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EQUIPE 5 - RESPOSTAS DO PLANO DE AULA

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1. Como o cantor usa a língua coloquial em suas músicas?
Resposta: O aluno deve responder exemplificando trechos da letra da música “Rua Augusta” citada durante a entrevista e passada pelo professor (a) durante a aula, e explicar o motivo da escolha por determinada palavra em detrimento de outra (ou variante da palavra escolhida) pertencente à norma culta. Por exemplo: O rapper Emicida se vale de subterfúgios presentes na língua coloquial como a substituição do plural pelo singular ou até mesmo a diminuição de uma palavra. Temos como exemplos os trechos da música “Rua Augusta” composta pelo rapper: “Entra no carro se lembrando das amigas que morreu” e “Ela vaga todas as madruga, aí”. No primeiro verso notamos  que o verbo “morreu” está no singular, mas de acordo com a norma culta deveria ser “morreram”. Contudo, nas palavras do rapper se trocássemos “morreu” por “morreram” o resultado seria “menos interessante” na visão do artista. Isso se deve ao fato do “morreu” “ter um valor fundamental para fechar uma rima”. Se ele tivesse colocado o gramaticalmente correto “morreram” seu trabalho iria por água abaixo. Já no segundo verso observamos que “madruga” é “madrugada”, só que uma forma reduzida, suprimida ou diminuída da palavra original. No entanto, o que Emicida afirma é o fato de que mesmo tirando uma sílaba da palavra “madrugada” ela continua mantendo o sentido. Para um rapper isso é precioso, pois se é possível obter o mesmo entendimento com uma quantidade menor de sílabas, isso se torna muito mais interessante ao se compor um “rap”, pois é necessário “adequar aquela frase ao tempo musical e o tempo musical não espera o tempo da norma culta”.
 2. Por que a norma culta não se adequa a suas músicas?
Resposta: A partir do que foi respondido na questão anterior o aluno deve perceber que o rap tem uma linguagem própria, pois sua intenção é entreter, comunicar-se e informar. O público-alvo é o de rua, pois a linguagem coloquial é de rua, é aquela que utilizamos em casa, com nossos amigos. Assim, o “rap” vem do inglês (rhithm ‘n poetry) ritmo e poesia.  Como no caso de “madruga”, que mesmo sem o “da” mantém o seu sentido. Isso é precioso para um rapper, pois torna a rima mais interessante, já que é preciso “adequar aquela frase ao tempo musical e o tempo musical não espera o tempo da norma culta”. Diferentemente de uma música de Cartola, por exemplo, que utilizava com maestria e fascinantemente a norma culta em suas composições.
 3. Qual a relação da linguagem coloquial com a norma culta no dia a dia das pessoas?
Resposta: Nessa questão o aluno deve se lembrar do que o rapper Emicida falou quanto a possibilidade de entendermos tanto a norma culta quanto a linguagem coloquial. Por exemplo, se falássemos a norma culta para pessoas na rua, não causaria estranheza para elas, pois todos nós temos contato com a norma culta, seja através de bulas de remédios, seja através da literatura em si, seja através dos documentos com os quais somos obrigados a lidar no dia a dia. Então, a norma culta está presente no nosso dia a dia de diversas maneiras. Porém, a linguagem coloquial é mais rápida, “swingada”, poética e, assim, oferece alguns subterfúgios que a norma culta, às vezes, demora mais tempo para oferecer.
 4. O que você entendeu por norma culta e linguagem coloquial?
Resposta: O importante nessa questão é o aluno entender que a norma culta é a norma privilegiada, das variedades privilegiadas, como deve ter sido bem explicado pelo professor no começo da aula. Norma culta ou, preferivelmente, chamada de variedades prestigiadas correspondem às variedades linguísticas reais, empiricamente observáveis, autênticas, que caracterizam a fala e a escrita dos cidadãos urbanos, letrados e socioeconomicamente privilegiados. Já a norma-padrão (citada pela repórter) corresponde ao conjunto de regras padronizadas, descritas e prescritas pelas gramáticas normativas, inspiradas em estágios passados da língua e principalmente nas opções de um grupo restrito de escritores consagrados. Enquanto a linguagem coloquial, a “linguagem de rua” como é descrita na entrevista, a linguagem informal, natural ou popular é uma linguagem utilizada no cotidiano, no nosso dia a dia, em que não exige a atenção total da gramática, de modo que haja mais fluidez na comunicação oral.
