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CASO CLÍNICO 1: S.S.S, sexo feminino, 32 anos. Queixa principal: Fraqueza muscular progressiva e fadiga há 15 dias. História da moléstia atual: Paciente relata que há cerca de dois meses notou “visão borrada” com piora à noite e ao fazer leituras prolongadas, com melhora ao acordar. Marido refere que, durante o mesmo período, percebeu que as pálpebras da paciente estavam ficando mais baixas. No último mês passou a apresentar cansaço da mandíbula ao final das refeições e dificuldade de deglutição, se engasgando com alimentos sólidos. Há cerca de quinze dias, evoluiu com alteração na fala, fraqueza muscular progressiva iniciada em MMSS, com dificuldade para pentear o cabelo, que progrediu para MMII, prejudicando a deambulação a ponto de necessitar de cadeira de rodas. Relata quadro de fadiga e cansaço proeminentes ao final do dia, principalmente nos dias mais estressantes. Discussão Trata-se de miastenia gravis, uma doença autoimune da junção neuromuscular na qual ocorre a produção de anticorpos que atuam contra os receptores nicotínicos da acetilcolina, localizados na membrana pós-sináptica da placa motora. Pode acometer qualquer faixa etária, com maior incidência na terceira e quarta décadas de vida, predominantemente em mulheres. As principais manifestações clinicas são fraqueza muscular, principalmente nos músculos bulbares e faciais, podendo afetar também os grupo musculares proximais dos membros. Na miastenia gravis, o quadro piora consoante ao grau de atividade muscular e melhora após repouso. Comumente se inicia nos músculos oculares, resultando em visão dupla e ptose. Apesar de o envolvimento dos músculos respiratórios ser menos comum, pode ameaçar a vida. Os casos nos quais o músculos da respiração estão extremamente comprometidos causando alterações significativas da ventilação são denominados de crise miastênica. a) Descreva os eventos que estão ocorrendo na junção neuromuscular desta paciente e compare com a junção neuromuscular normal. R: Existe uma predisposição genética para se desenvolver essa condição; infecções, cirurgias, e alguns medicamentos podem desencadear o quadro; normalmente a acetilcolinesterase degrada o excesso de acetilcolina presente na fenda sináptica; na pessoa com a miastenia há deformidades na fenda sináptica; a pessoa possui anticorpos que bloqueiam os receptores de acetilcolina, logo, a acetilcolina não consegue se ligar; a acetilcolinesterase; os receptores na fibra muscular são nicotínicos, e nessa doença os anticorpos ocupam esses receptores, e a acetilcolina é rapidamente degradada, e a pessoa sofre sintomas de acetilcolina; ao inibir a acetilcolinesterase a acetilcolina tem mais chance de competir com anticorpos pela ligação ao receptor; o corticoide reduz a produção de anticorpos CASO CLÍNICO 2: Paciente de 25 anos deu entrada na emergência com precordialgia de início há 1 hora. Encontrava-se agitado, midriático, hipertenso (190X100mm Hg), taquicárdico. Quando questionado sobre uso de drogas relatou ter utilizado cocaína. Foi encaminhado para setor onde seria monitorizado e colhidos exames para monitoramento e tratamento adequados. A cocaína (benzoilmetilecgonina ou éster do ácido benzóico) é um alcalóide usado como droga, derivada do arbusto Erythroxylum coca, com efeitos anestésicos e cujo uso continuo, pode causar outros efeitos indesejados como dependência, hipertensão arterial e distúrbios psiquiátricos. a) Descreva as ações deste fármaco nos diferentes receptores simpáticos no organismo. R: • Mecanismo de ação da cocaína no SNC: • Aumentar a liberação e prolongar o tempo de atuação dos neurotransmissores dopamina, noradrenalina e serotonina, os quais são atuantes no cérebro • Atua bloqueando o transportador de dopamina e, quando em concentrações maiores, os