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Antibióticos e sua atuação nas bactérias

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ANTIBIÓTICOS
● Cada classe de antibiótico atua em uma determinada estrutura da bactéria.
● O antibiótico tem seletividade maior por componentes específicos da bactéria
para prevenir lesões nas nossas células, pois assim eles atuam apenas nas
células bacterianas.
● Apesar disso, todos os antibióticos têm atuação em outras áreas do nosso
organismo e causam efeitos colaterais.
Como as bactérias infectam o hospedeiro?
● Portas de entrada das bactérias: trato respiratório, trato gastrointestinal, via
parenteral (tudo que é injetável por agulhas).
● Macrófagos são células de defesa presentes em todos os tecidos.
● Bactéria é fagocitada pelo macrófago → é levada para o citoplasma do
macrófago → fica dentro de uma vesícula chamada vacúolo → o vacúolo
passa por transformações até se converter em uma vesícula digestiva
chamada lisossomo → lisossomo digere a bactéria → há a liberação de uma
substância da bactéria que não é reconhecida pelo macrófago - ex:
endotoxina LPS da bactéria (que é um antígeno) → o macrófago libera
citocinas pró inflamatórias no tecido e no sangue.
● As citocinas que ficam no tecido chamam mais células de defesa.
● As citocinas que caem na corrente sanguínea vão até o hipotálamo e
sensibilizam neurônios (entrando em contato com as COX do neurônio) que
aumentam a produção de prostaglandinas. Essas prostaglandinas causam
um aumento da temperatura corporal (febre).
Conceitos:
● Efeito bactericida: quando o antibiótico mata todas as bactérias.
● Efeito bacteriostático: quando o antibiótico impede a replicação das bactérias
porém não mata elas - ele estaciona o crescimento da bactéria, dando
chance do nosso sistema imune matar a bactéria por conta própria.
● Resistência: quando o antibiótico não mata as bactérias e nem impede sua
proliferação - isso ocorre porque essas bactérias já tiveram contato com essa
droga antes ou porque a pessoa para de tomar antibiótico antes do tempo
receitado.
ANTIBIÓTICOS QUE IMPEDEM A SÍNTESE DE FOLATO
Folato:
● Folato = ácido fólico.
● Ácido fólico é uma vitamina.
● A bactéria precisa produzir ácido fólico pois ele é importante para sua
sobrevivência e replicação.
● Para produzir ácido fólico, a bactéria precisa de PABA.
● Quando o PABA cai no trato digestório (obtemos ele através do alimento), as
bactérias o captam e dentro delas, a enzima dihidro pteroato sintetase
associa o PABA com uma substância chamada pteridina (substância que as
bactérias possuem).
● A associação desses dois compostos formam o DHF (dihidrofolato), que é um
ácido fólico não funcional (não ativo).
● O DHF é transformado em THF (tetrahidrofolato) pela enzima dihidrofolato
redutase. THF é a forma ativa do ácido fólico.
● O ácido fólico serve de matéria prima para a produção de bases nitrogenadas
(purinas e pirimidinas) para a síntese de DNA e poder se reproduzir.
● Resumo: PABA cai no trato digestório → é captado pelas bactérias → enzima
dihidro pteroato sintetase associa PABA com pteridina → forma DHF →
enzima dihidrofolato redutase transforma DHT em THF.
Sulfonamidas:
● É uma classe de drogas (de antibióticos).
● Age inibindo a enzima dihidro pteroato sintetase, impedindo a produção de
dihidrofolato.
● Efeito: bacteriostático, pois não matam as bactérias, apenas impedem que
elas se repliquem.
Trimetropina:
● Com o tempo, muitas bactérias ficaram resistentes à sulfonamidas, então foi
criada uma droga complementar para ser usada em conjunto com elas. Essa
droga é a Trimetoprima,
● É um fármaco e não uma classe de fármacos (é um antibiótico).
● Age inibindo a dihidrofolato redutase, impedindo a produção de
tetra-hidrofolato.
● Efeito: bacteriostático.
OBS: A presença de pus em abundância diminui a eficácia dos antibióticos, pois as
bactérias adoram pus porque nele há bases nitrogenadas que a bactéria precisa
para se replicar (purinas e pirimidinas).
