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Microeconomia aplicada ao marketing APRESENTAÇÃO Nesta Unidade de Aprendizagem iremos trabalhar a relação presente entre o Marketing e a Economia. Para isso, aprenderemos as questões relativas à firma, como a demanda e o preço se relacionam, assim como a estrutura e o equilíbrio dos mercados. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever as atividades e funções da firma.• Relacionar fatores microeconômicos que afetam o negócio.• Identificar mecanismos de equilíbrio do mercado.• DESAFIO Um comerciante pretende abrir uma sorveteria em um bairro de maioria residencial. Como mora nas proximidades, identificou uma demanda grande por sorvetes especiais, com maior elaboração e qualidade alta. Mas ele não sabe por onde começar. Vamos ajudá-lo? Para isso, vamos preparar um roteiro para que ele possa direcionar o desenvolvimento da empresa. Nele precisaremos: - Descrever como seria a análise de seu mercado (analisando as informações do entorno). - Analisar quais poderiam ser seus bens substitutos e complementares. - Atuar quando houver demandas irregulares. - Atuar quando houver excesso de ofertas. Orientação de resposta do aluno: O aluno deve mostrar que sabe descrever os principais conceitos dos itens que compõem a relação entre a microeconomia e o marketing. Além disso, deve expressar como eles podem impactar os resultados de uma empresa, apresentando propostas de análise e atuação em determinadas situações do mercado. INFOGRÁFICO O infográfico apresenta como as quatro questões básicas da Microeconomia ajudam no entendimento do conceito firma e sua relação com o Marketing. CONTEÚDO DO LIVRO Um dos maiores influentes do Marketing é a Economia. Conhecer os principais elementos que a compõem, assim como a relação entre eles, é fundamental para a realização de estratégias de marketing efetivas. Leia o capítulo Microeconomia Aplicada ao Marketing da obra Administração de Marketing que é a base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura. ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING Ricardo da Silva e Silva Microeconomia aplicada ao marketing Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você será capaz de: Descrever as atividades e funções da firma. Relacionar fatores microeconômicos que afetam o negócio. Identificar mecanismos de equilíbrio do mercado. Introdução A economia e seus diversos elementos são determinantes às empresas e às suas estratégias de negócio em relação ao mercado consumidor. As variações de preços, as estratégias para atendimento das demandas de mercados, além da forma de gerenciamento de custos que envolvem o processo de produção, são elementos teóricos da microeconomia. Neste capítulo, você vai compreender as atividades e funções da firma, vai relacionar os principais fatores microeconômicos que afetam o negócio e, por fim, vai identificar mecanismos de equilíbrio de mercado. As atividades e funções da firma Muitas empresas trabalham traçando objetivos a partir de sua missão, visão e de seus valores, que são os norteadores organizacionais e podem defi nir o sucesso ou fracasso de uma organização. Entretanto, há outros elementos que devem ser levados em conta quando interpretamos o cenário em que uma empresa está inserida e seus aspectos econômicos. O objetivo de uma organização é a maximização dos lucros por meio da transformação de fatores de produção. Entendendo esse complexo cenário, o teórico Ronald Coase idealizou a teoria da fi rma, que apontava sobre a importância das fi rmas para o funcionamento do mercado e que considerava que as fi rmas elaboravam seus produtos a partir da transformação dos meios de produção utilizando-se de tecnologias. Dessa forma, a teoria da fi rma não aborda apenas a questão da maximização dos lucros, mas também a capacidade que uma organização tem de ser com- petitiva. Varian (2000) afi rma que as empresas não se conectam apenas pelo produto, mas pela capacidade de agregar competitividade a eles. A teoria da fi rma, portanto, estuda o desempenho de uma empresa para que ela seja mais produtiva, levando em conta os custos de transação, de produção e futuros rendimentos. O objetivo da teoria é apontar formas para que a empresa seja mais lucrativa considerando os fatores tecnológicos relativos à produção de um bem de consumo. Teoria dos custos Os custos representam todos os valores que, direta ou indiretamente, afe- taram a capacidade produtiva de uma empresa. Os custos diretos estão diretamente ligados aos fatores de produção, como a matéria-prima; já os custos indiretos são aqueles