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LARISSA MENEZES – AISM II EPIDEMIOLOGIA • Terceiro tumor mais frequente na população feminina • Quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil • Década de 1990, 70% dos casos diagnosticados eram da doença invasiva • Atualmente 44% dos casos são de lesão in situ, resultado do diagnóstico precoce • Estimativas de novos casos: 16.370 (2018 – INCA) • Número de mortes: 5.430 (2013 – SIM) • É um câncer totalmente evitável porque sabe- se a fisiopatologia. Além da presença de lesões iniciais pré-neoplásicas, conseguindo um diagnóstico precoce • JUNÇÃO ESCAMOCOLUNAR (JEC): visualiza bem na colposcopia, epitélio escamoso que reveste o colo e epitélio glandular que normalmente encontra-se no orifício cervical. Quanto mais exteriorizada do orifício interno é pontuada para menos (-) e quanto mais menos considera as ectopias (tudo que está fora do seu lugar de origem). Até -2, -3 pode ser fisiológico. Antes era uma ferida, mas nada mais é que o tecido glandular exposto. Trata em pacientes que tem queixa, como sangramento na relação, pacientes com muito muco (tecido glandular exposto). Só trata com cauterização a paciente sintomática. Mulheres expostas a hormônios, como anticoncepcional a longo prazo, podem apresentar a JEC fisiológica • O epitélio colunar é mais friável e mais suscetível de infecções • É na junção que ocorre os processos metaplásicos HPV E CÂNCER DE COLO • Infecção persistente por tipos oncogênicos do Papilomavírus Humano-HPV • 16, 18, 31, 33, 35, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 66, 68 • Replicação desordenada do epitélio de revestimento, comprometendo o estroma • É crescimento errático da célula infectada pelo HPB • Vírus de DNA com trofismo por pele e mucosa • A transmissão anogenital frequentemente ocorre por contato direto • 80% das infecções são subclínicas, autolimitadas e de resolução espontânea • Apresenta ciclo de reprodução com ou sem integração com o genoma do hospedeiro • HPV 16 responsável por 53% dos casos de câncer cervical FATORES DE RISCO • Baixo nível socioeconômico • Múltiplos parceiros sexuais • Multiparidade • Imunossupressão • Uso prolongado de ACO • HPV • Início de atividade sexual precoce HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA LARISSA MENEZES – AISM II • Papiloma infecta a célula basal e vai se multiplicando. Durante o curso de 10 anos vão romper a membrana e atingir outros tecidos. • NIC (neoplasia intracervical) • NIC 1: atingiu 1/3 do epitélio cervical • NIC 2: atingiu 2/3 do epitélio cervical • NIC 3: atingiu totalmente o epitélio cervical PREVENÇÃO PRIMÁRIA • Uso de preservativo (não é boa prevenção para lesões verrucosas externas) • Vacinação: objetivo é diminuir o risco de contágio com HPV • Quadrivalente: 6, 11, 16, 18 em 3 doses (0, 60, 180 dias) • Bivalente: 16, 18 em 3 doses (0, 30, 180 dias) • A vacinação pode reduzir em até 70% os casos de CA de colo de útero PREVENÇÃO SECUNDÁRIA • Detecção precoce • Método de rastreamento: exame citopatológico • Idade de rastreamento: 25 a 64 anos e que já tiveram atividade sexual • Intervalo: os dois primeiros exames devem ser realizados com intervalo anual e, se ambos forem negativos, realizar de 3 em 3 anos • HIV +: realizar em intervalos semestrais durante o 1º ano e, se normais, manter seguimento anual COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA • Espátula de ayres: tecido escamoso • Citobrush: tecido glandular o Normal: negativo para malignidade o Outras lesões benignas: ▪ Inflamação ▪ Reparação ▪ Metaplasia escamosa imatura ▪ Atrofia com inflamação ▪ Radiação o Lesão intraepitelial de baixo grau (LIE-BG): ▪ <25 anos: repetir em 3 anos ▪ ≥ 25 anos: repetir em 6 meses o Células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASC-US): ▪ ≤ 25 anos: repetir em 3 anos ▪ 26-29 anos: repetir em 1 ano ▪ ≥ 29 anos: repetir em 6 meses o Células escamosas atípicas de significado indeterminado, não podendo-se excluir lesão intraepitelial de alto grau (ASC-H): ▪ Colposcopia o Células glandulares atípicas de significado indeterminado, possivelmente não neoplásica ou sem excluir lesão de alto grau (AGC): ▪ Colposcopia + Avaliar canal cervical se tiver tecido glandular envolvido ▪ Se >35 anos, avaliar endométrio por USG ou histeroscopia o Lesão intraepitelial de alto grau (LIE-AG): ▪ Colposcopia com biopsia COLPOSCOPIA • Aparelho optico com aumento de 6 a 40x • Visualização direta com biopsia • Ácido acético de 2 a 5% coagula as proteínas citoplasmáticas • Quanto mais proteínas, mais branca a lesão • Teste de Schiller (LUGOL): cora o epitélio. Lesão iodo negativa, o teste de Schiller é positivo • Identifica áreas desprovidas de glicogênio LARISSA MENEZES – AISM II BIÓPSIA • Indicada nos casos de achados colposcopicos alterados • Estudo histopatológico é o padrão ouro • Métodos: ▪ Biopsia incisional dirigida ▪ Biopsia em cone ▪ Curetagem endocervical ▪ Biopsia excecional através de CAF DIAGNÓSTICO • Citologia + Colposcopia + Histologia = CA de colo uterino SUBTIPOS HISTOPATOLÓGICOS • Não alteram o estadiamento, mas alteram o prognóstico e podem alterar o tratamento • Escamosos: 80% • Adenocarcinomas: 15% • Adenoescamosas: 3 a 5% • Raros: células transicionais, neuroendócrino, pequenas células, adenoide cístico, mesonéfrico, adenoma maligno, linfoma, sarcoma ESTADIAMENTO • Exame ginecológico: especular, toque vaginal e retal • Colposcopia • Exame histopatológico • Métodos de imagem: RX de tórax, USG, TC e RM • Cistoscopia • Retossigmoidoscopia o Carcinoma in situ o Não tem acometimento de tecidos próximos o Tratamento: cone cirúrgico (diagnostico e terapêutico) o Passa a alça (funciona como bisturi elétrico) onde não corou com iodo. Com outra alça no mesmo formato, cauteriza para não deixar vasos sangrantes o Faz anestesia nas 3, 6 e 9 horas o É preferível arrancar a peça inteira, para identificar a localização exata o Confinado ao colo uterino o IA: carcinoma invasivo diagnosticado por biopsia o A invasão do estroma é limitada a profundidade de 5mm e extensão de 7mm ▪ IA1: invasão de até 3mm em profundidade e extensão até 7mm; histerectomia total e se desejar gestar faz cone ▪ IA2: invasão entre 3-5mm de profundidade e extensão até 7mm; histerectomia total tipo 2 + Linfadenectomia pélvica e aórtica lateral (se desejar gestar: traquelectomia) o IB: lesão visível confinada ao colo do útero LARISSA MENEZES – AISM II ▪ IB1: lesões de até 4cm; histerectomia de Wertheim-Meigs ▪ IB2: lesões maiores de 4cm; histerectomia de Wertheim-Meigs ou QT primaria o Wertheim-meigs: consiste na histerectomia com remoção de todo o paramétrio acompanhada da dissecção dos linfonodos pélvicos juntamente com retirada da maior parte dos ligamentos uterossacros e cardinais e do terço superior da vagina o Traquelectomia: remoção radical do colo uterino com paramétrios e parte superior da vagina por via vaginal, combinada com a linfadenectomia pélvica o Histerectomia tipo II (Rutdlege e Piver): envolver colpectomia do terço superior da vagina, ressecção da metade dos ligamentos útero-sacros e paramétrios o O carcinoma estende-se além do colo, mas não há extensão para a parede, ou seja, o carcinoma acomete a vagina, mas não o terço inferior o IIA: invasão da vagina, sem atingir seu terço inferior, e ausência de comprometimento parametrial ▪ IIA1: envolvimento vaginal <4cm ▪ IIA2: envolvimento vaginal >4cm ▪ 2/3 superiores da vagina ▪ Histerectomia de Wertheim-Meigs ou QT primária o IIB: acometimento visível do paramétrio, sem atingir a parede pélvica ▪ Invade paramétrio ▪ QT primaria o O carcinoma estendeu-se