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ESPELHO DE CORREÇÃO - HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR

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Prévia do material em texto

Seção 1 
ESPELHO DE CORREÇÃO 
DIREITO 
PENAL 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
NA PRÁTICA! 
 
Agora, vamos à resolução comentada do caso? Você já deve saber que a 
providência a ser tomada é a impetração de uma ordem de habeas corpus com pedido 
liminar, nos termos dos artigos 5º, LXVIII, da CF/88, e arts. 647 e 648, I e IV, do CPP. 
Isso porque, não havendo nenhum recurso cabível contra decisão que decreta a 
prisão preventiva, mas tratando-se esta de ato (coação) ilegal, não há outro caminho 
a ser adotado senão o habeas corpus, nos termos do art. 648, I e IV, do CPP. 
E a decretação da prisão preventiva no presente caso é ilegal por 02 (dois) 
motivos: (i) Zé da Farmácia não cometeu qualquer crime, logo não poderia ter sido 
preso em flagrante. Sua conduta não se enquadra em nenhuma daquelas previstas no 
artigo 302 do CPP; (ii) o flagrante realizado pela polícia foi preparado, uma vez que só 
ocorreu a partir da orientação do delegado de polícia. 
Portanto, o ato de decretação de prisão preventiva, além de nulo, carece de 
justa causa (justo motivo). Assim, a decisão correta do Juiz seria o imediato 
relaxamento da prisão do Zé da Farmácia. 
Dessa forma, se tratando da impetração de uma ordem de habeas corpus, alguns 
esclarecimentos são importantes. 
 
 
Seção 1 
DIREITO PENAL 
Sua causa! 
 
 3 
Ao contrário das demais peças, o habeas corpus, por se tratar de uma ação de 
impugnação autônoma, deve ser redigido, não em nome do cliente, como acontece 
em todas as petições, mas sim em nome da pessoa que está assinando a peça. No caso, 
você, caro advogado, que é chamado, portanto, de impetrante. 
Ao seu cliente, ou seja, à pessoa em que se busca amparar pelo habeas corpus, 
dá-se o nome de paciente. E à autoridade responsável pelo ato configurador de coação 
ilegal que fundamentará a presente ordem dá-se o nome de autoridade coatora. 
Cumpre ressaltar que a identificação da autoridade coatora é muito importante, 
afinal é ela quem definirá qual será a autoridade judiciária competente para 
distribuição, processamento e julgamento do habeas corpus. 
Logo, no presente caso, temos os seguintes sujeitos: 
- Impetrante: você, advogado. 
- Paciente: Zé da Farmácia, seu cliente, ressaltando que você deve utilizar o seu 
nome completo, jamais seu apelido. 
- Autoridade coatora: Juiz da __ Vara Criminal da Comarca de Conceição do 
Agreste/CE, afinal foi ele quem decretou a prisão preventiva. 
Assim, sendo o juiz de primeira instância a autoridade coatora, a presente 
ordem de habeas corpus deve ser impetrada perante a autoridade judiciária 
imediatamente superior, ou seja, perante o Desembargador Presidente do Tribunal de 
Justiça do Estado do Ceará. 
Por fim, tratando-se de um habeas corpus, não se pode jamais esquecer do 
pedido liminar. Para isso, deve-se demonstrar o fumus boni juris e o periculum in mora, 
que justificam a concessão da presente ordem de maneira imediata. 
 Quanto aos pedidos, além de requerer a concessão da presente ordem de 
habeas corpus, com o consequente relaxamento imediato da prisão de seu cliente, não 
se pode esquecer de requerer a expedição do alvará de soltura, que é o único meio 
para se atingir o fim pretendido. 
 
 4 
 
 
EXCELENTÍSISMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL 
DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ/CE 
 
 
 
 
[10 linhas] 
 
 
 
 
 
NOME DO IMPETRANTE, advogado, inscrito junto à OAB/__ sob o nº ________, 
com escritório profissional situado na (endereço), impetra a presente ORDEM DE 
HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR em favor de JOSÉ PERCIVAL DA SILVA, ora 
Paciente, (nacionalidade), (estado civil), vereador, residente e domiciliado à 
(endereço), atualmente recolhido no (nome do local onde o Paciente está preso), com 
fundamento no art. 5º, LXVIII, da Constituição da República, em combinação com o art. 
648, I e IV, do Código de Processo Penal, apontando como autoridade coatora o MM. 
Juiz da __ª Vara Criminal da Comarca de __________, com base nos argumentos que 
passa a apresentar para, ao final, requerer: 
Questão de ordem! 
 