Por que o uso da Procaína pode comprometer a atuação das
Sulfonamidas e da Trimetoprima?
● Procaína é um anestésico local usado por dentistas.
● A procaína é básica mas quando cai no sangue protona (se liga à H+). Essa
mudança química faz com que a molécula de procaína fique igual à um PABA
(se transforme em PABA).
● A bactéria se aproveita desse aumento de PABA e aumenta sua replicação,
pois o PABA compete com o antibiótico pela dihidro pteroato sintetase. Com
o aumento do PABA, a Sulfonamida é deslocada da enzima e não tem seu
efeito realizado.
● Como o PABA tirou a sulfonamida, houve um aumento na produção de
dihidrofolato. Esse excesso de dihidrofolato desloca a Trimetropina da enzima
dihidrofolato redutase e há o aumento da produção de tetrahidrofolato.
Efeitos colaterais:
● Sulfonamidas:
- Hepatite - pois o antibiótico é metabolizado no fígado e pode produzir
compostos tóxicos.
- Reações de hipersensibilidade (alergias) - ex: eritemas, síndrome de
Stevens-Johnson, necrose epidérmica tóxica, febre e reações anafiláticas).
- Insuficiência da medula óssea - pode causar alterações hematológicas
(anemia, leucopenia, trombocitopenia).
- Insuficiência renal aguda .
- Cristalúria - metabólitos das sulfonamidas que seriam eliminadas pela urina
cristalizam, predispondo cálculos.
- Cianose - provocada pela metemoglobina (não é tão preocupante).
- Náuseas e vômitos.
- Cefaléia.
- Depressão.
- Exemplo de antibiótico da classe das Sulfonamidas: Sulfametoxazol.
● Trimetoprima:
- Deficiência de ácido fólico - pois ela impede a produção de ácido fólico pelas
bactérias patológicas - o que é bom, porém também impedem a produção de
ácido fólico pelas bactérias da nossa microbiota intestinal - o que não é bom.
As bactérias do nosso intestino produzem ácido fólico que é importante para
realização da eritropoiese na medula óssea (causa anemia megaloblástica).
- Náuseas e vômitos.
- Eritemas.
- Alterações hematológicas.
● Sulfonamidas são mais tóxicas e agressivas para o organismo do que a
Trimetoprima.
● OBS: Bactrim:
- É um antibiótico.
- Sulfamethoxazolum + Trimethoprimum.
- É indicado para o tratamento de infecções causadas por microrganismos
sensíveis à associação dos medicamentos Trimetoprima e Sulfametoxazol,
como certas infecções respiratórias, gastrintestinais, renais, do trato urinário,
genitais (homens e mulheres), infecções da pele, entre outros.
ANTIBIÓTICOS QUE INTERFEREM NA SÍNTESE DA PAREDE
CELULAR DA BACTÉRIA
● As bactérias gram negativas tem 3 envoltórios: membrana externa, parede
celular e membrana celular.
● As bactérias gram positivas tem 2 envoltórios: parede celular e membrana
celular.
● A parede celular é formada por peptideoglicanos.
Formação da parede celular das bactérias:
● Primeira etapa:
- Começa no citoplasma da bactéria.
- No citoplasma, a bactéria produz um monômero (uma molécula que vai ser
base para formar um peptideoglicano) chamado mureína que é formado pela
junção de açúcares com aminoácidos.
- A mureína é a menor molécula que constitui o peptidoglicano.
- Quem faz a junção dos açúcares com os aminoácidos para formar a mureína
são enzimas que ficam no citoplasma, as principais são chamadas Mur- A,
Alanina Racemase e D-al,D-al-Sintetase.
● Segunda etapa:
- A mureína está pronta e no citoplasma.
- Ela tem que ser transportada até o espaço periplasmático - para isso
acontecer,a mureína tem que atravessar a membrana plasmática.
- Para atravessar a membrana plasmática, a mureína tem ajuda de um lipídio
chamado bactoprenol.
- No espaço periplasmático, as mureínas são ligadas umas às outras por
enzimas chamadas transglicosidases, formando um polímero de mureína,
que é o peptideoglicano.
● Terceira etapa:
- Os peptideoglicanos não podem ficar soltos no espaço periplasmático.
