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Lesões Precursoras e Câncer de Colo Uterino

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1 LESÕES PRECURSORAS E CÂNCER DE COLO UTERINO 
Gizelle Felinto 
LESÕES PRECURSORAS 
EPIDEMIOLOGIA 
➢ O câncer de colo uterino é um dos tumores ginecológicos mais 
frequentes, principalmente nos países em desenvolvimento 
➢ Incidência: 
• 2012 → 265.000 óbitos (Mundo), sendo que 87% foram nos 
países em desenvolvimento 
• 2013 → 5.430 mortes (Brasil) 
• 2016 → 16.340 casos (Brasil) 
• Segundo dados do INCA → 100.000 mulheres morrem por 
ano devido ao câncer de colo de útero, sendo: 
▪ 23,97% dos casos na Região Norte 
▪ 20,72% na Região Centro-Oeste 
▪ 19,49% na Região Nordeste 
▪ 11,30% na Região Sudeste 
▪ 15,17% na Região Sul 
➢ O câncer de colo uterino tem uma sobrevida de 70% em todo o 
mundo → ou seja, tem uma chance de cura muito alta, desde que 
seja identificado precocemente 
FATORES DE RISCO 
➢ Vírus HPV (Papilomavírus Humano) → é o principal fator de 
risco! 
• Alto risco → tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56 e 58 
• Baixo risco → tipos 6, 11, 42, 43 e 44 
➢ Início precoce da atividade sexual (< 16 anos) 
➢ Múltiplos parceiros ao longo da vida 
➢ Verrugas Genitais (Condilomas) 
➢ Imunossupressão → pacientes imunossuprimidas ou em uso de 
drogas imunossupressoras 
➢ Tabagismo ou exposição ao ambiente do tabaco 
ANATOMIA E HISTOLOGIA DO COLO UTERINO 
 
➢ COLO UTERINO: 
• Ectocérvice: 
▪ Parte do colo uterino visível ao exame especular 
▪ Epitélio Pavimentoso Estratificado (ou Epitélio 
Escamoso) 
• Endocérvice: 
▪ Corresponde ao canal endocervical 
▪ Tem contato com a vagina e a cavidade uterina 
▪ Epitélio Cilíndrico Simples (ou Epitélio Glandular) 
• Junção Escamo-Colunar (JEC) ou Zona de 
Transformação: 
▪ Corresponde à área de encontro dos dois epitélios 
(Escamoso e Glandular) 
▪ É uma área de alta divisão celular → com isso, 
apresenta maior suscetibilidade de desenvolvimento de 
neoplasias 
▪ Pode ser Evertida (para fora do colo uterino) ou 
Invertida (para dentro do colo uterino) → essa 
topografia pode ser influenciada por múltiplos fatores 
que influenciam na mobilidade dessa Junção Escamo-
Colunar 
✓ Classificação: 
o Evertida → -1, -2, -3... 
o JEC no orifício → zero 
o Invertida → +1, +2, +3... 
✓ Exemplos de fatores que influenciam: 
o Menopausa e Infância → essas mulheres 
não têm ação do estrogênio e da 
progesterona, fazendo com que a JEC seja 
invertida 
o Uso de Anticoncepcional e Paciente com 
Vulvovaginite → a JEC encontra-se evertida 
✓ Muitas vezes, a JEC pode tomar todo o colo uterino 
→ dessa forma, quando se faz o exame 
especular, vê-se os orifícios glandulares abertos 
e eliminação de conteúdo mucoide liberado pelas 
glândulas cervicais, o que pode ser confundido 
com alguma vulvovaginite 
o Dessa forma, nem sempre a JEC evertida é 
patológica 
o Muitas vezes, corrige-se o fator externo e a 
JEC volta para o orifício ou se reepiteliza, 
pois o colo do útero se reepiteliza com muita 
facilidade 
➢ EPITÉLIO PAVIMENTOSO ESTRATIFICADO: 
• É o epitélio da ectocérvice 
• Apresenta 3 estratos celulares distintos: 
▪ Camada 1 → Camada Profunda 
✓ Camada Basal → células pequenas e 
arredondadas 
✓ Camada Parabasal → células maiores, com 
núcleos grandes e vesiculosos 
▪ Camada 2 → Camada Intermediária 
✓ Citoplasma rico em glicogênio e núcleo de 
tamanho intermediário 
▪ Camada 3 → Camada Superficial 
✓ Células Orangiófilas e núcleo picnótico, tão menor 
quando mais maduro o epitélio 
• Para que o epitélio esteja totalmente maduro ele deve 
apresentar esses 3 tipos de camadas → são vistas pelo 
Papanicolau 
➢ EPITÉLIO ENDOCERVICAL: 
• Camada única de células, com seu núcleo situado na parte 
basal do citoplasma 
 
