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aula 4 legislação tributaria

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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Marcella Gomes de Oliveira 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Para continuarmos nossos estudos, veremos as causas de exclusão 
do crédito tributário. Importante mencionar que já vimos como se constitui o 
crédito tributário, também as causas de suspensão de sua exigibilidade e de 
extinção. Nesta aula, trabalharemos os seguintes temas: 
 Exclusão do crédito tributário: isenção 
 Exclusão do crédito tributário: anistia 
 Garantias e privilégios do crédito tributário 
 Administração tributária 
 Restituição e compensação 
Já estudamos a imunidade tributária, em aulas anteriores, como um 
princípio constitucional tributário que está disposto no art. 150, inciso VI da 
Constituição Federal (CF) (Brasil, 1988b). Também estudamos o fato gerador. 
Esses dois tópicos são importantes para aprofundarmos nosso conhecimento, 
nesta aula. 
A importância do fato gerador como um elemento nuclear do direito 
tributário carrega os efeitos decorrentes de sua realização, dentre eles, os 
conceitos de incidência, não incidência, imunidade e isenção; e, também, a 
distinção dos tributos em gênero e espécie. O fato gerador marca o nascimento 
da obrigação tributária e o seu efeito é o de concretizar a incidência, assim como 
vimos no tema sobre a regra-matriz de incidência tributária. 
A noção de fato gerador não está ligada com a não incidência, a 
imunidade ou a isenção. Destaca-se aqui que o fato que possa ocorrer não é 
gerador de obrigação tributária. 
O que aprendemos, até então, é que é necessária a identificação temporal 
e espacial do fato gerador e, a partir do momento em que ele se concretiza, 
nasce a obrigação tributária, irradiando direitos e deveres conferidos às partes 
que figuram nos polos ativo e passivo da obrigação tributária. 
CONTEXTUALIZANDO 
Foi sancionada, em São Paulo, a Lei de Regularização de Edificações, 
com objetivo de aprimorar o planejamento urbano. A lei, sancionada pelo 
prefeito, ficou popularmente conhecida como Lei de Anistia e se refere aos 
 
 
3 
munícipes que apresentem algum tipo de irregularidade em seus imóveis 
construídos até julho de 2014 e se enquadrem nas regras da lei, que poderão se 
regularizar e se adequar às normas da prefeitura (São Paulo, 2019a). 
Apesar do nome popular, a prefeitura não está perdoando as 
irregularidades das edificações construídas até julho de 2014, mas apresentando 
uma alternativa de ajuste aos que estiverem em desacordo com a legislação 
municipal de ordenamento do território. 
Saiba mais 
Para melhor análise, acessem: 
<http://www.capital.sp.gov.br/noticia/prefeito-sanciona-lei-de-regularizacao-de-
edificacoes-na-capital-paulista> (São Paulo, 2019c); 
<https://meuimovelregular.prefeitura.sp.gov.br/> (São Paulo, 2019b); 
<http://legislacao.prefeitura.sp.gov.br/leis/lei-17202-de-16-de-outubro-de-2019> 
(São Paulo, 2019a). Acesso em: 20 fev. 2020. 
Existem dois pontos, referentes à Lei de Regularização de Edificações e 
aos temas desta aula, que merecem consideração, sendo que o primeiro está no 
art. 5º da referida lei: 
CAPÍTULO IV 
DA REGULARIZAÇÃO AUTOMÁTICA 
Art. 5º Independentemente da solicitação ou de protocolamento de 
requerimento serão consideradas regulares as edificações residenciais 
das categorias de uso R, R1 e R2h de padrões baixo e médio e que 
conste com isenção total na notificação de Imposto Predial e 
Territorial Urbano – IPTU referente ao ano de 2014. (São Paulo, 
2019a, grifo nosso) 
O segundo está no seu art. 26: “ficam remidos os créditos tributários do 
Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU pretéritos decorrentes dos 
procedimentos de regularizações previstas nesta Lei” (São Paulo, 2019a, grifo 
nosso). 
A reflexão quanto à legislação mencionada tem por base a isenção, 
conforme art. 5º, que é uma das causas de exclusão de crédito tributário, como 
iremos analisar. O art. 26 refere-se à remissão, sendo que a remissão é uma das 
modalidades de extinção do crédito tributário, que vimos anteriormente e está 
prevista no art. 156, inciso IV, do Código Tributário Nacional (CTN) (São Paulo, 
2019a; Brasil, 1966). 
 
