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P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto [Anestesiologia] Introdução: Vasodilatação: • Os anestésicos locais possuem um certo grau de vasoatividade, causam vasodilatação quando são injetados. • O grau de vasodilatação varia de significativo (procaína) a mínimo (prilocaína, mepivacaína) e também pode variar de acordo com o local de injeção e a resposta individual do paciente. • Após injeção de um anestésico local nos tecidos, os vasos sanguíneos (principalmente arteríolas e capilares) da área dilatam-se, resultando em um aumento da perfusão no local e levando às seguintes reações: Fluxo sanguíneo local Velocidade da absorção da droga Níveis sanguíneos do anestésico local Possibilidade de intoxicação Duração da ação do anestésico local Sangramento na região tratada Vasoconstritores: • Para combater a ação vasodilatadora dos AL. • Os vasoconstritores são fármacos que contraem os vasos sanguíneos e, portanto, controlam a perfusão tecidual. • Os vasoconstritores são adições importantes a uma solução anestésica local. • O vasoconstritor causa: Fluxo sanguíneo local Velocidade da absorção da droga Níveis sanguíneos do anestésico local Possibilidade de intoxicação Duração da ação do anestésico local Sangramento na região tratada Sistema Nervoso Autônomo: • Relacionado com o controle da vida vegetativa. • Composto pelo sistema nervoso simpático (SNS), sistema nervoso parassimpático (SNP) e sistema nervoso entérico (SNE). • Secreta neurotrasnmissores: andrenalina e noradrenalina (sistema nervoso adrenérgico). • Também possui grupo de nervos e órgãos que são sensíveis a esses neurotransmissores (adrenalina e noradrenalina). • Responsável pela regulação da função cardiovascular e tônus do músculo liso. Vasoconstritores: • São quimicamente idênticos a adrenalina e noradrenalina. • Mediadores do sistema nervoso simpático. • Mimetizam (assemelham-se) a resposta dos nervos adrenérgico ao estímulo. • Drogas adrenérgicas ou simpaticomiméticas. • São classificados de acordo com sua estrutura e seu modo de ação. Classificação: • Estrutura química: 1. Catecóis – presença ou não de um grupo catecol. Radical hidroxila (OH) na 3ª e 4ª posições do anel aromático. Vasoconstritores: Vasoconstritores: Quando há excesso de vasoconstritores ou quando o organismo produz uma dose em excesso de neurotransmissor, pode causar um estímulo muito grande ao coração e ser fatal. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 2. Catecolaminas – possuem também um radical amina (NH2). A adrenalina e a noradrenalina são catecolaminas naturais do sistema nervoso simpático (Adrenalina, Noradrenalina e Levonordefrina). 3. Aminas não-catecólicas – não tem o radical hidroxila ligado no anel aromático (Fenilefrina). 4. Derivados da Vasopressina (hormônio antediurético) – Felipressina / Octapressin / PLV2. Não possui os ações das catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), que mimetizam os efeitos dos neurotransmissores endógenos. • Mecanismo de ação: 1. Direta: atuam diretamente nos receptores adrenérgicos (adrenalina, noradrenalina, fenilefrina, levonordefrina). 2. Indireta: liberam noradrenalina nas terminações nervosas adrenérgicas (tiramina, anfetamina, metanfetamina). 3. Mista: com ação direta e indireta (efedrina, metaraminol). Receptores Adrenérgicos: • São encontrados na maioria dos tecidos do corpo. • α e β (alfa e beta). • Vão ter ações inibitórias e excitatórias das catecolaminas no mm. Liso. • α - contração do mm. liso na parede dos vasos sanguíneos (vasoconstrição). • β - estimulação cardíaca (aumento da frequência cardíaca e da força de contração) e relaxamento do mm. liso nos vasos sanguíneos (vasodilatação, broncodilatação). Concentração dos vasoconstritores: • Na odontologia, os vasoconstritores são usados em uma diluição maior do que a utilizada na medicina. • Geralmente a diluição é designada na proporção de 1:1000 (1 grama em 1000 ml). • As doses máximas dos vasoconstritores são indicadas em mg. É necessário converter gramas para miligramas. • 1 g = 1000 mg. • 1000 mg em 1000 ml: 1000 mg em 1000 ml 1 mg / ml da solução • 1:1000. • 1:10.000 – 1 ml da solução 1:1000 em 9 ml de solvente (água estéril) = 0,1 mg/ml. • 1:100.000 – 1 ml da solução 1:10.000 em 9 ml de solvente = 0,01 mg/ml. • 1:200.000 – 1 ml da solução 1: 100.000 em 9 ml de solvente e assim suscessivamente. Diluído Seguro Adrenalina: • Também conhecida como: Epinefrina. • Vasoconstritor mais eficaz e mais usado em odontologia. • Atua diretamente nos receptores α e β adrenérgicos. Age predominantemente em β (produz estímulo cardíaco – frequência cardíaca aumentada depois de injetar a adrenalina).. • Concentrações: 1:50.000. 