeiras pesadas e em seguida aplicarum detergente adequado, espalhar o detergente com o auxilio de uma vassoura, enxaguarbem, retirar o excesso de água e aplicar uma solução desinfetante. O local deve ser iluminado, arejado e espaçoso o suficiente para evitar o cruzamento do fluxo de produtos deáreas sujas (recepção e pré-preparo) com os de áreas limpas (preparo e finalização), pre- venindo os riscos de contaminação cruzada, que ocorre quando um mesmo utensílio é uti- lizado em alimentos crus e depois em alimentos prontos. As instalações devem dispor deágua corrente que será utilizada para a limpeza do ambiente, equipamentos, utensílios ealimentos. Os equipamentos e utensílios devem ser de material que não transmita sub- stâncias tóxicas, odores e sabores ao pescado. 7.2. HIGIENE DOS MANIPULADORES Para manipular alimentos, o funcionário deve ter cuidados higiênicos rígidos. Tavolaro et. al. (2006) destacam que, para haver modificações nos hábitos higiênicos desses manipuladores, as crenças e atitudes relacionadas à segurança alimentar devem ser estudadas,para que sejam previstas as melhores formas de intervenção. Algumas medidas higiênicas que o manipulador deve adotar são: manter o cabelo preso com o uso de uma toca avental e gorro sempre limpos, usá-los apenas no ambiente de trabalho; lavar as mãos ao chegar no trabalho, antes e após manipular alimentos, após qualquer interrupção do serviço, tocar materiais contaminados, antes e depois das refeições, sempre que for ao sanitário durante todos os processos com o pescado utilizar luvas, usar uniformes limpos e de preferência com a cor 25 clara; objetos pessoais devem ser deixados no vestiário; não utilizar adornos (brincos, pulseiras, colares...);utilizar sapato e bota de borracha; utilizar outro EPI necessário. 26 8. CONTROLE DE TEMPERATURA O controle de temperaturas é essencial à indústria de alimentos para garantir a inocuidade e qualidade dos produtos e, por esta razão, deve merecer uma atenção especial. A referência isolada à temperatura significa que se trata da mensurada no ambiente, ou seja, nas câmaras em geral, na sala de preparação de produtos, na desossa e outros, ao passo que a temperatura da matéria-prima ou produto é quase sempre objeto de PC ou PCC. Os estabelecimentos devem dispor de registros dessas temperaturas, preferencialmente, na forma de cartas contínuas ou, em formulários com anotações registradas no menor intervalo de tempo possível. Nas câmaras frigoríficas em geral, os intervalos de registros não devem ser superiores a 1 (uma) hora. O registro da variação em tempo reduzido permite identificar a tendência de eventuais desvios e conduzir as medidas de controle que evitem o crescimento exponencial de patógenos. Esta é a razão pela qual os registros contínuos (termógrafos) são preferidos. A mensuração da temperatura dos ambientes deverá ser realizada de duas a quatro vezes por dia pela Inspeção Federal. 27 9. PREVENÇÃO DE CONTAMINAÇÃO CRUZADA Para evitar a contaminação cruzada, o fluxo de produção deve ser unidirecional, com áreas separadas para manipulação e preparo dos alimentos, a separação de superfícies, equipamentos e pessoal, lavagem das mãos regularmente, e bons esquemas de limpeza impostos regularmente são essenciais para que se reduza a contaminação cruzada dos alimentos. A higiene das instalações de trabalho, das salas de preparação, das pias e mesas, das câmaras frigoríficas é indispensável para impedir a contaminação dos alimentos. As janelas e portas devem estar com telas milimétricas, os restos de produtos orgânicos devem ser mantidos em recipientes adequados e tampados, pisos e paredes devem ser de material impermeável e fácil de higienizar. Com relação ao armazenamento de substâncias tóxicas, estas devem ser rotuladas com informação sobre sua toxicidade e emprego, armazenados em locais adequados, separados da área de manipulação de alimentos (RÊGO, 2008, p. 30). Os manipuladores de alimentos exercem um papel significativo nas toxinfecções alimentares causadas por Staphylococcus aureus, frequentemente encontrado nas lesões sépticas das mãos. Desta maneira, estas devem ser