que não têm relação com as unidades produzidas pela empresa, como o aluguel de uma fábrica, por exemplo. O sucesso de uma organização está relacionado a como serão gerenciados os custos da empresa. Para Robles Jr. (2008), os custos não são uma simples ferramenta de valor de estoques, e o aperfeiçoamento da previsão de custos pode funcionar como processo decisório. Ainda há outra divisão de custos que são os fixos, aqueles que não se alteram em relação às quantidades produzidas, como, por exemplo, a depreciação de um equipamento, e os variáveis, aqueles que se alteram em relação às unidades produzidas por uma empresa. Veja, a seguir, os principais conceitos de custos segundo Martins (2006). Gasto: aquisição de um bem ou serviço que decorre de um sacrifício financeiro. Custo: aquisição de um bem que se destinará à produção de outro. Custo direto: custos que podem ser diretamente utilizados na produção de outros. Custos indiretos: não podem ser apropriados diretamente aos bens produzidos pela empresa. Custos fixos: variam em sua totalidade, mas não em decorrência das quantidades produzidas. Custos variáveis: têm variação de acordo com as unidades produzidas pela empresa. Microeconomia aplicada ao marketing2 Margem de contribuição por unidade: diferença existente entre o preço de venda de um produto e os custos variáveis de cada produto. Margem de contribuição total: resultado da multiplicação entre o número de cada unidade produzida pela margem de contribuição de cada unidade. A Figura 1 apresenta os custos envolvidos no processo de produção. Figura 1. Custos envolvidos para a confecção de um bem de consumo, compreendendo todos os tipos de custos de uma empresa. Fonte: Alves e Fiorio (2014, documento on-line). Cada organização deve realizar uma leitura minuciosa de seus custos, a fim de trabalhar com esses dados de forma estratégica, no intuito de agregar vantagem competitiva. Um controle efetivo dos custos representa a capacidade de uma empresa de ser mais lucrativa e, para isso, deve haver uma integração entre todos os setores de uma empresa. Para Martins (2006), um controle adequado de custos definirá metas de custos e as escolhas de quais produtos podem ser confeccionados, devendo existir integração entre todas as partes da empresa — a engenharia respondendo pelos aspectos tecnológicos, o marketing interpretando análise do comportamento do pro- 3Microeconomia aplicada ao marketing duto, entre outros. A definição dos tipos de custos permite que eles sejam rateados pela empresa, ou seja, possibilita a identificação de qual custo pesa mais na gestão da empresa. Teoria da produção A teoria da produção destina-se a realizar uma importante análise: a relação existente entre os recursos produtivos e os bens que a fi rma consegue produzir com base em seus fatores tecnológicos. Nesse sentido, a teoria apresenta análi- ses baseadas em alguns elementos, como custos e as restrições relativas a esse fator, as escolhas de quais insumos serão utilizados no processo produtivo e os aspectos tecnológicos envolvidos no processo produtivo. Esses três elementos são os pilares que sustentam a teoria do produção. Conforme Antunes et al. (2008) afi rmam, os princípios da teoria da produção valem-se de técnicas efi cientes, analisando características e o cenárioeconômico. Cada empresa irá produzir para atender a uma demanda consumidora e maximizar seus lucros, dessa forma, transformando seus insumos em produtos acabados para a venda por meio da combinação de tecnologia, mão de obra e matéria-prima. Obviamente, será sempre o objetivo final da organização, levando em conta os aspectos econômicos e a maximização dos lucros. Teoria dos rendimentos Para compreender a teoria dos rendimentos, é necessário entender o que é lucro. Nesse sentido, deve haver a compreensão inicial de alguns elementos, como a receita total, que pode ser representada pelo montante que uma empresa recebe pela venda de seus produtos, e o custo total, que pode ser representado pelo valor que uma empresa gasta para obter matéria-prima. Dessa forma, obtém-se o lucro de uma organização, que corresponde à diferença entre sua receita total e seu custo total. Varian (2000) aponta que os rendimentos descrevem o que acontece quando se aumentam todos os insumos. A maximização dos lucros é o objetivo maior das organizações, devendo haver um olhar estratégico sobre a questão do lucro. Para que haja a maxi- mização dos rendimentos, deve ser observada a maior diferença entre receita Microeconomia aplicada ao marketing4 e custo, ou seja, qual é o nível para produzir com o maior rendimento