 
2 LESÕES PRECURSORAS E CÂNCER DE COLO UTERINO 
Gizelle Felinto 
NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CERVICAL (NIC) 
INTRODUÇÃO 
➢ São as lesões precursoras do câncer de colo uterino 
➢ DEFINIÇÃO: 
• A Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC) consiste em 
alterações da maturação celular restritas ao epitélio, sem 
invadir a membrana basal, ocorrendo o aumento da relação 
núcleo-citoplasma, atipias nucleares e mitoses, e, em geral, 
se acompanham de sinais citológicos de infecção pelo HPV 
➢ CLASSIFICAÇÃO → histologicamente, são classificadas em 3 
graus de gravidade: 
• NIC I → lesão de baixo grau 
• NIC II → lesão de alto grau 
• NIC III → lesão de alto grau 
ETIOLOGIA 
➢ PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) → é a principal causa 
• Está intimamente agregado ao genoma celular, formando um 
novo tipo celular anárquico e displásico e iniciando a 
carcinogênese do colo uterino, podendo se dividir em dois 
grupos, quanto ao potencial carcinogênico 
• Transmissão → por meio da atividade sexual 
• Pode causar: 
▪ Verrugas Genitais (Condilomas) 
▪ Câncer de Colo Uterino 
• Potencial Carcinogênico: 
▪ Grupo A (baixo risco) → tem maior correlação com 
Condilomas (verrugas genitais) 
✓ Tipos 6, 11, 42, 43 e 44 
▪ Grupo B (alto risco) → tem relação direta com NIC e 
Carcinoma Invasor 
✓ Tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56 e 58 
PREVENÇÃO 
➢ MEDIDAS EDUCATIVAS: 
• Evitar início precoce da vida sexual 
• Evitar uso de cigarro 
• Evitar múltiplos parceiros 
➢ USO DE PRESERVATIVO: 
• Fazer uso de camisinha (condom) feminina ou masculina 
• Atenção → a camisinha não protege quando o homem tem 
verrugas (condilomas) na bolsa escrotal 
➢ VACINAÇÃO CONTRA O HPV: 
• Ação → confere imunidade à mucosa vaginal, produzindo 
anticorpos IgG 
▪ A vacina protege contra câncer de pênis, garganta, 
ânus, verrugas genitais e câncer de colo de útero 
• Indicada para: 
▪ Meninas entre 9 e 13 anos 
▪ Meninos entre 12 e 13 anos 
• Esquema: 
▪ Esquema de 2 doses, com intervalo de 6 meses 
▪ Não são recomendadas doses de reforço 
• Proteção → protege contra os principais subtipos (não 
protege contra todos os subtipos): 
▪ Subtipos 6 e 11 → são os que causam Verrugas genitais 
▪ Subtipos 16 e 18 → são causadores de 70% dos casos 
de câncer de colo uterino 
• No Brasil tem-se os seguintes tipos de vacinas: 
▪ Gardasil (Quadrivalente) 
▪ Cervarix (Bivalente) 
➢ COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA: 
• É o Papanicolau, também conhecido como exame preventivo 
do câncer de colo de útero 
• Indicação → o Ministério da Saúde (MS) orienta que só 
há necessidade de realizar a Colpocitologia Oncótica em: 
▪ Mulheres de 25 até 64 anos com vida sexual ativa 
✓ Deve-se realizar o citológico a cada 3 anos, desde 
que ela tenha 2 exames normais com intervalo de 
1 ano entre eles 
CLASSIFICAÇÃO 
 