- Então a enzima transpeptidase unem os peptideoglicanos à parede celular
por ligações cruzadas.
Função da parede celular das bactérias:
● Resistência à tração.
● Manter a osmolaridade.
Antibióticos que atuam na primeira etapa da formação da parede
celular:
● São inibidores da síntese de monômeros de mureína.
● Fosfomicina e Fosmidomicina
- Mecanismo de ação: inibem a enzima Mur-A.- Indicados para infecções urinárias.
- Possuem amplo espectro - agem em bactérias gram negativas e gram
positivas.
● Ciclosserina:
- Mecanismo de ação: inibe as enzimas Alanina Racemase e
D-al,D-al-Sintetase.
- Indicado para Tuberculose cuja micobactéria desenvolveu resistência.
- Possui amplo espectro - age em bactérias gram negativas e gram positivas.
Antibióticos que atuam na segunda etapa da formação da parede
celular:
● Bacitracina:
- Antibiótico inibidor da translocação da mureína.
- Mecanismo de ação: inibe o bactoprenol, impedindo assim a passagem da
mureína pela membrana plasmática, fazendo com que a mureína não chegue
no espaço periplasmático.
- Indicado para infecções tópicas e oftálmicas.
- Não pode ser injetado e nem administrado pela via oral, pois é muito tóxico
para uso sistêmico.
- Possui baixo espectro - age em bactérias gram positivas apenas.
● Vancomicina e Teicoplanina:
- São antibióticos glicopeptídeos.
- Mecanismo de ação: inibem as enzimas tranglicosidases, impedindo que as
mureínas se polimerizem e formem o peptideoglicano.
- Teicoplanina é muito nefrotóxica, por isso seu uso deve ser evitado ou
acontecer apenas em última instância.
- Vancomicina é indicada para endocardites, infecções gastrintestinais e
infecções hospitalares por Stafilococos resistentes.
- Possuem baixo espectro - agem em bactérias gram positivas apenas.
Antibióticos que atuam na terceira etapa da formação da parede celular:
● Classe de antibióticos chamada antibióticos beta-lactâmicos.
- Mecanismo de ação: Inibem as enzimas transpeptidases, impedindo a
formação de ligações cruzadas entre os peptideoglicanos.
Beta Lactâmicos:
● Famílias de antibióticos que fazem parte dessa classe:
- Penicilinas (naturais, semi-sintéticas, sintéticas e combinadas)
- Cefalosporinas (cefalosporinas e cefalosporinas combinadas)
- Carbapenêmicos
- Monobactâmicos
● Todos são bactericidas de alta potência.
● Possuem um componente químico presente na estrutura chamado anel
beta-lactâmico, que é um anel cíclico.
● Quando a bactéria cria enzimas beta lactamases, essa enzima destrói o anel
beta lactâmico do antibiótico, fazendo com que a bactéria fique resistente ao
antibiótico.
Penicilinas:
● Mecanismo de ação:
- As penicilinas penetram na bactéria gram negativa através das porinas
(canais proteicos que ficam na membrana externa da bactéria) e se ligam em
uma proteína da membrana citoplasmática chamada proteína ligadora de
penicilina (PLP).
- Depois que a penicilina se ligou à proteína ligadora de penicilina, ela inibe as
transpeptidases do espaço periplasmáticos, impedindo a ligação cruzada dos
peptideoglicanos (fazendo com que a parede celular da bactéria fique
frouxa/instável).
- Essa parede instável ativa enzimas autolíticas da bactéria, que começam a
digerir essa parede, criando lacunas.
- Essas lacunas causam tumefação (entra água por osmose) e a bactéria sofre
lise (morre).
● Se errar a dose do antibiótico, a bactéria não morre, apenas enfraquece -
isso faz com que ela crie resistência.
● Tática da bactéria para criar resistência: ela produz beta-lactamases, que são
enzimas que destroem o anel beta lactâmico dos antibióticos.
● Como as beta-lactamases são produzidas?
- No material genético da bactéria, o gene BLA Z, controla a expressão das
beta-lactamases - ele induz a bactéria a produzir as enzimas responsáveis
pela resistência à penicilina.
- Em condições normais ele é inibido por um outro gene da bactéria, BLA I.