ao menor custo possível. O marketing tem estreita relação com os elementos da teoria da firma, pois estimula a demanda consumidora, podendo influenciar em diversas variáveis que impactam nesses elementos, como o valor de um bem de consumo. Con- forme Prahalad e Ramaswamy (2004), na teoria da firma, levando-se em conta o contexto atual, não há como deixar de considerar outros elementos e, nesse sentido, consumidor e organização estão envolvidos em criar valor para um bem, de forma que este seja único para o consumidor individual. Fatores microeconômicos que afetam o negócio Um dos grandes pensadores em economia, Adam Smith apresentou importantes teorias sobre o funcionamento do mercado econômico e sobre a forma com que esse infl uencia empresas, pessoas, o cenário global e se autorregula por meio da “mão invisível”, que permite que a economia se comporte perfeitamente a partir da interação de empresas e consumidores, sem interferências externas. Para compreender melhor esses complexos fenômenos, é importante que a compreensão de algumas perspectivas que impactam no funcionamento dos negócios, o que você confere a seguir. Política de preços Um preço refl ete a quantidade monetária com que um fornecedor deseja vender seus produtos ou serviços. O preço é de grande importância para as organi- zações, pois, a partir dele e da política de preços aplicada, pode-se agregar vantagem competitiva às empresas. Nesse sentido, é importante salientar a diferença entre valor e preço: valor é aquilo que se estima que algo valha, enquanto o preço é o valor quantitativo que um bem tem. O sistema econômico e os preços aplicados a produtos ou serviços seguem, de forma analítica, alterações para que o mercado funcione de forma perfeita, e as variações do preço acabam regulando o consumo de um bem de consumo. A política de preços é tão importante que, segundo Bruni e Famá (2003), o sucesso de uma empresa pode até não estar relacionado aos preços praticados, mas um preço errado pode causar a ruína de uma empresa. 5Microeconomia aplicada ao marketing As formas para constituir o preço de um produto ou serviço são basicamente três, como você confere a seguir. Com base na concorrência: os preços podem ser baseados nos preços dos produtos oferecidos pelos concorrentes diretos. Dessa forma, não existe uma grande preocupação relacionada aos custos para produzir cada unidade vendida. Segundo Bruni e Famá (2002), este tipo de precificação parte da ideia de que os produtos sejam vendidos ou mais altos ou mais baixos que a concorrência, de forma estratégica. Com base no consumidor: o preço é definido em relação à percepção que o público-alvo tem de valor agregado ao produto ou serviço comerciali- zado. Existem algumas técnicas para apurar quanto o consumidor está disposto a pagar por um produto, e uma delas é a pesquisa de mercado. Moura e Pinto (2011) acreditam que esse tipo de técnica compreende que o preço é apenas mais um atributo do produto, não podendo ser o único percebido pelo cliente. Com base nos custos: é a precificação elaborada a partir dos custos, ou seja, dos insumos gastos para a confecção de um produto. Assef (2005) afirma que formar o preço pelo custo possibilita repassar ao consumidor os custos de produção, distribuição, além das margens de lucro propostas. Uma das formas de formar o preço de vendas pelo custo é utilizando o markup. Em relação à formação do preço de venda, é fundamental salientar que não há como teorizar sobre a melhor técnica de formar o preço; as variáveis de cada tipo de negócio é que devem definir a melhor escolha para precificar um bem de consumo. A formação do preço de venda é vital para o sucesso das organizações. Muitas téc- nicas são utilizadas para formar o preço de venda, e uma delas é o markup, que leva em conta as variáveis de produção, a fim de encontrar o preço ideal de um bem de consumo. O vídeo no link a seguir apresenta essa técnica de formação do preço a partir de exemplos práticos. https://qrgo.page.link/GpLX7 Microeconomia aplicada ao marketing6 Comportamento do consumidor As empresas necessitam saber sobre os consumidores e suas reais necessi- dades, e a produção de uma organização depende de quanto, como, quando e onde os clientes desejam consumir seus produtos ou serviços. O marketing apresenta diversas ferramentas para que seja possível conhecer melhor os públicos desejados a partir de pesquisas de mercado e satisfação de clientes. Cada organização precisa conhecer o perfil do seu consumidor para, então, poder atender de forma mais qualificada sua demanda. Para Mainrdes (2006), a utilização da