até a parede pélvica o Ao exame retal não há espaço livrede CA entre o tumor e a parede pélvica o O tumor acomete o terço inferior da vagina o Todos os casos de hidronefrose ou rim não funcionante devem ser incluídos, desde que excluídas outras causas o IIIA: extensão ao terço inferior da vagina, mas não a parede pélvica, se houver comprometimento parametrial; QT primária o IIIB: extensão a parede pélvica ou hidronefrose ou rim não funcionante; QT primária o O carcinoma se estendeu além da pelve verdadeira ou há acometimento visível da mucosa da bexiga ou do reto o Metástase a distância o IVA: disseminação do tumor para órgãos adjacentes (bexiga e reto); QT primária o IVB: disseminação para órgãos distantes; QT primária + RXT adjuvante PROGNÓSTICO • Recorrência ocorre em 2 anos • As diretrizes da National Comprehensive Cancer Network recomendam: ▪ Observação da recorrência local com revisão clínica a cada 3 a 6 meses ▪ Exame físico e citologia cervical/vaginal nos primeiros 2 anos e, depois, a cada 6 a12 meses por 3 a 5 anos • Sobrevida de 5 anos depende do estádio do tumor: ▪ Estádio IA1: 100% ▪ Estádio IB2-IIB: 50 a 70% ▪ Estádio III: 30 a 50% ▪ Estádio IV: 5 a 15% LARISSA MENEZES – AISM II • 5 a 8% das neoplasias malignas da genitália • Incidência vem aumentando 2,4% ao ano, provavelmente em decorrência do aumento da expectativa de vida feminina e da prevalência da infecção pelo HPV • Maior parte origina do epitélio escamoso que reveste a mucosa • Queixa mais frequente é o prurido vulvar • Outras sinais e sintomas: ▪ Lesão nodular em placa ou verrucosa ▪ Dor ▪ Sangramento ▪ Ulceração ▪ Disúria ▪ Corrimento genital LOCAIS DE ACOMETIMENTO • 70% acometem os grandes lábios • 15 a 20% na região clitoriana e perineal • Em suspeita clínica no exame físico deve-se biopsiar no centro da lesão TIPOS HISTOLÓGICOS • 87% são carcinomas de células escamosas (CCE) associados a infecção pelo HPV ou associados ao liquen escleroso/hiperplasia de células escamosas – Precisa biopsiar o centro da lesão e não a borda • 5% melanoma • Adenocarcinoma da glândula de Bartholin, sarcoma, carcinoma de células basais e doença de Paget invasiva FATORES PROGNÓSTICOS • Tamanho do tumor • Profundidade de invasão • Status linfonodal • Metástase a distância ESTADIAMENTO • T: tamanho do tumor primaria • N: linfonodos regionais • M: metástases a distancia TRATAMENTO • É cirúrgico • Conservador e individualizado • IA: ressecaçao da lesão com 1cm de margem • IB e II: vulvectomia radical com linfadenectomia inguinofemoral bilateral • III e IV: poucos são curados apenas com cirurgias, tto deve ser combinado com radio e quimioterapia LARISSA MENEZES – AISM II • Raro, são 1 a 2% das neoplasias do aparelho genital • A maiores é metastática, envolvendo vaginal por extensão direta, linfática ou hematogênica • 90% de origem epitelial • 25% deles com lesão in situ apenas • Diminuição da incidência deve-se as campanhas de detecção precoce • Pico de 50 a 70 anos (média de 60 a 65 anos) • Pelo CA de vagina que deve rotacionar o especulo ao retirar, para observar a parede anterior e posterior, e não apenas as laterais FATORES DE RISCO • Baixo nível socioeconômico • História de verrugas genitais • Corrimento ou irritação vaginal • Citologia oncótica anormal previamente • Histerectomia anterior QUADRO CLÍNICO • Sangramento vaginal anormal, principalmente após o coito, ou disfuncional • Disúria • Dor pélvica TIPOS HISTOLÓGICOS • Carcinoma de células escamosas (85%) • Adenocarcinoma (6%) • Melanoma (3%) • Sarcoma (3%) • Misto (3%) TRATAMENTO • Radioterapia de escolha na maioria dos canceres de vagina • Procedimentos cirúrgicos para: ▪ Casos quando há falha da radioterapia ▪ Tumores não epiteliais ▪ Adenocarcinomas de células claras
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