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Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem

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Visão geral
Apresentação do Curso:
O Curso de  Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem trata das relações entre psicologia, aprendizagem e desenvolvimento humano. Para tanto, compreende as contribuições das principais teorias da aprendizagem contemporâneas para o processo educacional, bem como as abordagens fundamentais: Cognitivismo, Behaviorismo, Construtivismo, Psicologia Desenvolvimentista, Evolucionismo e Fenomenologia, que fundamentam as práticas educacionais nos atos de ensinar e aprender.
 
Objetivos:
Compreender como ocorrem a aprendizagem e o desenvolvimento humano em suas diferentes dimensões (cognitiva, afetiva, social e moral).
Reconhecer aspectos do desenvolvimento humano e suas influências para a aprendizagem humana.
Sensibilizar o olhar para as fases de desenvolvimento humano e suas peculiaridades para as relações com a aprendizagem.
Conteúdo Programático:
Webaula 1: Psicologia, aprendizagem e desenvolvimento humano.
Conteúdo: Desenvolvimento cognitivo, afetivo, moral e social. Contribuições da psicologia para o processo de desenvolvimento e aprendizagem humana. Estádios e fases de desenvolvimento.
 
Webaula 2: Abordagens psicológicas fundamentais.
Conteúdo:  Análise das implicações educacionais, nos atos de ensinar e aprender, decorrentes dos pilares básicos conceituais das diferentes abordagens fundamentais do desenvolvimento.
Metodologia:
Nas webaulas utilizaremos todos os recursos necessários e disponíveis para o desenvolvimento da discussão do conteúdo. Sendo assim, faremos uso de:
· Textos da própria webaula e de outros sites que possam contribuir para a discussão;
· Vídeos que podem esclarecer ou aprofundar determinados conteúdos;
· Avaliações virtuais onde será realizada a verificação do aprendizado;
· Entre outros recursos que poderão ser utilizados visando maior entendimento da matéria.
 
Avaliação Prevista:
Cada webaula conterá uma avaliação virtual composta de cinco questões (sendo assim, temos duas webaulas com cinco questões cada). 
 
 
Habilidades e competências
Espera-se que no final do curso os alunos possam:
· Conhecer as principais contribuições teóricas da psicologia sobre os processos de desenvolvimento e aprendizagem humana.
· Analisar as implicações educacionais, nos atos de ensinar e aprender, decorrentes dos pilares básicos conceituais das diferentes abordagens do desenvolvimento.
· Compreender os processos de aprendizagem e suas relações com as diferentes dimensões do fazer pedagógico.
· Estabelecer relação entre abordagens do desenvolvimento, aprendizagem e o desempenho escolar de alunos.
· Analisar criticamente o processo de aprendizagem na sua relação com os diferentes momentos evolutivos do ser humano e na perspectiva das múltiplas interações que o ensinar e o aprender implicam.
"Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem" 
Olá, alunos! Sejam bem-vindos ao curso de Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem!
Eu sou a professora Giuliana Temple e vou acompanhá-los na descoberta de um fantástico mundo de transformações, conquistas e possibilidades do desenvolvimento humano, vamos lá?!
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM
Webaula 1
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem
INTRODUÇÃO
A Psicologia do Desenvolvimento estuda o processo de evolução do ser humano do nascimento até a velhice, nos aspectos da vida mental, emocional e social.
As teorias do desenvolvimento humano, principalmente do desenvolvimento infantil, nos auxiliam a entender como acontece o processo de aprendizagem ao explicar o desenvolvimento das estruturas cognitivas e emocionais necessárias para tanto.
A relação entre desenvolvimento e aprendizagem está presente na obra de diversos autores, tanto do campo da psicologia, quanto do campo da educação.
Algumas teorias partem da ideia de que o desenvolvimento é anterior ao processo de aprendizagem, ou seja, para aprender é necessário ter desenvolvido capacidades orgânicas e cognitivas; outras entendem que desenvolvimento e aprendizagem caminham juntos, isto é, não existe uma diferenciação muito clara entre o que é o desenvolvimento e o que é a aprendizagem; e, por fim, a terceira e última ideia que se tem da relação entre desenvolvimento e aprendizagem é a de que a aprendizagem possibilita o desenvolvimento de funções e capacidades mentais cada vez maiores. (VYGOTSKY, 1998).
ATENÇÃO!!
Diferentes teorias do desenvolvimento e da aprendizagem:
1ª O desenvolvimento é anterior à aprendizagem;
2ª Desenvolvimento e aprendizagem acontecem ao mesmo tempo;
3ª Aprendizagem cria desenvolvimento.
Vamos conhecer, agora, essas explicações!
1.1 CONCEPÇÕES DE DESENVOLVIMENTO  
Para entendermos a relação entre desenvolvimento e aprendizagem, precisamos conhecer a origem filosófica e epistemológica das concepções de desenvolvimento que suportam as explicações de aprendizagem.
São três essas concepções: Inatista, Ambientalista e Interacionista.
1.1.1 Concepção Inatista
Tem como principal fundamentação filosófica o Racionalismo e Idealismo.
Para mais informações sobre essas correntes filosóficas, você pode consultar:
http://www.infoescola.com/filosofia/racionalismo/
http://farolpolitico.blogspot.com.br/2007/06/idealismo.html
Seus principais pressupostos são de que as qualidades e capacidades básicas de cada ser humano, como personalidade, valores, hábitos, crenças, pensamentos, emoções, conduta social, etc., estão prontos desde o nascimento.
Há, desta forma, um desenvolvimento espontâneo das características individuais e pouco ou nada pode ser feito para interferir em seu desenvolvimento, que pouco ou nada se transforma ao longo da vida.
A concepção inatista leva muito em conta todo o processo de maturação do organismo para explicar as diferenças entre os indivíduos. Dessa ideia surge o que se chama de “maturacionismo”, ou seja, um conjunto de concepções baseadas na necessidade de amadurecimento do organismo para que aconteça a aprendizagem.
  Palavra do Professor: Você certamente já ouviu falar que uma criança não aprendeu porque não “estava madura”, certo?!
Entende-se, desta forma, que os alunos irão amadurecer naturalmente e desenvolver as características inatas das quais são portadores. A responsabilidade de se desenvolver e aprender está na criança e na sua família.
Dentro dessa concepção, a sociedade, escola e professores, nada podem fazer para os indivíduos que não trazem em si mesmos aquilo que é esperado deles.
Esta concepção desconsidera a experiência individual, social, histórica e cultural que todos os indivíduos inseridos em sociedade experienciam.
Muitos ditados populares trazem essa concepção de desenvolvimento como mensagem:
- “Pau que nasce torto morre torto”;
- “Quem é bom já nasce feito”;
- “Quem vem dos seus não degenera”.
Indicação de filme: “O som do coração”.
1.1.2 Concepção Ambientalista
Tem como fundamentação filosófica o Empirismo e o Positivismo.
Não deixe de se aprofundar!! Consulte:
http://www.infoescola.com/filosofia/empirismo/
http://www.infoescola.com/sociologia/positivismo/
É decorrente do empirismo que surgiu na Inglaterra, mas desenvolve-se fortemente nos EUA.
Em oposição à concepção inatista, a concepção ambientalista diz que a experiência é fonte de desenvolvimento e conhecimento, e para que haja desenvolvimento é necessário se submeter às experiências que o meio lhe oferece.
As experiências ambientais têm mais importância que as características inatas, o ambiente se sobrepõe à maturação biológica.
Esta concepção reconhece a possibilidade de controle do desenvolvimento humano, pois já que o indivíduo desenvolve seu comportamento a partir das condições do meio em que se encontra, este meio pode ser organizado e controlado, e, desta forma, os homens também podem ser controlados.
No cenário escolar, esta concepção influenciou a reorganização das escolas, das salas de aula e a forma de controlar o comportamento dos alunos, que passam a sentar em carteiras individuais, organizadamente enfileirados.
As atividades práticas ganham lugar de destaque a partir desta perspectiva, a ação produz aprendizagem.Aqui também há uma ideia de que o desenvolvimento do caráter e da personalidade das pessoas está diretamente relacionado ao ambiente de onde provêm, sem que o próprio indivíduo possa pensar e comportar-se por si mesmo.
Já ouviu a expressão: “Diga-me com quem andas, que te direi quem és”??
Indicação de Filme: “Laranja Mecânica”.
1.1.3 Concepção Interacionista
Esta concepção é decorrente do Estruturalismo e do Materialismo Dialético.
Mais uma dica!!
http://www.infoescola.com/psicologia/estruturalismo-na-psicologia/
http://www.marxists.org/portugues/stalin/1938/09/mat-dia-hist.htm
A origem desta concepção está centrada na discordância dos pressupostos inatistas e ambientalistas, considerados limitados para explicar algo tão complexo como o ser humano.
A ideia central é a de que o desenvolvimento é construído na interação do organismo com o meio no qual o indivíduo está inserido. Há uma combinação de influências internas - maturação - e externas, as condições do meio, para o desenvolvimento das capacidades individuais.
Desta forma, organismo e meio exercem ação recíproca no desenvolvimento, e esta interação provoca mudanças no indivíduo.
Nesta concepção, o indivíduo não está pronto ao nascer e tampouco está submetido ao ambiente, ele é um ser ativo, constrói seu desenvolvimento ao longo de toda sua vida.
Diferentemente da concepção ambientalista, que valoriza a experiência prática, para a concepção interacionista toda e qualquer experiência, seja ela teórica ou prática, é fundamental para o processo de aprendizagem dos indivíduos.
Concepções
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Fórum de Debate: Com qual dessas concepções você se identifica? Por quê?
Agora vamos conhecer os principais autores e as teorias que eles desenvolveram com base nestas concepções.
1.2 DESENVOLVIMENTO COGNITIVO, AFETIVO, MORAL E SOCIAL   
Neste item vamos discorrer sobre os principais autores da Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem: Sigmund Freud, Jean Piaget, Lev Vygotsky e Henri Wallon.
1.2.1 Sigmund Freud
 