 
Lâminas coradas por 
Papanicolau 
 
 
 
Lâminas de Biópsia de 
colo 
 
 
➢ NIC I → Lesão de Baixo Grau 
• Há uma substituição de < 1/3 da espessura do epitélio por 
células imaturas e atípicas 
• Citologia → observa-se os seguintes: 
▪ Grau leve de discariose 
▪ Presença de células superficiais com núcleos atípicos 
acompanhada de Coilocitose (lesão sugestiva de 
infecção pelo HPV) 
➢ NIC II → Lesão de Alto Grau 
• Alterações celulares (substituição de células maduras por 
células imaturas e atípicas) que ocupam até 2/3 da 
espessura do epitélio escamoso 
• Citologia → observa-se: 
▪ Diferenciação celular incompleta nas camadas 
superiores 
▪ Células intermediárias na camada superficial com 
núcleos atípicos 
➢ NIC III → Lesão de Alto Grau 
• Substituição total ou pelo menos > 2/3 da espessura 
epitelial por células escamosas do tipo basal ou 
parabasal 
 
 
3 LESÕES PRECURSORAS E CÂNCER DE COLO UTERINO 
Gizelle Felinto 
• Citologia → observa-se: 
▪ Alta relação núcleo-citoplasmática 
▪ Hipercromasia 
▪ Mitoses atípicas 
▪ Contornos celulares atípicos 
➢ Carcinoma in situ: 
• Células imaturas e atípicas de núcleos nus e volumosos, com 
cromatina disposta em “sal e pimenta” 
• Esses carcinomas in situ se comportam como NIC III 
DIAGNÓSTICO 
➢ Para a confirmação diagnóstica e classificação do NIC, é 
necessário realizar o seguinte tripé: 
1. COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA→ é o exame de triagem 
▪ É feito quando se colhe o citológico: 
✓ Colhe-se o material tanto da ectocérvice (com a 
espátula de Ayres) quando da endocérvice (com o 
cytobrush, que é a “escovinha”) 
✓ Espalha-se esse material em uma lâmina de vidro 
e fixa-se com álcool em spray 
✓ Após isso, encaminha-se o material para o 
Citopatologista 
▪ Resultado alterado → partir para a Colposcopia 
✓ A biópsia é realizada, se necessário, mandando-se 
o material para o histopatológico 
2. COLPOSCOPIA + BIÓPSIA: 
 
▪ São feitos quando se encontram alterações na 
colpocitologia oncótica 
▪ Colposcopia → é feita com um aparelho chamado 
colposcópio, que aumenta em até 40 vezes a imagem 
do colo uterino 
✓ Primeiramente, cora-se o colo com Ácido Acético 
→ se houver alguma lesão suspeita, ocorre 
coagulação das proteínas do colo do útero, 
formando placas brancas 
 
o Epitélio acetobranco regular e sem relevos 
→ compatível com lesão de baixo grau 
o Epitélio acetobranco denso, com pontilhados 
→ compatível com lesão de alto grau 
✓ Na colposcopia é importante que se visualize o 
orifício cervical e a JEC 
✓ Após a aplicação do ácido acético, deve-se aplicar 
o Lugol (solução a base de iodo) – Teste de 
Schiller → as células da ectocérvice são ricas 
em glicogênio, que capta o iodo. Dessa forma, se 
houver alguma alteração celular essas células 
alteradas serão pobres em glicogênio, não 
havendo captação do iodo (não coram com o lugol) 
o Iodo negativo 
(Schiller positivo) → se 
forma uma placa amarelada 
no colo uterino 
o Iodo claro → não 
capta ou capta muito pouco 
iodo 
o Iodo positivo 
(Schiller negativo) → 
quando ocorre a coloração 
do colo com o iodo 
 