 
 
4 
TEMA 1 – EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: ISENÇÃO 
A isenção está prevista nos art. 175, inciso I, 176 a 179 do CTN: 
Art. 175. Excluem o crédito tributário: 
I - a isenção; 
II - a anistia. 
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o 
cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação 
principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente. 
Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre 
decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos 
para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o 
prazo de sua duração. 
Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do 
território da entidade tributante, em função de condições a ela 
peculiares. 
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é 
extensiva: 
I - às taxas e às contribuições de melhoria; 
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. 
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função 
de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, 
a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. 
Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é 
efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, 
em requerimento com o qual o interessado faça prova do 
preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos 
previstos em lei ou contrato para sua concessão. 
§ 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o 
despacho referido neste artigo será renovado antes da expiração de 
cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir do 
primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover 
a continuidade do reconhecimento da isenção. 
§ 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, 
aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155. (Brasil, 1966, 
grifos nossos) 
A isenção é a possibilidade de a hipótese de incidência tributária não 
alcançar determinadas pessoas físicas ou jurídicas por alterar parcialmente um 
ou mais de seus aspectos, de que são exemplos: 
a. isenção de Imposto de Renda de Pessoa Física no caso de doenças 
graves (Lei n. 7.713/1988) (Brasil, 1988a); 
b. isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre 
Operações Financeiras (IOF) na aquisição de automóvel, para taxista (IPI 
– Lei n. 8.989/1995; IOF – Lei n. 8.383/1991) (Brasil, 1991, 1995); 
c. isenção de IPI/IOF na aquisição de automóvel, para pessoas com 
deficiência e autistas (IPI – Lei n. 8.989/1995; IOF – Lei n. 8.383, de 1991) 
(Brasil, 1991, 1995); 
 
 
5 
d. isenção de impostos para compra de produtos da linha branca 
(geladeiras, fogões etc. – Decreto n. 7.567/2011, revogado pelo Decreto 
n. 7.819/2012) (Brasil, 2011, 2012); 
e. isenção pelo Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e 
Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-
Auto) (Decreto n. 7.819/2012, aplicado até 31 de dezembro de 2017) 
(Brasil, 2012). 
Assim, os principais pontos que devemos observar em relação à isenção 
são: 
1. Isenção significa a não incidência da norma jurídica tributária (NJT) 
sobre determinada situação. 
2. O legislador pode dispensar alguns contribuintes do pagamento de 
determinado tributo. 
3. Ela pode excluir os seguintes aspectos: 
a. espacial: afastar a possibilidade de uma lei tributária incidir em 
determinada região ou território; 
b. temporal: eliminar a possibilidade de uma lei tributária incidir, 
durante certo período, sobre uma região ou grupo de contribuintes 
ou todas as regiões ou grupos que anteriormente ela alcançava; 
c. pessoal: afastar o alcance da lei de um grupo de pessoas físicas 
ou jurídicas; 
d. material: diminuir o alcance do fato gerador oureduzir a base de 
cálculo ou a alíquota aplicável ao cálculo do montante do tributo 
devido (observação: isenção total de alíquota é o que se denomina 
alíquota zero). 
4. A isenção pode excluir vários aspectos da hipótese de incidência 
tributária. 
5. Exemplo: alíquota zero do IPI para operações de importação relativas a 
remédios (aspecto material como fato gerador) realizadas por hospitais 
públicos (aspecto pessoal) da Região Norte do país (aspecto espacial), 
por dois anos (aspecto temporal). 
6. Isenção decorre sempre de lei. 
Antes de terminarmos este tema, é importante distinguirmos a diferença 
entre incidência e não incidência, assim: 
 