internet transformou o comportamento do consumidor devido à grande quantidade de informações que esses recebem além da abertura dos mercados. A forma como os consumidores se comportam definem variáveis como demanda e oferta. Concorrência Os diferentes mercados apresentam, no contexto contemporâneo, uma infi ni- dade de organizações dividindo o mesmo mercado consumidor. A concorrência caracteriza tal divisão e é de grande importância para o mercado, pois, a partir dela, são defi nidas políticas de preços e o consumidor pode optar sobre a quantidade que deseja consumir de um determinado item. Santos (2009) compreende que concorrentes são aquelas organizações que competem por uma participação de mercado e, ao mesmo tempo, por obtenção de recursos, tentando diminuir a rentabilidade de seus concorrentes. Pindyck e Rubinfeld (2009) dividem a concorrência nos seguintes tipos. Concorrência perfeita: esse é o caso de quando há um grande número de empresas concorrendo por um grande número de consumidores. Nesse caso, inexiste a possibilidade de uma empresa sozinha influenciar o mercado. Del Masso (2012) aponta as características de uma concorrência perfeita como aquela em que existe um grande número de sujeitos econômicos em ação e nenhum deles pode, sozinho, modificar o volume de produção. Concorrência imperfeita: na concorrência imperfeita, há uma pequena quantidade de empresas oferecendo seus produtos a diversos consumido- res. Nesse tipo de concorrência, as firmas sabem de sua capacidade de ser formadora do preço. São exemplos de concorrência imperfeita monopólio, oligopólio, monopsônio e oligosônio. O Quadro 1, a seguir, apresenta as características de cada um desses tipos de concorrência imperfeita. 7Microeconomia aplicada ao marketing Tipo de concorrência Características Monopólio Ocorre quando uma única empresa oferece mer- cadoria para o mercado consumidor. Nesse tipo de concorrência, há muitos compradores para uma única empresa fornecedora de um bem. Um exemplodesse tipo de concorrência é a Petrobrás, única fornecedora de combustível para os postos de gasolina. Oligopólio Semelhante ao monopólio, esse tipo de concorrência ocorre quando poucas empresas dividem um vasto mercado consumidor. Um exemplo desse tipo de concorrência é o mercado de telefonia móvel, em que não mais de dez empresas oferecem serviços de tele- fonia e banda larga para milhares de consumidores. Monopsônio O monopsônio é o inverso do monopólio. Há um único comprador para inúmeros vendedores. Nesse caso, o preço é definido pelo comprador. Um exemplo prá- tico são os processos licitatórios para atender órgãos públicos. Oligpsônio O oligopsônio é o inverso do monopólio. Há poucos compradores para inúmeros vendedores. Nesse caso, o preço é definido pelo comprador. Um exemplo prático é a industria do fumo, em que poucos com- pradores adquirem a produção de inúmeros produto- res de fumo. Quadro 1. Tipos de concorrência imperfeita. É importante entender os tipos de concorrência e seu funcionamento, pois, em cada um desses tipos de concorrência, as empresas tratam políticas de preços e têm diferentes comportamento em relações aos elementos que influenciam oferta e demanda. Mecanismos de equilíbrio do mercado O mercado é um ente dinâmico que se regula a partir de seu funcionamento perfeito e de alguns elementos que possibilitam sua estabilidade. O equilíbrio entre oferta e demanda e as relações entre os bens de consumo, sendo esses Microeconomia aplicada ao marketing8 substitutos ou não, representam a dinamicidade do mercado econômico e sua capacidade de autorregulação. Para compreender o mercado e seu funcionamento, é necessário entender os elementos que possibilitam tal autorregulação, o que permite agregar vantagem competitiva às empresas a partir das práticas de oferta de produtos e aplicação de políticas de preços. Adam Smith foi um dos maiores pensadores da economia e teorizou sobre diversos pontos dessa ciência. O autor lançou um dos livros mais importantes da história sobre economia, intitulado A Riqueza das Nações, na qual cunhou o termo “a mão invisível”, que regula o mercado. Segundo Smith, o mercado tem a capacidade de regular-se sem a interferência governamental, como se houvesse uma mão invisível conduzindo a economia, fazendo com que elementos, como a política de preços, regulem-se sozinhas. Adam Smith é o pai do liberalismo econômico e teve Karl Marx como opositor de ideias. Bens substitutos e complementares As empresas ofertam seus bens a determinados preços, e a procura dos consumidores por esses bens está relacionada a alguns fatores, como