Para entender mais do autor, leia sua biografia!!
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-inicial/sigmund-freud-explorador-mente-450824.shtml?page=all
Freud não criou exatamente uma teoria de desenvolvimento e aprendizagem, sua teoria explica o desenvolvimento da energia psíquica, a Libido.
Libido é a energia afetiva original que mobiliza o organismo na conquista de seus objetivos e que sofrerá progressivas organizações durante o desenvolvimento. É definida como uma energia sexual, num sentido amplo, caracterizando cada fase de desenvolvimento numa fase Psicossexual do Desenvolvimento.
Apesar de não falar especificamente da aprendizagem, a teoria psicanalítica trouxe para o meio escolar diversas explicações sobre o desenvolvimento da criança que contribuíram para entender os comportamentos, ações e atitudes das crianças.
Vale a pena destacar que a obra freudiana inaugura, na psicologia, um interesse especial pelo desenvolvimento infantil, fato este que marcará a influência da psicologia no campo educacional.
A teoria de desenvolvimento da libido, ou desenvolvimento psicossexual, enfatiza uma sequência de fases: oral, anal, fálica, latência e genital.
Vamos lá?
A. FASE ORAL
No recém-nascido, a estrutura biológica sensorial mais desenvolvida é a boca e é por ela que ele conhecerá o mundo.
A libido concentra-se na boca e áreas próximas, por isso que bebês e crianças pequenas gostam tanto de levar objetos à boca.
Freud chamou esse processo de incorporação, ou seja, colocar aquilo que está fora para dentro e, assim, apreender o mundo.
Nesta fase há um segundo momento do desenvolvimento, que coincide com o início da dentição, então a criança não só incorpora o mundo, mas se relaciona com ele de maneira ativa, muitas vezes impondo sua vontade mordendo os demais.
B.   FASE ANAL
Tem início mais ou menos aos dois anos, quando a libido passa da área oral para a anal e a criança percebe que ela produz algo que sai dela.
Os produtos anais são vistos como objetos que vêm de dentro do próprio corpo e são de certa forma parte da criança, gerando prazer ao serem produzidos. Muitas vezes, durante o treino dos esfíncteres, as fezes são dadas como presente aos pais ou professores.
Durante essa fase acontece a maturação psicomotora, a criança começa a andar e falar; desenvolver o movimento de pinça com as mãos e a fazer o controle dos esfíncteres.
Se na fase oral a criança incorporava o mundo, agora na fase anal ela passa a se projetar no mundo, ou seja, a interagir com o mundo, colocando para fora de si seus conteúdos internos, tanto fisiológicos quanto psicológicos.
Quando o desenvolvimento é normal, quando a criança ama e sente que é amada pelos pais, cada elemento que ela produz é sentido como bom e valorizado pelo meio.
O sentimento básico que fica estabelecido e levará para as etapas posteriores é a de que seus produtos são bons, ou seja, terá um sentimento geral de adequação.
Observa-se esse desenvolvimento em crianças que têm facilidade de se expressar, brincar e interagir com outras crianças.
Caso seus produtos não sejam bem aceitos pelos pais ou pela escola, a criança passa a desenvolver um processo de controle, impedindo que seus produtos saiam de si e cheguem ao mundo.
Pode-se observar essa forma de desenvolvimento em crianças tímidas, com dificuldades de se expressar, dificuldade de interagir com outras pessoas, adultos e crianças, e muitas vezes essas crianças têm dificuldade de evacuação.
C.   FASE FÁLICA
Essa fase acontece por volta dos três anos, quando a libido passa a se localizar na região genital e as crianças descobrem que são possuidoras de órgãos genitais.
Aparece aqui uma preocupação com as diferenças sexuais e as crianças começam a dividir o mundo em masculino e feminino. As pessoas (e muitas vezes objetos) passam a ser divididas em possuidoras ou não do pênis.
Esta configuração primitiva do pensamento sexual infantil fornecerá as bases diferenciais das organizações psicológicas masculina e feminina.
Também é comum nessa fase que as crianças queiram ver os órgãos sexuais umas das outras e manipulem os seus próprios, como forma de obter satisfação e prazer.
Nesta fase acontece o famoso “Complexo de Édipo”. A criança ama o genitor do sexo oposto, sente que isso é proibido e se sente ameaçada pelo genitor do mesmo sexo.
Para resolver este conflito e aliviar a ansiedade produzida por ele, a criança passa a se identificar com o genitor do mesmo sexo, introjetando suas características, forma de se comportar e vestir, como também seu papel social e valores morais.
É comum observarmos crianças de 3, 4, 5 anos vestindo roupas dos pais, brincando que trabalham na mesma profissão, ou seja, imitando o comportamento parental.
As crianças também podem querer ser namorada do papai ou namorado da mamãe.
 
Este vídeo ilustra bem o conflito que pode acontecer nessa fase entre pais e filhos!
https://www.youtube.com/watch?v=ya1d3-HKO3U
D.   PERÍODO DE LATÊNCIA
Este período, que vai dos sete aos 12 anos, não é considerado uma fase, pois a libido não está organizada em nenhuma área específica do corpo.
A energia sexual, libido, é direcionada para outros fins, como o desenvolvimento intelectual e social da criança.
Coincide com o período de entrada da criança na escola, e para aquelas que já frequentavam a escola, é neste período que a escola passa a ser importante e séria. O ego concentra-se em atividades intelectuais.
É um período intermediário entre genitalidade infantil - fase fálica - e genitalidade adulta – fase genital.
E.   FASE GENITAL
Acontece no início da adolescência com o desenvolvimento da maturidade genital, intelectual e social.
A libido concentra-se em objetos sexuais “não incestuosos”, ou seja, o interesse do indivíduo não é mais por pai e mãe, mas sim por aqueles com os quais pode se relacionar.
Há então um interesse por grupos sociais, movimentos culturais específicos da idade, mas principalmente pelos relacionamentosafetivos.
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1.2.2 Jean Piaget
Para entender mais do autor, leia sua biografia!!
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/jean-piaget-428139.shtml
Piaget é o maior representante dos teóricos da concepção interacionista, que discordam das teorias inatistas por desprezarem o papel do ambiente, e das teorias ambientalistas por desprezarem o fator da maturação.
Consideram que organismo e meio exercem ação recíproca no desenvolvimento. A aquisição de conhecimento é um processo construído pelo indivíduo durante toda a sua vida, não estando ele pronto ao nascer, nem sendo adquirido passivamente graças às pressões do meio.
É por meio da interação com outras pessoas, adultos e crianças que, desde o nascimento, o bebê vai construindo suas características e sua visão de mundo.
Procurou responder à pergunta: “como os homens constroem o conhecimento”, estabelecendo para isso relações entre biologia, lógica e epistemologia.
Entendeu que se estudasse como as crianças constroem as noções fundamentais de conhecimento lógico – como tempo, espaço, objeto, causalidade –, compreenderia a gênese (nascimento) e a evolução do conhecimento humano.
Chamou sua teoria de “Epistemologia Genética”, não no sentido genético, mas relacionado à gênese, origem da teoria do conhecimento.
Trabalhando com dois psicólogos franceses, Binet e Simon, que estavam padronizando um teste de inteligência, ele se interessou pelas respostas erradas que as crianças davam quando não sabiam a resposta correta para uma pergunta, pois dizia que estas “respostas erradas” seguiam uma lógica própria.
Ele concebeu que as crianças possuem uma lógica de funcionamento mental que difere qualitativamente da lógica do adulto.
PRINCIPAIS CONCEITOS
Para entender a teoria de desenvolvimento da inteligência de Piaget, é necessário entender os principais conceitos que sustentam esta teoria.
· Hereditariedade
 