 5 
I- DOS FATOS 
 
No dia 04 de fevereiro de 2018, na sede da Câmara dos Vereadores da Comarca 
de Conceição do Agreste/CE, o Paciente foi preso em flagrante delito acusado da 
prática do crime de corrupção passiva. 
Comunicada a Autoridade Judiciária, esta determinou a apresentação da 
paciente, em audiência de custódia, a ser realizada no dia seguinte à prisão. 
Na audiência de custódia, o MM. Juiz acatou o pedido ministerial, decretando 
a prisão preventiva do Paciente, nos termos do art. 310, II, c/c art. 312, c/c art. 313, I, 
todos do CPP, para garantia da ordem pública. É um breve resumo dos fatos. 
 
II – DA PRIMEIRA COAÇÃO ILEGAL: DA ILEGALIDADE DA PRISÃO EM FLAGRANTE 
DELITO 
 
Ao contrário do que quer fazer crer a douta autoridade policial, não há no 
presente caso situação de flagrância a justificar a prisão do paciente da forma como 
foi realizada. Isso porque ele sequer praticou qualquer crime. Não há qualquer nexo 
de causalidade entre o crime praticado e a conduta do Paciente (de, simplesmente, 
estar presente à sessão). Sua conduta é absolutamente atípica. Logo, sua conduta não 
pode se enquadrar àquelas previstas no art. 302, do CPP. 
Portanto, a decretação da prisão preventiva da Paciente demonstra-se 
carecedora de justa causa. Assim, evidenciada a coação ilegal, nos termos do art. 648, 
I, do CPP. 
Deste modo, a prisão preventiva decretada é ilegal. Cabível, portanto, o pedido 
de relaxamento de prisão, baseado no art. 5º, LXV, da CF/88, e art. 310, I, do CPP. 
 
 
 6 
II- DA SEGUNDA COAÇÃO ILEGAL: DO FLAGRANTE PREPARADO 
 
Não obstante, não restam dúvidas de que o flagrante realizado pela polícia foi 
preparado. 
Como se sabe, flagrante preparado (ou provocado) existe quando há uma 
indução, um estímulo, uma participação fundamental das autoridades estatais para 
que a situação fática causadora da prisão exista. Isto é, quando o agente, por meio de 
uma cilada, uma encenação teatral, é impelido à prática de um delito por um agente 
provocador, normalmente, um policial ou alguém sob sua orientação. E é exatamente 
essa a hipótese dos autos. 
Afinal, os fatos jamais ocorreriam da forma como ocorreram se não fosse a 
orientação realizada pelo delegado de polícia. E a Súmula 145, do STF, atesta que não 
há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a consumação 
do delito. 
Portanto, a decretação da prisão preventiva do Paciente demonstra-se 
carecedora de justa causa. Assim, evidenciada a coação ilegal, nos termos do art. 648, 
I, do CPP. 
Deste modo, a prisão preventiva decretada é ilegal. Cabível, portanto, o pedido 
de relaxamento de prisão, baseado no art. 5º, LXV, da CF/88, e art. 310, I, do CPP. 
 
 
 
 
 7 
III. DO CABIMENTO DA MEDIDA LIMINAR 
 
A comprovação da plausibilidade do direito substancial invocado, para a 
concessão do presente pedido liminar, é patente nestes autos. Ora, a simples leitura 
da presente petição e dos documentos que a ela são anexados evidencia o fumus boni 
iuris, caracterizado pela ilegalidade na decretação da prisão preventiva do paciente. 
O periculum in mora, por sua vez, evidencia-se pelo fato de ser adequado ao 
caso a decretação de medidas cautelares diversas da prisão, ao invés da prisão 
preventiva do Paciente. Assim, o prolongamento do desnecessário cárcere provisório 
evidencia o risco de dano irreparável. 
Portanto, recebido o presente writ, impõe-se a concessão liminar da presente 
Ordem para cessar a flagrante ilegalidade da sua prisão. 
 
 
IV. DOS PEDIDOS 
 
Por todo o exposto, impõe-se a concessão da presente ordem de habeas 
corpus, com a consequente expedição de alvará de soltura em favor do paciente, nos 
termos em que se requer: 
 
I. A concessão da medida liminar, por estar evidente a existência do fumus boni 
iuris e periculum inmora, determinando o imediato relaxamento da prisão do 
paciente. 
II. O regular prosseguimento do feito, oficiando-se a autoridade coatora para 
prestar as informações de praxe, com posterior remessa dos autos à 
Procuradoria-Geral de Justiça. Após, que sejam os autos conclusos para 
julgamento, nos termos do Regimento Interno deste Tribunal. 
III. No mérito, a concessão definitiva do presente writ. 
 
 8 
 Termos em que 
 
Pede e espera deferimento. 
 
(LOCAL), (DATA). 
 
__________________________________________________________ 
[NOME COMPLETO DO ADVOGADO] 
 
[OAB] 
 
 
 
Perguntas: 
1- Em que consiste a prisão em flagrante? 
2- Quem pode ser preso em flagrante? 
3- Em que consiste o flagrante preparado? 
4- E o flagrante esperado? 
5- Ambos são ilegais? 
Resolução comentada! 
	NA PRÁTICA!

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