3. HISTOPATOLÓGICO → é feito com o material obtido na 
biópsia 
CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAL/ATUAL E CONDUTA 
➢ CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAL → o Histopatológico pode vir 
caracterizando uma das seguintes alterações 
• Antigo NIC I: 
▪ Lesões Intraepiteliais Escamosas de Baixo Grau 
(LSIL) → antigamente chamado de NIC I 
• Antigos NIC II e NIC III 
▪ Lesões Intraepiteliais Escamosas de Alto Grau 
(HSIL) 
▪ Células Atípicas de Significado Indeterminado: 
✓ ASC-US → Achados possivelmente não 
neoplásicos 
✓ ASC-H → Não pode ser descartada como de alto 
grau 
▪ Adenocarcinoma In Situ (AIS) Endocervical: 
✓ AGUS/AGC → Células Glandulares Atípicas 
➢ CONDUTAS: 
• ASC-US → Achados possivelmente não neoplásicos 
▪ Mulher < 30 anos → Repetir Citológico após 1 ano 
✓ 2 resultados normais do Citológico → passar 
para Rastreamento habitual (citológico a cada 3 
anos) 
✓ Resultado do citológico igual ao anterior (ASC-
US) ou de maior gravidade → realizar 
Colposcopia 
 
 
4 LESÕES PRECURSORAS E CÂNCER DE COLO UTERINO 
Gizelle Felinto 
o Colposcopia Normal (JEC visível e 
satisfatória) → realizar rastreamento 
semestral até 2 resultados normais 
o Colposcopia Alterada → realizar Biópsia 
o Colposcopia Insatisfatória (não se visualiza a 
JEC) → avaliação do canal endocervical 
• ASC-H → Não pode ser descartada como de alto grau 
▪ Realizar Colposcopia + Biópsia imediatamente 
▪ Colposcopia: 
✓ JEC visível na Colposcopia → realizar: 
o Biópsia + Excisão da Lesão 
✓ JEC não visível na Colposcopia → realizar: 
o Biópsia + Avaliação do Canal Endocervical 
▪ Biópsia: 
✓ Biópsia Normal ou NIC I → realizar seguimento 
semestral com Citologia e Colposcopia 
✓ Biópsia demonstrando AGUS/AGC (Células 
Glandulares Atípicas) → Realizar Colposcopia 
imediatamente 
o Durante a colposcopia, deve ser realizada 
nova coleta para Citopatologia (Biópsia) → 
se o resultado for: 
❖ Biópsia normal + Persistência de AGC 
(atipia de células glandulares) → 
Colposcopia + Citologia a cada 6 meses 
por 2 anos ou até o diagnóstico de uma 
lesão 
• Mulheres ≥ 35 anos de idade → além das condutas 
descritas acima, deve-se solicitar Ultrassonografia (USG) 
Transvaginal 
▪ Para avaliar o espessamento do endométrio → o 
epitélio do endométrio é diferente do epitélio do canal 
endocervical, estando ambos em íntimo contato, por 
isso que se deve solicitar a USG 
▪ Alterações à nível de endométrio na USG → realizar 
Anatomopatológico endometrial, por meio da 
solicitação de um dos seguintes: 
✓ Histeroscopia 
✓ Aspirado da região do endométrio 
➢ Condutas → Tabela e Fluxograma do INCA 
 
TRATAMENTO 
➢ CARACTERÍSTICAS: 
• O tipo de tratamento estabelecido depende da Citologia, da 
Colposcopia e do Histopatológico 
➢ NIC I → TRATAMENTO CONSERVADOR: 
• Colpocitologia Oncótica: 
▪ De 3 em 3 meses no 1º ano 
▪ De 6 em 6 meses no 2º ano 
▪ Ocorre regressão espontânea em 60 a 85% das NIC’s 
▪ Após regressão espontânea → realizar Citológico a 
cada 2 ou 3 anos 
• Atenção → existem casos especiais que devem ser 
tratados de outra forma: 
▪ Quais são os casos: 
✓ Imunossupressão 
✓ NIC I persistente por mais de 2 anos 
✓ NIC I recidivante 
▪ Como devem ser tratados → Excisão Cirúrgica por 
meio de um dos seguintes: 
✓ Conização a frio ou com Laser: 
o É a retirada da lesão em forma de cone → o 
colo do útero é cilíndrico. Dessa forma, 
retira-se um fragmento maior da lesão 
(tanto a ectocérvice quanto a endocérvice) 
✓ Conização por Cirurgia de Alta Frequência (CAF): 
o É como se fosse um bisturi elétrico, não 
causando sangramentos 
 
