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Português p/ INSS - 2015 Prof. Ludimila Lamounier, AULA 04 ATENÇÂO! Essa obra é protegida por direitos autorais. O material é de uso restrito do seu adquirente, sendo expressamente proibida a sua distribuição ou o fornecimento a terceiros sem a prévia autorização do autor ou do Concurseiro Fiscal. A reprodução, distribuição, venda ou utilização em grupo por meio de rateio sujeita os infratores às sanções da Lei nº 9.610/1998. Os grupos de rateio são ilegais! Valorize o trabalho dos professores e somente adquira materiais diretamente no site Concurseiro Fiscal. O Concurseiro Fiscal dispõe de descontos exclusivos para compras em grupo. Adquira de forma legal. http://www.concurseirofiscal.com.br Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 1 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br AULA 04 Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. SUMÁRIO PÁGINA 1. Pronomes 03 1.1 Conceito e Classificações 03 1.2 Pronomes Pessoais 04 1.3 Pronomes Demonstrativos 17 1.4 Pronomes Indefinidos 22 1.5 Pronomes Possessivos 29 1.6 Pronomes Relativos 31 1.7 Pronomes Interrogativos 40 2. Colocação Pronominal 41 2.1 Conceitos e Aspectos Gerais 41 2.2 Regras 43 Questões Propostas 57 Gabarito 69 Questões Comentadas 69 Olá, concurseiro fiscal! Preparado para a nossa Aula 04 para o concurso INSS/2015 (Técnico do Seguro Social) de Língua Portuguesa? Estudar nem sempre é fácil e sabemos como a prova de Português pode fazer a diferença na hora da aprovação. Assim, precisamos adiantar ao máximo a nossa preparação, por meio da fixação da teoria e do treino do assunto com a resolução de exercícios. Vamos lá? DICA DA VEZ – SEM TEMPO PARA ESTUDAR Neste “Dica da Vez”, falaremos sobre uma queixa recorrente de muitos concurseiros: a falta de tempo para estudar. São poucos os candidatos que conseguem parar a vida e dedicar-se exclusivamente aos estudos. A maioria tem que dividir o tempo da preparação para concurso com o trabalho ou outros afazeres. Por conta dessa jornada atribulada, é comum surgir a sensação de que nunca haverá tempo suficiente para um estudo adequado e profundo, capaz de abarcar todos os assuntos listados nos editais. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 2 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br A primeira dica que eu dou para essas pessoas é ter foco! Ou seja, escolher um nicho de concursos que possuam matérias semelhantes (por exemplo, concurso na área fiscal, concurso para tribunais, concurso para a área bancária, entre outros). Essa escolha é fundamental para direcionar e otimizar seu estudo e pode colocá-lo na frente de seus concorrentes. Outro ponto bastante importante é não esperar a hora certa para estudar! Aguardar aquele momento perfeito, no qual você terá muitas horas tranquilas de estudo, pode ser um erro grave, sobretudo para quem já tem o tempo apertado. A vida, hoje em dia, é acelerada para quase todo mundo – somos acessados e demandados a todo instante –, por isso, é importante que você aproveite cada minuto livre para estudar! Assim, não espere aquele momento idealizado para começar o estudo. Se surgir meia horinha de folga, entre o almoço e o trabalho, por exemplo, não hesite: procure um lugar calmo, respire, busque concentração e avance na preparação! Ainda que esse tempo curto não seja suficiente para aprender um novo assunto, você poderá revisar um tópico já estudado, ou mesmo realizar alguns exercícios. O importante, aqui, é não perder tempo! Claro que você não abrirá mão dos momentos de lazer ou descanso, que também são importantes para um estudo saudável. No entanto, não deixe de estudar apenas porque o tempo é curto e porque seu estudo será interrompido logo mais. Após um período de adaptação, você logo estará preparado para converter cada minuto livre em conhecimento! A aula de hoje é bem importante e você deve estudá-la com muita atenção. Esta aula trata de: Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. Na aula passada, você aprendeu as funções das dez classes de palavras. Nesta aula, iremos aprofundar os conhecimentos relacionados aos pronomes, porquanto seja assunto bastante cobrado nos certames. No primeiro momento, trarei as Classificações Pronominais, com muitos exemplos, para que você seja capaz de identificar cada tipo de pronome em uma oração. Na segunda parte da aula, falarei de Colocação Pronominal, possivelmente o assunto mais importante da aula de hoje. Nessa etapa, é importante que você se dedique a compreender as regras e a memorizá-las. Para tanto, é fundamental resolver as questões ao longo e ao final da aula, bem como, após a tentativa, ler os comentários feitos por mim. Dito isso, é hora de começarmos! Respire fundo, e vamos lá! Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 3 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Pronomes 1.1 Conceito e Classificações Vimos, na última aula, que pronome é a classe de palavra variável que substitui ou acompanha o substantivo. Da definição genérica acima, podemos classificar os pronomes em: - Pronome substantivo: é a palavra que substitui o substantivo. - Pronome adjetivo: é a palavra que acompanha o substantivo para lhe atribuir informações acessórias. A primeira dúvida que pode surgir dessa definição é a seguinte: se, como vimos na última aula, os adjetivos, numerais e artigos também acompanham o substantivo, o que diferencia o pronome adjetivo dessas outras classes morfológicas? Para responder a essa pergunta, é importante entender que o pronome (seja ele adjetivo ou substantivo) irá sempre situar o substantivo em uma pessoa do discurso: a) a pessoa que fala: 1ª pessoa (eu e nós); b) a pessoa com quem se fala: 2ª pessoa (tu e vós); c) a pessoa (ou coisa) de quem se fala: 3ª pessoa (ele e eles). Essa é, portanto, a função do pronome – representar ou acompanhar o substantivo - seja para situá-lo no espaço e no tempo ou para indicar uma das três pessoas do discurso. Assim, enquanto o adjetivo atribui características ao substantivo (“belo”, “salgado”, “azul”), o pronome adiciona, ao substantivo, informações que o situam em relação à pessoa do discurso. Com base no que aprendemos até agora, vamos ver alguns exemplos de pronomes, destacados e classificados nas frases abaixo: Eles adoraram minha explicação sobre este assunto. pronome substantivo pronome adjetivo substantivo pronome adjetivo substantivo Na frase acima, vemos que o pronome “ELES”, ao substituir o substantivo, funciona na frase como sujeito. O pronome “MINHA”, por sua vez, acompanha o substantivo ao indicar de quem seria a “explicação”. Por fim, o pronome “ESTE” refere-se ao substantivo Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 4 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br “assunto”, de modo demonstrativo, ao indicar a sua posição em relação ao sujeito. A classificação acima (pronome substantivo e pronome adjetivo) será retomada ao longo da aula. Mas, há outra classificação para os pronomes,mais importante, que leva em conta a função específica que eles exercem na frase. São seis as classes pronominais, listadas a seguir: - pronomes pessoais - pronomes demonstrativos - pronomes indefinidos - pronomes possessivos - pronomes relativos - pronomes interrogativos Já tivemos, na aula anterior, uma noção geral sobre cada uma dessas classes de pronomes. Na aula de hoje, iremos aprofundar o assunto e trazer exemplos e questões que ajudarão você a se preparar para a cobrança nos certames. 1.2 Pronomes Pessoais Os pronomes pessoais são aqueles que indicam diretamente as pessoas do discurso, designadas anteriormente. Assim, os pronomes pessoais representam diretamente o falante (1ª pessoa do singular e do plural), o ouvinte (1ª pessoa do singular e do plural) ou aquele/aquilo de que se fala (3ª pessoa do singular e do plural). Os pronomes pessoais classificam-se em retos, oblíquos e de tratamento. A seguir, confira o quadro-resumo com as duas primeiras espécies de pronomes pessoais. Os pronomes de tratamento serão vistos separadamente. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 5 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br PRONOMES PESSOAIS RETOS OBLÍQUOS Átonos Tônicos EU ME MIM, COMIGO TU TE TI, CONTIGO ELE O, A, LHE, SE SI, CONSIGO, ELE, ELA NÓS NOS CONOSCO, NÓS VÓS VOS CONVOSCO, VÓS ELES OS, AS, LHES, SE SI, CONSIGO, ELES, ELAS PRONOMES PESSOAIS RETOS Os pronomes pessoais retos (ou pronomes pessoais do caso reto) são aqueles que atuam em substituição ao substantivo, com função sintática de sujeito. Outras vezes, embora menos frequentemente, eles funcionam, ainda, como predicativo. ATENÇÃO! Ao longo desta aula, alguns conhecimentos de sintaxe serão necessários, como os de “sujeito”, “predicado” e “objeto”, por exemplo. Fique tranquilo, será possível compreender a aula mesmo que você não domine completamente o assunto. Após a Aula 07, na qual o assunto de sintaxe será abordado de maneira profunda, caso reste alguma dúvida, não hesite em retornar a esta aula. O processo de conhecimento é assim mesmo, os assuntos estão em permanente diálogo e muito raramente são apresentados isoladamente. De volta ao assunto, observe as funções sintáticas dos pronomes retos nos exemplos a seguir: João saiu cedo. / Ele saiu cedo. (sujeito) João e eu iremos à festa. / Nós iremos à festa. (sujeito) A melhor jogadora é Marta. / A melhor jogadora é ela. (predicativo) O responsável pelas compras sou eu. (predicativo) Perceba, nos exemplos acima, que os pronomes retos não são regidos por preposição, pois sujeitos não são regidos por preposição. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 6 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Agora, veja os exemplos abaixo, em que os pronomes retos aparecem depois de preposição. Será que estamos diante de exceções à regra que impede o uso de preposição antes de pronomes retos? Onde está o casaco para eu usar? Maria pediu para tu chegares cedo. NÃO! Não se trata de exceções! Pronomes retos NÃO são regidos por preposição. Nos casos acima, a preposição “para” não está regendo o pronome, mas sim iniciando uma oração subordinada. Observe que, nas frases apresentadas, os pronomes “EU” e “TU” (ainda que estejam localizados depois da preposição) estão funcionando como sujeito, e não como complemento verbal ou nominal. Por esse motivo, está correto o uso dos pronomes retos “EU” e “TU” nos exemplos. Nunca use os pronomes oblíquos “mim” e “ti” nesses casos, ou seja, nunca diga “Onde está o casaco para mim usar” ou “Maria pediu para ti chegares cedo”, pois pronomes oblíquos não exercem função de sujeito. Agora, observe a frase a seguir, também correta gramaticalmente. É fácil para mim realizar questões de morfologia. Temos, aqui, um caso completamente diferente dos analisados anteriormente. Em primeiro lugar, a preposição “para” está sim regendo o pronome oblíquo “mim”, e não iniciando oração subordinada. Em segundo lugar, o pronome “mim” não exerce função de sujeito do verbo “realizar” (embora esteja posicionado antes desse infinitivo), mas sim função de complemento do trecho “É fácil”. Uma vez que não se trata de sujeito, mas sim de complemento, e uma vez que esse complemento está regido por preposição, deve-se sempre empregar o pronome oblíquo tônico (no exemplo, o pronome oblíquo tônico “mim”, e não o pronome reto “eu”). Vamos reescrever a frase de outras formas, a fim de deixar claro que o pronome não está exercendo função de sujeito: Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 7 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Para mim, é fácil realizar questões de morfologia. É fácil, para mim, realizar questões de morfologia. Para que você não se confunda, mais uma vez, digo: pronomes retos funcionam como sujeito (ou predicativo) e NÃO são regidos por preposição. Algumas vezes, a preposição é colocada antes do pronome reto para iniciar orações subordinadas, e não em função de sua regência. Pode causar dúvida, no entanto, o fato de as formas “ELE”, “ELA”, “ELES”, “ELAS”, “NÓS” e “VÓS” terem função tanto de pronomes pessoais retos quanto de pronomes pessoais oblíquos (observe, no quadro resumo do início da aula, que eles figuram tanto na coluna de pronomes retos quanto na coluna de pronomes oblíquos tônicos). Mas não há dúvidas na hora de identificar a classe pronominal desses vocábulos dentro do período: serão pronomes retos se não estiverem regidos por preposição, e serão pronomes oblíquos se estiverem regidos por preposição. Confira: Exemplos: Disseram a eles que não haverá festa. (“eles” é pronome oblíquo) João deu muita força para nós. (“nós” é pronome oblíquo) Uma vez que já começamos a falar dos pronomes oblíquos, vamos aprender mais sobre eles? PRONOMES PESSOAIS OBLÍQUOS Os pronomes pessoais oblíquos são aqueles que atuam em substituição ao substantivo, com função sintática de complemento verbal (objeto direto ou indireto) ou de complemento nominal. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 8 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Exemplos: Ofereceram um presente para João. / Ofereceram um presente para ele. Pedro não nos fez favores. Espero que todos estejam satisfeitos conosco. Maria perguntou-me sobre você. Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos. Pronomes oblíquos átonos: A primeira coisa que precisamos saber é que os pronomes oblíquos átonos NÃO são regidos por preposição. Isso será bastante útil para distingui-los dos pronomes oblíquos tônicos. Como vimos acima, os pronomes oblíquos (átonos e tônicos) funcionam, sintaticamente, como complemento verbal ou nominal. Os oblíquos átonos substituem o substantivo sem o auxílio de preposição, o que, em tese, dificultaria identificar se atuam como objeto direto ou objeto indireto. No entanto, veremos que, para cada pronome oblíquo átono, é atribuída a função específicaou de objeto direto, ou de objeto indireto. Observe, a seguir, quais pronomes oblíquos átonos funcionam como objeto direto1 e quais funcionam como objeto indireto: - “O”, “A”, “OS” e “AS”: funcionam apenas como objeto direto. Ex: Maria viu um livro e comprou-o. “Maria viu um livro e comprou o livro.” - “LHE” e “LHES”: funcionam apenas como objeto indireto. Ex: Ofereceram-lhe um presente. “Ofereceram a ele um presente.” (preposição “a”) 1 O objeto direto completa o verbo sem o uso de preposição, enquanto o objeto indireto completa o verbo com o uso de preposição. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 9 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br - “ME”, “TE”, “SE”, “NOS” e “VOS”: funcionam tanto como objeto direto quanto como objeto indireto. Ex: Ninguém nos contou a verdade. (objeto indireto, pois equivale a dizer “Ninguém contou a verdade para nós”, com uso de preposição) Ex: Todos te abandonaram. (objeto direto, pois quem abandona, abandona algo, sem uso de preposição) Sobre o emprego dos pronomes pessoais oblíquos átonos, veja a questão abaixo: Questão - (FCC) Analista Ministerial – MPE – PE/2012 (Adaptada) Ao se substituir um elemento de determinado segmento, o pronome foi empregado de modo INCORRETO em: a) e mantém seu ser = e lhe mantém b) é dedicado [...] a uma mulher = lhe é dedicado c) reviver acontecimentos passados = revivê-los d) para criar uma civilização comum = para criá-la e) que provê o fundamento = que o provê Comentários Esta questão testa seus conhecimentos acerca da função sintática dos pronomes oblíquos átonos. Vimos, acima, que os pronomes “O”, “A”, “OS” e “AS” funcionam apenas como objeto direto; que os pronomes “LHE” e “LHES” funcionam apenas como objeto indireto; e que os pronomes “ME”, “TE”, “SE”, “NOS” e “VOS” funcionam tanto como objeto direto quanto como objeto indireto. Assim, vamos analisar cada alternativa acima, a fim de encontrar aquela em que o pronome oblíquo átono foi empregado de forma INCORRETA. Alternativa A – No trecho, vemos que o termo “seu ser” completa o verbo “mantém” sem o uso da preposição (quem mantém, mantém algo). Assim, “seu ser” funciona como objeto direto, e o pronome que o substitui também deve sê- lo. Sabemos que o pronome oblíquo átono “LHE” só funciona como objeto indireto, razão pela qual esta é a alternativa incorreta. Alternativa B – Nesta alternativa, ao contrário da anterior, o pronome “LHE” foi empregado corretamente, pois substitui o termo preposicionado “a uma mulher”, objeto indireto. Alternativa C – O pronome oblíquo átono “OS” está empregado adequadamente, com função de objeto direto, uma vez que o termo substituído (“acontecimentos passados”) Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 10 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br complementa o verbo “reviver” sem o uso de preposição. Observe que foi acrescida a letra “L” ao pronome (“LO”), por estar ligado a verbo terminado em “R”, conforme veremos mais a frente. Alternativa D – Também aqui houve o correto emprego do pronome oblíquo átono “A”, o qual sempre possui função sintática de objeto direto. Note que o termo substituído (“uma civilização comum”) completa o verbo “criar” sem intermédio de preposição. A forma “LA” justifica-se pelo mesmo motivo acima mencionado (forma verbal terminada em “R”). Alternativa E – O termo “o fundamento” exerce função de objeto direto, pois completa o sentido do verbo “provê” sem auxílio de preposição. Para substituí-lo, o emprego do pronome oblíquo átono “O” está perfeito, uma vez que ele exerce função sintática de objeto direto. GABARITO: A OBSERVAÇÃO 1: Os vocábulos “ME”, “TE”, “LHE(s)”, “NOS”, “VOS”, que exercem função típica de pronomes oblíquos átonos, também podem atuar como pronomes possessivos (que serão vistos adiante). Exemplos: O café manchou-me a camisa. (O café manchou a minha camisa) Roubaram-lhe a joia. (Roubaram a sua joia) OBSERVAÇÃO 2: Os pronomes oblíquos átonos “O”, “A”, “OS”, “AS”, se ligados por hífen a verbos terminados em “R”, “S” e “Z”, assumem as formas “LO”, “LA”, “LOS”, “LAS”. Exemplos: É preciso estudar o assunto. / É preciso estudá-lo. Fazer o dever será difícil. / Fazê-lo será difícil. Fiz os aperitivos rapidamente. / Fi-los rapidamente. Queremos as nossas roupas. / Queremo-las. Se ligados por hífen a verbos terminados em “AM”, “EM”, “ÃO”, “ÕE”, esses mesmos oblíquos assumem as formas “NO”, “NA”, “NOS”, “NAS”. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 11 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Exemplos: João e José repartiram a herança. / João e José repartiram-na. Maria põe o livro sempre na mesa. / Maria põe-no sempre na mesa. Querem as nossas roupas. / Querem-nas. Para testar seus conhecimentos acerca das observações feitas acima, resolva a questão abaixo, retirada de certame aplicado neste ano. Questão - (FCC) Técnico Judiciário – TRF – 3ª Região/2014 (Adaptada) As sereias então devoravam impiedosamente os tripulantes.... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a cabeça... ... e fez de tudo para convencer os tripulantes... Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos grifados acima foram corretamente substituídos por um pronome, na ordem dada, em: a) devoravam-lhe - impedi-las - convencer-lhes b) devoravam-no - impedi-las - convencer-lhes c) devoravam-nos - impedir-lhe - convencê-los d) devoravam-lhes - impedi-la - convencê-los e) devoravam-nos - impedi-la - convencê-los Comentários Esta questão testa seus conhecimentos acerca da função sintática dos pronomes oblíquos átonos, bem como acerca do emprego das formas pronominais variadas “LO(s)”, “LA(s)”, “NO(s)”, “NA(s)”. Os pronomes oblíquos átonos “O”, “A”, “OS”, “AS”, se ligados por hífen a verbos terminados em “R”, “S” e “Z”, assumem as formas “LO”, “LA”, “LOS”, “LAS”; se ligados por hífen a verbos terminados em “AM”, “EM”, “ÃO”, “ÕE”, esses mesmos oblíquos assumem as formas “NO”, “NA”, “NOS”, “NAS”. No primeiro trecho (“devoraram impiedosamente os tripulantes”), o termo “os tripulantes” completa o verbo “devoraram” sem intermédio de preposição; é, portanto, objeto direto. Como vimos anteriormente, o pronome oblíquo átono que substitui termos com função de objeto direto é o “O” e variações. No caso específico, a variação pronominal que concorda com o termo substituído “os tripulantes” (masculino e plural) será “OS”. Além disso, vimos que esse pronome, ao ligar-se com verbo terminado Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 12 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br em “M”, assume a forma “NOS”. Assim, correto seria dizer “devoraram-nos”. No segundo trecho (“conseguiu impedir a tripulação”), o termo “a tripulação” completa o verbo “impedir” sem o intermédio de preposição; temos, novamente, objeto direto. No caso específico, a variação pronominal que concorda com o termosubstituído “a tripulação” (feminino e singular) será “A”, que assume a forma “LA” ao ligar-se com verbo terminado em “R”. Assim, correto seria dizer “impedi-la”. Por fim, no trecho (“convencer os tripulantes”), o termo “os tripulantes” aparece outra vez como objeto direto do verbo “convencer”, terminado em “R”, motivo pelo qual o termo “os tripulantes” (masculino e plural) será substituído pela forma “LOS”. Assim, correto seria dizer “convencê-los”. Desse modo, conforme visto, as corretas substituições seriam: “devoraram-nos”, “impedi-la” e “convencê-los”. LETRA E. GABARITO: E Pronomes oblíquos tônicos: Os pronomes oblíquos tônicos vêm sempre precedidos de preposição. As exceções são “COMIGO”, “CONTIGO”, “CONSIGO”, “CONOSCO”, “CONVOSCO”, que já possuem, em si mesmos, a preposição “COM”. Observe os exemplos de pronomes oblíquos tônicos a seguir: Exemplos: Eles trouxeram presentes para ti. Eu pedi que não fossem sem mim. Ela quer falar conosco amanhã. (preposição “com” embutida) OBSERVAÇÃO: Já aprendemos que os pronomes “ELE”, “ELA”, “NÓS”, “VÓS”, “ELES”, “ELAS”, embora sejam tipicamente pessoais do caso reto, podem funcionar como pronomes oblíquos. Nesse caso, eles virão regidos por preposição. EXCEÇÃO: Os pronomes acima (“ELE”, “ELA”, “NÓS”, “VÓS”, “ELES”, “ELAS”) podem funcionar como OBJETO DIRETO (sem a preposição) somente se vierem precedidos dos termos “TODOS”, “SÓ”, “APENAS”, ou se vierem seguidos de numeral. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 13 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Exemplos: João encontrou-os na festa. João encontrou todos eles na festa. João encontrou apenas eles na festa. João encontrou só eles na festa. João encontrou eles dois na festa. Assim, note que é incorreto dizer “eu vi ele ontem”, uma vez que o pronome “ELE” não exerce função de objeto direto sem o auxílio das palavras acima. Nesses casos, usaremos um pronome oblíquo que não exija o emprego da preposição (um pronome oblíquo átono). O correto é dizer, portanto, “eu o vi ontem”. Os pronomes “ELE”, “ELA”, “ELES”, “ELAS” também serão considerados oblíquos se estiverem contraídos com as preposições “DE” ou “EM” (“DELE”, “DELA”, “DELES”, “DELAS”, “NELE”, “NELAS”, “NELES”, “NELAS”). Exemplos: Necessitamos deles. (pronome oblíquo) Acreditamos nelas. (pronome oblíquo) ATENÇÃO: A contração acima mencionada NÃO acontecerá se esses pronomes estiverem na função de sujeito (casos em que serão pronomes retos). Aqui, teremos novo caso em que a preposição (“DE”) não estará regendo o pronome reto, mas sim iniciando oração subordinada. Já é o momento de eles tomarem coragem. (Jamais diga “Já é o momento deles tomarem coragem”.) Após todas essas explicações, observe que os pronomes “EU” e “TU” são sempre pronomes retos, portanto, com função sintática de sujeito, motivo pelo qual não podem ser regidos por preposição. Dessa maneira, depois de preposição, devem ser empregadas as Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 14 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br formas oblíquas tônicas, e não os pronomes retos acima mencionados. Exemplos: Há certo desacordo entre mim e ti. (É errado dizer “entre eu e tu”.) Ele trouxe flores para ti. (É errado dizer “Ele trouxe flores para tu.”) Outros casos: Antes de encerrarmos o assunto sobre pronomes pessoais, vale trazer uma classificação adotada por certos gramáticos que pode ser cobrada por algumas bancas de concursos. Os pronomes oblíquos podem ter um caráter reflexivo. Nesse caso, o pronome indicará que o sujeito será agente e também paciente da ação praticada por ele próprio. Essa voz reflexiva será melhor explorada na Aula 05, ao tratarmos de vozes verbais, contudo é importante fazermos uma breve introdução ao tema. O pronome oblíquo reflexivo concorda com a pessoa que ele acompanha, para conferir uma ideia de a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo, a nós mesmos, a vós mesmos, a si mesmos. Observação: a construção reflexiva do pronome “se” será estudada de modo aprofundado na Aula 09, ao tratarmos de particularidades léxicas e gramaticais. Exemplos: Eu me machuquei. (Eu machuquei a mim mesmo.) O rapaz atirou-se do prédio. (O rapaz atirou a si mesmo.) Os pronomes oblíquos podem também apresentar um caráter recíproco. Aqui, a ação verbal tem caráter mútuo, ou seja, a ação é realizada e sofrida por mais de uma pessoa. A representação é dada pelos pronomes oblíquos átonos (nos, vos, se) com significado de reciprocamente, mutuamente, um ao outro. Exemplos: Eles se beijaram. Ambos enganaram-se. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 15 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Dessa maneira, encerramos o estudo dos pronomes pessoais do caso reto e dos pronomes pessoais oblíquos. Mais tarde, ao falarmos de Colocação Pronominal, retomaremos o assunto. Por isso, é necessário que você tenha entendido tudo o que foi dito. Para fixar o que aprendemos, leia atentamente o resumo abaixo. RESUMO Os pronomes retos exercem função sintática de sujeito ou predicativo. Os pronomes oblíquos exercem função sintática de complemento verbal (objeto direto, objeto indireto) e complemento nominal. Os pronomes retos e os pronomes oblíquos átonos não são regidos por preposição. Apenas os pronomes oblíquos tônicos são regidos por preposição. Exemplos: Eles (reto) trouxeram presentes para ti (oblíquo tônico). Não lhe (pronome oblíquo átono) fizeram mal algum. Eu pedi que não fossem sem mim (pronome oblíquo átono). Os pronomes “ELE”, “ELA”, “NÓS”, “VÓS”, “ELES”, “ELAS”, embora sejam tipicamente pessoais do caso reto, também podem funcionar como pronomes oblíquos. Nesse caso, eles virão regidos por preposição. Exceção: esses pronomes funcionarão como objeto direto (sem a regência de preposição) apenas se precedidos dos termos “TODOS”, “SÓ”, “APENAS”, ou se vierem seguidos de numeral. A frase “para eu fazer” é a forma correta gramaticalmente, pois a preposição NÃO está regendo o pronome reto “EU”, mas sim iniciando uma oração subordinada. Nesses casos, o pronome “eu” funciona como sujeito (ainda que esteja localizado depois da preposição). PRONOMES DE TRATAMENTO: Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 16 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Os pronomes de tratamento são aqueles pronomes pessoais usados em reverência a autoridades ou em contextos comunicativos cuja formalidade os exige. Abaixo, temos um quadro-resumo com os principais pronomes de tratamento, bem como seus respectivos usos. Pronome de tratamento Abreviatura Emprego você, vocês v. tratamento informal senhor, senhora Sr. Sr.a tratamento respeitoso Vossa Alteza V. A. príncipes e duques Vossa Eminência V. Em.a cardeais Vossa Excelência V. Ex.a altas autoridades (presidentes, juízes, deputados, senadores, governadores etc.) Vossa Magnificência V. Mag.a reitores Vossa Majestade V.M. reis e rainhasVossa Reverendíssima V.Rev.ma sacerdotes em geral Vossa Santidade V.S. papa Vossa Senhoria V.S.a pessoas que exercem cargos importantes ATENÇÃO! É muito comum nas provas de concurso que esse assunto seja cobrado em conjunto com as regras de correspondência oficial. Assim, pode ficar tranquilo, pois na Aula 09, ao tratarmos de Redação Oficial, retornaremos a esse ponto de maneira mais aprofundada. Sobre os pronomes de tratamento, cabe fazer algumas considerações: OBSERVAÇÃO 1: Os pronomes de tratamento referem-se à 2ª pessoa do discurso, ou seja, são utilizados se estiver falando com a pessoa reverenciada. Apesar disso, exigem a concordância do verbo e dos demais elementos complementares na 3ª pessoa. Exemplos: Vossa Excelência poderia, por obséquio, apreciar o recurso? Vossas Majestades fizeram excelentes discursos, parabéns! Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 17 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br OBSERVAÇÃO 2: Emprega-se “SUA”, no lugar de “VOSSA”, se fizer referência à pessoa, ou seja, ao se falar da pessoa, e não com a pessoa. Ex: Avise-me quando Sua Excelência chegar. OBSERVAÇÃO 3: Os termos acima, se desprovidos dos elementos “VOSSA” ou “SUA”, deixam de ser considerados pronomes de tratamento. Vamos ver uma questão sobre o assunto, muito comum nas provas do CESPE. Questão – (CESPE) Todos os cargos – FUNASA/2013 (Adaptada) Com base nos seus conhecimentos, julgue o item abaixo. O tratamento usado em comunicações dirigidas a reitor de universidade é: Vossa excelência reverendíssima. Comentários A questão está ERRADA, pois, como aprendemos agora, o pronome de tratamento em referência a reitores de universidade é Vossa Magnificência. GABARITO: ERRADO 1.3 Pronomes Demonstrativos Os pronomes demonstrativos são assim designados por indicarem a posição dos seres em relação às pessoas do discurso, ou seja, ao situarem as pessoas ou coisas no tempo ou no espaço. Eles podem apresentar formas variáveis ou invariáveis, conforme informa o quadro a seguir. Pronomes demonstrativos Variáveis Invariáveis Masculinos Femininos 1ª pessoa este, estes esta, estas isto 2ª pessoa esse, esses essa, essas isso Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 18 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br 3ª pessoa aquele, aqueles aquela, aquelas aquilo Esses são os pronomes demonstrativos por excelência. No entanto, algumas palavras especiais podem exercer função de pronome demonstrativo em situações específicas. São estas: MESMO(S), MESMA(S), PRÓPRIO(S), PRÓPRIA(S), TAL, TAIS, SEMELHANTE(S). ATENÇÃO! Esses vocábulos precisam estar acompanhados de substantivos ou pronomes para exercerem a função de pronomes demonstrativos. A maioria das dúvidas, no emprego dos pronomes demonstrativos, diz respeito a qual demonstrativo específico utilizar para localizar um referente (termo ao qual o pronome faz referência). Assim, haverá pronomes demonstrativos específicos para cada caso de localização do referente no espaço, no tempo e no texto. Vamos ver a seguir. EMPREGO DOS PRONOMES DEMONSTRATIVOS Com relação à localização do referente NO ESPAÇO: - Quando o referente encontra-se próximo à pessoa que fala, empregam-se “ESTE(s)”, “ESTA(s)” e “ISTO”. Ex: Esta caneta aqui está com defeito. - Quando o referente encontra-se próximo à pessoa com quem se fala, empregam-se “ESSE(s)”, “ESSA(s)” e “ISSO”. Ex: Empreste-me essa caneta que está aí. - Quando o referente encontra-se distante de quem fala e de com quem se fala, empregam-se “AQUELE(s)”, “AQUELA(s)” e “AQUILO”. Ex: Aquela caneta lá está funcionando? Com relação à localização do referente NO TEMPO: - Quando se faz referência a um tempo presente, empregam-se “ESTE(s)”, “ESTA(s)” e “ISTO”. Ex: Este ano está passando rápido. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 19 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Observação: algumas bancas de concurso admitem o uso desses pronomes para fazer referência a um futuro MUITO próximo. Ex: Esta noite jantarei em casa. - Quando se faz referência a um tempo passado ou futuro, empregam-se “ESSE(s)”, “ESSA(s)” e “ISSO”. Ex: O ano passado foi bastante triste. Foi nesse ano que meu avô morreu. Ex: Em 2015, ficarei mais tranquila, pois é nesse ano que me aposento. - Quando se faz referência a um passado longínquo, empregam- se “AQUELE(s)”, “AQUELA(s)” e “AQUILO”. Ex: Em 1950, houve grande tristeza no Brasil. Foi naquele ano que o país perdeu a Copa do Mundo em casa. Com relação à localização do referente NO TEXTO: - Para retomar uma informação já mencionada, empregam-se “ESSE(s)”, “ESSA(s)” e “ISSO”. Conforme vimos na Aula 01, o pronome demonstrativo, nesse caso, funciona como elemento de coesão referencial anafórica. Ex: A aula de hoje trata dos pronomes. Essa classe gramatical causa muitas dúvidas. - Para anunciar uma informação que ainda será mencionada, empregam-se “ESTE(s)”, “ESTA(s)” e “ISTO”. Conforme vimos na Aula 01, o pronome demonstrativo, nesse caso, funciona como elemento de coesão referencial catafórica. Ex: Este é o tema da aula de hoje: pronomes. - Para retomar, dentro de um período, o termo mais próximo, empregam-se “ESTE(s)”, “ESTA(s)” e “ISTO”. Para retomar, dentro de um período, o termo mais distante, empregam-se “AQUELE(s)”, “AQUELA(s)” e “AQUILO”. Ex: Brasil e Argentina estreiam hoje na Copa do Mundo. Esta jogará contra a Bósnia, enquanto aquela enfrentará a Croácia. Vamos ver uma questão sobre o assunto, muito comum nas provas de concurso. Questão – (ESAF) Assistente de Chancelaria – MRE/2004 (Adaptada) Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 20 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Na virada do século XX ao XXI os Estados vão deixando de ser nacionais e plurinacionais e tornandose, os que para isso dispõem de poder econômico e científico-tecnológico portanto militar e político, Estados transnacionais: seu poder econômico lhes é dado por suas empresas também transnacionais, no sentido, antes definido, de sediadas num Estado-nação e dele projetadas em outros. Empresa transnacional e Estado transnacional acompanham-se, braços da mesma cultura- civilização que os gerou e mantém, cultura significando o que são os seus homens, e civilização o que fazem, aquela enquanto seiva desta. (Vamireh Chacon, "A divisão do mundo pelos Estados transnacionais".) Julgue a afirmativa a seguir como CERTA ou ERRADA. Os demonstrativos que aparecem na expressão "aquela enquanto seiva desta" (sublinhada no texto) estão sendo empregados em razão da situação das pessoas gramaticais no espaço, isto é, se perto do falante ou do ouvinte. Comentários Para responder à questão, vamos, primeiro, observar o trecho no