 
6 
Diz-se que há incidência de tributo quando determinado fato, por 
enquadrar-se no modelo abstratamente previsto pela lei, se juridiciza e 
irradia o efeito, também legalmente previsto, de dar nascimento a uma 
obrigação de recolher tributo. 
A par do fato gerador de tributo, outros fatos há que podem ser 
matizados por normas da legislação tributária, sem que haja incidência 
(de tributos) sobre eles. É o que se dá com as normas de imunidade 
ou de isenção, que juridicizam certos fatos, para o efeito não de dar a 
eles a aptidão de gerar tributos, mas, ao contrário, negar-lhes 
expressamente essa aptidão, ou excluí-los da aplicação de outras 
normas (de incidência de tributos). 
Quando se fala de incidência (ou melhor, de incidência de tributo), 
deve-se ter em conta, portanto, o campo ocupado pelos fatos que, por 
refletirem a hipótese de incidência do tributo legalmente definida, 
geram obrigações de recolher tributos. Fora desse campo, não se pode 
falar de incidência de tributo, mas apenas da incidência de normas 
de imunidade, da incidência de normas de isenção etc. 
Todos os fatos que não têm a aptidão de gerar tributos compõem o 
campo da não incidência (de tributo). (Amaro, 2011, p. 305, grifos 
nossos) 
Assim, pode-se dizer que há incidência quando um fato está previsto em 
lei e que seria tributável. Utilizando um dos exemplos antes mencionados, há 
incidência de Imposto de Renda sobre quem auferir renda. Sobre o fato descrito, 
há incidência de um tributo, porém, estando essa pessoa (contribuinte) com uma 
doença grave, é oportunizada a ela a isenção, ou seja, há a dispensa do 
pagamento de referido tributo mediante sua condição, não há incidência de 
tributo em razão da lei que lhe ofereceu a dispensa do pagamento, não sendo 
aquele um fato tributável em razão da condição do contribuinte. Dessa forma, 
os fatos que não geram tributos estão no âmbito da não incidência, conforme é 
o caso da isenção e da imunidade. 
No caso da imunidade tributária, esta configura um princípio 
constitucional. Nesse caso, não há reconhecimento de competência para 
criação de tributos. O art. 150, inciso VI, da CF dispõe que é vedado à União, 
aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios instituir tributos do patrimônio, 
renda ou serviços, uns dos outros, instituir tributos sobre templos de qualquer 
culto etc. (Brasil, 1988b). 
Se, no caso da isenção, existe o tributo e dispensa-se o pagamento por 
algum critério, no caso da imunidade nem é possível a criação de tributos. Dessa 
forma, por meio da isenção podem ser excepcionadas situações em que, pela 
natureza dos fatos, bens, pessoas, região, enfim, o legislador não deseje 
onerar com o tributo, seja em atenção à condição da pessoa, seja por razões 
de política fiscal (extrafiscalidade), de modo a harmonizar uma dada situação 
com o preceito constitucional da isonomia. 
 
 
7 
O período de duração da isenção pode estar previsto na legislação que a 
instituiu; ou, se no caso não houver um prazo fixado, ela continuará vigendo por 
prazo indeterminado. Vimos, no caso dos produtos da linha branca, que foi 
revogada a isenção com a criação de outra norma (Brasil, 2011, 2012). Já no 
caso da isenção do Inovar-Auto, havia prazo determinado (31 de dezembro de 
2017) (Brasil, 2017). Sobre as outras isenções, elas estão vigentes até o 
momento, como a isenção de Imposto de Renda de Pessoa Física no caso de 
doenças graves, instituída em 1988 e ainda vigendo (Brasil, 1988a). 
TEMA 2 – EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: ANISTIA 
A anistia está prevista nos art. 180 a 182 do CTN: 
Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas 
anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando: 
I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos 
que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude 
ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele; 
II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio 
entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas. 
Art. 181. A anistia pode ser concedida: 
I - em caráter geral; 
II - limitadamente: 
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo; 
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado 
montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza; 
c) a determinada região do território da entidade tributante, em função 
de condições a ela peculiares; 
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que 
a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade 
administrativa. 
Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter geral, é 
efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, 
em requerimento com a qual o interessado faça prova do 
preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos 
previstos em lei para sua concessão. 
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito 
adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155. 
(Brasil, 1966, grifos nossos) 
A anistia é o perdão, estipulado em lei, que dispensa o contribuinte de 
pagar as penalidades pecuniárias devidas por irregularidades no pagamento 
da sua obrigação tributária e que significa a não incidência de penalidade sobre 
a ausência de recolhimento de tributo. Com a concessão da anistia, o tributo 
continua sendo devido pelo contribuinte e deve ser pago, porém será excluída a 
aplicação das penalidades aplicáveis à ausência total ou parcial do recolhimento. 
Se formos pensar sobre a diferença entre a anistia e a isenção, podemos 
dizer que a isenção se encontra no campo da não incidência, ou seja, há a 
 
