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TUBERCULOSE Doença infecciosa - maior causa de mortalidade no mundo em adultos (países em desenvolvimento) Epidemiologia (Furin et al., 2019. Lancet, 393;1642-56) - 1,3 milhões de óbitos - 10 milhões de infectados (64 % diagnosticados) - 3,6 milhões não diagnosticados Mycobacterium tuberculosis é a grande causadora de tuberculose em seres humanos e ela é intracelular facultativa. Doença infecciosa granulomatosa crônica contagiosa • Agente etiológico: Mycobacterium tuberculosis • Geralmente afeta pulmão, mas pode acometer outros órgãos • Fatores de risco: AIDS (fator mais importante), idosos, diabetes melito, doença pulmonar crônica, doença renal crônica, desnutrição, alcoolismo e imunossupressão • Centros dos granulomas: necrose caseosa *ocasionalmente, não se forma necrose caseosa. (A) e no maior aumento (B) demonstra caseificação granular central circundada por células epitelioides e gigantes multinucleadas. Essa é a resposta usual observada em pacientes que desenvolveram resposta imune mediada por células.. C, Ocasionalmente, mesmo em pacientes imunocomprometidos, os granulomas tuberculínicos podem não demonstrar caseificação central; portanto, independentemente da presença ou ausência de necrose caseosa, é indicada a utilização de colorações especiais para microrganismos álcool-ácido resistentes nos casos em que há granulomas. -A infecção por M. tuberculosis tipicamente induz o desenvolvimento de hipersensibilidade retardada que pode ser detectada pelo teste da tuberculina Transmissão: direta por inalação da micobactéria M. tuberculosis (expectoração ou exposição a secreções de pessoas contaminadas). -A trasmissão usualmente é direta e por inalação de microrganismos aerossolizados gerados por expectoração ou exposição a secreções contaminadas oriundas de pessoas infectadas. -Mycobacterium bovis: leite contaminado (tuberculose orofaríngea e intestinal no homem) → rara (países pobres) • Complexo Mycobacterium avium (micobactérias não tuberculosas): raros (pacientes com AIDS) TUBERCULOSE PRIMÁRIA • Se desenvolve em paciente não expostos, não sensibilizados • Hipersensibilidade: reativos à tuberculina pelo teste de PPD (teste tuberculínico ou teste de Mantoux) – 2 a 4 semanas após infecção → ao menos 5 mm de diâmetro após 48 – 72 h • Pessoas idosas e pacientes imunossuprimidos podem perder a sensibilidade ao bacilo da tuberculose e desenvolver tuberculose primária mais de uma vez • Principais consequências da tuberculose primária: - Indução de hipersensibilidade e aumento da resistência - Focos de cicatrização podem portar bacilos viáveis por anos, constituindo o ninho para a reativação posterior em condições de comprometimento da função imune do hospedeiro - Incomumente, pode levar à tuberculose primária progressiva. PATOGENIA • Em pessoas imunocompetentes e não expostas está relacionada com o desenvolvimento de imunidade mediada por células que confere resistência ao organismo e resulta no desenvolvimento de hipersensibilidade tecidual aos antígenos tuberculares. • Características patológicas da tuberculose como os granulomas caseosos e as cavitações são resultantes da hipersensibilidade destrutiva tecidual que faz parte da resposta imune do hospedeiro. • Quando a micobactéria ganha acesso aos endossomos dos macrófagos, o microrganismo é capaz de inibir as respostas microbicidas normais, prevenindo a fusão dos lisossomos com os vacúolos fagocíticos. Prevenção da formação dos fagossomos permite a proliferação micobacteriana descontrolada. - Primeiras 3 semanas (fase mais precoce da tuberculose) no paciente não sensibilizado é caracterizado por proliferação bacilar no interior de macrófagos alveolares, com bacteremia e implantação de múltiplos locais. - Apesar da bacteremia, a maioria das pessoas nessa fase é assintomática ou apresenta doença similar a uma gripe discreta. • Perfil genético da pessoa pode influenciar a evolução da doença. • O desenvolvimento de imunidade mediada por células ocorre aproximadamente três semanas após a exposição • Mediação por células Th1 que estimulam a atividade bactericida dos macrófagos pela secreção de interferon-gamma: controlada em 95 % dos casos • O IFN-g liberado pelos linfócitos T CD4+ do subtipo TH1 é crucial na ativação de macrófagos • Tipo de hipersensibilidade que acontece no teste da tuberculina é do tipo 4 • Imunidade inata normalmente consegue dar conta, e com pessoas imunocompetentes o sintoma é de gripe, mas se a bactéria consegue driblar os mecanismos de defesa, ela consegue se proliferar e isso vai gerar uma resposta imune celular. • Linfócitos T são do tipo TH1. • É o interferon gama, liberado pelos linfócitos T que vão ativar os macrófagos alveolares, para combate da bactéria, formando granuloma, necrose caseosa e possivelmente evoluindo para uma fibrose → patogenia • Em resumo, a imunidade à infecção tuberculosa é primariamente mediada por células TH1 que estimulam a atividade bactericida dos macrófagos. A resposta imune, se amplamente efetiva, apresenta um ônus adicional relacionado com a hipersensibilidade e com a destruição tecidual. • Reativação da infecção ou reexposição ao bacilo em hospedeiro previamente sensibilizado resulta em mobilização rápida da reação defensiva, porém também aumenta a necrose tecidual. Assim como a hipersensibilidade e a resistência aparecem em paralelo, a perda da hipersensibilidade (indicada pela negatividade