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TEGC Aimportância do estudo da Teoria Geral do Estado e da Constituição abordando principalmente os elementos essenciais do Estado. Os elementos essenciais que lhe dão existência são o povo, o território, o governo e a finalidade. Esses elementos, em conjunto, são a estrutura do Estado, a sua constituição material. Da leitura do livro Leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil, podemos afirmar que, para Hobbes, os elementos do Estado são sete: (1) povo: povo reunido; (2) território: espaço onde o povo está reunido; (3) recursos: recursos de todos; (4) poder soberano; (5) governo; (6) ordem jurídica: leis do Estado; e (7) finalidade: preservação da paz e da justiça, defesa e segurança comum e todas as comodidades da vida para o povo. Elementos do Estado: POVO Formado por indivíduos-cidadãos com dignidade de pessoas humanas, isto é, no dizer de Kant, por pessoas consideradas sempre como fins e nunca apenas como meios (Cf. KANT, 2001, pp. 69 e 70), e chamado também de cidadania, o povo é a dimensão humana e humanizadora do Estado. No Estado social e democrático de direito, ou, simplesmente, Estado democrático de direito, o povo é o titular do seu poder soberano (princípio da soberania popular), como o proclamou Rousseau, e o titular do seu governo democrático (princípio do governo popular): o governo democrático (a democracia) é governo do povo, pelo povo e para o povo. Princípios fundamentais de acordo com a Constituição do Estado democrático de direito brasileiro de 1988 registra isso nos incisos I, II e III, e parágrafo único do seu art. 1º, Título I Soberania | Cidadania | Dignidade da pessoa humana “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” Num verdadeiro Estado democrático de direito, então, o povo não é apenas um componente sociológico do Estado, mas é também componente normativo, jurígeno, ético (moral), jurídico e político. Nesse Estado, o povo, seja de forma direta, seja por meio dos seus representantes éticos, justos, honestos, dialógicos, cooperativos, pacíficos e pacificadores, humanos e humanizadores, e junto a esses seus representantes, é o construtor e reconstrutor dos princípios éticos ou morais da justiça social e da ordem jurídica constitucional socialmente justa do Estado, princípios e ordem aos quais o Estado e ele próprio estão e devem estar submetidos. Assim, o povo e os indivíduos-cidadãos que formam o povo não são meros objetos do Estado, nem da sua ordem jurídica, nem do seu governo, mas, principalmente, são autores, sujeitos, princípios e fins primeiros deles. Por isso, o povo e os indivíduos-cidadãos que o constituem tampouco são apenas sujeitos de deveres e direitos subjetivos perante o Estado, mas, sobretudo, são autores do próprio direito (positivo ou positivado) que devem observar, obedecer e respeitar e que o Estado também deve observar, obedecer e respeitar e deve fazer com que seja obedecido e respeitado com o uso da força, se necessário for. É pelo povo e para o povo que o Estado existe. O povo é, pois, o componente criador, gestor, empreendedor, construtor e beneficiário do Estado democrático de direito. TERRITÓRIO É o espaço no qual e sobre o qual o Estado afirma seus direitos de soberania e governo. Várias dimensões: (a) espaço territorial: solo e subsolo; (b) espaço fluvial: rios e lagos; (c) espaço aéreo; (d) espaço marítimo: mar territorial, plataforma continental, alto mar; (e) espaço ficto: embaixada, navios e aeronaves. O território, além de espaço jurídico e político, é também espaço moral, ético e humano, pois é nesse espaço que vive seu elemento humano, seu empreendedor, criador, governante e soberano: o povo e os indivíduos-cidadãos com dignidade de pessoas humanas que compõem o povo, ente coletivo moral, ético e humano. O território é também fonte de recursos naturais e ou materiais do Estado. PODER POLÍTICO É o componente energético e coercitivo do Estado, a energia ou força coercitiva do Estado. O poder do Estado tem as seguintes características: É soberano ou supremo, isto é, possui a qualidade (ou atributo) da soberania ou supremacia; é um, só