 
8 
dispensa de pagamento de determinado tributo. No caso da anistia, o fato é 
tributável, tanto o é que ocorreu a obrigação tributária, o lançamento, a 
constituição de crédito tributário, porém, esse tributo não foi pago, o contribuinte 
encontra-se inadimplente e essa falta de pagamento irá gerar juros e multas. 
Nesse momento aparece a figura da anistia, que é o perdão das penalidades 
(juros e multas), ou seja, o contribuinte não precisará pagar os juros e as multas, 
mas continuará devendo realizar o pagamento do tributo. No caso da isenção, 
há a não incidência de um tributo e, na anistia, há a não incidência de uma 
penalidade sobre a ausência de recolhimento do tributo. 
Dentre as principais características da anistia, devemos verificar que: 
a. Ela deve ser concedida por lei. 
b. Somente a entidade tributante pode conceder, por meio de seu próprio 
legislativo, a anistia referente aos tributos que regula, arrecada e 
administra. 
c. Ela não abrange os atos qualificados pela legislação tributária como 
crimes ou contravenções – Lei n. 8.137/1990, sobre crimes contra a 
ordem tributária (Brasil, 1990), por exemplo: 
 fraude; 
 sonegação; 
 apropriação indébita. 
Assim, temos que a anistia: “[...] está prevista nos arts. 180 a 182, do CTN. 
Corresponde a um benefício, estipulado em lei, que exclui a possibilidade de o 
contribuinte ter que pagar as penalidades pecuniárias devidas por 
irregularidades no pagamento de sua obrigação tributária” (Fabretti; Fabretti, 
2014, p. 130). 
Portanto, entendemos que a anistia significa a dispensa de penalidade 
sobre a ausência de recolhimentodo tributo, destacando que, mesmo com a 
concessão de anistia, o tributo continua sendo devido, porém, será excluída a 
aplicação das penalidades. 
Como a anistia é o perdão das penalidades pecuniárias (multas e juros), 
é importante lembrar que essas penalidades só ocorrem depois da infração, 
sendo essa infração o não pagamento de um tributo. Dessa forma, o 
contribuinte não pagou um tributo, o que é uma infração, essa infração gerou 
penalidades (multas e juros), de modo que somente a entidade tributante (União, 
 
 
9 
estados, Distrito Federal e municípios) poderá conceder a anistia (perdão) 
mediante lei, depois do cometimento da infração, desde que essa infração não 
seja um crime contra a ordem tributária (exemplo: fraude, sonegação, 
apropriação indébita). 
Para uma visualização prática, digamos que um estado resolva aumentar 
a sua arrecadação e por isso conceda anistia em relação aos devedores do 
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Dessa forma, por 
lei estadual, concede-se a anistia, que irá se referir às multas e juros pelo atraso 
no pagamento do IPVA, ou seja, o IPVA continuará sendo devido e será 
cobrado esse crédito tributário; o que não irá ser cobrado será o valor referente 
às penalidades pecuniárias (multas e juros) decorrentes do inadimplemento do 
IPVA. Outras multas que tiverem ocorrido em decorrência de descumprimento 
do Código de Trânsito Brasileiro (Brasil, 1997) continuarão sendo cobradas, pois 
não são de natureza tributária. 
TEMA 3 – GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
O direito do Estado de exigir o tributo corresponde ao crédito tributário, 
sendo este o objeto da obrigação tributária principal. Assim, temos que: 
O CTN, ao mencionar expressamente que o crédito tributário se 
constitui mediante lançamento, gerou uma discussão na doutrina para 
definir se, afinal, o crédito tributário nasce com a hipótese de 
incidência, ou com o lançamento do tributo, ou seja, se o lançamento 
teria efeitos constitutivos do crédito ou meramente declaratórios. 
Diante da dificuldade de admitir-se o nascimento de obrigação 
pecuniária sem o respectivo crédito, alguns defenderam a adoção dos 
níveis de eficácia da relação jurídica, entendendo que antes do 
lançamento há o crédito, mas a eficácia da relação é mínima, pois o 
Estado tem direito ao crédito, mas não tem a pretensão quanto à 
exigibilidade do mesmo, que depende da sua própria apuração. (Macei, 
2013, p. 101, grifos nossos) 
Esse direito decorre da ocorrência do fato gerador, concretizando a 
hipótese de incidência, instaurando-se a relação jurídica tributária, 
estabelecendo o sujeito ativo (quem tem o direito de receber) e o sujeito passivo 
(quem tem o dever de pagar). Para Luciano Amaro (2011, p. 497-498): 
Refere-se o Código Tributário Nacional a “garantias e privilégios”, no 
título do capítulo que dedica ao tema, mas, ao regular os privilégios, na 
Seção II, opta por falar em “preferências”. 
A preocupação do Código, tendo em vista que o crédito tributário 
decorre de imposição legal, foi guarnece-lo de normas protetoras que 
permitam, na eventualidade de o Fisco ter de recorrer à execução, 
evitar certos obstáculos que poderiam frustrar a realização de seu 
direito. Com esse objetivo, o Código afasta ou excepciona, para fins 
 