higienizadas com frequência e sempre que houver troca de tarefas. O controle da saúde dos manipuladores através de exames médicos periódicos é essencial para uma boa prevenção. É recomendado o uso de uniformes completos, de cor clara, proteção para os cabelos, além de outras práticas de asseio pessoal. Fumar, tossir, trabalhar com vestimenta usada na rua e uso de adornos são algumas das outras práticas inconvenientes que podem trazer microrganismos patogênicos (SANTOS, 2005, apud RÊGO, 2008). Segundo (RÊGO,2008) a matéria-prima, embalagens e os produtos elaborados nos frigoríficos, somente entram em contato com os equipamentos devidamente higienizados sendo os mesmos inspecionados diariamente. Esta higienização é realizada utilizando sanitizante a base de amônia quaternária enxaguando com água hiperclorada a 5 ppm. A fixação de cartazes explicativos no gabinete de higienização, nos sanitários, no refeitório com indicações de limpeza ambiental e higiene pessoal é utilizada com estratégia nas indústrias como forma de reforçar os colaboradores a cumprirem as normas de higiene na empresa. É estritamente proibida a entrada de pessoas estranhas sem fardamento nas áreas de manipulação, e os produtos seguem uma linha de produção para que não haja contaminação cruzada. 28 10. CONTROLE DE VETORES OU CONTROLE DE PRAGAS 10.1. MONITORAMENTO DE PRAGAS O controle integrado de pragas é realizado por empresa terceirizada. A empresa possui pessoal qualificado e treinado. Todas as atividades exigidas e realizadas pela empresa terceirizada devem estar estabelecidas em contrato. As inspeções de controle de pragas e ações resultantes são documentadas, monitoradas e registradas. Iscas, armadilhas e exterminadores de inseto estão funcionando, em números suficientes e posicionados corretamente. São construídos e posicionados de forma a não causar qualquer risco de contaminação. A eficácia do controle de pragas é monitorada através de análises de tendências periódicas e relatórios de inspeções. 10.2. PLANO DO SITE COM AS ÁREAS PARA APLICAÇÃO Toda a área da fábrica é monitorada e controlada com iscas adesivas, placas de colas e em alguns pontos estratégicos estão instaladas armadilhas luminosas para controle de moscas conforme MAPA de iscas disposto na pasta de documentos da prestadora de serviço. 10.3 IDENTIFICAÇÃO DAS ISCAS, PORTA ISCAS E ARMADILHAS LUMINOSAS. Iscas, armadilhas e exterminadores de inseto estão funcionando, em números suficientes e posicionados corretamente. São construídos e posicionados de forma a não causar qualquer risco de contaminação. Os pontos de iscagem devem estar disponíveis no mapa (foto abaixo), onde é possível visualizar cada tipo instalado na unidade; As iscas, porta iscas e armadilhas luminosas são identificadas com as seguintes informações número (etiqueta externa) e contempla um calendário com todos os meses do ano respectivo (etiqueta interna). 29 A cada inspeção é realizada a marcação no calendário na data que foi efetuada a visita. 10.4 RESPONSABILIDADES DO PLANO DE MONITORAMENTO A aplicação dos pesticidas, inseticidas é realizada sob a supervisão direta de um profissional da empresa contratada que conhece os riscos que o uso destes agentes possa acarretar para a saúde e todo serviço é acompanhado por um responsável da área de Garantia de Qualidade; Em toda inspeção é gerado um relatório demonstrando os serviços realizados, maneira de execução, pragas encontradas, ações corretivas, etc; O controle de vetores e pragas, segundo a RDC n° 52, de 2014 (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2014), é o “sistema que incorpora ações preventivas e corretivas destinadas a impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou a proliferação de vetores e pragas urbanas que comprometam a qualidade higiênico-sanitária do alimento”. s edificações, instalações, equipamentos, móveis e utensílios devem estar livres de vetores e pragas urbanas como moscas, baratas e outros insetos. É importante que haja um conjunto de ações eficazes e contínuas para controle dos animais. Quando as medidas de prevenção adotadas não forem eficazes, o controle com a