O indivíduo herda estruturas biológicas (Cérebro e Sistema Nervoso Central) que predispõem ao surgimento de estruturas mentais (Mente).
A maturação do sistema nervoso central possibilita o aparecimento de estruturas mentais que possibilitarão a adaptação do organismo no meio em que está inserido.
A estimulação do ambiente, para Piaget, é fator decisivo para o desenvolvimento da inteligência.
· Inteligência
 
Este conceito é fundamental na teoria piagetiana, e tem que ser entendido como sendo uma função e uma estrutura.
A função é a adaptação ao mundo: para sobreviver o organismo adapta-se e também modifica o mundo.
A estrutura é uma organização dos processos mentais: quanto maior ou mais complexo o nível de organização mental, maior será a inteligência.
Desta forma, o desenvolvimento da inteligência não se dá pelo acúmulo de informações, mas pela forma como essas informações são organizadas.
· Adaptação
O ambiente coloca os indivíduos em situações que rompem o estado de equilíbrio do organismo e desencadeiam a busca por comportamentos mais adaptativos.
O conhecimento possibilita novas formas de interação com o ambiente, proporcionando uma adaptação cada vez maior e mais eficiente.
As situações-problema movimentam o organismo para resolvê-las e voltar ao estado de equilíbrio.
· ESQUEMAS
 
Piaget entendeu a mente como dotada de estruturas do mesmo modo que o corpo.
Utilizou o termo esquemas para explicar as estruturas mentais ou cognitivas pelas quais os indivíduos intelectualmente se adaptam e organizam o meio.
São estruturas que se adaptam e se modificam com o desenvolvimento mental, mudam continuamente ou tornam-se mais refinados.
Essas estruturas intelectuais organizam os eventos como eles são percebidos pelo organismo e classificados em grupos, de acordo com características comuns, ou categorias.
A organização dos esquemas passa por dois processos básicos: assimilação e acomodação.
· Assimilação:
Esse conceito é retirado da biologia e explica que ao entrar em contato com o objeto do conhecimento, a criança retira desse objeto algumas informações, tenta adaptar esses novos eventos ou estímulos nos esquemas que ela possui no momento.
É um processo cognitivo de incluir novos conhecimentos em esquemas já existentes e com os quais seja similar.
· Acomodação:
Quando confrontada com um novo objeto, a criança tenta assimilá-lo a esquemas já existentes. Algumas vezes isso não é possível, então a organização mental – esquema - é capaz de se modificar para dar conta das singularidades do objeto.
Desta forma, um novo esquema é criado para encaixar o objeto ou modificar um esquema prévio, incluindo este objeto.
É a criação de novos esquemas ou a modificação dos velhos – ambas resultam em mudança na estrutura cognitiva – desenvolvimento.
Para memorizar!!
Assimilação → conhecer o objeto → objeto oferece resistências ao conhecimento → organização mental se modifica → acomodação → nova tentativa de assimilar → assimilação é sempre o produto final.  
A inteligência é um processo de acomodação e assimilação, que acontecem concomitantemente.
· Equilibração
Quando a criança entra em contato com o objeto do conhecimento novo, fica em conflito, em desequilíbrio cognitivo. O desequilíbrio ativa o processo de equilibração e o esforço para retornar ao equilíbrio.  
A equilibração é a estabilidade da organização mental que dá conta do conhecimento novo.
Equilíbrio é um estado de balanço entre assimilação e acomodação. Desequilíbrio é um estado de não balanço entre assimilação e acomodação.
Equilibração é o processo de passagem do desequilíbrio para o equilíbrio – permite que a experiência externa seja incorporada na estrutura interna, alteração ou criação dos esquemas.
É um processo autorregulado, pela assimilação e acomodação.
· Estágios
O desenvolvimento da inteligência se dá por rupturas. Os estágios representam uma lógica do desenvolvimento da inteligência, um estágio é superado radicalmente por outro superior.
Cada estágio representa uma qualidade da inteligência.  A sequência do desenvolvimento da inteligência passa por estágios, sendo que nenhum pode ser pulado ou invertido.
São eles:
 
· Estágio Sensório-Motor (0 a 2 anos)
Pode ser definido como a fase da inteligência prática, pois nesse momento não existe ainda a linguagem, e o pensamento está se desenvolvendo. Piaget explica que o pensamento precede a linguagem, por isso esta fase é prática, de ação.
A criança passa de um egocentrismo inconsciente e integral para a construção de um universo objetivo.
Acontece nesse estágio a organização psicológica básica dos aspectos perceptivo, motor, intelectual, afetivo e social.
Tem início para a criança a diferenciação de objetos externos do próprio corpo, isso acontece com a exploração do corpo, suas partes e sensações. Piaget nomeou de autoconhecimento.
Acontece também nessa fase a organização mental de um esquema corporal, que é a ideia que a criança tem do seu próprio corpo.
 
Por volta dos 9 meses surge o conceito de objeto permanente, que é a concepção de um mundo estável, entender que as coisas continuam existindo, mesmo que a criança não as veja.
Neste período, 9/10 meses, também surge a diferenciação entre meios e fins. Ligado ao conceito de objeto permanente, a criança desenvolve a capacidade de retirar algo que cobre um objeto, por exemplo.
Com relação à moral, Piaget classificou o desenvolvimento das crianças deste estágio como anomia, ou seja, elas estão ainda fora do mundo moral, não compreendem regras.
· Estágio Pré-operatório (2 a 7 anos)
 
Este estágio pode ser definido como sendo o da representação, que significa a capacidade de pensar um objeto através de outro objeto.
 
Duas características marcam esse estágio: o surgimento da linguagem e as brincadeiras de “faz de conta”.
A criança começa a desenvolver esquemas simbólicos, isto é, representa um objeto real, concreto, por outro abstrato, que é a palavra.
Piaget utilizou o termo egocentrismo para explicar os comportamentos da criança, que parte do próprio eu para compreendera realidade, e pela ausência de esquemas conceituais e lógicos, mistura realidade com fantasia.
Ela também pode se confundir com pessoas e objetos, atribuindo-lhes seus pensamentos e sentimentos, dando explicações animistas a objetos e animais, como, por exemplo, dizer que a boneca está com sono.
Tem explicações artificialistas sobre fenômenos da natureza, por exemplo, pode acreditar que os rios foram feitos pelos homens ou que chove porque o céu está triste, ou ainda, que o céu é azul porque Deus é menino.
Começa a formação de conceitos, ou a pré-conceitualização para a fase seguinte, mas sua percepção de mundo ainda é imediata.
Não tem desenvolvidas as noções de conservação de quantidade, volume, massa, peso e tempo.
Existe a presença de linguagem socializada (conversam com os demais), mas há a predominância de linguagem egocêntrica – falam para si mesmas.
Nessa fase tem introdução à moralidade, que foi definida por Piaget como a capacidade de compreender regras e normas sociais. Neste momento a criança está no período denominado heteronomia, que é a obediência de regras e normas vindas de outros indivíduos.
· Estágio Operatório Concreto (7- 12 anos)
É o período de aquisições intelectuais e da capacidade de reversibilidade do pensamento.
O conceito piagetiano de operação significa “ação interiorizada reversível”.
Neste momento a criança já desenvolveu a ação do estágio sensório-motor; a ação interiorizada ou representação do estágio pré-operatório e, agora, desenvolverá a reversibilidade do pensamento.
Ação interiorizada reversível significa pensar a ação e pensar na anulação desta ação. Exemplificando esse conceito, podemos falar de uma criança que entende que da cidade A até a cidade B tem 100km, mas também já entende que da cidade B para a cidade A são preservados os mesmos 100km. Isso não acontecida com a criança do pré-operatório.
A criança ainda atua sobre o concreto, mas a reversibilidade do pensamento possibilita o desenvolvimento das noções de conservação de quantidade, volume, massa e peso.
Há o declínio da linguagem egocêntrica até seu desaparecimento, como também o egocentrismo social, e as crianças têm prazer nas brincadeiras coletivas.
A criança deste período tem maior flexibilidade mental, compreende regras de jogos coletivos e de tabuleiro.
Compreende a parte no todo, isto é, que o bairro está dentro da cidade, a cidade do estado, o estado do país e assim por diante.
 