- Uso da penicilina em doses falhas: a penicilina se liga a um receptor na
membrana da bactéria chamado BLA R1, que fragmenta.
- O pedaço do receptor que se solta da membrana vai para o citoplasma, entra
no DNA, encosta no gene BLA I e torna esse gene inativo,
consequentemente o BLA Z deixa de ser inativo e comanda a expressão de
enzimas beta-lactamases,
- As enzimas beta-lactamases destroem o anel beta-lactâmico da penicilina,
criando resistência da bactéria ao antibiótico.
- Obs: as bactérias produzem diferentes tipos de beta-lactamases para
poderem atuar em diversos tipos de antibióticos.
● Como evitar a atuação das enzimas beta-lactamases?
- Foi criada uma droga para se associar às penicilinas, que é chamada de
ácido clavulânico.
- O ácido clavulânico possui o anel beta lactâmico igual do antibiótico, porém o
resto de sua molécula é diferente das moléculas dos antibióticos.
- Tendo um anel beta lactâmico associado a um radical diferente, o ácido
clavulânico é como um falso antibiótico que serve para enganar a bactéria.
- As beta-lactamases começam a se ligar no ácido clavulânico ao invés de se
ligarem no antibiótico, fazendo com que os antibióticos fiquem livres. O ácido
clavulânico desvia a atenção da bactéria do antibiótico para ele.
- Quando as beta-lactamases se ligam no ácido, elas não conseguem mais se
soltar (é uma ligação irreversível) e elas param de funcionar (são inibidas).
- Depois do ácido clavulânico, outras drogas inibidoras de betalactamases
foram criadas: Tazobactam, Sulbactam, Ticarcilina e Avibactam.
● Efeitos colaterais:
- Hipersensibilidade (causada pelos compostos degradáveis da penicilina que
se combinam com as proteínas do hospedeiro e se tornam antígenos)
- Erupções cutâneas
- Febre
- Choque anafilático agudo (raro, porém pode ser fatal)
- Distúrbios gastrointestinais (alteração da flora bacteriana intestinal)
ANTIBIÓTICOS QUE INTERFEREM NA SÍNTESE PROTEICA DA
BACTÉRIA
● Agem nos ribossomos bacterianos.
● Ribossomos são organelas que produzem proteínas - tanto na bactéria como
na célula humana.
● Os ribossomos são formados por 2 subunidades: uma subunidade menor (na
bactéria é de 30S) e uma subunidade maior (na bactéria é de 50S).
● Obs: o ribossomo no total apresenta 70S (não é 80 porque é uma dimensão
de segmentação).
Como os ribossomos produzem proteínas?
● A produção das proteínas ocorre em 3 etapas: iniciação, alongamento e
finalização.
● Iniciação: é montar o ribossomo: os componentes se unem (subunidade
ribossomal 30S, subunidade ribossomal 50S, RNAt a ser incorporado,
RNAm).
● Alongamento: o RNAt a ser incorporado se liga no sítio A da subunidade
ribossomal, em resposta ao reconhecimento do códon. O novo aminoácido é
transferido ao sítio P, e a peptidil-transferase (PT) catalisa a formação da
ligação peptídica entre o novo aminoácido e a cadeia polipeptídica em
crescimento.
● Finalização: ocorre a translocação do novo aminoácido incorporado do sítio A
para o sítio P - processo catalisado pela enzima translocase.
Antibióticos que atuam na subunidade menor do ribossomo (30S):
Classe: Aminoglicosídeos
● Antibióticos: Gentamicina, Estreptomicina, Amicacina, Tobramicina e
Neomicina.
● Atuação: Gram negativas.
● Efeito: bactericida.
● Indicações: infecções entéricas e septicemia.
● Possuem amina e glicose na estrutura química.
● Mecanismo de ação:
- Interferem no complexo de iniciação, causam leitura incorreta do RNAm e
quebram polissomos em monossomos.
- Quando o aminoglicosídeo é administrado, ele fica no meio extracelular. Ele
tem baixa permeabilidade para atravessar os envoltórios da bactéria, portanto
vai entrando lentamente nela (a alta concentração da droga não entra de uma
vez).