 
5 LESÕES PRECURSORAS E CÂNCER DE COLO UTERINO 
Gizelle Felinto 
➢ NIC II e III: 
• TRATAMENTO CIRÚRGICO → Métodos Excisionais: 
▪ Conização: 
✓ Por meio de Bisturi frio ou CAF: 
o O CAF é menos invasivo 
✓ É tanto um método diagnóstico quanto 
terapêutico: 
o Diagnóstico → com a conização e realização 
da biópsia, pode-se acabar descobrindo até 
mesmo um câncer de colo uterino que 
anteriormente era classificado como NIC III, 
por exemplo, por isso que a conização 
também é um método diagnóstico, devendo-
se prosseguir com o tratamento 
o Terapêutico → uma lesão NIC II, por 
exemplo, pode ter sido indicada a Conização 
e, após a biópsia, identificou-se que 
realmente era um NIC II ou um carcinoma in 
situ, o que significa que o método também foi 
terapêutico, parando-se o tratamento até 
aqui 
✓ Riscos da Conização → a conização deixa o colo 
uterino curto 
o Trabalho de parto prematuro 
• Biologia Molecular (Captura Híbrida ou PCR para HPV): 
▪ São úteis apenas no tratamento pós-cirúrgico, para o 
seguimento 
▪ Só se solicita a captura híbrida quando se tem, por 
exemplo, um HPV confirmado pelo Histopatológico e se 
deseja fazer o seguimento 
 
CÂNCER DE COLO UTERINO 
EPIDEMIOLOGIA 
➢ Acomete mais frequentemente mulheres entre 40 e 50 anos 
➢ A evolução para a forma invasora é lenta (demora em torno de 7 
anos) 
➢ Representa cerca de 23% das neoplasias ginecológicas e 
aproximadamente 60% das mulheres que desenvolvem este tipo 
de câncer não haviam realizado o rastreamento há 5 anos ou mais 
FATORES DE RISCO 
➢ Infecção por HPV (principalmente o 16 e 18) 
➢ Início precoce da atividade sexual 
➢ Multiparidade: 
• Principalmente aquelas que tem o parto sem assistência 
adequada e partos domiciliares 
• Mulheres com lacerações no colo uterino → as lacerações 
são de difícil cicatrização, deixando o epitélio exposto e 
permitindo uma diferenciação irregular desse epitélio 
➢ Múltiplos parceiros 
➢ Tabagismo 
➢ Infecção pelo HIV 
➢ Imunossupressão (Ex: Transplantadas, doenças do colágeno, 
doenças autoimunes) 
➢ Deficiência de Alfa-1-Antitripsina (AATD) → é uma doença 
genética caracterizada por níveis séricos baixos de AAT, principal 
inibidor de proteases no soro humano 
QUADRO CLÍNICO 
➢ O quadro clínico, muitas vezes, é inespecífico, e a paciente, quando 
vem a apresentar alguma queixa específica significa que o tumor 
já entrou em estado degenerativo/avançado, onde o tratamento 
é apenas paliativo 
➢ SINAIS E SINTOMAS: 
• Sinusorragia → sangramento durante ou após o coito 
• Corrimento com odor fétido ou aquoso contínuo: 
▪Corrimento de odor fétido → não é semelhante a 
vaginose, sendo um corrimento de odor pútrido e que 
indica estágio avançado da doença 
• Sangramento genital irregular 
• Caquexia 
• Disúria 
• Oligúria 
• Perda involuntária de urina (perde urina mesmo sem 
esforço) → ocorre principalmente quando já se tem Fístula 
Vesical 
• Dor hipogástrica 
➢ EXAME FÍSICO: 
• Abdome: 
▪ Massa palpável → apenas se houver invasão do corpo 
uterino e se a paciente estiver muito emagrecida 
▪ Edema de membros inferiores 
▪ Giordano positivo 
• Exame Especular: 
▪ Aumento global do colo ou presença de massa tumoral 
exofítica (vegetante) com áreas de necrose e 
sangrante ao contato 
▪ Infecção secundária por anaeróbios → exala odor 
característico 
• Toque retal: 
▪ É feito para avaliar o comprometimento dos ligamentos 
paramétricos e a mucosa retal, auxiliando no 
estadiamento da doença 
EXAMES COMPLEMENTARES 
➢ Hemograma completo 
➢ Prova de Função Renal (Uréia e Creatinina) 
➢ Ultrassonografia Pélvica e das Vias Urinárias 
➢ Urografia Excretora 
➢ Cistoscopia 
➢ Retossigmoidoscopia 
➢ Ressonância Magnética e/ou Tomografia pélvica 
➢ Raio-x de tórax e/ou Tomografia de tórax: 
• Para o estadiamento → avaliar se há doença metastática 
avançada) 
 