Para as crianças do operatório-concreto, surge um sentimento de necessidade de saber, aprender, as coisas são necessárias, reais, e não mais imaginativas.
Esta criança ainda está na fase da heteronomia no desenvolvimento da moral, mas as intenções das pessoas passam a ser consideradas ao fazer algum julgamento.
Capacidade de Conservação
· Conservação matéria (6-8 anos)
A massa de uma bolinha pode se transformar em uma cobrinha e a matéria continua a mesma.
· Conservação peso: (8-10 anos)
A bolinha de massa tem o mesmo peso da cobrinha.
· Conservação volume: (10-12 anos)
A bolinha de massa tem o mesmo volume da cobrinha. Ou ainda, diferentes recipientes comportam o mesmo volume de líquido.
· Estágio Operatório Formal (12 anos em diante)
Este é o período do pensamento abstrato, hipotético.
No estágio anterior a criança deu um salto enorme no seu desenvolvimento, mas atuava apenas no concreto. Agora consegue formar esquemas mentais abstratos, conceituar, compreender sentimentos e valores sociais.
Por essa capacidade cognitiva altamente desenvolvida, os adolescentes gostam muito de debater sobre assuntos complexos e se envolver em causas sociais e humanitárias.
 
A partir deste estágio, a flexibilidade do pensamento aumenta à medida que as funções cognitivas são estimuladas.
Piaget dizia que neste momento a criança descobre que consegue pensar, pensa sobre seu próprio pensamento e dos demais.
No aspecto do desenvolvimento da moral, Piaget chamou este momento de autonomia, que é a capacidade de desenvolver uma relação de reciprocidade e de igualdade com os demais, por meio de argumentações e o estabelecimento de regras e normas de conduta próprias.
Para Piaget, esta é a forma final de equilíbrio do desenvolvimento da inteligência.
 
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Para se aprofundar na teoria piagetiana, sugiro que você não perca este vídeo!!
https://www.youtube.com/watch?v=c5IkmWq8Z5U
1.2.3 Lev Seminovich Vygotsky
Conhecido como o maior expoente da psicologia soviética, Vygotsky tem uma obra vastíssima, mas pouco conhecida em sua totalidade.
O contexto social e histórico no qual desenvolveu suas produções intelectuais explica essa dificuldade de acesso ao seu material e também esclarece sua lógica de pensamento marxista.
Vale ressaltar que Vygotsky não desenvolveu sua obra sozinho, de 1925 a 1934 (ano de sua morte aos 38 anos), ele coordenou junto com Luria e Leontiev um grupo de psicólogos pesquisadores na Universidade de Moscou.
Apesar de ter morrido jovem, produziu muito durante 10 anos e deixou um legado de mais de 300 trabalhos científicos, Obras Completas, mas, principalmente, abriu campo para inúmeras pesquisas.
Sua teoria apresenta uma nova proposta para compreender o desenvolvimento infantil a partir do conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal e da formação das Funções Psicológicas Superiores.
Sua concepção filosófica é o Materialismo Histórico Dialético, método de investigação da realidade proposto por Marx.
Para entender mais do autor, leia sua biografia!!
http://www.infoescola.com/biografias/vigotski/
CONTRIBUIÇÕES DE VYGOTSKY
Sua concepção filosófica possibilita superar visões positivistas, como o inatismo e o ambientalismo, na explicação do desenvolvimento humano, pois considera contexto social exercendo maior influência na construção do desenvolvimento.
Propõe a explicação das Funções Psicológicas Superiores e assim diferencia psiquismo humano e animal, que à sua época eram comparados como uma única forma de organização mental.
Também aponta a importância dos aspectos afetivos na compreensão do psiquismo humano e enfatiza a unidade entre afetividade e cognição como elementos fundamentais no desenvolvimento psíquico.
Apresenta a consciência humana se constituindo a partir de signos, símbolos e significados criados pela cultura humana e, acima de tudo, enfatiza a importância da linguagem na construção da consciência humana.
Reconhece o desenvolvimento humano como um processo dinâmico e dialético da relação entre o indivíduo e a sociedade, pela apropriação da experiência e dos conhecimentos históricos e culturais da sociedade. Por isso ressalta o papel da vivência, da atividade, da ação no desenvolvimento dos indivíduos.
CONCEPÇÃO DE DESENVOLVIMENTO
Considera que o homem não se desenvolve espontaneamente, naturalmente, as condições de desenvolvimento são construídas na sociedade. As condições concretas de vida em sociedade são fundamentais para o desenvolvimento humano.
Afirma que devemos considerar o homem sempre no seu devir, ou seja, em constante processo de desenvolvimento - a partir das relações que estabelece em sociedade.
O homem como espécie - reflexos, instintos, inteligência - avança para se tornar homem “humanizado” – linguagem, pensamento, consciência –, desde que criadas as condições para esse desenvolvimento.
O trabalho, que é a ação intencional e planejada, bem como a linguagem (simbólica/cultural), são elementos fundamentais para o desenvolvimento humano.
O desenvolvimento do psiquismo humano deve ser compreendido qualitativamente a partir das relações entre o indivíduo e a sociedade. A apropriação dos objetos materiais (físicos) e a apropriação dos objetos simbólicos (linguagem, conhecimentos) garantem o processo de desenvolvimento humano.
Aponta a importância de que ao homem sejam garantidas as possibilidades de ser sujeito do seu próprio processo de desenvolvimento.
O Conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal
Diferente de Freud e Piaget, que não se preocuparam diretamente com o desenvolvimentoe a aprendizagem, Vygotsky considera que há dois problemas a serem compreendidos no desenvolvimento infantil:
- A relação entre aprendizagem e desenvolvimento de maneira geral;
- E as características específicas desta inter-relação na idade escolar, com a influência da escola.
Ele afirma que para compreender a relação entre o processo de desenvolvimento e o da aprendizagem, não se pode limitar a um único nível de desenvolvimento.
É a partir deste pensamento que ele propõe a existência de dois níveis de desenvolvimento: o desenvolvimento real e a zona de desenvolvimento proximal.
· Desenvolvimento Real
É o nível de desenvolvimento onde as funções psicológicas e intelectuais já foram desenvolvidas.
Este nível é demonstrado por tudo aquilo que a criança consegue realizar sozinha.
ATENÇÃO
Entretanto, ele não indica completamente o estado de desenvolvimento da criança. Indica apenas o que ela desenvolveu até aquele momento específico.
· Zona de Desenvolvimento Proximal
Pode-se dizer que a zona de desenvolvimento proximal é o desenvolvimento que está acontecendo, abarca tudo aquilo que a criança é capaz de fazer com auxílio de outras pessoas mais experientes, colegas de sala ou professor.
Segundo essa teoria da zona de desenvolvimento proximal, Vygotsky demonstrou que avaliar as crianças com base naquilo que elas conseguem fazer sozinhas é avaliar apenas uma parte de sua capacidade, de seu desenvolvimento.
Desta forma, deve-se reavaliar a importância da imitação, da demonstração e do “fazer junto”, tanto na psicologia quanto na educação.
A Importância da Ação Coletiva
Vygotsky comprovou que uma criança submetida a um teste, sob orientação, exemplos e demonstrações, consegue resultados muito superiores do que quando não orientada, sozinha.
A imitação está ligada à capacidade de compreensão - não é possível imitar aquilo que se tem capacidade cognitiva para compreender. Com o auxílio da imitação na atividade coletiva guiada pelos adultos, a criança pode fazer muito mais do que com a sua capacidade de compreensão de modo independente.
As Funções Psicológicas Superiores
São funções cognitivas especificamente humanas, que foram formadas ao longo da história do gênero humano.
São atividades mentais mediadas pela linguagem, estruturadas em sistemas funcionais, dinâmicos e historicamente mutáveis.
O desenvolvimento da linguagem, por exemplo, é considerado por Vygotsky como uma função psicológica superior, pois ela origina-se em primeiro lugar como meio de comunicação entre a criança e as pessoas que a rodeiam.
A linguagem, inicialmente social, só depois é convertida em linguagem interna, transformando-se em função mental interna que fornece os meios fundamentais ao surgimento do pensamento.
Também a memória, a atenção, as lembranças voluntárias e os planejamentos são funções psicológicas superiores, pois são atividades específicas do homem.
A lei fundamental das funções psicológicas superiores é a de que elas aparecem duas vezes durante o desenvolvimento da criança: a primeira vez em atividades coletivas, sociais, ou seja, como funções interpsíquicas; a segunda, em atividades individuais, como propriedades internas do pensamento da criança, ou seja, como funções intrapsíquicas. 
A apropriação dos conteúdos escolares possibilita a formação e um aumento qualitativo das funções psicológicas superiores, por isto Vygotsky ressalta o papel da escola e da atuação intencional do professor no desenvolvimento infantil.
Para Vygotsky, o principal fato humano é a transmissão e assimilação da cultura. Assim, a aprendizagem é alçada a uma posição de extrema importância, na medida em que se constitui em condição fundamental para o desenvolvimento das características humanas não naturais, mas formadas historicamente, o que equivale dizer, para o ser e agir no mundo.
Para se aprofundar na teoria de Vygotsky, sugiro que você também não perca este vídeo!!
https://www.youtube.com/watch?v=pZFu_ygccOo
 
