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Direito Civil Sucessões parte 1

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Direito Civil Sucessões - Noções gerais 
 
A sucessão é a substituição do sujeito ou do objeto de uma relação jurídica. Tratando-se 
do Direito das sucessões, este regulamenta a substituição do sujeito (ativo ou passivo) de 
uma relação jurídica em razão do óbito do seu titular. 
Direito das sucessões: substituição do sujeito da relação jurídica por ato causa mortis 
Em se tratando de uma relação jurídica patrimonial, a morte do sujeito (ativo ou passivo) 
implicará na transmissão dos direitos e/ou obrigações respetivas do falecido aos seus 
sucessores. Serão transmitidas todas as relações patrimoniais pertencentes ao falecido, 
como crédito, débito, direitos obrigacionais, direitos reais, de posse, propriedade, e até 
mesmo direito de laje (art. 1510-A) – conhecido como um novo direito real. 
Terminologias essenciais: 
Autor da herança ou de cujus: é a pessoa que faleceu e deixou patrimônio a ser transmitido 
para os seus sucessores; Também chamado de Inventariado, defunto ou extinto. Aquele 
que morre sem deixar patrimônio não pode ser enquadrado como de cujos e, naturalmente, 
não interessa ao Direito sucessório. 
➢ Sucessor – herdeiro ou legatário: a pessoa que será convocada para imprimir a 
continuidade às relações jurídicas patrimoniais do falecido que foram transmitidas 
em razão de seu óbito é chamado de sucessor 
➢ O sucessor pode ser pessoa física ou jurídica e até mesmo o nascituro ou a prole 
eventual (arts. 1789 e 1799) 
➢ O sucessor pode receber o patrimônio transmitido a título universal ou singular. 
Quando o beneficiário adquire um patrimônio a título universal, chama-se HERDEIRO. 
É aquele que continuará as relações patrimoniais, titularizando um percentual do total 
transmitido. Ex: sucessor que recebe, 20%, 30% ou 40% do patrimônio do autor da 
herança. 
Se o sucessor recebe patrimônio a título singular, é designado como LEGATÁRIO. Este 
é o que recebe um bem específico, certo ou determinado, móvel ou imóvel. Ex: é o caso 
de alguém que recebe uma casa ou um carro pelo autor da herança, por meio de 
testamento. 
A diferença elementar é que o herdeiro sucede na totalidade do patrimônio transferido, 
quando for o único, ou em cota-parte dele, quando há mais de um (título universal); o 
legatário sucede em bens e valores certos e determinados (título singular, algo específico). 
➢ Uma pessoa pode ser herdeiro e legatário ao mesmo tempo – princípio da 
coexistência. 
➢ Herdeiro legítimo (necessário ou facultativo) e herdeiro testamentário. 
O sucessor a título universal (herdeiro) pode receber o patrimônio por força de lei ou por 
conta de vontade expressa do autor da herança, através de testamento. Assim, o herdeiro 
pode ser legítimo ou testamentário 
 
O herdeiro legítimo é aquele beneficiado com a herança por conta de previsão da norma 
legal. Se trata de uma relação preferencial. (arts. 1829 e 1790) . 
 
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: 
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este 
com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens 
(art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança 
não houver deixado bens particulares; 
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; 
III - ao cônjuge sobrevivente; 
IV - aos colaterais. 
Estes são os beneficiários por força da lei e receberão uma cota-parte, uma fração ideal 
(ou quinhão hereditário) do total do patrimônio transmitido. 
Dentre os herdeiros legítimos, alguns deles são beneficiados obrigatoriamente, não 
podendo ser excluídos da sucessão pela vontade do titular do patrimônio. São os 
chamados herdeiros necessários. Todo herdeiro necessário é um herdeiro legítimo, mas 
nem todo herdeiro legítimo é herdeiro necessário. 
Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge. 
O texto legal excluiu o companheiro e os colaterais até 4º grau, sendo qualificados como 
herdeiros facultativos. Sendo assim, podem ser excluídos da participação sucessória por 
meio de testamento, uma vez que não possuem direito a à legitima. 
ATENÇÃO: o STF reconheceu a inconstitucionalidade do art. 1790 e determinou que se 
aplique o regime sucessório do casamento também na união estável. Com isso, o sistema 
sucessório do cônjuge é reconhecido, igualmente, ao companheiro, tornando-se então 
herdeiro necessário ! 
 
Princípios do Direito sucessório 
➢ Princípio do inventário: CC/02 – art. 1972 – O herdeiro não responde por 
encargos superiores as forças de herança. Incumbe-lhe, porém (se não tiver 
inventário) a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, 
demonstrando o valor dos bens herdados. 
➢ Princípio da liberdade de testamentar: ninguém é obrigado a fazer um testamento; 
a natureza jurídica do testamento é de um negócio jurídico (unilateral). 
 
 
 
➢ Princípio "Droit de Saisine": Art. 1784- 
aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde 
logo aos herdeiros legítimos e testamentários. *o 
legatário tem que pedir pra entrar na sucessão da 
posse imediata dos bens. 
É a transmissão automática da herança no 
momento da abertura da sucessão apenas aos 
herdeiros legítimos e testementários 
*iventariar = descrever 
*abertura de sucessão é diferente de abertura de 
inventário - a abertura da sucessão começa no 
momento da morte; significa que as leis vigentes 
naquele momento tutelam as relações jurídicas do 
morto 
*A herança é uma universalidade de direitos - não 
só os bens, entram também os créditos (dívidas) 
 
➢ Disposições gerais sobre as sucessões 
Local competente: 
Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último 
domicílio do falecido - esta na verdade se trata de 
um regra relativa, há um flexibilização do CPC! 
Na hipótese de inventário extrajudicial, onde 
todos os herdeiros são maiores e capazes, poderá 
se iniciar o processo de inventário em qualquer 
tabelionato de notas do território brasileiro. 
➢ Espécies de sucessões: 
Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por 
disposição de última vontade. - a sucessão pode 
ser legítima ou testamentária. 
 