 
 
6 LESÕES PRECURSORAS E CÂNCER DE COLO UTERINO 
Gizelle Felinto 
DIAGNÓSTICO 
➢ Anamnese 
➢ Exame físico 
➢ Exames Complementares: 
• Colposcopia 
• Anatomopatológico (Biópsia) → deve-se confirmar a 
presença do tumor com a Biópsia 
▪ O mais comum é o Carcinoma de Células Escamosas 
(CEC), que representa 70% dos casos, e em segundo 
lugar o Adenocarcinoma (15% a 20%) 
• Outros exames → são solicitados apenas quando 
necessário 
PROPAGAÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO 
➢ Por Contiguidade → se propaga para: 
• Paramétrios 
• Paracolpos (tecido conjuntivo ao redor da vagina) 
• Bexiga 
• Reto 
➢ Por Continuidade → se propaga para: 
• Vagina 
• Corpo uterino 
➢ Por Via Linfática → se propaga para: 
• Inicialmente → linfonodos paracervicais, parametriais, 
obturadores, ilíacos internos e externos 
• Posteriormente → linfonodos ilíacos comuns, para-aórticos 
e inguinais 
➢ Por Via Hemática → se propaga para: 
• Fígado 
• Pulmões 
• Cérebro 
• Ossos 
• Linfonodos supraclaviculares (Sinal de Troisier-Virchow) 
ESTADIAMENTO 
ESTADIAMENTO DO CÂNCER DE COLO UTERINO 
ESDADIO DESCRIÇÃO 
0 Carcinoma in situ 
I Restrito ao Colo Uterino 
Ia Câncer invasor diagnosticado apenas por microscopia 
(invasão do espaço vascular não altera estadiamento) 
Ia1 Invasão de até 3mm de profundidade e 7mm de extensão 
Ia2 Invasão de 3 a 5 mm de profundidade e 7 mm de extensão 
Ib Lesão clínica confinada ao colo e maior que o estádio Ia2 
Ib1 Lesão clínica não maior do que 4cm 
Ib2 Lesão clínica maior do que 4cm 
II 
 
Envolvimento da vagina, mas não do terço inferior ou invasão 
de 1 ou ambos os paramétrios sem invadir a parede pélvica 
IIa Envolvimento da vagina, sem o terço inferior 
IIa1 Envolvimento da vagina, sem o terço inferior com tumor 
menor que 4 cm 
IIa2 Envolvimento da vagina, sem o terço inferior com tumor de 
4cm ou maior 
IIb Envolvimento dos paramétrios sem atingir a parede pélvica 
III Envolvimento da vagina até seu terço inferior ou de 1 ou de 
ambos os paramétrios até a parede pélvica 
IIIa Envolvimento da vagina até o terço inferior 
IIIb Envolvimento de 1 ou ambos os paramétrios até a parede 
pélvica ou urétero-hidronefrose com exclusão renal por 
comprometimento ureteral 
IV Extensão da neoplasia para fora do trato genital 
IVa Envolvimento do reto e/ou bexiga 
IVb Metástases a distância 
 