- Ao entrar na bactéria, a droga se liga na subunidade menor dos ribossomos
bacterianos, causando um erro na composição do peptídeo que está em
alongamento (ocorre erros na incorporação de aminoácidos).
- A droga começa a induzir o ribossomo a produzir uma proteína anormal (uma
proteína cuja cadeia polipeptídica possui aminoácidos fora de ordem).
- Essa proteína anormal vai para a membrana, se transforma em uma proteína
de canal e esses canais proteicos anormais facilitam a entrada do restante do
antibiótico.
- O restante do antibiótico que entraram na bactéria interferem no complexo de
iniciação.
- Além disso, o antibiótico também quebra os ribossomos que já existiam
(quebra polissomos em monossomos).
● Efeitos adversos:
- Nefrotoxicidade (10% a 15% de incidência; geralmente reversíveis;
usualmente ocorrem após 5 a7 dias de uso; fatores de risco: idade
avançada, desidratação, duração da terapia e doença hepática).
- Ototoxicidade (1% a 5% de incidência; frequentemente irreversível).
- Paralisia neuromuscular (raro; mais comum em Miastenia Grave).
Classe: Tetraciclinas
● Antibióticos: Tetraciclina, Minociclina, Doxiciclina, Demeclociclina e
Oxitetraciclina.
● Atuação: Gram positivas e negativas.
● Efeito: bacteriostático.
● Indicações: infecções respiratórias e curtâneas.
● Possuem quatro cadeias fechadas (quatro anéis) na estrutura química.
● Mecanismo de ação:
- Sítio A tem função de receber o RNAt.
- A tetraciclina impede a ancoragem do RNAt (que está trazendo um
aminoácido) no sítio A, não deixando o ribossomo produzir proteínas.
- Sítio A está na subunidade maior, porém a tetraciclina se liga na subunidade
menor.
● Efeitos adversos:
- Reação alérgica (exantema, anafilaxia, urticária e febre).
- Fotossensibilidade.
- Deposição em dentes e ossos (evitar em crianças e mulheres grávidas).
- Náuseas e diarréias.
- Hepatite (em idosos usando altas doses intravenosas).
- Azotemia (evitar em pacientes com disfunção renal).
- Toxicidade vestibular (equilíbrio).
● Tetraciclina não pode ser tomada com leite pois ela se liga ao cálcio e não é
absorvida (muitas pessoas tomam com leite pois acham que assim os efeitos
gastrintestinais vão diminuir).
Antibióticos que atuam na subunidade maior do ribossomo (50S):
Antibiótico: Cloranfenicol
● Atuação: Gram positivas e negativas.
● Efeito: bacteriostático.
● Indicações: conjuntivites, febre tifóide e meningite.
● Mecanismo de ação:
- Interferem na etapa de alongamento.
- Inibe a enzima peptidil-transferase.
- Função dessa enzima: transfere aminoácidos que chegam no sítio A para o
sítio P.
● Efeitos adversos:
- Anemia
- Síndrome cinzenta (ocorre em neonatos devido à inabilidade de conjugar
esse fármaco).
Classe: Lincosamidas
● Antibiótico: Clindamicina.
● Atuação: Gram positivas e negativas.
● Efeito: bacteriostático.
● Indicações: Infecções ósseas, infecções articulares e conjuntivites.
● Mecanismo de ação: mesmo do Cloranfenicol.
● Efeitos adversos:
- Diarréia
- Hipersensibilidade alérgica.
Classe: Macrolídeos
● Antibióticos: Eritromicina, Claritromicina e Azitromicina.
● Atuação: Gram positivas e negativas.
● Efeito: bacteriostático e bactericida (depende da concentração).
● Indicações: Infecções respiratórias, cutâneas e de tecido mole.
● Apresentam quatro anéis cíclicos fundidos (chamado de anel lactona) na
estrutura química.
● Mecanismo de ação:
- Interferem na etapa do alongamento.
- Inibem a translocação do ribossomo (quando o ribossomo caminha para fazer
a leitura dos códons do mensageiro - inibe esse deslizamento dos
ribossomos) .
● Efeitos adversos com a Eritromicina:
- Náuseas, vômitos, sensação de queimadura no estômago (devido à
administração oral).
- Icterícia.
- Ototoxicidade (mais comum com altas doses em pacientes com falência renal
ou hepática).