Chegamos ao final da webaula 1, agora para dar continuidade acesse a webaula 2. 
BIAGGIO, Ângela. Psicologia do Desenvolvimento. 2ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1988. Cap. 1.
CARRARA, K. (Org.). Introdução à Psicologia da Educação - Seis abordagens. 1. ed. São Paulo: Avercamp, 2004.
DAVID WEBB. Sigmund Freud Anciano. Wikimedia Commons, 26 maio 2010. Disponível em: < https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sigmund_Freud_Anciano.jpg >. Acesso em: 16 fev. 2014.
LA TAYLLE, Yves de, OLIVEIRA, Marta Kohl de; DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.
LEONTIEV, Alex. O desenvolvimento do psiquismo humano. São Paulo: Editora Moraes, 1978.
MARTINS, Ligia Márcia. (Org.). Sociedade, educação e subjetividade: reflexões temáticas à luz da psicologia sócio-histórica. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2008.
PAPALIA, Diane E. Desenvolvimento Humano. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
PIAGET, Jean. Seis estudos de Psicologia. 24. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002.
RAPPAPORT, Clara. Teorias do Desenvolvimento. São Paulo: EPU, 1981. v. 1.
THE VIGOTSKY PROJECT. Lev Vygotsky 1896-1934. Wikimedia Commons, 27 jun. 2013.  Disponível em: < http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lev_Vygotsky_1896-1934.jpg?uselang=pt-br >. Acesso em: 17 fev. 2014.
VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM
Webaula 2
 Abordagens psicológicas fundamentais.
Prezado aluno! Continuamos agora com nosso estudo abordando as influências e implicações educacionais das concepções e teorias do desenvolvimento no campo educativo.
Convido você a mergulhar um pouco mais fundo nesta compreensão! Vamos lá?!
 
2 Análise das implicações educacionais decorrentes das diferentes abordagens fundamentais do desenvolvimento.
Na aula passada discorreu-se sobre as principais concepções e teorias do desenvolvimento humano à luz da psicologia.
Nesta aula serão abordadas diversas correntes pedagógicas e a influência que as teorias de desenvolvimento criadas pela psicologia tiveram sobre o pensamento pedagógico.
2.1 CONCEPÇÕES DE DESENVOLVIMENTO
2.1.1 Inatista
Apresentou-se na aula passada a concepção de desenvolvimento Inatista, que tem como principal pilar a ideia de que “as qualidades e capacidades básicas de cada ser humano, como personalidade, valores, hábitos, crenças, pensamentos, emoções, conduta social, etc., estão prontos desde o nascimento”.
Este pensamento inatista permeia grande parte do ideário pedagógico, criando, como já foi exposto, uma série de ideias sobre a forma de aprender e aquilo que a escola pode fazer.
Pode-se observar, mais atentamente, as seguintes consequências no interior da escola:
Consequências em sala de aula
· Preconceitos – esta concepção pauta-se na ideia de que as pessoas nascem com algumas características que se desenvolvem ao longo do tempo; essas características são herdadas biologicamente e não é possível livrar-se delas. Desta forma, se uma criança tem pais “ruins”, ela será “ruim”; se os pais tiveram dificuldade na escola, ela também terá. 
 
· Limitação da ação pedagógica – esta é continuação direta da consequência anterior, pois se as características são inatas e imutáveis, nada que o professor quiser ou puder fazer pelo aluno terá validade, os fatores internos sempre se sobreporão ao processo de aprendizagem.
· Pessimismo diante das dificuldades – não se sabe o que fazer com alunos que têm dificuldades de aprendizagem ou alterações comportamentais, pois acredita-se que suas características internas se sobreponham às ações do meio.
· Desconsidera as relações sociais – como já foi exposto, as características inatas são mais “fortes” do que qualquer mudança que o ambiente possa colocar para o indivíduo. Também observa-se aqui uma visão preconceituosa das relações sociais, pois se o indivíduo for considerado “fora dos padrões” que se espera, aqueles com os quais convive também não estarão nos padrões.
· Relaciona educação à adaptação – seguindo esta linha de raciocínio, a educação não pode promover alteraçõesnas características individuais, o que lhe restará será apenas adaptar o aluno ou indivíduo “disfuncional” ao sistema, sem que se questione se o sistema é funcional.
2.1.2 Ambientalista
Como foi explicado na aula anterior, “em oposição à concepção inatista, a concepção ambientalista diz que a experiência é fonte de desenvolvimento e conhecimento, e para que haja desenvolvimento é necessário se submeter às experiências que o meio lhe oferece. As experiências ambientais têm mais importância que as características inatas, o ambiente se sobrepõe à maturação biológica”.
Desta forma, pode-se questionar quais seriam as consequências deste pensamento no interior da educação, já que esta perspectiva é oposta à inatista.
É importante também considerar que esta concepção surge na educação no momento em que o país passava pelo processo de industrialização, que em si mesmo havia sido influenciado pela perspectiva acima descrita.
Vamos às consequências desta concepção:
Consequências em sala de aula
· Valoriza o planejamento das ações – esta concepção foi muito importante para a organização dos conteúdos escolares e a organização dos modelos educativos. Por outro lado, colocou o professor como um executor de uma tarefa objetiva, com metas e prazos para cumprir.
· Enfatiza a objetividade das ações – essa ênfase na objetividade, decorrente do processo industrial, acabou por interferir nas relações no interior da escola, retirando da sala de aula toda a possibilidade de relacionamentos pessoais. Tanto alunos quanto professor devem cumprir suas metas, ou o famoso “tem que terminar o conteúdo”.
· Requer organização das condições de aprendizagens no ambiente - o professor passa a ser responsável pela organização do ambiente onde seus prazos e metas de ensino devem ser cumpridos e por criar condições ambientais de mudança do comportamento dos alunos, já que o importante nesta concepção é a experiência que o indivíduo vai viver no ambiente onde está inserido. 
· Determina a sequência lógica das atividades: esta concepção trouxe como benefício uma maior organização dos conteúdos didáticos, partindo de conteúdos mais simples até chegar a conteúdos abstratos. Neste sentido, entende-se que o pensamento do aluno requer que os conteúdos escolares sejam trabalhados passo a passo, o que pode levar a uma fragmentação do conhecimento científico como um todo. Além disso, o professor passa a ser planejador, organizador e executor das situações de aprendizagem.
 
2.1.3 Interacionista
Esta concepção pode ser considerada a mais “moderna” das três e a que mais tem aplicação na atualidade, não que ainda não haja influência das duas anteriores no pensamento pedagógico.
Viu-se que “a ideia central é a de que o desenvolvimento é construído na interação do organismo com o meio no qual o indivíduo está inserido. Há uma combinação de influências internas - maturação - e externas, as condições do meio, para o desenvolvimento das capacidades individuais”.
Consequências na Psicologia e na Educação
· Dilui a rigidez das visões anteriores (inatismo/ambientalismo);
· Supera os preconceitos das concepções anteriores por considerar a influência que a educação pode exercer na criança e no indivíduo de maneira geral;
· Explica que o sujeito aprende e se desenvolve sempre em interação com outros indivíduos e conhecimentos;
· Aponta a necessidade de criar condições de desenvolvimento para o sujeito e possibilitar sua interação ativa neste processo;
· Sugere que teoria e prática precisam se inter-relacionar no processo de desenvolvimento do ser humano, isso se opõe ao pensamento de que a experiência prática é a única que produz desenvolvimento.
 Consequências em sala de aula
· Valoriza o papel da interação constante e dinâmica no processo de ensino-aprendizagem: explica que o desenvolvimento só se dá por interação, isto é, mesmo que haja características inatas, se estas não forem estimuladas pelo meio, não se desenvolverão.
 