preços e a demanda consumidora. Entretanto, a procura dos consumidores por um determinado produto está relacionada à existência de bens substitutos ou complementares. Um bem substituto é aquele que pode ser substituído por outro. Um exemplo de bem substituto é a lentilha em relação ao feijão: supondo que haja um aumento substancial do preço do feijão, a demanda consumidora optará por compra lentilha, substituta do feijão. Já os bens complementares são aqueles que são consumidos junto a outro, como, por exemplo, pãezinhos e queijo, em que, no caso de alteração do preço de um dos bens, o produto complementar pode ser mais ou menos comercializado. Para Pindyck e Rubinfeld (2009), bens substitutos são aqueles em que o aumento do preço de um leva ao aumento da demanda do outro; já nos substitutos, o aumento do preço de um bem acarreta a redução da demanda de outro. Estar atento aos bens substitutos e complementares pode levar a uma maior competitividade de uma organização. 9Microeconomia aplicada ao marketing Curva da oferta Oferta representa tudo aquilo que é oferecido no mercado de bens de consumo por empresas fornecedoras. São muitas as teorias relacionadas à oferta e à forma como ocorre o comportamento das organizações e dos consumidores em relação aos produtos ofertados. Em relação à oferta, há um importante elemento que é vital compreender: quanto maior o preço, maior a oferta, ou seja, quanto mais elevado o preço de um produto, maior será a quantidade desse produto à disposição do consumidor. Segundo Pindyck e Rubinfeld (2009), a curva da demanda é representada pela relação entre a quantidade de um bem desejado pelo mercado consumidor e seu preço. Para os autores, a curva da oferta representa a quantidade de bens que os consumidores desejam vender e seu preço. Curva da demanda A demanda signifi ca a procura de consumidores por bens de consumo por parte dos consumidores; a quantidade de bens que os consumidores desejam é denominada quantidade demandada. A curva da demanda é representada pela relação entre preços e a quantidade de bens que esses consumidores desejam adquirir. A relação da curva da demanda para a curva da oferta é inversamente proporcional: quanto menor o preço, maior a quantidade demandada, o que significa que, se o preço for baixo, mais os consumidores desejrão adquiri-los. Segundo Pindyck e Rubinfeld (2009), a curva da demanda é representada pela relação entre a quantidade de um bem desejado pelo mercado consumidor e seu preço. Ponto de equilíbrio: oferta e demanda O ponto de equilíbrio entre a oferta e a demanda representa a capacidade de autorregulação do mercado. Entendendo que oferta e demanda são inversa- mente proporcionais, as curvas da oferta e da demanda podem cruzar-se; compreendendo que a oferta depende do preço, quanto maior o preço, maior o desejo dos fornecedores de ofertar seus produtos. Entretanto, a curva da oferta não pode ser compreendida sozinha e, quanto menor o preço, maior a procura dos consumidores pela procura dos produtos. A teoria aponta que, enquanto os preços de um bem forem altos, haverá interesse por parte das empresas em ofertar esses bens; contudo, os consumidores irão consumir esse determinado bem enquanto possuírem fôlego econômico. Dessa forma, a demanda cairá, Microeconomia aplicada ao marketing10 assim como os preços. Nesse momento, é atingido o ponto de equilíbrio, o preço ideal para um determinado bem, oferecido a um público consumidor em uma concorrência perfeita, conforma aponta a Figura 2. Figura 2. Ponto de equilibrio entre a oferta e demanda, que pode ocorrer em um mercado em uma concorrência perfeita. Fonte: Conte (2014, documento on-line). ALVES, F.; FIORIO, V. O que são custos diretos e indiretos de produção? Indústria Hoje, 2014. Disponível em: https://industriahoje.com.br/o-que-sao-custos-diretos-e-indiretos- -de-producao. Acesso em: 13 jun. 2019. ANTUNES, J. et al. Sistemas de produção: conceitos e práticas para projetos e gestão da produção enxuta. Porto Alegre: Bookman, 2008. ASSEF, R. Manual de gerência de preços: do valor percebido pelo consumidor aos lucros da empresa. Rio de Janeiro: Campus, 2005. BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. Gestão de custos e formação de preços: com aplicação na calcula- dora HP 12C e Excel. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003. CONTE, A. Demanda, oferta e equilíbrio de mercado. 2014. Disponível em: https://alexandre- conte.com/2014/11/07/demanda-oferta-e-equilibrio-de-mercado/. Acesso em: 13 jun. 2019. 11Microeconomia aplicada ao marketing DEL MASSO, F. Direito econômico: esquematizado. 