 
10 
fiscais, os efeitos legais que normalmente decorreriam de certos 
institutos do direito privado (impenhorabilidade, por exemplo), define 
situações de presunção de fraude em certos negócios operador, em 
dadas situações, pelo devedor tributário, e outorga vantagens ao 
credor fiscal, na medida em que ele não se subordina às regras que 
comandam a realização de créditos de outra natureza. 
O Código, por conseguinte, outorga ao crédito tributário uma série de 
vantagens, no cotejo com os créditos de outra natureza. Dessa forma, 
não se requer que a legislação específica deste ou daquele tributo 
regule a matéria. Faculta-se-lhe fazê-lo, porém, à vista da natureza ou 
das características do tributo a que se refira (CTN, art. 183). 
As garantias e privilégios previstos no CTN traduzem formas protetoras 
para assegurar o pagamento do crédito tributário em caso de execução 
(processo judicial). Dispostos no CTN temos os art. 183 a 193. Assim, em um 
primeiro momento, acerca das disposições gerais (art. 183-185-A), as garantias 
atribuídas ao crédito tributário não excluem outras garantias previstas em lei, por 
exemplo, o crédito trabalhista, créditos de natureza alimentar etc. (Brasil, 1966). 
O art. 184 do CTN dispõe sobre quais bens podem servir para garantir o 
crédito tributário, de modo que, excetuando os privilégios especiais sobre 
determinados bens (por exemplo, bem de família, salário, aposentadoria), a 
totalidade dos bens e das rendas do sujeito passivo, seu espólio ou massa falida 
responderão pelo pagamento do crédito tributário, reiterando-se que os únicos 
bens e rendas que não respondem pelo pagamento são os que a lei declare 
absolutamente impenhoráveis (art. 184 do CTN) (Brasil, 1966). 
Já o art. 185 do CTN dispõe sobre a presunção de fraude quanto à venda 
de bens realizada por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, 
por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. Se o sujeito passivo 
não tiver bens, poderá ser determinada a indisponibilidade de seus bens e 
direitos. Destaca-se que a indisponibilidade irá se limitar ao valor total exigível 
(art. 185-A do CTN) (Brasil, 1966). 
As preferências estão estabelecidas nos art. 186 a 193, como a ordem de 
pagamento que deverá ser seguida. O concurso de preferência somente se 
verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem: União; 
estados, Distrito Federal e municípios (Brasil, 1966). 
As garantias do crédito tributário não são transferíveis ao terceiro que 
pague a dívida tributária, na condição de responsável. Além disso, a natureza 
das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza do crédito e 
nem a da obrigação tributária a que corresponda, significando que o crédito de 
natureza tributária não passa a ser comercial, civil ou de qualquer outra natureza. 
 
 
11 
Os artigos do CTN correspondentes às garantias e privilégios do crédito 
tributário referem-se a meios assecuratórios com a finalidade de ver o crédito 
tributário pago, ou seja, visam diminuir o inadimplemento das obrigações 
tributárias após a constituição do crédito tributário exigível (Brasil, 1966). 
Dessa forma, constituído o crédito tributário, ele se torna exigível e, caso 
não seja realizado o pagamento, há a inscrição do sujeito passivo 
(devedor/contribuinte) em certidão de dívida ativa. Essa dívida ativa pode ser 
executada por via judicial e, sendo um processo de execução, deverá observar 
as regras de garantias e privilégios, para que, assim, o sujeito ativo (credor/fisco) 
consiga ter seu crédito tributário adimplido pelo devedor. 
TEMA 4 – ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA 
A Administração Pública, em um sentido mais amplo, aparece como todo 
aparelhamento do Estado preordenado à realização dos seus serviços e visa à 
satisfação das necessidades da coletividade. Dessa forma, ela não pratica atos 
de governo, mas sim atos de execução com maior ou menor autonomia funcional 
conforme definido pela competência do órgão ou de seus agentes, sendo tais 
atos denominados atos administrativos. 
Por ser uma atividade neutra normalmente vinculada à lei ou à norma 
técnica, a Administração Pública mostra-se como uma conduta hierarquizada. 
Ela executa suas tarefas sem responsabilidade constitucional ou política, mas 
com responsabilidade técnica e legal por essa execução. Conclui-se, então, que 
ela é o instrumento disposto pelo Estado para colocar em prática as opções 
políticas de governo, este sim age como uma conduta independente, política e 
discricionária, com responsabilidade constitucional e política (Meirelles,1993, p. 
61). 
Desse modo, a AdministraçãoPública detém o poder de decisão somente 
no âmbito de suas atribuições e nos limites legais de sua competência executiva, 
podendo apenas opinar e decidir sobre assuntos técnicos, financeiros, jurídicos 
ou de conveniência e oportunidade administrativas, sem ser facultada a ela a 
opção política da matéria. 
A Administração Pública tributária encontra respaldo legal no art. 194 do 
CTN, que assim dispõe: 
Art. 194 - A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, 
regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza 
 