· Enfatiza o papel do professor em interação com os alunos: o professor sai do lugar de apenas organizador e aplicador de conteúdos e ganha status de facilitador do processo ensino-aprendizagem. As relações sociais e afetivas voltam a ser valorizadas nesta concepção.
 
· Resgata a importância do trabalho coletivo: o fator principal desta concepção não é o “produto” do trabalho como a visão ambientalista propunha, mas o processo de ensino-aprendizagem, com ênfase na aprendizagem. Desta forma, aprender implica em participar ativamente deste processo, e relacionar-se em grupos na sala de aula é uma das formas de desenvolver isso.
· Valoriza os conhecimentos e experiências dos alunos no processo ensino-aprendizagem: os alunos não são mais vistos como equivocados ou disfuncionais, mas com experiências próprias que devem ser levadas em conta no processo de desenvolvimento, já que eles serão valorizados por isso e a emoção é vista aqui como fundamental nesse processo. 
 
· Pode caminhar para um “laissez-faire”: esta expressão define um tipo de liderança mais solta, que não coloca muitos limites. Nesta concepção, a criança deve se interessar pelo seu processo de aprendizagem e o professor facilitar o acesso dele àquilo que lhe interessa. Se não houver uma orientação da escola para o professor, ele pode perder-se e não saber exatamente qual é o seu papel como facilitador da aprendizagem, pois se é o aluno quem constrói o conhecimento, o professor pode ser visto como coadjuvante no processo.
· Pode haver negligência aos conteúdos formais (científicos): uma das maiores críticas a essa concepção é a negligência aos conteúdos formais, que muitas vezes são deixados de lado por um equívoco de interpretação da proposta de construção do conhecimento, e acaba por se entender que se não são interessantes para os alunos, não precisam ser dados.
2.2 TEORIAS PEDAGÓGICAS
Neste item serão abordadas as principais teorias pedagógicas que passaram e ainda estão presentes no interior das escolas brasileiras.
Cada uma das diferentes abordagens de ensino, construídas na prática cotidiana da escola, privilegia determinados aspectos do fenômeno educativo, por exemplo:
 
· O humano: teoria humanista;
· A técnica: teoria comportamentalista;
· A transmissão de conteúdo e os modelos: teoria tradicionalista;
· O pensamento: teoria cognitivista;
· As relações sociais e culturais: socioculturais.
· Enfatiza o papel do professor em interação com os alunos: o professor sai do lugar de apenas organizador e aplicador de conteúdos e ganha status de facilitador do processo ensino-aprendizagem. As relações sociais e afetivas voltam a ser valorizadas nesta concepção.
 
· Resgata a importância do trabalho coletivo: o fator principal desta concepção não é o “produto” do trabalho como a visão ambientalista propunha, mas o processo de ensino-aprendizagem, com ênfase na aprendizagem. Desta forma, aprender implica em participar ativamente deste processo, e relacionar-se em grupos na sala de aula é uma das formas de desenvolver isso.
· Valoriza os conhecimentos e experiências dos alunos no processo ensino-aprendizagem: os alunos não são mais vistos como equivocados ou disfuncionais, mas com experiências próprias que devem ser levadas em conta no processo de desenvolvimento, já que eles serão valorizados por isso e a emoção é vista aqui como fundamental nesse processo. 
 
· Pode caminhar para um “laissez-faire”: esta expressão define um tipo de liderança mais solta, que não coloca muitos limites. Nesta concepção, a criança deve se interessar pelo seu processo de aprendizagem e o professor facilitar o acesso dele àquilo que lhe interessa. Se não houver uma orientação da escola para o professor, ele pode perder-se e não saber exatamente qual é o seu papel como facilitador da aprendizagem, pois se é o aluno quem constrói o conhecimento, o professor pode ser visto como coadjuvante no processo.
· Pode haver negligência aos conteúdos formais (científicos): uma das maiores críticas a essa concepção é a negligência aos conteúdos formais, que muitas vezes são deixados de lado por um equívocode interpretação da proposta de construção do conhecimento, e acaba por se entender que se não são interessantes para os alunos, não precisam ser dados.
2.2 TEORIAS PEDAGÓGICAS
Neste item serão abordadas as principais teorias pedagógicas que passaram e ainda estão presentes no interior das escolas brasileiras.
Cada uma das diferentes abordagens de ensino, construídas na prática cotidiana da escola, privilegia determinados aspectos do fenômeno educativo, por exemplo:
 
· O humano: teoria humanista;
· A técnica: teoria comportamentalista;
· A transmissão de conteúdo e os modelos: teoria tradicionalista;
· O pensamento: teoria cognitivista;
· As relações sociais e culturais: socioculturais.
 
2.2.1 Abordagem Tradicional
Expoentes: Chartier
Esta abordagem de ensino é a mais conhecida do ideário pedagógico e pela qual a maioria dos alunos, do ensino infantil à pós-graduação, experimentou pelo menos uma vez.
Entende que o homem precisa conhecer o mundo à sua volta para ser reconhecido como pessoa, e que isso só pode ser feito por meio do conhecimento formal, da escola, que é o mais importante.
Os conhecimentos populares não são aqui considerados relevantes e nem os questionamentos, pois o aluno deve ser um receptor passivo de informações e conteúdos.
A realidade só será transmitida ao aluno através da educação formal, local onde o indivíduo vai se apossando gradativamente dos conhecimentos.
 
Os conteúdos escolares são selecionados por alguns pensadores ou teóricos das áreas de conhecimento e, na maioria das vezes, trazem um viés cultural e político, pois visam à manutenção do status quo da sociedade na qual a escola está inserida.
Têm o papel de difundir e reproduzir os valores da sociedade e da cultura dominante, sem que os indivíduos que participam do processo educativo possam questionar.
Valorizam as tradições e instituições sociais e culturais, mantendo festas, confraternizações e comemorações.
Principais características
· Conduzir o aluno ao conhecimento;
· Enfatizar a importância da imitação de modelos “adequados”, sendo o principal o professor deles, que já passou pelo processo de escolarização e obteve sucesso;
· Privilegiar o especialista;
· O professor é o principal personagem do processo ensino-aprendizagem, toda preocupação é com o método para o professor ensinar;
· O ensino é centrado no professor;
· O aluno apenas executa tarefas prescritas pelo professor e não pode questioná-las;
· A meta do conhecimento precisa ser atingida independente da vontade do aluno, num modelo extremamente autoritário, que desconsidera diferenças individuais.  
A escola, instituição muito séria da sociedade, é entendida como o principal lugar onde ocorre a educação formal, devendo transmitir informações sobre o mundo aos alunos.
É a agência sistematizadora da cultura e onde se aprende a raciocinar corretamente.
 
Deve garantir o ajustamento social dos alunos, principalmente dos mais rebeldes.
 
O processo de ensino-aprendizagem é bastante peculiar. A sala de aula é território do professor e o principal ambiente de ensino. Os conteúdos que são transmitidos têm de ser adquiridos e os modelos imitados.
Ensinar é saber instruir adequadamente os alunos, já aprender é conseguir armazenar e aplicar as informações que foram recebidas.
O mais importante no processo de ensino é a variedade e a quantidade de noções, conceitos e informações transmitidos aos alunos. Nesse sentido é coerente o verbalismo do mestre e a memorização do aluno.
 
Educar é entendido nessa abordagem como instruir, transmitir, oferecer modelos exemplares e, para isso, o professor é imprescindível na transmissão dos conteúdos.
O importante é o produto da educação e não o seu processo. Ser inteligente é poder memorizar e armazenar informações – melhor ainda, decorá-las.
A relação professor-aluno sempre foi o ponto de maiores críticas desta abordagem, pelo seu caráter autoritário e muitas vezes violento com os alunos.
É o professor quem define os objetivos e conduz a aula à sua maneira, transmitindo os conteúdos e os alunos assimilando.
 
As relações sociais em sala de aula dependem do aval do professor, que quase nunca as permite, pois entende que os alunos precisam ser controlados individualmente.
A relação predominante é professor e aluno individualmente, sendo que a sala de aula é constituída por vários indivíduos, não existe o grupo.
A metodologia de ensino é a aula expositiva, centrada no professor, que transmite e demonstra a maneira certa de fazer e pensar.
A participação individual do aluno é a mais valorizada, desde que aconteça nos momentos apropriados.
Valoriza-se o racional em detrimento do emocional, os exercícios de repetição e de recapitulação.
Todos os alunos são tratados da mesma maneira, generalizadamente, não há individualidades.
A avaliação do processo de ensino-aprendizagem preferencial é a prova, que visa à reprodução do conteúdo transmitido em sala de aula. O importante é a quantidade e a exatidão de informações corretas na prova. As notas representam os níveis de aquisição cultural e separam os “bons” dos “medianos” e dos “ruins”.
 