qual se encontra a expressão grifada: “(...) cultura significando o que são os seus homens, e civilização o que fazem, aquela enquanto seiva desta”. Temos, aí, o uso dospronomes demonstrativos com objetivo de localizar os referentes no texto. Nesses casos, o pronome “aquela” retoma o termo mais distante no período (“cultura”) e o pronome “desta” retoma o termo mais próximo no período (“civilização”). A afirmação está, portanto, ERRADA, pois os demonstrativos NÃO estão sendo empregados em razão da situação das pessoas gramaticais no espaço, mas sim no texto. GABARITO: ERRADO OBSERVAÇÃO 1: Algumas vezes (e estes casos caem com frequência em provas), as formas “O”, “A”, “OS” e “AS” funcionam como pronomes demonstrativos. Isso ocorrerá em dois casos: - Sempre que for possível substituir as formas “O”, “A”, “OS” e “AS” por “AQUELE(s)”, “AQUELA(s)” ou “AQUILO”. Exemplos: Todos ficaram indignados com o que ele disse. (“aquilo que ele disse”) Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 21 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Os candidatos que estudam português são os que obtêm boas notas. (“aqueles que obtêm boas notas”) Se ele sair cedo, eu também o farei. (“eu também farei aquilo”) - Sempre que, ao se retirar o substantivo, mantiverem-se os artigos “O”, “A”, “OS” e “AS”. Nesses casos, as formas deixarão de ser artigos e passarão a ser, portanto, pronomes demonstrativos. Exemplos: A minha voz é mais suave que a sua. (“A minha voz é mais suave que a sua voz.”) OBSERVAÇÃO 2: Os vocábulos “TAL” e “SEMELHANTE” serão pronomes demonstrativos se puderem ser substituídos por “este”, “esse” ou “aquele”. Exemplos: Eles não aprovam tal comportamento. Eles não aprovam semelhante comportamento. Tal foi a música à qual me referi ontem. ATENÇÃO! Algumas bancas não consideram adequado o emprego desses vocábulos como pronomes demonstrativos na correção de questões discursivas. OBSERVAÇÃO 3: Os vocábulos “MESMO” e “PRÓPRIO” serão pronomes demonstrativos se puderem ser substituídos por “exato”, “idêntico” ou “em pessoa”, casos em que serão variáveis para concordar com o substantivo ao qual se referem. Exemplos: Foram eles mesmos que fizeram a reforma. (“eles em pessoa”) Faça a mesma atividade muitas vezes. (“a idêntica atividade”) Temos que seguir nossos próprios objetivos. (“nossos exatos objetivos”) Elas próprias compareceram ao encontro. (“elas em pessoa”) Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 22 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Por outro lado, se o termo “MESMO” significar “realmente”, “de fato” ou “até”, não será pronome demonstrativo, e sim advérbio, caso em que será invariável. Exemplos: Mesmo ela, especialista no assunto, errou a questão. (“até ela”) Eles não estão errados mesmo. (“Eles não estão errados realmente.”) ATENÇÃO! Não é correto, na linguagem formal, utilizar “MESMO” na função de substantivo. Assim, está equivocado o uso do termo na famosa frase: "Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar". OBSERVAÇÃO 4: O correto é dizer “ISTO É” (em vez de “isso é”), “POR ISSO” (em vez de “por isto”), “DESSA MANEIRA” (em vez de “desta maneira”), “DESSA FORMA” (em vez de “desta forma”) e “DESSE MODO” (em vez de “deste modo”). Perceba que essas expressões, com exceção de “isto é”, são empregadas para retomar algo já dito (função anafórica). ATENÇÃO! O uso do “isso”, ao retomar uma ideia anterior no texto é correto, como foi visto na parte de pronomes demonstrativos. Não confunda com a expressão “isto é”, que tem caráter explicativo, equivalente a “ou seja”. Exemplos: Os pronomes demonstrativos são, em geral, variáveis, isto é, flexionam-se para concordar com o termo ao qual se referem. Os pronomes demonstrativos são, em geral, variáveis, por isso, devemos estar atentos à correta concordância. O Brasil empatou no último jogo da Copa. Dessa maneira, poderá não se classificar para a próxima fase. O Brasil empatou no último jogo da Copa. Dessa forma, poderá não se classificar para a próxima fase. O Brasil empatou no último jogo da Copa. Desse modo, poderá não se classificar para a próxima fase. 1.4 Pronomes Indefinidos Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 23 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Os pronomes indefinidos são aqueles que se referem à 3ª pessoa do discurso em sentido vago ou indeterminado. Muitos são os pronomes indefinidos em nossa língua, a maioria deles variáveis. Confira alguns exemplos a seguir: - Invariáveis: alguém, ninguém, tudo, nada, algo, cada, outrem, mais, menos, demais. - Variáveis: algum (alguns, alguma, algumas), nenhum (nenhuns, nenhuma, nenhumas), todo (todos, toda, todas), muito (muitos, muita, muitas), pouco (poucos, pouca, poucas), certo (certos, certa, certas), vário (vários, vária, várias), tanto (tantos, tanta, tantas), quanto (quantos, quanta, quantas), um (uns, uma, umas), bastante (bastantes), qualquer (quaisquer). A grande dificuldade, na hora de identificar o pronome indefinido, é a confusão que se pode fazer entre ele e outras classes gramaticais. Isso porque muitos desses vocábulos, que funcionam prioritariamente como pronomes indefinidos, podem, em outros contextos, funcionar como advérbios, adjetivos, etc. A fim de sanar essas e outras dúvidas, vamos analisar, caso a caso, alguns pronomes indefinidos. “QUALQUER” A palavra “QUALQUER” (e suas variações) pode exercer função de pronome indefinido ou função de adjetivo. Será pronome indefinido se anteceder o substantivo. Para ter certeza de que se trata de pronome indefinido, aconselho que você substitua-o por “algum” ou “todo”. Exemplos: Qualquer candidato acertaria essa questão. (“todo candidato”) Eu prefiro você a quaisquer outros amigos. (“a todos os outros”) Pegue qualquer caneta e escreva o recado. (“alguma caneta”) Será adjetivo se suceder o substantivo. Nesses casos, em geral, o “qualquer” é empregado para depreciar o termo anterior. Ex: Quero um vestido bonito, e não uma roupa qualquer. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 24 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br “MAIS” E “MENOS” As palavras “MAIS” e “MENOS” podem exercer função de pronome indefinido ou função de advérbio. Em qualquer caso, serão sempre invariáveis, ou seja, não existe a forma menas. Observe, abaixo, seus usos. Serão pronomes indefinidos se antecederem ou substituírem substantivo. Exemplos: Mais brasileiros estão engajados nas questões sociais. Ele comeu menos lasanha que você. Tenho poucos sapatos; quero mais. Serão advérbios se modificarem o sentido de verbos, advérbios ou adjetivos. Exemplos: Eles ficaram mais aflitos após a notícia. (advérbio de intensidade) Maria não mora mais aqui. (advérbio de tempo) Eu como menos quando estou tranquilo. (advérbio de intensidade) MUITO, POUCO E BASTANTE As palavras “MUITO”, “POUCO” e “BASTANTE” podem exercer função de pronome indefinido, função de advérbio ou função de adjetivo. Serão pronomes indefinidos se antecederem o substantivo para lhe atribuir indeterminação ouvagueza. Nesse caso, a palavra será variável e concordará com o substantivo. Para ter certeza de que se trata de pronome indefinido, aconselho que você substitua o termo por “algum” ou que tente colocar o pronome e o substantivo no plural. Exemplos: Eu prefiro você a muitos amigos. Pouca gente acertaria essa questão. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 25 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Fiz bastantes questões de ortografia. Serão advérbios se modificarem o sentido de verbos, advérbios ou adjetivos. Nesses casos, os termos serão invariáveis, ou seja, serão sempre “muito”, “pouco” e “bastante”, sem flexionar. Exemplos: A polícia chegou muito rapidamente. Aquelas coxinhas são pouco salgadas. Os atletas suaram bastante. Serão adjetivos se atribuírem qualidade a substantivos. Nesses casos, os termos serão variáveis, ou seja, concordarão com o substantivo adjetivado. Exemplos: Não me aborreço com coisa pouca. (“pequena”) Aquilo foi bastante para me convencer. (“suficiente”) CERTO A palavra “CERTO” pode exercer as seguintes funções: pronome indefinido, adjetivo e advérbio. Será pronome indefinido se anteceder o substantivo. Para você ter certeza de que o termo está exercendo função de pronome indefinido, aconselho substituí-lo por “algum”. Exemplos: “Certas canções que ouço cabem tão dentro de mim.” Ele tem certa afinidade com pessoas generosas. Será adjetivo se suceder o substantivo. Nesses casos, a palavra “certo” tem sentido de “correto”, “exato” ou “constante”. Exemplos: Essas cartas não possuem destinatários certos. (“exatos”) Marque as alternativas certas. (“corretas”) Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 26 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Será advérbio se equivaler a “certamente”. Esse uso é bem menos frequente que os dois anteriores. Ex: Certo, não irei à festa. (“certamente”) OUTRO A palavra “OUTRO” pode exercer função de pronome indefinido ou de adjetivo. Nos dois casos, será variável. Será pronome indefinido se equivaler a “algum” ou “algo”. Nesse caso, o termo “outro” aparece, em geral, dentro de uma expressão indefinida (“um ao outro”, “um ou outro”, “um do outro”, “um para o outro”). Exemplos: Uma ou outra pessoa atravessava a ponte. Uns acordam cedo, enquanto outros dormem até tarde. Será adjetivo se significar “novo”, “diferente”, “semelhante” ou “igual”. Exemplos: Outros casos de emprego dos pronomes serão estudados. (“novos”) Ela voltou outra das férias. (“diferente”) Depois disso, todos possuem outra opinião sobre João. (“diferente”) TODO A palavra “TODO” pode exercer função de pronome indefinido e função de advérbio. Será pronome indefinido se indicar totalidade ou puder ser substituído por “qualquer” ou “cada”. O “todo” seguido de artigo (“todo o”) indica, em geral, inteireza; o “todo” sem artigo depois significa, em geral, totalidade e pode ser substituído por “todos os”. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 27 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Exemplos: Toda cidade tem suas características. (todas as cidades) Toda a cidade necessita de melhorias. (a cidade inteira) Meu corpo todo está doendo. Brigou com os amigos todos. Será advérbio de modo se acompanhar adjetivo atributivo, com sentido de “completamente”, “muito”, “em todas as suas partes”. Exemplos: Ela está toda bonita. Fiquei todo assustado. TUDO A palavra “TUDO” é, quase sempre, pronome indefinido e funciona ora como pronome indefinido substantivo, ora como pronome indefinido adjetivo. (neste último caso, aparece nas combinações “tudo isso”, “tudo aquilo”, “tudo o que”, “tudo o mais” etc.). Exemplos: Eu faria tudo por você. (pronome indefinido substantivo) Tudo o que fiz foi por você. (pronome indefinido adjetivo) Ele via novela; tudo o mais o chateava. (pronome indefinido adjetivo) Tudo isso pode ser resolvido. (pronome indefinido adjetivo) ALGUM O pronome indefinido “ALGUM” é usado com sentido de “qualquer”, “um” ou “certo”, se vier antes do substantivo. Se vier depois do substantivo, terá valor negativo e poderá ser substituído por “nenhum”. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 28 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Exemplos: Algumas vezes, ele sentia saudades da mãe. (“umas vezes”) Melhor comermos alguma coisa antes. (“qualquer coisa”) Demorei algum tempo para perdoar Maria. (“certo tempo”) Aquela criança não dava trabalho algum. (“nenhum”) Ficamos sem dinheiro algum. (“nenhum”) Esses são os casos mais comuns em que os pronomes indefinidos aparecem nas questões de concurso. Antes de prosseguirmos a mais uma classe de pronome, atente-se para as observações abaixo. OBSERVAÇÃO 1: Além dos exemplos vistos acima, existem as LOCUÇÕES PRONOMINAIS INDEFINIDAS, que consistem na junção de vocábulos para exercer função igual à dos pronomes indefinidos. Exemplos: “cada qual”, “cada um”, “qualquer outro”, “aquele outro”, “quem quer que seja”, “quanto quer que seja”, “fosse quem fosse”, “outro qualquer”, “todo aquele”, “tudo o mais”, “seja qual for”, “seja quem for”, “um ou outro”, “todo o mundo” etc. OBSERVAÇÃO 2: Se o pronome indefinido ou a locução pronominal indefinida estiverem no singular, o verbo também ficará no singular, ainda que haja substantivo no plural após o pronome ou locução. Exemplos: Cada um dos alunos presentes aprendeu o assunto ensinado. Algum de nós terá que trabalhar no feriado. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 29 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br 1.5 Pronomes Possessivos Os pronomes possessivos são aqueles pronomes que conferem ideia de posse em relação às pessoas do discurso, ou seja, indicam a pessoa gramatical a quem pertence algo. Os pronomes possessivos irão concordar, em gênero e número, com o “algo” possuído. Veja, no quadro abaixo, os pronomes possessivos e as pessoas às quais eles se referem. PRONOMES POSSESSIVOS Singular 1ª pessoa meu, minha, meus, minhas 2ª pessoa teu, tua, teus, tuas 3ª pessoa seu, sua, seus, suas Plural 1ª pessoa nosso, nossa, nossos, nossas 2ª pessoa vosso, vossa, vossos, vossas 3ª pessoa seu, sua, seus, suas Como dito acima, os pronomes possessivos, em nossa língua, concordam com a coisa possuída e não com o possuidor. Observe nos exemplos a seguir. Exemplos: As irmãs e sua mãe saíram cedo para a missa. (sua mãe = a mãe das meninas) Ela penteou seus cabelos e saiu. (seus cabelos = os cabelos dela) ATENÇÃO! É bastante comum que os possessivos “seu, sua, seus, suas” gerem ambiguidade quanto ao possuidor, se usados em períodos em que há mais de uma terceirapessoa, justamente por concordarem com a coisa possuída. Nesses casos, é recomendado que os mencionados pronomes sejam substituídos por “dele, dela, deles, delas”. Essa dica é bastante importante para a resolução de questões dissertativas. Observe abaixo. Maria perguntou a João se poderia convidar sua mãe para a festa. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 30 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Da maneira como está redigido o período, surge a dúvida: a mãe de Maria ou a mãe de João? Após a substituição, a ambiguidade é sanada. Perceba: Maria perguntou a João se poderia convidar a mãe dele para a festa. (“a mãe de João”) Maria perguntou a João se poderia convidar a mãe dela para a festa. (“a mãe de Maria”) OBSERVAÇÃO 1: Se o pronome possessivo acompanhar um substantivo (pronome possessivo adjetivo) é facultado que se use ou não o artigo antes. Ex: Não vi seu irmão na festa. / Não vi o seu irmão na festa. Se, por outro lado, o pronome possessivo substituir um substantivo (pronome possessivo substantivo), deve-se obrigatoriamente usar o artigo antes. Ex: Peguei (a) minha camisa, mas não encontrei a sua. OBSERVAÇÃO 2: Conforme vimos, na parte da aula atinente aos pronomes pessoais oblíquos, os pronomes “ME”, “TE”, “LHE(s)”, “NOS”, “VOS” podem funcionar também como pronomes possessivos. Note que, nesses casos, os pronomes podem ser substituídos pelos possessivos típicos, conforme mostrado nos exemplos a seguir. Exemplos: O café manchou-me a camisa. (“manchou a minha camisa”) O gato viu Maria e agarrou-lhe a perna. (“agarrou a perna dela”, “agarrou sua perna”) Comer salada não nos prejudica a saúde. (“não prejudica a nossa saúde”) OBSERVAÇÃO 3: Há casos em que a posição do pronome possessivo (se antes ou se depois do substantivo) altera o sentido da frase. Observe: Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 31 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Exemplos: O meu livro. (possuo o livro) O livro meu. (possuo a autoria do livro) Suas notícias. (notícias dadas por você) Notícias suas. (notícias sobre você) 1.6 Pronomes Relativos Os pronomes relativos são aqueles que retomam um termo expresso anteriormente, a fim de estabelecer uma relação de subordinação entre duas orações. Os pronomes relativos podem ser variáveis ou invariáveis, conforme se observa no quadro a seguir. PRONOMES RELATIVOS INVARIÁVEIS VARIÁVEIS que o qual, a qual, os quais, as quais quem cujo, cuja, cujos, cujas onde quanto, quanta, quantos, quantas Vamos ver, abaixo, nosso primeiro exemplo de emprego dos pronomes relativos. Os motoristas de ônibus fizeram protesto nas ruas da cidade. Os motoristas de ônibus estão com salários atrasados. Os motoristas de ônibus, que estão com salários atrasados, fizeram protesto nas ruas da cidade. OU Os motoristas de ônibus, os quais estão com salários atrasados, fizeram protesto nas ruas da cidade. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 32 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Observe, no exemplo acima, que os pronomes relativos “que” e “os quais” retomaram o termo “os motoristas de ônibus”, para que não fosse necessário repeti-lo no período. Essa é, basicamente, a função dos pronomes relativos. Como aprendemos na Aula 01, trata-se de elementos de coesão referencial anafórica. Veja mais exemplos de pronomes relativos: O livro que li é muito interessante. (retoma “o livro”) Havia muitas pessoas que precisavam de ajuda. (retoma “pessoas”) Ele visitou a cidade onde nasceu. (retoma “a cidade”) A menina a quem ajudei ficou muito grata. (retoma “menina”) Esta é a casa sobre a qual eles falaram. (retoma “a casa”) Os pronomes relativos podem ou não ser precedidos por preposição, a depender do que a regência verbal exigir. Veja que, no quarto exemplo acima, o pronome relativo “quem” é precedido pela preposição “a”, pois o verbo “ajudar” foi usado em sua forma transitiva indireta (ajudar a alguém). No último exemplo, de igual maneira, o pronome relativo “a qual” é precedido pela preposição “sobre” em razão da transitividade do verbo “falar” (falar sobre algo). Outro aspecto importante de se observar é que o pronome relativo, se variável, concorda com o termo ao qual se refere, ou seja, com o termo por ele retomado. Assim, o relativo “a qual”, no último exemplo, é empregado em concordância com “a casa”, no feminino e no singular. Feitas essas considerações iniciais, vamos analisar os pronomes relativos caso a caso. “O QUAL”, “A QUAL”, “OS QUAIS”, “AS QUAIS” Os termos acima funcionam exclusivamente como pronomes relativos e são as formas variadas (em gênero e número) do pronome relativo “QUE” (invariável). Eles são empregados para tratar de “coisas” ou pessoas”, especialmente se o termo a ser retomado está distante do pronome relativo que os retoma. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 33 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Como veremos a seguir, o pronome relativo “QUE” é o mais usado em nossa língua, por ser invariável (concorda com todos os gêneros e número) e por referir-se tanto a coisas quanto a pessoas. No entanto, há casos em que é obrigatória a substituição do pronome “QUE” pelas formas variáveis ora analisadas (“o qual”, “a qual”, “os quais” e “as quais”). Vamos ver esses casos: - Quando o uso do “que” causar ambiguidade: O candidato discursou aos eleitores na capital do estado da Bahia, que completou aniversário ontem. Observe que, no exemplo acima, não fica claro se foi a capital do estado ou o estado da Bahia que completou aniversário. Basta, no entanto, substituir o pronome “que” por uma das formas variáveis para que se resolva a dúvida. O candidato discursou aos eleitores na capital do estado da Bahia, a qual completou aniversário ontem. - Quando o “que” for precedido de preposição com mais de uma sílaba: O concurso sobre o qual lhe falei foi adiado. (e não “sobre o que”) Essa é a mesquita perante a qual me ajoelhei. (e não “perante que”) As intempéries, contra as quais lutou bravamente, derrotaram-no. (e não “contra que”) - Quando o “que” for precedido das preposições monossilábicas “sem” e “sob”: Esta é a música de ninar sem a qual ele não dorme. O teto sob o qual você deita, um dia ruirá. Por fim, vale dizer, os pronomes relativos aqui analisados (“o qual”, “a qual”, “os quais” e “as quais”) são ótimos parâmetros para avaliarmos se outros termos estão exercendo função de pronome relativo. Assim, caso você consiga substituir esses termos por uma das formas variáveis acima, você estará diante de um pronome relativo. Dito isso, passemos à análise do pronome “QUE”, um dos “queridinhos” das provas de concurso. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04Página 34 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br PRONOME RELATIVO “QUE” O termo “QUE” funciona como pronome relativo se retoma um termo antecedente, que tanto pode se referir a coisas quanto a pessoas. Trata-se de pronome invariável (não admite flexão). Para conferir se o “QUE” está exercendo na oração, de fato, função de pronome relativo, aconselho substituí-lo pelos também relativos o qual, a qual, os quais ou as quais, conforme dito no tópico anterior. Observe os seguintes exemplos, já mencionados em momento anterior: Os motoristas de ônibus, que estão com salários atrasados, fizeram protesto nas ruas da cidade. (“os quais”) O livro que li é muito interessante. (“o qual”) Havia muitas pessoas que precisavam de ajuda. (“as quais”) OBSERVAÇÃO 1: Já aprendemos que, caso o pronome “que” venha precedido de preposição com mais de uma sílaba, não se deve empregar o “QUE”, mas sim os relativos “O QUAL”, “A QUAL”, “OS QUAIS” ou “AS QUAIS”. OBSERVAÇÃO 2: O pronome relativo "que" às vezes retoma uma oração anterior, casos em que poderá ser substituído por “o que” ou “coisa que”. Apesar do cansaço, optou por caminhar pelas ruas da cidade, que era seu grande hábito. Finalizamos, assim, as explicações sobre o emprego do termo “QUE” na função de pronome relativo. A compreensão das muitas outras funções exercidas pelo “que” depende de conhecimentos mais aprofundados de sintaxe, assunto que será abordado na nossa Aula 07. Em momento posterior, portanto, retornaremos ao assunto de maneira mais completa, para fixar o que foi dito hoje, bem como para acrescentar outras informações sobre os usos do “QUE”. PRONOME RELATIVO “QUEM” Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 35 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br O pronome relativo “QUEM” é invariável e refere-se a pessoas ou a coisas personificadas. Se o termo antecedente (retomado pelo pronome) estiver expresso na oração, o “quem” virá sempre regido por alguma preposição. Observe: A garota contra quem ele proferiu os xingamentos revoltou-se. A mãe, de quem sentia muitas saudades, apareceu-lhe nos sonhos. Preferiu não cumprimentar o lojista, a quem devia grandes quantias de dinheiro. PRONOME RELATIVO “ONDE” O pronome relativo “ONDE” é invariável e retoma termos que indiquem noção de lugar. Assim, para verificar se está empregado corretamente, você deve substituir o “onde” por “em que” ou pelas formas variáveis “na qual”, “no qual”, “nas quais” e “nos quais”. Ficava muito tempo em casa, onde se sentia seguro dos perigos urbanos. A cidade onde passou boa parte de sua infância estava completamente modificada. “QUANTO”, “QUANTA”, “QUANTOS”, “QUANTAS” Os vocábulos acima somente serão considerados pronomes relativos se forem precedidos por um dos pronomes indefinidos a seguir: “tudo”, “todo(s)”, “toda(s)”. Nesses casos, transmitirão ideia de quantidade, intensidade ou número. Ele fez tudo quanto pôde para agradá-la e não obteve sucesso. Me dediquei bastante à resolução de questões. Fiz tantas quantas foram necessárias. PRONOME RELATIVO “CUJO” O pronome relativo “CUJO” (e suas variações “cujos”, “cuja”, “cujas”) é utilizado, assim como todo pronome relativo, para retomar termos mencionados anteriormente. Vimos, de maneira introdutória, o uso do pronome “cujo” na Aula 01, ao tratarmos de coesão e coerência textual. Agora, vamos retomar o seu estudo de maneira mais completa. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 36 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Sua particularidade, no entanto, reside na noção de posse que ele estabelece entre o termo por ele retomado (o termo anterior a ele) e o termo posterior a ele. Dessa forma, podemos dizer que o pronome relativo “CUJO” coloca-se entre dois termos (antecedente e consequente) para estabelecer uma relação de posse entre eles. O termo localizado antes do “cujo” (e que é retomado pelo “cujo”) será possuidor do termo localizado depois do “cujo”. Observe: A escola puniu os alunos cujo comportamento era ruim. A escola puniu os alunos / O comportamento dos alunos era ruim. Veja que o pronome relativo “cujo”, no exemplo, retoma o termo “os alunos” e coloca-o na posição de adjunto adnominal do termo “o comportamento”. Assim, o trecho “cujo comportamento” equivale a “o comportamento dos alunos”. O termo anterior será, portanto, o dono (possuidor) do termo posterior: os alunos possuem o comportamento, por isso se diz “o comportamento dos alunos”. Mais exemplos: A cliente cujo pagamento foi recusado retornou. (cujo pagamento = o pagamento da cliente) A porta cujo parafuso está enferrujado emperrou. (cujo parafuso = o parafuso da porta) O pronome “cujo” concorda com o termo posterior (consequente), embora se refira ao termo anterior (antecedente). Assim, na frase acima, o pronome “cujo” retoma o termo “a cliente”, mas a concordância dá-se com relação a “pagamento”. O mesmo ocorre na frase seguinte: o pronome retoma o termo anterior (“a porta”), mas concorda com o termo posterior (o parafuso). ATENÇÃO! Não se usa artigo entre o pronome “cujo” e o substantivo subsequente. Jamais diga: A cliente cujo o pagamento foi recusado retornou. ERRADO Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 37 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br É bastante comum o pronome relativo “cujo” aparecer precedido de preposições, como em “para cujo”, “de cujo”, “ante cujo”, “sobre cujo”, “a