 
➢ Lei vigente ao tempo da morte 
Art. 1.787 do CC. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo 
da abertura daquela. - Regula a sucessão a legítima sucessória. ATENÇÃO: é a lei vigente 
ao tempo da morte ! Deve ser observar o momento da morte. 
REVISÃO: Negócio jurídico: é 
o acordo de vontade, que surge 
da participação humana e 
projeta efeitos desejados e 
criados por ela, tendo por fim a 
aquisição, modificação, 
transferência ou extinção de 
direitos. Há, nesse passo, uma 
composição de interesses (é o 
exemplo típico de contratos), 
tendo a declaração de vontades 
de uma fim negocial; É o ato 
regulamentador dos interesses 
privados 
 
A classificação do negócio 
jurídico pode se dar quanto a 
declaração de vontade das 
partes, podendo ser unilateral 
(quando se se aperfeiçoar 
apenas com uma única 
manifestação de vontade, como 
no testamento); Bilateral (sendo 
aquele que se completa através 
de consentimento mútuo, porem 
com interesses antagônicos, a 
exemplo do casamento e da 
compra e venda); ou ainda 
plurilateral (dizendo respeito 
àquele negócio que envolve a 
composição de mais de duas 
vontades paralelamente 
manifestadas por diferentes 
partes, com um interesse em 
comum, como no contrato de 
sociedade) 
 
O Código civil de 2002 só passou a ter vigência em 2003! Antes disso, aplica-se as 
disposições do código civil de 1916. Dia 11 de janeiro de 2003 como de início da 
vigência do novo Código Civil (Lei Federal n. 10.406/2002). 
 
Linhas gerais sobre a morte 
➢ O efeito jurídico principal da morte é a cessação da personalidade e dos direitos 
da personalidade. 
➢ A morte real - o art. 6º doCC, dispõe que termina a existência da pessoa natural 
com a morte (obviamente, reportando-se à morte natural, verificada através do 
cadáver humano); A declaração de morte tem que ser realizada por dois médicos, 
não integrantes das equipes de remoção de órgãos para fins de transplante, 
garantindo a idoneidade e isenção da declaração. 
➢ A morte real sem cadáver (morte presumida por declaração de ausência - o Art. 
7º do CC trata da morte presumida sem ausência, produzindo os mesmos efeitos 
jurídicos da morte real (aquela decorrente de atestado médico). Dessa maneira, as 
pessoas que não se tem mais notícias, desaparecidas em naufrágios, incêndios, 
inundações, maremotos, terremotos, enfim, em grandes catástrofes ou eventos que 
produzem perigo de morte, ou desparecidos de guerra e não encontrados ate dois 
anos após o seu término, podem ser reputados mortas civilmente (morte real) 
➢ Requisitos fundamentais: prova que a parte estava no local em que ocorreu a 
catástrofe e de que, posteriormente, não há mais notícias dela. 
➢ A morte produzida sem ausência produz sem ausência produz os mesmos efeitos 
jurídicos de uma morte real, detectada depois da verificação médica do cadáver. 
Assim, determina a abertura da sucessão. 
 
A ausência como presunção de morte e sua declaração judicial: 
➢ A declaração de ausência não produz os efeitos sucessórios da morte real. Dela 
não decorre a automática abertura da sucessão, em face de suas regras próprias e 
específicas. A ausência pressupõe o desaparecimento de uma pessoa sem deixar 
notícias ou procurado - CC art. 22 . 
➢ A sistemática do CC organiza a declaração de ausência em 3 fases: 1) curatela dos 
bens do ausente; 2)sucessão provisória e 3) sucessão definitiva . 
Comoriência 
➢ O art. 8° do CC estabelece comociência como uma presunção de simultaneidade 
de óbitos, aplicável, quando morrendo duas ou mais pessoas ao mesmo tempo 
(simultaneamente), não for possível indicar, com precisão a premoriência, ou 
seja, quem morreu antes de quem. 
➢ Comoriência = falecimento simultâneo de duas ou mais pessoas, em 
circunstâncias que não permitem identificar o premoriente. Trata-se de um 
verdadeiro estado de dúvida, já que não se consegue estabelecer quem morreu 
antes, supõe o ordenamento jurídico que morrerem concomitantemente. 
➢ Não há como saber quem é o herdeiro de que. Desaparece o vínculo sucessório 
entre ambos. Com isso um não herda do outro e os bens de cada um passa aos 
seus respectivos herdeiros. 
➢ A consequência fundamental é que esta impede a transmissão de qualquer direito 
entre as pessoas comorientes. 
➢ Somente haverá comoriência entre pessoas sucessíveis entre si ou que tenham 
estabelecido, entre si uma relação jurídica de transmissão de direitos (ex: contrato 
de seguro de vida) 
Ex. do pai e filho que morrem no mesmo acidente de carro e não se sabe quem faleceu 
primeiro, presume-se os óbitos simultâneos. Ausente o vínculo sucessório de ambos, 
devendo o patrimônio de cada um ser transferido para seus respectivos herdeiros, como 
se entre os comorientes não houvesse relação de parentesco. 
Vem se entendendo possível o reconhecimento de comoríência entre uma morte real e 
uma morte presumida ou mesmo entre duas mortes presumidas.

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