Classe: Streptogaminas
● Antibióticos: Quinupristina e Dalfopristina.
● Indicações: infecções com risco de vida causadas por enterococos
resistentes à vancomicina e infecções na pele.
● Mecanismo de ação: a Quinupristina bloqueia irreversivelmente os
ribossomas e inibe as últimas fases da síntese protéica, enquanto a
dalfopristina inibe as fases iniciais da síntese protéica.
● Efeitos adversos:
- No local de injeção: dor, inflamação e edema
- Dores musculares e articulares.
- Hiperbilirrubinemia.
- Superinfecções (devido ao crescimento acima do normal dos microrganismos
não-suscetíveis).
ANTIBIÓTICOS QUE INTERFEREM NA MEMBRANA PLASMÁTICA
DAS BACTÉRIAS
Polimixinas B e E:
● Polimixina E também pode ser chamada de Colistina.
● São antibióticos de origem bacteriana.
● Diferença da B e E: posição da leucina na estrutura química.
● Atuação: Gram negativas.
● Efeito: bactericida.
● Indicações Polimixina B: infecções do trato urinário, sangue e meningites.
- Exceto bactéria Proteus sp.
- Ela é raramente utilizada nos dias de hoje, exceto no tratamento tópico de
infecções superficiais, para as quais a polimixina B encontra -se disponível
em pomadas antissépticas.
● Indicações Polimixina E: Infecções intestinais.
● Mecanismo de ação:
- Todas as polimixinas são lipopeptídeos (tem uma parte lipídica e uma cadeia
peptídica).
- Na membrana externa da bactéria, há LPSs (lipopolissacarídeos). Em volta
do LPS há íons magnésio e cálcio para dar estabilidade ao LPS.
- Quando o antibiótico se aproxima da membrana externa, há a expulsão do
magnésio e do cálcio, e o LPS é alterado, ficando instável.
- O LPS instável gera poros (lacunas) na membrana externa, o que favorece a
passagem do antibiótico por ela.
- Na membrana citoplasmática, o antibiótico causa emulsificação dos lipídios
da membrana (separação dos lipídeos), favorecendo a entrada de água na
bactéria.
- A água entra graças aos poros e graças à osmolaridade - o meio da bactéria
é hipertônico. A entrada de água causa a lise osmótica da bactéria.
- RESUMO: o antibiótico altera a membrana externa e interna das bactérias.
● Mecanismo de resistência das bactérias Gram negativas para as Polimixinas
B e E:
- A bactéria consegue criar resistência quando a dose do antibiótico é
administrada de maneira incorreta, é uma dose mais baixa do que deveria.
- Essas doses baixas causam lesões (alterações) na bactéria, mas não
chegam a matá-las.
- Quando a bactéria sofre essas alterações, ela ativa os genes MCR-1 e
MCR-2.
- Esses genes induzem a bactéria a produzir um LPS diferente.
- Esse novo LPS se diferencia pois ele possui carga positiva na fração lipídica,
repelindo o antibiótico devido à sua carga.
- Obs: o LPS normal possui sua parte lipídica aniônica (eletronegativa).
● Efeitos adversos Polimixina B:
- Reações neurotóxicas: irritabilidade, fraqueza, sonolência, ataxia (perda da
coordenação), parestesia perioral (formigamento ao redor da boca),
parestesia das extremidades e turvação da visão - esses efeitos estão
associados com altos níveis plasmáticos da droga encontrados em pacientes
com função renal deficiênte ou nefrotoxicidade.
Daptomicina:
● Fármaco: Cubicin.
● Atuação: Gram positivas.
● Efeito: bactericida.
● Indicações: infecções de pele, do sistema respiratório, do sangue e do
pericárdio.
● Mecanismo de ação:
- A daptomicina é um lipopeptídeo.
- Quando a daptomicina é injetada e ela cai na corrente sanguínea, ela tem
uma alteração conformacional.
- Essa alteração (mudança química que a deixa pronta para funcionar)
depende da presença ideal de cálcio no sangue (ex: se tiver hipo ou
hipercalcemia, esse mecanismo é comprometido).
- Essa alteração faz a daptomicina virar uma micela (micela é uma gotícula de
gordura).
