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MACEIÓ-AL 2014 UFAL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS IQB - INSTITUTO DE QUÍMICA E BIOTECNOLOGIA LABORATÓRIO DE QUIMICA ENGENHARIA QUIMICA JEISIEL ISVI AMORIM DA SILVA PRÁTICA: CINÉTICA QUÍMICA VELOCIDADE DE REAÇÃO Relatório referente à prática em laboratório sobre cinética química, velocidade de uma reação, da disciplina Laboratório de Química I, apresentado como requisito para avaliação na mesma, da grade do curso Engenharia Química, na Universidade Federal de Alagoas. Prof. Adeíldo Jeisiel Isvi Amorim da Silva Prática: Cinética Química – Velocidade de Reação Maceió-AL 2014 1. INTRODUÇÃO A cinética química nos fornece uma boa base para conhecer as velocidades das reações químicas desde o nível atômico ao macroscópico. Podemos verificar e compreender através da cinética a natureza e os mecanismos ocorridos em uma determinada solução em reação. Mas para ocorrer uma reação é necessário ter um conjunto de condições prévias como a natureza dos reagentes, a própria colisão entre as moléculas, a orientação dessas colisões devem ser favoráveis e ainda a energia mínima para que as moléculas possam reagir, segundo Arrhenius, é a energia de ativação. O seu estudo é muito importante, pois envolve não somente as reações em laboratório; mas a questão dos alimentos, como reduzir a degradação deles e como manter saudável o organismo humano, pois nosso corpo envolve muitas reações e é um sistema bem complexo, mas a cinética química permite modelar, contornar para um melhor resultado. Existem fatores que influenciam significativamente a cinética química, concentração dos reagentes, a superfície de contato, temperatura e também o uso de catalisadores e/ou inibidores. Nos resultados obtidos da prática, vamos observar a questão da concentração e também a temperatura, mas outros fatores naquele momento também influenciaram nos resultados da velocidade da reação química, como o uso das vidrarias, as aferições mássicas e volumétricas, temperatura ambiente e, claro, o analista que estava à frente de todo o processo. No experimento foi estudada a velocidade de reação entre os íons permanganato e oxalato no meio ácido, como segue abaixo a reação já balanceada: 5C2O4 2- + 2MnO4 - + 16H+ → 10CO2 + 2Mn 2+ + 8H2O O íons permanganato (MnO4 -) tem uma cor violeta e ao reagir com o íon oxalato (C2O4 2-), forma MnO(Mn2+) que é incolor. Então para calcularmos a cinética química dessa reação, ou sua velocidade de reação, vamos ter como base o tempo de descoramento total relacionado a concentração e a temperatura. 2. OBJETIVO A prática executada no laboratório para verificar a velocidade de uma determinada reação, conhecida como cinética química, tem o objetivo de demonstrar o que realmente ocorre nesse processo e quais fatores influenciam no resultado final da solução. Tudo irá depender de um conjunto de fatores a qual abordaremos no decorrer do relatório, alguns desses é a concentração, temperatura, superfície de contato e o uso de catalisadores. O experimento estudado foi baseado na reação dos íons permanganato (MnO4) e oxalato (C2O4 2-) em um solvente com pH ácido e verificamos a variação da concentração em relação ao tempo no decorrer de toda a reação. O objetivo foi alcançado quando verificamos a descoloração da reação, aplicando os fatores determinantes supracitados e a analise do tempo decorrido foi definido como a velocidade da reação por está diretamente ligado ao processo. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Equipamentos, Utensílios e Materiais: 04 – Copos de Beckers (250 mL); 04 – Copos de Beckers (50 mL); 01 – Pipeta Cilíndrica (5 mL); 01 – Proveta ou cilindro graduado (50 mL); 01 – Pisseta com água destilada; 01 – Cronômetro (marcar o tempo da descoloração); 01 – Pêra de sucção (pipetador); 01 – Aquecedor (Manta ou placa de aquecimento); 01 – Termômetro. 