utilização de armadilhas Figura 1 e Fonte: Livro conservação de pescado, 2018. Fonte: Barreiras físicas no controle de insetos na indústria de alimentos, 2015. Figura 1 - Armadilha para controle de vetores e pragas Figura 2 - Armadilha para controle de insetos e moscas 30 2) deve ser empregado e executado por empresa especializada. (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2014). Em casos que seja necessário a aplicação do controlequímico, o estabelecimento de procedimentos pré e pós-tratamento a fim de evitar a contaminação dos alimentos, equipamentos e utensílios, que antes de serem reutilizados, devem ser higienizados para a remoção dos resíduos dos produtos desinfetantes (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2014). 31 11. QUALIDADE DA ÁGUA Qualquer água que tenha contato com o pescado deve apresentar padrão de potabilidade, em conformidade com legislação vigente. Água não-potável pode ser utilizada para controle de fogo, produção de vapor, refrigeração e outros propósitos análogos, porém conduzida em um sistema de tubulações separado, preferencialmente identificado com coloração diferente, sem haver conexão transversal nem processo de retrosfriagem com as tubulações condutoras de água potável (FAO, 2010, citado por CRIBB, et al, 2018, p. 64). O reservatório de água deve ser revestido de materiais que não comprometam a qualidade da água, estar tampado e ser higienizado em intervalo máximo de seis meses ou quando ocorrer problemas como rachaduras e infiltrações, mantendo os registros de operação. É indicado a contratação de empresa especializada ou colaborador capacitado para a limpeza (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2014). As análises de cor, pH, fluoreto, turbidez e coliformes totais devem ser realizadas mensalmente, de acordo com o controle de qualidade de água de sistemas de abastecimento (Brasil, 2005). Em relação ao cloro utilizado na água, segundo (Silva, 2017, apud CRIBB, et al, 2018, p. 65) relata que este é amplamente utilizado e apresenta destaque como importante agente sanitizante por seu baixo custo e facilidade de obtenção e aplicação. Com ação bactericida de amplo espectro, age nas bactérias inibindo sua multiplicação. Alguns fatores interferem na perda da efetividade de seu uso, como alta concentração de carga orgânica, o que inativa o cloro; pH e concentração inadequadas da substância; tempo de ação insuficiente com a matéria-prima; armazenagem incorreta; entre outros. Forma de preparo água clorada (figura 3). Figura 2-Preparo do sanitizante Fonte: Apostila de beneficiamento, 2018. 32 12. CONSIDERAÇÕES FINAIS A preocupação com a alimentação saudável vem demandando significativos estudos sobre a obtenção de alimentos seguros e a busca por nutrientes vitais em compostos comprovadamente benéficos. Talvez esta seja uma das principais explicações pelo incremento na produção de pescados nos últimos anos, também por se tratar de uma ótima fonte protéica de alta digestibilidade o produto tornou-se o alimento modelo dos especialistas da área nas recomendações de dietas saudáveis. Associadas a estes fatores observamos que tecnologias em qualidade de alimentos, como as Boas Práticas de Fabricação, são de extrema importância para um consumidor cada vez mais exigente, assim como na agregação de valores na exportação de pescados, mercado este, que vem acrescentando grandes divisas na balança comercial nacional. Diante de todos estes fatores esta revisão demonstrou a forte aplicabilidade das BPF na indústria de pescados, sendo exigida não só pelo mercado consumidor (interno e externo) mas também pelos órgãos regulamentadores e fiscalizadores. Observamos que as BPF, requisito básico do APPCC, além de viabilizar o programa facilita sua execução, pois quanto mais bem executadas pelas empresas diminuem a necessidade de se criarem pontos críticos de controle dentro do fluxograma dos produtos e desta forma, os riscos de contaminação nas etapas subseqüentes. Outro ponto de significativa importância é o comprometimento da equipe quanto à execução do programa. Notamos que os planos são elaborados por profissionais e/ou empresas especializadas, tornando-se documentos muito bem escritos e embasados tecnicamente, no entanto, a aplicação do plano após a aprovação se torna muito dificultosa dispensando extremo esforço dos responsáveis técnicos pela falta de conscientização da equipe envolvida. Certamente para evitar relaxamento na aplicação do APPCC a melhor saída, além de contar com uma equipe empenhada e tecnicamente preparada, ainda é uma fiscalização efetiva das indústrias de beneficiamento de alimentos pelos órgãos governamentais responsáveis. 