 
12 
do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades 
administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação. 
Parágrafo único - A legislação a que se refere este artigo aplica-se às 
pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que 
gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. 
(Brasil, 1966) 
Tal disposição liga-se ao art. 96 do CTN, acerca do significado de 
legislação tributária, pois é certo que a União, os estados, o Distrito Federal e os 
municípios detenham competência para legislar e fixar o poder de fiscalização 
sobre seus tributos sob a regência do CTN (Coêlho, 2010, p. 781). 
Os poderes da Administração Pública tributária mostram-se extensos e 
tentaculares, colocando à sua disposição a sociedade, ou seja, o sujeito ativo da 
obrigação tributária, além de credor, será também sujeito da investigação de seu 
direito de crédito, inclusive em relação a terceiros. 
Assim sendo, a competência e os poderes das autoridades 
administrativas no âmbito tributário regulam-se por legislação pertinente, 
estabelecendo disciplina geral para diferentes tributos ou impondo regramento 
específico sobre a natureza de determinado tributo. O recolhimento de tributos 
mostra-se dependente da atuação da administração fiscal, principalmente se 
levarmos em consideração que determinadas exações tornam-se efetivas após 
um ato específico da autoridade fiscal, ou seja, o lançamento. 
A fim de prevenir ou combater a sonegação, utiliza-se um trabalho de 
fiscalização, de modo que várias outras tarefas abarcam também a atuação 
burocrática das autoridades fiscais, seja de controle, seja de orientação, 
relacionamento com o sujeito passivo, com outros órgãos públicos, com a rede 
arrecadadora etc. 
Os agentes da administração tributária são os destinatários das normas, 
recebendo poderes e devendo exercê-los sob o princípio da legalidade. Deve 
haver, portanto, pertinência entre o trabalho da fiscalização e a situação da 
pessoa fiscalizada. 
TEMA 5 – RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO 
Existem alguns casos em que o pagamento de tributo é realizado a maior 
ou existe a possibilidade de ele ter sido pago mais de uma vez ou, então, que 
haja o pagamento de um tributo de que o contribuinte tinha isenção. Nesses 
casos, os valores pagos poderão ser restituídos, ou seja, deverão voltar para 
quem realizou o pagamento (sujeito passivo). Assim, a restituição de tributos 
 
 
13 
encontra fundamento legal nos art. 165 e seguintes do CTN (Brasil, 1966). 
Dispõe o art. 165: 
Art. 165 - O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio 
protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a 
modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 
162, nos seguintes casos: 
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior 
que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza 
ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; 
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota 
aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou 
conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; 
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão 
condenatória. (Brasil, 1966) 
Assim, o sujeito passivo (quem pagou o tributo – contribuinte/responsável) 
terá direito de reaver o valor pago total ou parcialmente, dependendo de qual 
hipótese em que se enquadra o caso. Dessa forma, ele terá direito à restituição 
parcial quando houver sido realizado pagamento a maior de um tributo e à 
restituição total nos casos de pagamento de tributo indevido. 
Em relação ao pagamento indevido do tributo por erro no preenchimento 
dos critérios da obrigação tributária principal, por exemplo, com preenchimento 
do percentual da alíquota maior do que o que consta na legislação, indicação do 
nome do sujeito ativo ou passivo errado, de modo que o pagamento seja 
realizado pela pessoa errada ou para a pessoa errada, tais erros são 
considerados erros materiais. Sendo assim, quando for esse o caso, o 
contribuinte terá o prazo de cinco anos para requerer a restituição do valor pago 
– quando atingido esse prazo, considera-se ocorrida a prescrição da 
possibilidade de restituição. Conta-se a prescrição a partir da data do pagamento 
indevido. 
Quando uma lei tributária for considerada inconstitucional, ou seja, não 
estiver de acordo com a CF, e essa lei tiver instituído ou aumentado um tributo, 
o contribuinte terá direito à restituição, respeitando-se o prazo de cinco anos 
(prazo prescricional). Nesse caso, para considerar que a lei não está em 
conformidade com a redação da CF, haverá uma decisão judicial que será 
publicada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no Diário Oficial da União e o 
prazo prescricional de cinco anos para pedir a restituição começará a contar a 
partir dessa publicação, pois, pelo princípio da presunção de constitucionalidade 
das leis, se existe uma lei presume-se que ela deva ser respeitada e que esteja 
em conformidade com a CF (Brasil, 1988b). Assim, o contribuinte que pagar o 
 