à tuberculina em paciente turbeculina-positivo) pode constituir um sinal ominoso do enfraquecimento da resistência ao microrganismo. MORFOLOGIA Bacilos implantam-se próximos à pleura - Progressão da sensibilização → foco de Ghon (área de inflamação cinza- branca) - Necrose caseosa no centro do foco - Complexo de Ghon: lesão parenquimatosa e linfonodal → fibrose e calcificação -Os bacilos da tuberculose, livres ou no interior de fagócitos, seguem via drenagem linfática para os linfonodos regionais que também sofrem caseificação. A combinação de lesão parenquimatosa e linfonodal é denominada complexo de Ghon. -Desenvolvimento da imunidade, mediada por células controla a infeção em aproximadamente 95% dos casos. Portanto, o complexo de Ghon sofre fibrose progressiva, frequentemente seguida de calcificação detectável radiologicamente (complexo de Ranke) e, apesar da nidação de outros órgãos, não há desenvolvimento de lesões. Foco de Ghon. No exame histológico, os locais de envolvimento ativo são marcados por uma reação inflamatória granulomatosa característica que forma granulomas caseosos e não caseosos, que consistem em histiócitos epitelioides e células gigantes multinucleadas. Necrose caseosa no pulmão, muito provavelmente é tuberculose. TUBERCULOSE SECUNDÁRIA- REATIVADA -Hospedeiros previamente sensibilizados -A tuberculose secundária pode surgir logo após a primária, porém, mais comumente, surge da reativação de lesões primárias dormentes muitas décadas após a infecção inicial, particularmente quando há queda na resistência do hospedeiro. -Reativação de lesões primárias (queda na resistência) -Também pode surgir por reinfecção exógena. -Localização da T. secundária: ápice dos lobos superiores (um ou ambos). -Ocorrência de cavitações e ocorre de maneira rápida: erosão das vias aéreas e escarro com bacilos → Torna-se uma importante fonte de infecção. -Vacina BCG é importante. -Quando apical, localizada: facilmente curável (promovendo fibrose) -Manifestações estão relacionadas com grau de imunossupressão. -Tuberculose pulmonarprogressiva (primária ou secundária) Tem uma expansão na área dessa necrose, causando uma erosão na área, no parênquima. Pressão mecânica causa hemoptise. -Expansão da área de caseificação -Erosão de vasos sanguíneos → Hemoptise -Tratamento adequado → cura -Tratamento inadequado ou defesa prejudicada → expansão direta: disseminação da infecção por vias aéreas, canais linfáticos, sistema vascular -Doença pulmonar miliar: lesões individuais semelhantes a grãos de milho Dá para ver macroscopicamente. Lesões identificáveis por radiografias de tórax. • Tuberculose laríngea, endotraqueal e endobrônquica: pode se desenvolver quando material infeccioso é disseminado através dos canais linfáticos é expectorado. • Tuberculose miliar sistêmica: Quando os organismos se disseminam através do sistema arterial sistêmico para quase todos os órgãos do corpo. É mais proeminente em circulação arterial (fígado, medula óssea, baço, suprarrenais, meninges, rins, tubas uterinas e epidídimo • Tuberculose em órgão isolado: hematogênica e pode ser a única manifestação apresentada na tuberculose. Órgãos tipicamente envolvidos: meninges, rins, suprarrenais, ossos, tubas uterinas. Doença de Pott → quando vértebras são afetadas. • Linfadenite tuberculosa: é a mais frequente forma de tuberculose extrapulmonar → região cervical (linfadenopatia) • Tuberculose intestinal: leite contaminado ou engolir material infeccioso. -Característica de países pobres. Sintomas: -Tosse persistente por mais de 3 semanas, sendo uma tosse seca primariamente e depois com escarro. - Hemoptise (Tosse com sangue): Erosão de vasos sanguíneos -Anorexia: Pacientes perdem a fome. -Suor noturno -Dor do tórax e na inspiração - Fadiga, febre e tremores e perda de peso não desejada. Tratamento: 4 fármacos antibióticos -Isoniazida -Rifampicina -Pirizinamida -Etambutol Problema: Resistência bacteriana -A tuberculose primária progressiva e a tuberculose secundária podem resultar em infecção sistêmica, causando risco de vida com formas da doença como tuberculose miliar e meningite tuberculosa. -Citocinas liberadas pelos linfócitos T que ativam macrófagos alveolares é o intérferon gama. -Hipersensibilidade que forma granuloma é do tipo 4 - Nódulo de Ghon caracteriza tuberculose primária, pois na secundária esse nódulo será imunossuprimido. Detecção, diagnóstico por infecção latente = Prova da tuberculina. -Esse teste serve para saber se já houve contato com o M. tuberculosis -Esse teste não é suficiente para diagnóstico de tuberculose, é preciso de outro exame complementar como um raio X, uma baciloscopia. Tratamento: É preciso seguir um tratamento correto e possui duração de 6 meses. Após 15 dias não ocorre mais transmissão, ou seja, 15 dias para quebrar a cadeia de transmissão. Fator de risco: Paciente esta na terapia e não responde ao tratamento, porque possivelmente ele é resistente ao antibiótico. Há muitos locais onde há altas incidências de pacientes com tuberculose que são resistentes a medicamentos. Então se a pessoa tem contato e adquire tuberculose de outra pessoa que tenha uma bactéria resistente, provavelmente ele adquiriu uma bactéria resistente a fármacos. - Um dos grandes problemas de cura de tuberculose atualmente é a negligência, a falta de diagnostico levando a progressão da tuberculose e a outra é a resistência a fármacos.
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