3.2 Reagentes: Íon Permanganato (MnO4 -); Íon Oxalato (C2O4 2-); Ácido Clorídrico (HCl); Permanganato de Potássio (KMnO4); 3.3 Metodologia: 1º Procedimento: Influência da concentração. Antes de iniciar o procedimentos, numeramos os 4 bequers limpos e secos e adicionamos a todos eles 10 mL da solução de ácido clorídrico (HCl) e sem esquecer de adicionar mais 5 mL de ácido oxálico (C2O4 2-), pra que ocorra tudo bem é bom seguir a mesma sequencia. Após ter terminado esse procedimento básico, pegamos o béquer 2 e adicionamos 50 mL de água destilada e misturamos a solução até deixa-la homogeneizada. Enquanto isso, no béquer 3, aumentamos a quantidade de água destilada, adicionamos 100 mL e misturamos a solução, tudo tem que ficar bem homogeneizado. Já deve ter percebido que o procedimento é o mesmo, aumentamos mais 50 mL no béquer 4, ou seja, 150 mL de água destilada, então a solução possui bastante solvente, mas não podemos esquecer de homogeneizá-la também. Então no béquer 1 adicionamos 4 mL da solução permanganato de potássio (KMnO4), utilizando uma pipeta e acionando imediatamente o cronômetro, enquanto isso mantivemos a agitação da mistura suavemente e anotamos o tempo do momento de descoramento. Repetimos esse últimos procedimento utilizado no béquer 1 nos demais béquers 2, 3 e 4 e anotamos todo o acontecido. 2º Procedimento: Influência da temperatura. O processo inicial e trivial que foi a numeração dos 4 béquers de 50 mL, estavam devidamente limpos e secos. Então começamos adicionando a todos os béquer 10 mL da solução de ácido clorídrico (HCl) e também, nessa ordem, 5 mL de ácido oxálico (C2O4 2-) e 10 mL de água destilada. No béquer 1 adicionamos 4 mL de solução de permanganato de potássio (KMnO4), e acionamos imediatamente o cronômetro e continuamos agitando a mistura suavemente até seu descoramento, como observado que a reação ocorreu na temperatura ambiente, então definimos como a temperatura inicial da reação com auxilio de um termômetro. Porém no béquer 2, aumentamos a temperatura até aproximadamente 35ºC com auxilio da manta de aquecimento e repetimos todo o processo feito no béquer 1, anotando todos os resultados obtidos, principalmente o tempo de descoramento. Com o béquer 3, só aumentamos mais 10ºC, ou seja, 45ºC, sabemos que a temperatura é um dos fatores que influenciam a velocidade de uma reação, e continuamos anotando e verificando os resultados obtidos, comparando o acontecido com os béquers anteriores. O último béquer 4, aumentamos sua temperatura para 55ºC e pipetamos 4 mL de KMnO4, mesmo procedimento. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 Resultados obtidos no procedimento 1: Béquer 1: C1= 0,25 mol.L -1 ácido oxálico. V1= 5 mL (0,005 L) de C2O4 2- V2= 19 mL = 0,019L C2=? Utilizando a fórmula: C1.V1 = C2.V2 0,25 x 0,005 = C2 x 0,019 C2 = 0,00125 / 0,019 C2 = 0,0658 mol.L -1 de C2O4 2- Béquer 2: C1= 0,25 mol.L -1 ácido oxálico. V1= 5 mL (0,005 L) de C2O4 2- V2= 69 mL = 0,069L C2=? Utilizando a fórmula: C1.V1 = C2.V2 0,25 x 0,005 = C2 x 0,069 C2 = 0,00125 / 0,069 C2 = 0,01812 mol.L -1 de C2O4 2- Béquer 3: C1= 0,25 mol.L -1 ácido oxálico. V1= 5 mL (0,005 L) de C2O4 2- V2= 119 mL = 0,119L C2=? Utilizando a fórmula: C1.V1 = C2.V2 0,25 x 0,005 = C2 x 0,119 C2 = 0,00125 / 0,119 C2 = 0,01050 mol.L -1 de C2O4 2- Béquer 4: C1= 0,25 mol.L -1 ácido oxálico. V1= 5 mL (0,005 L) de C2O4 2- V2= 169 mL = 0,169L C2=? Utilizando a fórmula: C1.V1 = C2.V2 0,25 x 0,005 = C2 x 0,169 C2 = 0,00125 / 0,169 C2= 0,007396 mol.L -1 de C2O4 2- MACEIÓ-AL 2014 Nº do béquer Tempo de descoramento (s) Concentração de C2O4 2- (mol.L-1) 01 40 0,0658 mol.L-1 02 152 0,0181 mol.L-1 03 316 0,0105 mol.L-1 04 503 0,0074 mol.L-1 De acordo com o observado através da tabela e os resultados das concentraçõesde ácido oxálico, verificamos a diminuição gradativamente de sua concentração inversamente proporcional ao volume total da solução. E o intervalo de tempo necessário para um descoramento total da substância também aumentou significativamente, o béquer 4, por exemplo, demorou cerca de cinco minutos e vinte e três segundos para o completo descoramento. Então percebemos a importância da concentração dos reagentes para a velocidade da reação, pois como percebido a velocidade diminui com o passar do tempo e a diminuição da concentração, levando em consideração todos os dados obtidos a partir da velocidade inicial da reação, ou tempo de descoramento total ou aparente, dependendo do analista. 4.2 Resultados obtidos no procedimento 2: Neste procedimento utilizamos 10 mL de ácido clorídrico, adicionamos 5 mL de ácido oxálico e 10 mL de água, ou seja, a solução está com um volume maior que o béquer 1 do primeiro procedimento, 6 mL a mais; portanto a solução também esta bastante concentrada. Mas qual será a velocidade da reação levando em consideração a temperatura? Segundo a regra de Van’t Hoff, um aumento de 10ºC em uma determinada reação, dobra aumenta consideravelmente a velocidade de reação, com certas restrições, até dobram esse valor. Obtemos esses resultados, como podemos verificar na tabela abaixo, o tempo sendo o nosso indicador de que a velocidade realmente aumentou, pois quanto menor o tempo, mais rápida foi a reação: Tabela com valores de concentração de ácido oxálico em relação ao tempo de descoramento. Nº do béquer Tempo de descoramento (s) Temperatura de descoramento (ºC) 01 67 28º a 30º 02 40 35º 03 25 44º 04 11 54º 5. CONCLUSÃO Então, de acordo com todos os dados obtidos no laboratório, através da prática de cinética química, podemos verificar que a velocidade de uma reação em um dado instante, com sua dependência significativa da concentração, é a variação dos intervalos de tempo à mediada que vão se tornando cada vez menor. A concentração realmente influência no resultado, mas a temperatura é um fator bastante decisivo para uma opção de aumento dessa velocidade, podendo ainda aplicar outros fatores como a superfície de contato e o uso de catalisadores, tornando a reação incrivelmente rápida. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Tempo Inicial Tempo Final T e m p o d e D e s c o ra m e n to ( s ) Velocidade da Reação em relação a Temperatura Béquer 1 Béquer 2 Béquer 3 Béquer 4 Tabela com valores de concentração de ácido oxálico em relação ao tempo de descoramento e a influência da temperatura. 28ºC 35ºC 44ºC 54ºC Descobrimos os detalhes da progressão, o processo em si, das reações, o que pode com toda certeza determinar suas velocidades e ainda como controlá-las. Então o resultado final não é o mais interessante disso tudo. Mas o decorrer dele, as etapas intermediárias do processo também é muito importante e determinam um resultado com qualidade ou não e, sem esquecer, da possibilidade de estar percebendo as mudanças que os átomos e moléculas sofrem durante as reações. REFERÊNCIAS ATKINS, P.; PAULA, J. de. Físico-Química, vol. 3, Editora LTC, 7ª ed., (2004); ATKINS, Peter; JONES, Loretta; Principios de Química: Questionando a vida moderna. Editora Bookman, 5ª ed. FELTRE, Ricardo. Química: Físico-Química, vol. 2, editora Moderna, 6ª ed., São Paulo, 2004; http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc11/v11a06.pdf SMITH, J.M.; Ingenieria de La Cinética Quimica, 6ª ed. CECSA, 1991;
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