FATORES PROGNÓSTICOS 
➢ Estadiamento: 
• Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a possibilidade de 
tratamento, sobrevida e chance de cura 
➢ Comprometimento Linfonodal: 
• Na presença de metástase nodal, há uma queda de 40% na 
chance de cura 
➢ Tipo Histológico: 
• O CEC (Carcinoma de Células Escamosas), tem melhor 
prognóstico que os outros tipos 
➢ Grau de Diferenciação Celular: 
• Quanto mais bem diferenciado, melhor o prognóstico 
➢ Diâmetro Tumoral: 
• Quanto maior o tumor, maior a chance de recidiva e de 
comprometimento linfonodal 
➢ Envolvimento Parametrial: 
• Acometimento do paramétrio é sinal de mau prognóstico 
➢ Invasão Angiolinfática ou Vascular: 
• Se presente, determina risco maior de recorrência e menor 
sobrevida 
➢ Idade: 
• O Carcinoma Invasor costuma ser mais agressivo em 
pacientes jovens (< 40 anos de idade) 
TRATAMENTO 
➢ Estadio 0 (zero) → Carcinoma in situ: 
• Método Excisional → Conização a bisturi frio ou CAF 
▪ É um tratamento diagnóstico e terapêutico: 
✓ Após a conização constatou-se Carcinoma Invasor 
→ continuar tratamento para estadiar 
✓ Após a conização confirmou-se Carcinoma in situ 
→ o tratamento acaba e faz-se apenas o 
seguimento 
➢ Estadio Ia → Carcinoma Microinvasor: 
• Traquelectomia → retirada do colo uterino 
➢ Estadio Ia1: 
• Conização Cirúrgica (ou amputação do colo uterino) + 
Estudo das margens e comprometimento linfovascular: 
▪ Se houver invasão linfovascular → Histerectomia total 
com parametrectomia e dissecção dos linfonodos 
pélvicos 
➢ Estadios Ia2, Ib1, Ib2, IIa: 
• Cirurgia de Wertheim-Meigs: 
▪ Histerectomia Total + Parametrectomia + Retirada do 
1/3 superior da vagina + Linfadenectomia Pélvica 
Sistemática 
 
 
7 LESÕES PRECURSORAS E CÂNCER DE COLO UTERINO 
Gizelle Felinto 
• Casos especiais → além da cirurgia, deve-se realizar: 
▪ Pacientes obesas e com comorbidades → opta-se 
também pela Radioterapia 
▪ Massas tumorais grande → propõe-se a Radioterapia 
+ Quimioterapia 
✓ Para reduzir a morbidade cirúrgica e o tamanho 
da massa 
✓ São feitos antes da cirurgia 
▪ Todos os casos cujo tipo histológico for 
Adenocarcinoma → deve-se realizar Anexectomia 
bilateral (retirada de trompas e ovários), devido ao 
risco de metástase 
• A sobrevida após 5 anos de tratamento, gira em torno de 
80% a 90% 
➢ Estádios IIb, III e IV → Tratamento Paliativo 
• Radioterapia e Quimioterapia 
• Assistência nutricional e higiênica 
• Analgesia 
• Priorização da qualidade de vida da paciente 
• Manejo de complicações (Ex: Nefrostomia, Colostomia) 
• BRAQUITERAPIA: 
▪ Reservada para tumores localmente avançados, 
consistindo em permitir maior quantidade de radiação 
na lesão com menor dano às estruturas vizinhas 
SEGUIMENTO 
➢ Independentemente do Tratamento: 
• 1º e 2º ano após o tratamento: 
▪ Avaliação, a cada 3 meses, com: 
✓ Citologia 
✓ Colposcopia do fundo de saco vaginal 
✓ Toque retal (para checar comprometimento dos 
paramétrios) 
• Do 2º ao 5º ano após o tratamento: 
▪ Controle a cada 6 meses, com: 
✓ Citologia 
✓ Colposcopia do fundo de saco vaginal 
✓ Toque retal (checar comprometimento dos 
paramétrios) 
• Após 5 anos do tratamento: 
▪ Controle anual com Citologia e Colposcopia do Fundo 
de Saco Vaginal

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