1:100.000, 1:200.00. • Associado com: Lidocaína, Articaína, Mepivacaína, prilocaína, Bupivacaína, Etidocaína. • Ações sistêmicas: 1. Miocárdio: frequência cardíaca aumenta (ação nos receptores β). 2. Células Marcapasso: aumento de disritmias (ritmo alterado). 3. Artérias Coronárias: dilatação – aumento do fluxo sanguíneo (dilatação – receptores β). 4. Pressão arterial: aumento da sistólica e diminuição da diastólica. 5. Vasculatura: vasoconstrição – Hemostasia (ação nos receptores α). Quanto mais diluído o vasoconstritor, menor serão os efeitos de vasoconstrição e efeitos colaterais, e maior será a segurança para usá-lo (mesmo em pacientes com alguma restrição). P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 6. Sistema respiratório: dilatação – broncodilatador. 7. SNC: não é um estimulante potente. Suas ações tornam-se proeminentes quando é administrada uma dose excessiva. 8. Aumenta o metabolismo. 9. Final da ação e eliminação: o vasoconstritor é recaptado pelos nervos adrenérgicos e vai ser inativado pela enzima catecol-O-metiltransferase (COMT) e monoamido-oxidase (MAO) no fígado. Depois de inativada, é excretada de forma inalterada (pequenas quantidades) na urina. • Aplicações clínicas: 1. Na área médica, a adrenalina é usada em alergias agudas, broncoespasmo, parada cardíaca e para produzir midríase (dilatação da pupila). 2. Na odontologia, é utilizada quando se deseja hemostasia (para diminuir um sangramento) – bem característico da adrenalina. E também para a dimiuição da toxicidade, aumento da pronfundidade e duração da anestesia. • Dose máxima: - Paciente saudável normal: 0,2 mg por consulta. - Deve ser usada a solução menos concentrada que produza controle eficaz da dor. 1 :50.000 (1000mg:50.000ml) 1000mg 50.000ml X 1,8ml ( 1 tubete) X = 0,036mg (1 tubete) 1 tubete 0,036mg Y 0,2mg Y = 5,5 tubetes - Paciente saudável normal: 0,2 mg por consulta. o 10 ml de uma diluição em concentração 1:50.000 (5 tubetes). o 20 ml de uma diluição em concentração 1:100.000 (11 tubetes) o 40 ml de uma diluição em concentração 1:200.000 (22 tubetes) - Paciente com doença cardiovascular importante (ASA III ou IV): 0,04 mg por consulta. o 2ml de uma diluição em concentração 1:50.000 (1 tubete). o 4ml de uma diluição em concentração 1:100.000 ( 2 tubetes). o 8ml de uma diluição em concentração 1:200.000 ( 4 tubetes). - Como saber a classificação ASA? – Tabela no fim do resumo. Se aumenta o metabolismo (aumenta o consumo de O2 em todos os tecidos) estimula a glicogenólise (quebra da glicose) no fígado e músculos esqueléticos, elevando a glicemia. Então, a adrenalina deve ser evitada em pacientes diabéticos. E também em pacientes com hipertireoidismo (pois ela eleva o metabolismo).Se o paciente fizer o uso de antidepressivos inibidores da MAO, deve-se evitar utilizar a adrenalina (na verdade, o uso de todos os vasoconstritores, especialmente da adrenalina). Usar anestésico sem vasoconstritor! Pois, com a enzima inibida, não vai ser possível inativar o vasoconstritor e ele fica lá fazendo efeito, levando a um super estímulo do sistema nervoso autônomo. g ml LEMBRANDO: Aqui, trata-se apenas do vasoconstritor. Quando houver o anestésico, deve-se calcular a dose máxima dela também. A dose máxima menor que deve prevalecer. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Noradrenalina: • Também conhecida como: Norepinefrina, Levarterenol e Levofed. • Atua nos receptores α (90%) e β (10%) adrenérgicos. • Possui 25% da potência da adrenalina. • Maior toxicidade que a adrenalina (produz mais arritmias cardíacas e maior aumento da pressão arterial). • Maior incidência de necrose tecidual (palato). • Associada: Lidocaína. • Dose máxima: - Paciente saudável normal: 0,34mg por consulta. o 10ml de uma diluição em concentração 1:30.000 (9 tubetes). - Paciente com doença cardiovascular importante (ASA III ou IV): 0,14mg por consulta. o 4ml de uma diluição em concentração 1:30.000 (3,5 tubetes). Levonordefrina: • Também conhecida como: Neo-cobefrin; • Atua diretamente nos receptores α (75%) e alguma atuação em β (25%). • Apresenta 15% da potência da adrenalina. • Usada em maior concentração • Concentração: 1:20.000 – associado com mepivacaína ou procaína. • Dose máxima: - Todos os pacientes: 1mg por consulta. o 20ml de uma diluição em concentração 1:20.000 (11 tubetes). Fenilefrina: • Também conhecida como: Neo-sinefrina. • É o vasoconstritor menos potente. • É um α estimulador quase puro (95%). • Possui um efeito mais prolongado que a adrenalina. • Apresenta apenas 5% da potência da adrenalina. • Concentração: 1:2.500 – associado a procaína e lidocaína. • Dose máxima: - Paciente saudável normal: 4mg por consulta. o 10ml de diluição em concentração 1:2..500 (5 tubetes). - Paciente com doença cardiovascular importante (ASA III ou IV): 1,6mg por consulta. o 4ml de uma diluição em concentração 1:2.500 (2 tubetes). Felipressina: • Também conhecida como: Octapressin, PLV-2. • É um análogo sintético da vasopressina (hormônio antidiurético). • Ação antidiurética e Ocitotócica. • Atua diretamente sobre o mm. liso do vaso. • Pouca ou nenhuma vasoconstrição arteriolar - não tem praticamente nenhum efeito sobre o coração. Se a maior parte do seu efeito é nos receptores α, significa que vai causar muita constrição. Isso pode ser perigoso na odontologia, pois pode causar necrose tecidual (anestesia local no palato, tem uma incidência muito grande de necrose tecidual). Por isso, esse vasoconstritor tem deixado de ser comercializado. No Brasil, ele ainda é comercializado associado a lidocaína. Em nenhum momento esse vasoconstritor será a primeira escolha., por conta dos efeitos colaterais, como: o Muita constrição; o Muita arritmia cardíaca; o Aumento da pressão. Entre a Levonordefrina e a Adrenalina, é adequado que se utilize a adrenalina, por conta da concentração. Pois, a Levonordefrina possui maior concentração. Não apresenta quase nenhum efeito colateral sobre o coração. Apesar da potência menor que a adrenalina, pode ser uma escolha a depender do procedimento (já que não tem quase efeitos colaterais). P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Ausência de efeitos diretos sobre o miocárdio. • Não é arrítmogênica como as aminas simpatomiméticas. • Dose máxima: - Todos os pacientes: 0,27UI por consulta. o 9ml de uma diluição 0,03UI (5 tubetes). Qual vasoconstritor escolher? • Vai depender: 1. Da duração do procedimento odontológico; 2. Da necessidade de hemostasia durante e depois do procedimento; 3. E do estado clínico do paciente. • Duração do procedimento: o Se o prcedimento vai durar pouco tempo, pode-se utilizar um anestésico sem vasoconstritor. - Lidocaína 2% - a ação dura de 5 a 10 minutos. - Mepivacaína 3% - duração de 20 a 40 minutos. - Prilocaína 4% - A ação dura de 5 a 15 minutos. Sem vasoconstritor! o Se o procedimento vai ser longo, deve-se utilizar anestésico com vaso. Os que apresentam maior durabilidade são: 1. Adrenalina; 2. Levonordefrina; 3. Fenilefrina. • Necessidade de Hemostasia: o 1ª escolha: adrenalina. - Confere maior vasoconstrição (efeito α). - Efeito β de rebote. - Possui sangramento pós-operatório que pode levar a um comprometimento cardiovascular (apenas em cirurgias grandes, não em cirurgias odontológicas). o Noradrenalina: não é uma escolha, Pois causa tanta vasoconstrição ( ação α potente) que pode levar a uma necrose tecidual. o Felipressina: Também não é uma escolha. Pois, ela diminui a circulação venosa, mas não tem efeito sobre a circulação das artérias, conferindo um valor mínimo na hemostasia. o Fenilefrina: Não é muito indicada. Possui uma ação mais prolongada (efeito α quase puro) e não provoca efeito β de rebote. A hemostasia não é tão grande durante o procedimento. Mas, consegue conter hemostasia no pós- operatório. Ação Ocitotócica – estímulo da contração uterina. Esse vasoconstritor deve ser evitado em pacientes grávidas! Não apresenta efeito de Hemostasia, devido a sua ação predominante na circulação venosa em relação à arterial. A depender do procedimento, esse vasoconstritor não deve ser usado (por mais que possua poucos efeitos colaterais). 