2. ed. São Paulo: Método, 2012. MAINARDES, R. Marketing – ideias, reflexões e prática. Gazeta do Povo, Curitiba, 22 maio 2006. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2006. MOURA, P. C. C.; PINTO, L. J. S. Formação do preço de venda e precificação: o caso da Leader Magazine. Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 8., 2011, Resende. Anais [...]. Resende: SEGET, 2011. PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. São Paulo: Pearson, 2013. PRAHALAD, C. K.; RAMASWAMY, V. O futuro da competição: como desenvolver dife- renciais inovadores em parceria com os clientes. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. ROBLES JR, A. et al. Contabilidade de custos: temas atuais. Curitiba: Juruá, 2008. VARIAN, H. R. Microeconomia: umaabordagem moderna. Rio de Janeiro: Campus, 2000. Leitura recomendada COMO FUNCIONA O MARKUP. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (5 min). Publicado pelo canal SimTax. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RFSsIAjchgI. Acesso em: 13 jun. 2019. Microeconomia aplicada ao marketing12 DICA DO PROFESSOR Neste vídeo são apresentadas as oportunidades que o excesso de demanda ou o excesso de oferta proporcional oferecem para os profissionais de marketing. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Para a Economia, o termo firma se remete a uma unidade econômica que tem como objetivo preencher a economia de mercado, consumir e produzir bens de serviços. Então, sobre este termo, pode-se afirmar que: A) Sua atividade principal é a produção de bens e serviços. B) Seu principal objetivo é produzir um lucro mínimo para a subsistência dela no mercado. C) O que produzir é uma decisão que se refere ao ambiente interno da organização. D) Na definição de firma, os consumidores não têm um papel definido. E) Não há preocupação com os avanços tecnológicos. 2) Sabemos que a demanda é aquilo que o consumidor tem vontade de comprar. Essa demanda é gerada pelo marketing por meio de várias estratégias. Assim sendo, pode- se afirmar que: A) A demanda é sempre finalizada com a compra do produto. B) A firma não relaciona a demanda com o tempo, somente com o preço. C) O preço do produto e a renda do consumidor afetam diretamente as demandas. D) Quando o preço cai, a demanda dos consumidores diminui proporcionalmente. E) A renda do consumidor influencia e define o preço final do produto. 3) Assim como o perfil dos consumidores, a demanda não deve ter uma única definição. Para os estudiosos, há tipos específicos dessas demandas. Desta forma, sobre demandas, podemos afirmar que o(a): A) marketing precisa entender as especificidades da demanda irregular. B) demanda direta possui ciclos próprios e variam muito. C) demanda derivada é sempre potencializada pela sazonalidade. D) busca por um produto específico é característica principal da demanda irregular. E) O resultado da venda de outro produto no mercado impacta nas demandas diretas. 4) O marketing trabalha a relação direta entre demanda, ostipos de bens e a renda dos clientes. Sobre essas relações, pode-se afirmar que: A) Para os bens normais, sempre que a renda do consumidor aumenta, a demanda diminui. B) Os bens normais também aumentam suas vendas sempre que a renda diminui. C) Em nenhuma situação o consumidor estará satisfeito com a quantidade de um determinado bem. D) No consumo saciado, o consumidor está satisfeito com a demanda, por isso passa a consumir mais. E) Quando a renda aumenta, pode haver a queda no consumo de determinados produtos. 5) Tanto para a Economia, quanto para o Marketing, a oferta é a quantidade de produtos ou serviços que pretendem ser comercializadas. Então, sobre a oferta é CORRETO afirmar que: A) Ela depende de inúmeros fatores, como demanda de mercado, linha de produção, mercado, exceto o preço do produto. B) O fator de produção impacta na oferta, pois soma todos os preços da produção. C) Quando se diminui um dos custos da produção, automaticamente, se aumenta o custo do fator. D) Mesmo aumentando os custos do insumo, a produção nunca será afetada. E) Apesar de importante, a tecnologia tem baixo impacto na oferta. NA PRÁTICA O monopólio não ocorre apenas quando uma empresa detém o mercado todo, mas também quando um dos produtores detém grande parcela do mercado (por exemplo, mais de 50%) e seus concorrentes são todos pequenos. Conheça mais sobre essa prática de mercado. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Microeconomia e Comportamento Marketing Aplicado Leia da página 43 até a p. 59 (quadro 3.3).
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