cujo”, entre outras. Nesses casos, em geral, a preposição aparece para compor a regência do verbo transitivo indireto presente na oração seguinte. Observe: Ele é o autor em cuja tese ela acredita. Não se assuste com a presença da preposição “em”, no exemplo acima, pois o nosso raciocínio será o mesmo de antes! Vamos analisar a frase por partes, para facilitar a compreensão. Primeiro, vamos considerar somente o pronome relativo “cuja” e os termos (antecedente e consequente): dizer “o autor cuja tese” equivale a dizer “a tese do autor”. Agora vamos analisar o trecho completo: “o autor em cuja tese ela acredita”. A ideia aí contida equivale a dizer “ela acredita na tese do autor”. Veja: Ele é o autor em cuja tese ela acredita. Ele é o autor / ela acredita na tese do autor. A preposição “em” está na frase, portanto, porque o verbo “acreditar” é transitivo indireto (quem acredita, acredita em algo). Mais exemplos: Você é a pessoa de cuja sensatez eu dependo. Você é a pessoa / eu dependo da sensatez da pessoa. A casa, para cujo endereço enviei a encomenda, foi demolida. A casa foi demolida / enviei a encomenda para o endereço da casa. Em virtude de suas especificidades, o emprego do “CUJO” gera dúvidas e costuma ser muito cobrado em provas de concurso. A seguir, temos uma questão recente da FCC, adaptada para esta aula. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 38 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Questão -(FCC) Técnico Judiciário – Enfermagem – TRF 3ª Região/2014 (Adaptada) O barulho é um som de valor negativo, uma agressão ao silêncio ou simplesmente à tranquilidade necessária à vida em comum. Causa um incômodo àquele que o percebe como um entrave a seu sentimento de liberdade e se sente agredido por manifestações que não controla e lhe são impostas, impedindo- o de repousar e desfrutar sossegadamente de seu espaço. Traduz uma interferência dolorosa entre o mundo e o eu, uma distorção da comunicação em razão da qual as significações se perdem e são substituídas por uma informação parasita que provoca desagrado ou aborrecimento. (...) (LE BRETON, David. O Estado de S. Paulo, Aliás, 2 de junho de 2013, com adaptações.) Julgue a afirmativa a seguir como CERTA ou ERRADA: A expressão “por cujo motivo” substitui corretamente o segmento grifado, sem alteração do sentido original. Comentários A questão pede que você julgue (como certa ou errada, do ponto de vista gramatical) a substituição do termo grifado no seguinte trecho: “uma distorção da comunicação em razão da qual as significações se perdem”. Vamos destrinchar a frase acima. Ao invertermos a ordem, temos que as significações se perdem em razão de uma distorção da comunicação. Esse é o sentido que deve ser mantido. Caso seja reescrita com a expressão indicada no enunciado, a frase ficará assim: “uma distorção da comunicação por cujo motivo as significações se perdem”. Temos, agora, um caso de emprego do “cujo” precedido de preposição, semelhante aos exemplos vistos anteriormente. Já sabemos que o pronome relativo “cujo” retoma o termo anterior (antecedente) para atribuir uma relação de posse deste com relação ao termo posterior (consequente). No caso em análise, note que o termo posterior a “cujo” é “motivo” e o anterior é “uma distorção da comunicação”. Vamos considerar, inicialmente, um trecho simplificado da frase, para facilitar a compreensão do uso do “cujo”. uma distorção da comunicação por cujo motivo = por motivo de uma distorção da comunicação Agora, vamos analisar a frase inteira, com a preposição e os demais elementos que a compõem: Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 39 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br uma distorção da comunicação por cujo motivo as significações se perdem = as significações se perdem por motivo de uma distorção da comunicação Escrita desse jeito, a frase alterada se equivale à original (“uma distorção da comunicação em razão da qual as significações se perdem”), pois mantém seu significado. A afirmativa está, portanto, correta. GABARITO: CERTO Espero haver sanado todas as dúvidas com relação ao uso do pronome “CUJO”. A partir de agora, você deve realizar questões e ler muitas frases em que o emprego do “cujo” esteja correto gramaticalmente. Só assim você se familiarizará e responderá às questões, na prova, com mais tranquilidade. Agora, para finalizar o estudo dos pronomes relativos, vamos analisar dois vocábulos que, embora não sejam tipicamente pronomes relativos, algumas vezes assumem essa função, ao retomar termos da oração: “COMO” e “QUANDO”. COMO O vocábulo “COMO” terá função de pronome relativo se retomar um termo que indique “modo, maneira, jeito, forma”. Nesse caso, poderá ser substituído por “segundo o qual” ou “pelo qual”. Todos gostam da maneira como ela escreve. Foi bastante desagradável o jeito como você se comportou. O modo como ela me olhava deixou-me envergonhado. QUANDO O vocábulo “QUANDO” terá função de pronome relativo se retomar um termo que indique, sintática e semanticamente, a ideia de tempo. Nesse caso, poderá ser substituído por “em que”. Retornemos ao ano de 1985, quando nasci. Maria sentia saudades do passado quando ele ainda a amava. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 40 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Encerramos, assim, o assunto concernente aos pronomes relativos. Vamos, agora, ao estudo dos pronomes interrogativos, última espécie de pronomes a ser vista na aula de hoje. 1.7 Pronomes Interrogativos Os pronomes interrogativos, última classe pronominal vista na aula de hoje, são assim chamados se empregamos os pronomes “QUE”, “QUEM”, “QUAL” e “QUANTO” (também indefinidos) em orações interrogativas, ou seja, na formulação de perguntas. Essas perguntas podem ser diretas ou indiretas. Observe: Quem conseguiu responder corretamente à questão? Quantas pessoas estiveram presentes? Gostaria de saber quais as respostas da prova. (pergunta indireta) O termo “QUE”, já estudado por nós na função de pronome relativo, também funciona como pronome interrogativo, nas seguintes situações: - Quando substituir, na frase, o elemento sobre o qual requer uma resposta. Como vimos, por substituir o substantivo, será considerado um pronome interrogativo substantivo. Para conferir se o “que” está funcionando na frase, de fato, como pronome interrogativo substantivo, aconselho substituir o “que” por “que coisa”. Que você aprontou dessa vez? Que pensa em fazer hoje à noite? Que houve? Ele reclamou de quê? (acentuado, por estar no final da frase) A forma interrogativa “O QUE” é muito mais usada em nossa língua do que o pronome “que” sozinho. Alguns gramáticos mais tradicionais, no entanto, não a recomendam. Observe: O que você aprontou dessa vez? O que pensa em fazer hoje à noite? O que houve? Ele reclamou do quê? (acentuado, por estar no final da frase) Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS/2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04 Página 41 de 102 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br - Quando acompanhar substantivo nas frases interrogativas. Como vimos, por acompanhar o substantivo, será considerado um pronome interrogativo adjetivo. Para conferir se o “que” está funcionando na frase, de fato, como pronome interrogativo adjetivo, aconselho substituir o “que” por “que espécie de”. Que mal há em estudar à noite? Que computador você comprou? Que comida não te agrada? OBSERVAÇÃO: Na linguagem coloquial, é comum o uso duplicado do “que”, a fim de conferir ênfase à mensagem. O que é que houve? Colocação Pronominal Este talvez seja, junto com interpretação de textos, o assunto mais cobrado pelas bancas nas questões de Língua Portuguesa. Todos os editais de concurso, sem exceção, destacam expressamente a Colocação Pronominal entre os demais aspectos relacionados ao estudo dos pronomes. Em virtude disso, separei esta parte da aula para tratarmos o tema de maneira clara e aprofundada. Assim, ao final da explicação, espero que você esteja capacitado para resolver qualquer questão sobre o assunto e garantir importantes pontos em seu caminho para a aprovação. Antes de começarmos, vamos entender o que é a colocação pronominal e por que seu estudo é considerado tão importante pelas bancas de concursos e pelos gramáticos. 2.1 Conceitos e Aspectos Gerais A parte da gramática denominada Colocação Pronominal trata, em resumo, da posição adequada dos pronomes oblíquos átonos junto aos verbos. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos
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