Essa abordagem sofreu inúmeras críticas, como já foi dito, principalmente pelos processos agressivos e humilhantes com os alunos que foram vítimas de diversos castigos, como apanhar de palmatória, ajoelhar no milho, ficar de castigo em pé voltado para a parede, usar “chapéu de burro”, dentre outros.
 
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Assista ao videoclipe do grupo Pink Floyd, que fez duras críticas a esse modelo escolar:
“Another brick in the wall”.
https://www.youtube.com/watch?v=yv4qqd94GA0
2.2.2. Abordagem Comportamental
Expoente: Skinner
Entende o homem como sendo uma consequência das influências do ambiente ao qual está submetido, ele responde ao ambiente.
O mundo é objetivo e o homem precisa conhecê-lo, experimentá-lo.
O ambiente pode manipular o homem, se o ambiente for alterado, o comportamento do indivíduo também será.
A cultura é aqui entendida como um ambiente social, que dá forma e preserva os comportamentos. A cultura é um conjunto de contingências de reforço.
A sociedade ideal é aquela que é planejada e controlada.
Principais características
· Descobrir a realidade é imprescindível;
· Experimentar o ambiente é o caminho para o conhecimento;
· O professor organiza o ambiente para o aluno experimentar;
· O ensino é totalmente planejado;
· O comportamento humano pode ser modelado;
· O homem é controlado e previsível;
· O aluno recebe informações e reflexões;
· O aluno precisa ser treinado para aprender habilidades.
O papel da escola é organizar as contingências para instalar e manter comportamentos desejáveis e úteis para a sociedade.
 
É entendida como a agência social que forma e controla as novas gerações.
Exemplo de “mapa de sala”, que define, segundo o professor, onde os alunos devem se sentar para ter melhor aproveitamento das aulas.
O processo de ensino-aprendizagem é centrado também no professor, visto que ensinar consiste em organizar contingências reforçadoras que possibilitem a aprendizagem.
O ensino deve proporcionar o autocontrole pela incorporação das contingências de reforço e modelos.
O bom ensino depende da habilidade do professor em organizar e planejar adequadamente as contingências reforçadoras.
A educação tem papel bem definido nessa abordagem, educar está ligado à transmissão dos modelos culturais. Deve transmitir práticas, costumes e habilidades.
Entende-se que a educação tem um poder controlador sobre o homem. Educar é, portanto, promover mudanças nos comportamentos dos indivíduos.
Como já foi exposto anteriormente, o desenvolvimento surge pela aprendizagem, sendo que a experiência é a base do conhecimento, dentro de uma visão empirista, ou seja, é necessário experimentar para saber.
Conhecer é poder fazer experiências com os objetos materiais e simbólicos. O conhecimento é o resultado direto da experiência.
A relação professor-aluno é marcada por papéis bem definidos.Ao professor cabe organizar o processo de aprendizagem, aos alunos cabe o autocontrole do processo de aprendizagem. O aluno é executor das atividades organizadas pelo professor.
Através do arranjo das contingências de reforço tem-se o aumento da probabilidade do aparecimento de respostas desejáveis na escola.
 
A metodologia de trabalho utilizada tem como base a tecnologia educacional e estratégias; planejamento sistemático das aulas e seu cumprimento rigoroso.
Nesta abordagem temos um ganho da anterior, há a individualização do ensino e respeita-se o ritmo de cada aluno.
A instrução objetiva maximizar o desempenho de cada indivíduo.
A avaliação tem a função de constatar se o aluno aprendeu e atingiu os objetivos planejados, por meio de “pré-testagem”, onde se verifica por meio de perguntas quais são os conhecimentos que os alunos têm do assunto antes de passar o conteúdo. Posteriormente é realizada a “pós-testagem”, onde são aplicadas as mesmas questões/perguntas para comparar o resultado obtido com o processo de ensino-aprendizagem.
Essa forma de avaliação é bastante eficiente em vários disciplinas e momentos da aprendizagem, principalmente para os professores que trabalham com processos bem definidos.
 
2.2.3 Abordagem Humanista
Expoente: Rogers
A concepção de homem nesta abordagem é contrária às anteriores, pois entende que o indivíduo está em processo contínuo de descoberta do próprio ser.
O homem não está pronto, é reconhecido como um constante “vir-a-ser”. O ser humano tem uma tendência à autorrealização.
O homem goza de liberdade plena para constituir-se. Em cada indivíduo há uma consciência autônoma e interna.
A realidade é entendida não como algo objetivo, mas como um fenômeno subjetivo, produzido pelo homem.
A ênfase desta abordagem é no sujeito, mas a compreensão do mundo é fundamental para sua constituição.
O mais importante na sociedade é o indivíduo e o pequeno grupo. A sociedade deve garantir qualidade de relação interpessoal.
É o homem, no seu processo de vir a ser, que constrói a cultura e a sociedade.
 
Principais características
· O sujeito é o elaborador dos seus conhecimentos;
· Conhecer é respeitar o conhecimento do próprio homem;
· O professor é facilitador da aprendizagem, dá suporte, cria condições para a aprendizagem;
· O homem é o centro do processo educacional;
· Deve-se respeitar e aceitar o homem sempre;
· O aluno precisa ser visto como ser humano, pessoa.
A escola deve respeitar a criança tal qual ela é e possibilitar a autonomia e liberdade do aluno. A gestão escolar se dá pelo princípio da autonomia democrática.
As regras são estabelecidas coletivamente.
O processo de ensino-aprendizagem é centrado na pessoa. Ele deve dirigir a pessoa à sua própria experiência.
O método é não diretivo, de total confiança e respeito a cada aluno.
A aprendizagem significativa é a que envolve toda a pessoa e que se estende para a vida do sujeito.
 
A educação tem o papel de educar o homem para a vida e não transmitir, apenas, conteúdos. Entretanto, a responsabilidade da educação reside no próprio estudante, que é responsável pelo seu processo.
O professor deve criar condições em sala de aula para a liberação da autoaprendizagem do aluno.
A educação deve estar a serviço do crescimento pessoal, interpessoal e grupal. Deve valorizar a busca progressiva da autonomia.
Deve produzir, acima de tudo, um encontro deliberado, intencional e significativo entre pessoas.
O conhecimentoé construído a partir da experiência pessoal e subjetiva no processo de vir-a-ser do sujeito.
O homem só pode conhecer o que é percebido por ele, subjetivamente. O homem tem papel central na elaboração do conhecimento. Ao se expressar, o homem conhece e a experiência é vivenciada.
O conhecimento não é estático, absoluto e verdadeiro.
A relação professor-aluno deve ser marcada pela aceitação dos alunos. Embora o ensino dependa do caráter individual do professor, o relacionamento professor-aluno é único, original, como cada ser.
O professor é um facilitador da aprendizagem; deve ser autêntico e congruente e respeitar o aluno, que sabe qual é o conhecimento significativo para si próprio. Além disso, deve compreender os sentimentos do aluno e aceitá-los.
Dentro desta perspectiva educacional, as estratégias instrucionais são irrelevantes no processo metodológico.
Não se enfatiza técnica ou método para facilitar a aprendizagem. Cada educador desenvolve seu estilo próprio de facilitar a aprendizagem.
Os alunos aprendem o que desejam aprender.
O processo avaliativo é feito por meio da autoavaliação, que possibilita autorreflexão do processo de aprendizagem.
O aluno assume a responsabilidade pelas formas de controle de sua aprendizagem, define e aplica os critérios de sua avaliação.
 
2.2.4 Abordagem Cognitivista
Expoente: Piaget
O indivíduo é um ser em constante desenvolvimento. Utiliza-se do ambiente para se desenvolver. Modifica o meio e se modifica o tempo todo.
Todo indivíduo progride de estágios mais simples para mais complexos.
Esta teoria explica que o estágio de desenvolvimento primitivo é egocentrado, isto é, a criança vê o mundo a partir do seu próprio ponto de vista.
Ao longo do seu processo de desenvolvimento, seu nível cognitivo passa por alterações e se desenvolve, o que possibilita que ela compreenda as regras coletivas e sociais.
 