 
14 
tributo em face de lei existente passará a ter o direito subjetivo somente no 
momento da publicação do acórdão que declarar a inconstitucionalidade da 
exigência tributária (Cassone; Cassone, 2006, p. 41). 
O contribuinte tem ainda o direito de ser restituído quando o fato gerador 
previsto não for constituído, encontrando respaldo legal para tanto no parágrafo 
7º do art. 150 do CTN. Por exemplo, em caso de pagamento de Imposto sobre 
Serviços (ISS) quando não houve prestação de serviço, ou seja, quando o fato 
gerador (verbo mais complemento – prestar serviço) não foi constituído. Nesse 
caso, quando não ocorrer o fato gerador e ocorrer o pagamento, o contribuinte 
terá direito à restituição dos valores. 
Quando existir uma relação em que ambas as partes sejam credoras e 
devedoras uma da outra, será possível realizar uma compensação. Por exemplo, 
supondo que o Fisco deva ao contribuinte 5 mil reais e o contribuinte deva ao 
Fisco 5 mil reais, nesse caso compensam-se os valores devidos e extingue-se a 
dívida que um tinha para com o outro, e o contribuinte não deverá mais nada ao 
Fisco e o Fisco não deverá mais nada ao contribuinte, pois terá sido realizada 
uma compensação, que é uma modalidade de extinção da obrigação 
tributária. No caso descrito, o contribuinte que devia ao Fisco, depois da 
compensação não lhe deve mais nada, ou seja, extinguiu sua dívida, 
extinguindo a obrigação tributária mediante a sua compensação, pois se 
guarda como pressuposto a existência de duas relações jurídicas inversas, nas 
quais o credor, na primeira relação, apresenta-se como devedor na segunda e 
assim por diante. 
Essa compensação encontra-se prevista no art. 156 do CTN, que é o 
encontro de débitos e créditos com as mesmas partes no âmbito tributário. A 
compensação ocorre somente mediante lei que a autorize e, de acordo com suas 
particularidades, como forma de extinção opera efeitos não somente sobre o 
crédito tributário, mas também sobre o dever jurídico disposto pelo contribuinte, 
o que encontra, ainda, disposição legal nos art. 170 e 170-A da mesma 
legislação (Brasil, 1966). 
De modo que a lei pode autorizar a compensação de créditos tributários 
com créditos líquidos, certos, vencidos ou vincendos dosujeito passivo contra a 
Fazenda Pública, porém, destaca-se que é vedada a realização da 
compensação de tributos que estejam sendo discutidos judicialmente 
(usualmente, a discussão é se o tributo é ou não devido e se a quantia cobrada 
 
 
15 
está correta). Nesses casos, a matéria só poderá ser objeto de compensação 
após o término do processo. 
Sobre os tributos em que o próprio contribuinte faça o lançamento por 
homologação, em que ele preencha os dados e realize o pagamento do tributo 
– por exemplo, Imposto de Renda –, ao se falar em compensação por tributos 
sujeitos a lançamento por homologação, cabe ressaltar que tais tributos são 
aqueles aos quais a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o 
pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. O lançamento se 
opera pelo ato no qual a referida autoridade toma conhecimento da atividade 
exercida pelo obrigado e a homologa expressamente, conforme o art. 150 do 
CTN (Brasil, 1966). Por exemplo, no momento da realização do lançamento, 
lançam-se os créditos que foram compensados (exemplo: Imposto de Renda 
compensado). 
Portanto, a compensação nada mais é do que uma espécie da restituição, 
pois os dois institutos representam crédito do contribuinte em face do Fisco. E, 
para que se possa realizar seu exercício, devem estar previstos requisitos 
comuns e próprios, na legislação. Percebe-se, então, que tal instituto tem o efeito 
de realizar a justiça tributária, assegurando ao contribuinte um direito 
constitucionalmente previsto (Brasil, 1988b). 
TROCANDO IDEIAS 
A isenção ocorre em um ou mais critérios da regra-matriz de incidência 
tributária. Leia o texto: Responsáveis por deficientes poderão registrar veículo 
com isenção (2019), disponível em: 
<https://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI311060,21048-
Responsaveis+por+deficientes+poderao+registrar+veiculo+com+isencao>, 
para continuarmos nossos estudos. 
Verificamos, pela leitura realizada, que os representantes de incapazes 
por deficiência podem registrar em seu próprio nome veículos adquiridos com 
isenção de IPI, nos casos em que a aquisição tenha sido financiada com 
recursos dos representantes. 
Essa isenção já era prevista para pessoas portadoras de deficiência física, 
conforme a Lei n. 8.989/1995, que dispõe sobre a isenção do IPI na aquisição 
de automóveis para utilização no transporte autônomo de passageiros, bem 
 