33 13. CONCLUSÃO O trabalho apresentou as boas práticas do pescado aliadas à manipulação do produto, desde o momento em que o peixe é retirado do rio ou do mar até a mesa do consumidor. Ademais, evita-se a transmissão de doenças oriundas da infestação de micróbios ou parasitas nos peixes, tendo a importância de adotar boas práticas, com objetivo de produzir alimentos com qualidade, com maior durabilidade e livres de contaminantes. Desta forma, o alimento não é contaminado e a qualidade e a saúde são garantidas ao seu cliente, que está em primeiro plano (Souza Pereira, Julião, Arruda, Galvão, Oetterer e Silva, 2009). Os micróbios que contaminam o alimento podem se multiplicar rapidamente e causar doenças, assim como, parasitas, substâncias tóxicas e micróbios prejudiciais à saúde, podendo entrar em contato com o alimento durante a manipulação e preparo inadequado ou mal feito, sem higiene ou incorreto. Ratifica-se, a maior porcentagem das doenças transmitidas por alimentos está associada à contaminação de alimentos por micróbios prejudiciais à saúde. Com isso, visando evitar contaminação e/ou deterioração do produto, aplicar as boas práticas em cada etapa da cadeia é de suma importância. As etapas da cadeia consistem em tratamento a bordo, recepção, pesagem e primeira lavagem, evisceração e limpeza do pescado, segunda lavagem e filetagem, salga, terceira lavagem e drenagem, defumação, embalagem, armazenamento, rotulagem, exposição, higiene do local de trabalho e higiene dos manipuladores. De acordo com a legislação brasileira, as BPF são obrigatórias, para todas as indústrias e estabelecimentos de alimentos, visando, de acordo com as normas apropriadas e específicas, a promoção e a certificação de qualidade e segurança do alimento. Como evidenciado, o pescado é um alimento de fácil deterioração, devido as suas características químicas, e o meio em que vive, logo medidas de boas práticas de manufatura devem ser adotas para que o pescado chegue a mesa do consumidor nas melhores condições possíveis (MINOZZO; MALUF, 2007). Além disso, os manipuladores precisam ter conhecimento de como trabalhar com o pescado e como isso acarreta a higiene pessoal dentro das instalações que deve ser seguida rigidamente. Assim, é necessário utilizar equipamento de proteção individual (EPI) e manter os equipamentos limpos em cada parte do processo. 34 14. REFERÊNCIAS Machado, et al. 2004 apud Nascimento, 2007.NASCIMENTO, Giuliano A.; BARBOSA, Ju-liana dos Santos. 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In: BOSCOLO, W.R.; FEIDEN, A. Industrialização de tilápias. Toledo:GFM, 2007. 247-269. SILVA JÚNIOR, E. A. Manual de Controle Higiênico-sanitário em Alimentos. 6. ed.São Paulo: Varela, 2007. Machado, Furlan, Neiva, Casarini, Alexandrino de Peres, Lemos Neto e Tomita, de 2010 Fatores que afetam a qualidade do pescado na pesca artesanal de municípios da Costa Sul de São Paulo. Santos p.2-11. Souza Pereira, Julião, Arruda, Galvão, Oetterer e Silva, 2009, Boas Práticas para Manipuladores de Pescado: O Pescado e o Uso do Frio. Piracicaba p.1-18. https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-de-pelo-tas/tecnologia-de-pescados/anotacoes-de-aula/rotulagem-em-pescados/5257219/view https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-de-pelo-tas/tecnologia-de-pescados/anotacoes-de-aula/rotulagem-em-pescados/5257219/view http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832006000100017 35 OLSON, R.E. 1987 Marine fish parasites of public healt importance. In: KRAMER, D.E. e LISTON, J. 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