0,03UI/ml Unidades Internacionais. A escolha nesse caso, deve ser Mepivacaína, pois apresenta um maior tempo de ação. Fenilefrina: pode ser usada para conter hemostasia apenas no pós-operatório (no final de uma cirurgia grande). Mas nas cirurgias odontológicas, por serem de pequeno porte, a hemostasia pós- operatória não necessariamente é contida com um vasoconstritor. As concentrações de adrenalina de 1:50.000 e 1:100.000 são consideravelmente mais eficazes em restringir a perda sanguínea durante a cirurgia do que outros anestésicos locais sem adição de vasoconstritores. A adrenalina também produz um efeito vasodilatador rebote à medida que o nível tecidual da adrenalina diminui. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Devo usar vasoconstritor em pacientes com risco cardiovascular? • Sim. Pois, o anestésico sem o vaso, o efeito passa muito rápido. No meio do procedimento o paciente pode sentir dor. Se o paciente apresentar dor devido a um controle inadequado da duração e profundidade da anestesia, consequentemente será submetido a um stress. • O stress causado pela dor leva a liberação de catecolaminas endógenas para o sistema cardiovascular em nível aproximado de 40 vezes maior que em repouso, acarretando uma exacerbação de problemas cardiovasculares pré-existentes. • Sendo assim, é preferível expor o paciente a uma dosagem mínima de vasoconstritor exógeno presente no anestésico local, injetados adequadamente, do que permitir que o paciente sinta dor. E as pacientes gestantes? • Evitar usar Felipressina – pois é derivada da vaospressina e pode levar a contrações uterinas que podem causar um parto prematuro. • Se for um procedimento eletivo, não deve ser feito. Pois, pode ser realizado em um outro momento. • Atender apenas em casos de procedimentos urgentes. • De preferência, tentar usar anestésico sem vasoconstritor (é melhor, pois diminui os efeitos colaterias). Se precisar de um vasoconstritor, não usar felipressina. • Evitar a noradrenalina também, devido as complicações cardiovasculares. • Evitar os anestésicos: articaína e prilocaína.Contra-indicações absolutas: • Hipertensos descompensados. • Doença cardiovascular severa. • Diabetes descompensado. • Hipertiroidismo não controlado. • Arritmia cardíaca instável. • Infarto a menos de 6 meses. • AVC a menos de 6 meses. • Angina pectoris instável. • Antidepressivos tricíclicos. • Alergia a sulfitos. Referência: MALAMED, Stanley F.. Manual de Anestesia Local. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2013. Aula teórica de Anestesiologia. Faculdade Maurício de Nassau, Odontologia, 2020. Não há segurança de que a articaína não atravessa a placenta e não passa para o leite na amamentação. E a prilocaína pode provocar metemoglobinemia. Pacientes descompensados (que não está normal): apenas procedimentos de urgência. O bissulfito é um antioxidante que é utilizado nos tubetes onde são acrescentados os vasoconstritores para prolongar a validade do vasoconstritor. .Quando o tubete tem o vasoconstritor, junto a ele tem o bissulfito de sódio. Deve-se verificar se o paciente tem alergia! Pacientes com problemas respiratórios estão mais propensos. O sulfito é um conservante e está em muitos locais, produtos e alimentos. O bissulfito de sódio é o antioxidante mais frequentemente utilizado nos tubetes anestésicos odontológicos. Ele prolonga o tempo de validade da solução anestésica com vasoconstritor para aproximadamente 18 meses Entretanto, o bissulfito de sódio torna o anestésico local consideravelmente mais ácido do que a mesma solução sem um vasoconstritor. As soluções ácidas de anestésicos locais contêm maior proporção de moléculas catiônicas carregadas (RNH +) do que de moléculas básicas não carregadas (RN). Por isso, a difusão da solução anestésica local para o axoplasma é mais lenta, resultando em um retardo (leve) do início da anestesia quando são injetados anestésicos locais contendo bissulfito de sódio (e vasoconstritores). P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto
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