 Principais características
· O homem é dotado de inteligência inata que se desenvolve com os estímulos do ambiente;
· O desenvolvimento infantil precede a aprendizagem;
· O indivíduo é dotado de cognição para processar informações;
· O aluno precisa aprender a aprender.
A escola deve proporcionar desenvolvimento motor, verbal e mental. Deve respeitar os níveis de desenvolvimento cognitivo dos alunos e desafiar a inteligência das crianças.
Deve oferecer liberdade de ação para os alunos experimentarem o ambiente e ensinar as crianças a observar, experienciar o empírico.
Aprender significa assimilar e acomodar objetos em esquemas mentais.
O processo de ensino-aprendizagem deve priorizar a ação do aluno no desenvolvimento de sua inteligência.
Deve ser baseado na pesquisa, ensaio e erro, investigação e solução de problemas e não em definições prontas.
O ponto fundamental do ensino é o processo de aprendizagem.
O ensino precisa ser adequado ao desenvolvimento mental dos alunos.
O processo educativo deve provocar situações desequilibrantes para o sujeito, oferecendo desafios para o aluno superar e avançar.
Deve possibilitar a construção progressiva de noções lógicas e a construção do próprio conhecimento.
O conhecimento é entendido como uma construção contínua. Diante de um conhecimento novo, nova estratégia cognitiva surge para dar conta desse objeto.
O verdadeiro conhecimento pressupõe a capacidade de abstração do aluno.
 
A relação professor-aluno deve ser marcada pela compreensão do desenvolvimento mental do aluno e suas capacidades daí decorrentes.
O aluno tem papel ativo na construção de seu desenvolvimento.
O professor deve criar situações desafiadoras e de cooperação intelectuais em sala de aula.
Deve criar condições para o aluno desenvolver o autocontrole e a autonomia.
Pode realizar tarefas junto com os alunos para troca de experiências.
 
Não existe um modelo pedagógico piagetiano. Na escola o pensamento deste autor vai aparecer no modelo construtivista criado por Emília Ferreiro e Ana Teberosky.
Acesse aqui mais informações sobre as autoras do Construtivismo!!
http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/estudiosa-revolucionou-alfabetizacao-423543.shtml
Mas observa-se que o trabalho em grupo é fundamental para a superação do egocentrismo natural da criança, pois possibilita trocas de experiências.
O ambiente escolar deve ser desafiador, criar desequilíbrios.
2.2.5 Abordagem Sociocultural
Expoentes: Vygotsky e Paulo Freire
 
Como vimos na webaula 1, Vygotsky foi o fundador da psicologia sócio-histórica, na Rússia. Aqui no Brasil, suas ideias influenciaram diretamente o educador Paulo Freire.
O homem é entendido nesta perspectiva como umser social e histórico e deve ser estudado dentro do seu contexto.
Ele é ativo, elabora e cria conhecimentos, pode se conscientizar da sua realidade a partir de reflexões que desenvolve pela sua capacidade consciente.
Realiza ações e reflexões sobre o mundo com o objetivo de transformá-lo.
	O homem se humaniza na medida em que se apropria da cultura e do conhecimento construído historicamente pelos outros homens.
Do ponto de vista da sociedade, o homem constrói cultura na relação com outros homens. A cultura é a aquisição sistemática da experiência humana.
O homem consciente é sujeito ativo na sociedade.
 
Principais características
· O indivíduo é histórico e social;
· Conhecimento é produto das relações humanas e sociais;
· Conhecer é ter consciência da realidade e libertar-se do controle ideológico dominante;
· As classes oprimidas precisam ser respeitadas, principalmente pela educação.
Apesar de a escola ter um papel central nesta teoria, entende-se que a educação não está restrita à escola. Esta é centro de socialização dos conhecimentos humanos, conscientização e humanização.
Precisa ser democrática, possibilitar a libertação das consciências e estar a serviço da libertação dos oprimidos.
Para possibilitar a humanização, deve garantir o acesso de todos aos bens culturais, conhecimentos científicos e artísticos.
Valoriza o aspecto da transmissão de conhecimento como uma forma de garantir que as novas gerações tenham acesso ao que já foi produzido e possam desenvolver-se a partir daí.
No processo de ensino-aprendizagem, a pedagogia precisa estar a serviço da libertação das consciências. Deve possibilitar o engajamento do homem na luta pela sua libertação e superar, mesmo que só no aspecto da instituição escolar, a relação opressor-oprimido.
Toda ação pedagógica deve objetivar a transformação do homem e da sociedade.
O homem é sujeito da educação. A ação educativa deve ser precedida de uma ação sobre a realidade e será sempre um ato político.
Deve possibilitar a conscientização da realidade, do contexto. É um processo de construção solidário e compartilhado.
É fator fundamental para a passagem da consciência “ingênua” para a consciência crítica, transformadora.
O homem, quando integrado ao seu contexto social, tem a possibilidade de construir conhecimento, que se dá na reflexão e na ação.
O conhecimento é um importante fator de transformação da realidade, pois transforma as consciências que dele se apropriam.
Professores e alunos são coparticipantes da educação. O homem assume a posição de sujeito de sua educação.
Ao professor cabe o papel de desmitificar e questionar a ideologia dominante, como forma de possibilitar o processo reflexivo e a libertação das consciências.
 
Nesta perspectiva, professores e alunos constroem juntos formas de reflexão sobre a realidade com o objetivo de transformá-la.
A metodologia de trabalho pressupõe que o professor garanta o acesso a todas as formas de conhecimento, mas não pode desconsiderar o contexto do qual o aluno vem e as possibilidades de libertação que este terá a partir do processo educativo.
O diálogo é instrumento fundamental na educação, pois é só através do diálogo que será possível democratizar a cultura.
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DUARTE, Newton. (Org.). Crítica do fetichismo da individualidade. Campinas: Autores Associados, 2004.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 41. ed. São Paulo: Cortez: 1992.
FREIRE, Paulo. Educação “bancária” e educação libertadora. In: PATTO, Maria Helena S. Introdução à Psicologia Escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.
MACHADO, Adriana Marcondes; SOUZA, Marilene Proença Rebello (Orgs.). Psicologia Escolar: em busca de novos rumos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.
MIZUKAMI, Maria da Graça. Ensino: as abordagens do processo. EPUSP; 1986.
PATTO, Maria Helena Souza. A Produção do Fracasso Escolar: histórias de submissão e rebeldia.  São Paulo: T. A. Queiroz, 1983.
SAVIANI, Dermeval. Educação: do senso comum à consciência filosófica. 15. ed. Campinas: Autores Associados, 2004.
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. Campinas: Autores Associados, 1997.
VYGOTSKY, L. S.; LURIA, A. R. LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 2001.
Visão geral
 
 
Apresentação do Curso:
 
O Curso de 
 
Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem
 
trata 
das relações entre psicologia, aprendizagem e desenvolvimento 
humano. Para tanto, compreende as contribuições das principais 
teorias da aprendizagem contemporâneas para o processo 
educacional, bem como as abordagens fundamentais: Cognitivismo, 
Behavi
orismo, Construtivismo, Psicologia Desenvolvimentista, 
Evolucionismo e Fenomenologia, que fundamentam as práticas 
educacionais nos atos de ensinar e aprender.
 
 
 
 
Objetivos:
 
Compreender como ocorrem a aprendizagem e o desenvolvimento 
humano em suas diferentes dimensões (cognitiva, afetiva, social e 
moral).
 
Reconhecer aspectos do desenvolviment
o humano e suas influências 
para a aprendizagem humana.
 
Sensibilizar o olhar para as fases de desenvolvimento humano e suas 
peculiaridades para as relações com a aprendizagem.
 
 
Conteúdo Programático:
 
Webaula 1:
 
Psicologia, aprendizagem e desenvolvimento 
humano.
 
Visão geral 
 
Apresentação do Curso: 
O Curso de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem trata 
das relações entre psicologia, aprendizagem e desenvolvimento 
humano. Para tanto, compreende as contribuições das principais 
teorias da aprendizagem contemporâneas para o processo 
educacional, bem como as abordagens fundamentais: Cognitivismo, 
Behaviorismo, Construtivismo, Psicologia Desenvolvimentista, 
Evolucionismo e Fenomenologia, que fundamentam as práticas 
educacionais nos atos de ensinar e aprender. 
 
 
Objetivos: 
Compreender como ocorrem a aprendizagem e o desenvolvimento 
humano em suas diferentes dimensões (cognitiva, afetiva, social e 
moral). 
Reconhecer aspectos do desenvolvimento humano e suas influências 
para a aprendizagem humana. 
Sensibilizar o olhar para as fases de desenvolvimento humano e suas 
peculiaridades para as relações com a aprendizagem. 
 
Conteúdo Programático: 
Webaula 1: Psicologia, aprendizagem e desenvolvimento 
humano.

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