- Essa micela entra na membrana citoplasmática da bactéria e a parte
hidrofílica da bactéria sofre oligomerização: ligação da porção polipeptídica
do antibiótico com as proteínas da membrana bacteriana.
- Ocorre a formação de poros, que causa uma grande saída de potássio e
entrada de sódio, gerando uma intensa despolarização, o que acarreta na
morte celular da bactéria.
● Efeitos adversos comuns (1 a cada 100 pacientes): infecções fúngicas,
infecções do trato urinário, anemia, ansiedade, insônia, tonturas, cefaléia,
hipo ou hipertensão arterial e dor abdominal.
ANTIBIÓTICOS QUE INTERFEREM NA SÍNTESE DE DNA E RNA
Fluoroquinolonas:
● Também chamadas de Quinolonas.
● Impedem a síntese do DNA da bactéria.
● Fármacos: Levofloxacina, Ofloxacina, Norfloxacina e Moxifloxacina.
● Atuação: Gram positivas e negativas.
● Efeito: bactericida.
● Indicações: infecções do trato urinário (Ofloxacina e Norfloxacina), infecções
respiratórias em pacientes com fibrose cística, otite externa invasiva,
osteomielite crônica, salmonella, gonorreia (Ofloxacina e Norfloxacina),
prostatite (Norfloxacina), cervicite (Ofloxacina) e antraz.
● Mecanismo de ação:
- Durante a formação do DNA, há um enovelamento desse DNA e depois esse
enovelamento relaxa.
- Esse relaxamento é feito pela enzima topoisomerase2 (também chamada de
DNA girase).
- Esse enovelamento de maneira mais relaxada permite que o reparo do DNA
e sua replicação sejam feitos com mais facilidade.
- O antibiótico inibe a DNA girase, deixando o DNA superenovelado, e
consequentemente, o DNA não é mais capaz de ser reparado e replicado.
● Efeitos adversos:
- Distúrbios gastrointestinais.
- Erupções cutâneas.
- Artropatia em pacientes jovens.
- Cefaléia.
- Tonturas.
- Prolongamento do intervalo QT do eletrocardiograma.
● Mecanismos de resistência da bactéria aos antibióticos da classe quinolonas:
- Acontece quando o paciente usa uma dose não efetiva, pois a bactéria não
morre, apenas sofre lesões.
- Essas lesões causam a ativação de genes que começam a produzir
proteínas diferenciadas que criam mecanismos que causam resistência ao
antibiótico.
- Os três mecanismos criados são:
- Criação de bombas de efluxo que expulsam o antibiótico assim que ele entra.
- Criação de porinas na membrana externa das Gram negativas que impedem
a entrada do antibiótico.
- Criação de DNA girases que o antibiótico não consegue se ligar.
Rifampicina:
● Impedem a síntese do RNA mensageiro da bactéria.
● Atuação: Gram positivas e negativas, Mycobacterium leprae e Mycobacterium
tuberculosis.
● Efeito: bactericida.
● Indicações: tuberculose, hanseníase, doença do legionário e meningite.
- É um antibiótico padrão ouro para o tratamento de tuberculose e hanseníase.
● Mecanismo de ação:
- A enzima RNA polimerase é responsável por usar a fita de DNA como molde
para produzir o RNA mensageiro.
- O antibiótico inibe a enzima RNA polimerase.
- Sem RNA mensageiro, a bactéria não consegue mais realizar síntese
proteica e ela morre.
● Efeito adverso: ocorrência de urina, fezes, suor, saliva e mesmo lágrimas
com coloração vermelho-alaranjada.
Isoniazida:
● Ação: micobactérias.
● Efeito: bactericida.
● Indicação: tuberculose.
● Micobactérias:
- São altamente patogênicas.
- Possuem parede celular atípica: apresentam peptideoglicano modificado e
60% de um ácido graxo de cadeia longa chamado ácido micólico.
● Mecanismo de ação do fármaco: inibe a síntese do ácido micólico.
● Efeitos adversos: neuropatia periférica e hepatite, especialmente em pessoas
com mais de 35 anos. A neuropatia, em geral reversível, é mais comum em
desnutridos, alcoólatras ou hepatopatas.
https://consultaremedios.com.br/infectologia/hepatite/c

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