um, uno, indivisível, indelegável, inalienável e imprescritível. A qualidade da soberania é tão inerente ao poder do Estado que ela é considerada como sendo o próprio poder soberano ou supremo do Estado. Para Hobbes o poder do Estado é poder soberano, que ele, ressaltando sua característica de indivisibilidade, chama também de “soberania”, “o maior dos poderes humanos”, “poder comum”, “grande autoridade”: Rousseau, quem colocou o poder soberano ou soberania nas mãos do povo, afirmando as suas características de indivisibilidade e inalienabilidade, chama a soberania também de “força comum”, “poder absoluto”, “autoridade soberana” Rosseau x Hobbes “Para Rousseau, então, da mesma forma que para Bodin e Hobbes, o poder do Estado, o poder soberano ou soberania é indivisível. Quanto ao titular do poder soberano ou soberania, porém, Rousseau opõe-se a Bodin e Hobbes. Para Bodin e Hobbes o titular da soberania é um indivíduo: o monarca, o príncipe. Já para Rousseau, o dono, o titular do poder soberano ou soberania é o povo, a cidadania, os cidadãos como coletividade.” Num verdadeiro Estado democrático de direito, porém, a soberania (ou poder soberano ou supremo) popular não é mera força coercitiva, mas é também, principalmente, soberania humana e humanizadora, pois é o poder do povo soberano, seu elemento humano, povo formado por indivíduos-cidadãos com dignidade de pessoas humanas. Em razão disso, a soberania do povo é também soberania justa (socialmente justa, essencialmente), dialógica, cooperativa, pacífica e pacificadora, isto é, soberania ética ou moral, pois ela se autolimita, autorregula e autogoverna pelos princípios éticos ou morais da justiça social. PRINCÍPIOS ÉTICOS OU MORAIS DA JUSTIÇA SOCIAL Explique de que maneira podemos defender a teoria contratualista na criação do Estado Moderno, notadamente com relação ao contrato social. Explique porque alguns autores consideram o nome Estado é um novo nome para uma realidade nova de modo a defender uma descontinuidade. Considerando a explanação em sala de aula por que é possível conceituar o povo como o conjunto dos cidadãos do Estado? Considerando a explanação em sala de aula com relação a divisão de poderes o que significa ter poderes típicos e atípicos e em que medida esta questão influencia no sistema de freios e contrapesos? Considerando o foi exposto em sala de aula com relação às formas de governo, explique as características da monarquia ressaltando a sua diferença com relação a república, principalmente com relação à irresponsabilidade política do monarca. Considerando o foi exposto em sala de aula com relação aos sistemas de governo, você acha possível o Brasil se tornar um Estado parlamentarista? Justifique com base nas características do parlamentarismo e fato de sermos uma república. Considerando o foi exposto em sala de aula com relação a federação, porque é possível dizer que a intervenção é uma forma de garantir o equilíbrio da federação? Justifique com base nas características do pacto federativo, notadamente com relação à questão da autonomia. Considerando o foi exposto em sala de aula com relação constitucionalismo, porque é possível dizer que uma constituição formal, no sentido de uma constituição jurídica ou normativa como expressão de um poder constituinte formal, somente encontrou sua afirmação apenas a partir do século XVIII? Qual foi a contribuição do absolutismo na criação do constitucionalismo? Considerando o foi exposto em sala de aula com relação ao constitucionalismo, principalmente sobre o fato de a constituição inglesa não ser escrita em termos formais, como é possível afirmar que a Inglaterra contribuiu para o nascimento do constitucionalismo? Considerando o foi exposto em sala de aula com relação ao Poder Constituinte Originário - PCO, é possível ele, na elaboração de numanova constituição, possa colocar o Brasil como um estado unitário? Justifique a sua resposta. Considerando o foi exposto em sala de aula com relação ao Poder Constituinte, porque chamamos o poder que modifica a Constituição de poder reformar? Ele tem as mesmas características do originário? Justifique a sua resposta.
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