 5. Na entrevista, Emicida está usando a norma culta ou uma linguagem coloquial?
Resposta: O rapper Emicida durante toda a entrevista usa a norma culta, mesclando com a linguagem coloquial apenas quando cita seus versos dos raps. Mas predomina a norma culta. Pois, por estar em uma entrevista, ele se policia ao falar e utiliza a norma culta, pois sabe que devemos adequar a nossa fala e escrita aos contextos. O contexto representa a hora e o lugar em que cada tipo de comunicação pode acontecer. No que diz respeito à linguagem formal (que respeita as normas gramaticais), por exemplo, é possível notar que esse tipo de comunicação está presente no dia a dia das escolas, universidades, empresas privadas e demais organizações do Poder Público, bem como por exemplo em uma entrevista de emprego. Por outro lado, a linguagem informal (que não obedece às normas gramaticais e contém gírias) é usada no dia a dia da maioria da população brasileira. São exemplos de locais onde esse tipo de comunicação é comum: feiras ao ar livre, comércios em geral, bailes funk, em casa com familiares e amigos.
6. Enfim, Emicida acha a língua portuguesa difícil?
Resposta: A resposta do aluno deve ser negativa, pois o rapper afirma não achar difícil a língua materna. Porém, o cantor faz uma ressalva dizendo que hoje ele tem essa visão, na plenitude dos seus 29 anos (em 2015), após ter lido todos os livros que leu. Entretanto, na época de escola, ele demorou para enxergar a beleza da língua portuguesa, e ele adverte para a necessidade de se mudar com urgência a gramática ensinada na escola. Isso devido ao fato de termos que “conectar o mundo fora da escola com o mundo de dentro da escola”. Assim, Emicida assegura: “Quando a escola começa a funcionar como uma bolha, aonde tudo o que acontece fora dela fica fora dela, então as pessoas, os alunos na primeira, segunda infância, na adolescência acho que eles passam a ver como um certo ceticismo o que é ensinado na escola”.  E, então, o aluno aprende a “língua” da escola, a “gramática”, mas guarda a “língua” de rua, a coloquial, a informal.  Não como se fossem duas línguas, visto que há a composição de uma terceira língua. O cantor diz que hoje está pior do que na época de escola dele, pois com a internet, as redes sociais, o Smartphone tudo se adequa à necessidade de se escrever usando a menor quantidade de caracteres possíveis. Como, por exemplo, a palavra “mesmo”, que na gíria se usava “memo” ou “mermo”, agora virou  apenas “msm”. Então, devemos começar a entender o que é essa nova língua (ou linguagem) e como ela se conecta com a norma coloquial de rua e com a norma culta, da Academia.
 7. Anote pelo menos uma palavra que Emicida usou e você não sabe o que significa. Pelo contexto de fala dá para se ter uma noção do seu significado?
Resposta:  A resposta é pessoal, mas o aluno deve colocar palavras como vosmecê, subterfúgios e ceticismo.  Pelo contexto dá sim para se perceber o sentido dessas palavras, contudo a maioria dos alunos não deve ter conhecimento delas até assistirem à entrevista. Vosmecê pode ser substituído por você, subterfúgios pode ser substituído por estratégias e ceticismo pode ser substituído por incredulidade.
Vosmecê -Forma de tratamento destinada a pessoas que não possuíam autoridade de senhor(a) e que não podiam ser tratadas por tu.
[Gramática] Forma contraída de vossemecê que, por sua vez, é forma contraída de Vossa Mercê.
Subterfúgio - Alegação ou pretexto usado por quem procura, de maneira ardilosa, esquivar-se de dificuldades; pretexto, evasiva, desculpa, rodeio: algumas pessoas utilizam a mentira como subterfúgio para conseguir privilégios.
             Estratégia ou tentativa de se obter alguma coisade modo ardil.
Ceticismo - Característica de quem é cético; comportamento da pessoa que duvida de tudo ou tende a não acreditar em nada; descrente.
            Tendência para não acreditar, para duvidar de tudo o que lhe é dito; incredulidade.
     [Filosofia] Doutrina que afirma ser impossível obter a certeza, num determinado âmbito do                          conhecimento.
          [Filosofia] Doutrina cujos preceitos afirmam que o espírito humano não possui capacidade           para alcançar a certeza sobre a verdade, por isso, o ser vive em constante dúvida ou renúncia, causada por uma incapacidade intrínseca de compreensão metafísica: Pirro defendia o ceticismo universal.
8. Observe a roupa que Emicida está usando para a entrevista. Você acha essa roupa adequada para uma entrevista ao Jornal Hoje? Por que ele fez essa escolha?
Resposta: O aluno deve responder de forma negativa. Não, Emicida não escolheu adequadamente a sua roupa para a entrevista ao Jornal Hoje, pois se esperava uma adequação quanto à vestimenta também, pois em determinados contextos sociais devemos ter um comportamento social adequado. Contudo, mesmo adequando a sua fala, a sua linguagem durante a entrevista, o rapper quis mostrar-se como realmente é na comunidade, na rua, quebrando o paradigma da sociedade de ter que se adequar ao meio social. O social é o Emicida quem faz com suas composições, com seu modo de vestir, com sua fala, com suas gírias, seu socioleto.