 
16 
como por pessoas portadoras de deficiência física e dá outras providências 
(Brasil, 1995). 
Além disso, a título exemplificativo, no site do Departamento de Trânsito 
do Paraná (Detran-PR, S.d.), é possível consultar informações sobre isenção de 
impostos para pessoas com deficiência, conforme matéria no link: 
<http://www.detran.pr.gov.br/servicos/Veiculo/Idosos-e-pessoas-com-
deficiencia/Consultar-informacoes-sobre-isencao-de-impostos-para-pessoas-
com-deficiencia-PlNa5JNO>. 
Discutam sobre a regra-matriz de incidência tributária e, analisando 
aquela lei (Brasil, 1995) e a notícia (Responsáveis, 2019), verifiquem a qual 
aspecto se refere a isenção (material, espacial, temporal e/ou pessoal). 
NA PRÁTICA 
Com base no que estudamos em relação à isenção, daremos atenção 
agora à Lei n. 10.559/2002. Essa lei dispõe sobre anistiados políticos e a isenção 
de que estamos falando é sobre o Imposto de Renda sobre Aposentadoria 
Excepcional do Anistiado (Brasil, 2002). O art. 9º da lei fixa a isenção: 
Art. 9o Os valores pagos por anistia não poderão ser objeto de 
contribuição ao INSS, a caixas de assistência ou fundos de pensão ou 
previdência, nem objeto de ressarcimento por estes de suas 
responsabilidades estatutárias. 
Parágrafo único. Os valores pagos a título de indenização a anistiados 
políticos são isentos do Imposto de Renda. (Brasil, 2002) 
Dessa forma, todas as pessoas que foram declaradas anistiadas políticas 
têm direito à isenção do Imposto de Renda, conforme matéria disponível em: 
<http://boletimjuridico.publicacoesonline.com.br/anistiado-politico-tem-direito-a-
isencao-de-imposto-de-renda-sobre-proventos-de-aposentadoria-2/> (Anistiado, 
2019). 
Assim, para a verificação da isenção, em observância da lei que a criou 
(Brasil, 2002), destaca-se a possibilidade de identificar quais critérios ela está 
abrangendo, ou seja, como será determinada a não incidência dessa forma de 
exclusão do crédito tributário. Portanto, a isenção pode excluir um ou vários 
aspectos da hipótese de incidência tributária. Pense qual(is) critério(s) é possível 
apontar que ocorreu(ram) nessa isenção, lembrando que os critérios podem ser: 
espacial (que afasta a possibilidade de uma lei tributária incidir em determinada 
região ou território); temporal (que exclui a possibilidade de a lei tributária incidir 
 
 
17 
durante certo período sobre uma região ou grupo de contribuintes ou todas as 
regiões ou grupos que anteriormente alcançava); pessoal (que afasta o alcance 
da lei de um grupo de pessoas físicas ou jurídicas); e material (que diminui o 
alcance do fato gerador ou reduz a base de cálculo ou a alíquota aplicável ao 
cálculo do montante do tributo devido). 
FINALIZANDO 
Nesta aula, verificamos as duas modalidades de exclusão do crédito 
tributário, sendo elas: isenção e anistia. 
A isenção é a possibilidade de a hipótese de incidência tributária não 
alcançar determinadas pessoas físicas ou jurídicas, por alterar parcialmente um 
ou mais de seus aspectos, ou seja, significa a não incidência da norma jurídica 
tributária, com a dispensa do pagamento de determinado tributo. 
A anistia refere-se à dispensa do pagamento das penalidades pecuniárias 
devidas por irregularidades no pagamento da obrigação tributária. Nesse caso, 
a não incidência abrange a penalidade devida pela ausência de recolhimento do 
tributo. Destaca-se que o tributo continua sendo devido; apenas a penalidade 
pecuniária que não. Além disso, essa dispensa de pagamento não engloba os 
atos qualificados como crimes ou contravenções. 
Vimos também sobre as garantias e privilégios do crédito tributário, que 
estão dispostas nos art. 183 a 193 do CTN (Brasil, 1966). Estudamos a 
administração tributária e suas funções, bem como que ela está vinculada à lei 
ou à norma técnica, já que a administração executa suas atividades com 
responsabilidade técnica e legal. 
A Administração Pública tributária, disposta no art. 194 do CTN, aparece 
para exprimir a competência da União, estados, Distrito Federal e municípios de 
legislar e fixar o poder de fiscalização sobre tributos regidos pelo CTN (Brasil, 
1966). Dessa forma, a Administração Pública tributária possui poderes extensos 
e tentaculares sobre a sociedade, no sentido de que o Estado, além de poder 
exigir o pagamento da dívida, terá a possibilidade de investigação do direito de 
crédito. 
Em nosso último tema desta aula, vimos sobre a restituição e a 
compensação tributária, que se referem à restituição de tributos, conforme 
disposição legal nos art. 165 e seguintes do CTN (Brasil, 1966). 
Nas aulas futuras, daremos continuidade aos nossos estudos. Até lá! 
 
 
18 
REFERÊNCIAS 
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ANISTIADO político tem direito à isenção de imposto de renda sobre proventos 
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