transportadores de serotonina e noradrenalina • Devido a este bloqueio, a cocaína reduz a recaptação, aumentando a concentração desses neurotransmissores na fenda sináptica, potencializando a neurotransmissão o que pode ser apontado como responsável pelo efeito estimulatório da droga https://pt.wikipedia.org/wiki/Alcal%C3%B3ide https://pt.wikipedia.org/wiki/Droga https://pt.wikipedia.org/wiki/Erythroxylum_coca • Com o tempo, pode ocorrer downregulation a partir do excesso desses neurotransmissores; logo, quanto mais tempo passar menor a ação da quantidade de cocaína que é usada, logo, doses maiores serão usadas para tentar causar efeito • A cocaína liga-se a bomba de recaptação da dopamina e bloqueia sua função: • Mais dopamina permanecerá na fenda sináptica • Aumento da concentração, do tempo de permanência e da intensidade de ação da dopamina sobre seus receptores • Resultando em um quadro de euforia e prazer muito mais intenso do que as situações que estimulam naturalmente • Modelo de ação semelhante a dopamina: • Atua na modulação do humor • Atua no controle dos impulsos • Também age no sistema de recompensas • É um inibidor dos transportadores de noradrenalina: • Aumenta a concentração e FC; a velocidade e clareza do pensamento • Aumenta taquicardia, hipertensão, midríase, diaforese e hipertermia • Aumenta destreza dos músculos, inibe a dor e aumenta a tensão arterial • Outros efeitos: • Bloqueia canais de sódio – o que resulta em sua ação como anestésico local • Vasoconstrição – por isso pode afetar qualquer órgão • Sequelas – IAM, isquemia e hemorragia cerebral, isquemia intestinal, isquemia renal • Tratamento de uma descarga adrenérgica: • Benzodiazepínicos IV: (Diazepam), são fármacos que vão ativar e aumentar a ação das vias neuronais gabaérgicas • GABA – é um neurotransmissor inibitório, que vai diminuir as funções que foram estimuladas pelo uso da cocaína • EFEITOS – é preciso ter cuidado com o uso de betabloqueadores para parar uma resposta adrenérgica, as catecolaminas, norepinefrina e a epinefrina no sangue circulante vão parar de se ligar nos beta-bloqueadores e vão começar a se ligar nos receptores alfa-1-adrenérgicos dos vasos sanguíneos; isso pode fazer a pressão subir ainda mais, causando vasoconstrição severa e por ex, um AVE • A cocaína é um forte potenciador do SNS, tanto no cérebro quanto na periferia • Paciente midriático, taquicárdico, hipertenso – pensar em possibilidade de ser usuário de cocaína CASO CLÍNICO 3: Paciente de 60 anos deu entrada na emergência com frequência cardíaca de 40, foi realizado eletrocardiograma que evidenciou bloqueio átrio-ventricular total. a) Descreva o mecanismo de ação da atropina. Ela teria alguma ação benéfica no caso do paciente descrito acima? R: • Mecanismo de ação da atropina: • Se baseia no bloqueio reversível dos receptores muscarínicos (M1 – M5), competindo com a acetilcolina e os colinomiméticos pelo sítio de ligação, como consequencia o coração não recebe estímulo para desacelerar • Em relação a musculatura cardíaca, a ativação dos receptores do tipo M2 resultam na diminuição da atividade cardiovascular, em razão da diminuição do AMPc, diminuição da concentração de cálcio e aumento da concentração de K+ • A combinação desses efeitos acarreta na redução da frequência cardíaca, ou seja, ao se administrar a atropina esses efeitos serão inibidos • A acetilcolina precisa do receptor muscarínico para entrar e desacelerar o coração, ou seja, a atropina vai impedir a ação da acetilcolina, mantendo o coração acelerado • Bloqueio dos receptores m2 na musculatura cardíaca; o bloqueio dos receptores m1 pré-funcionais do nodo sinoatrial, provocando leve taquicardia; aumento da força de contratilidade cardíaca; as art. coronarianas e o leito vascular dos m. esqueléticos sofrem bloqueio da vasodilatação; a acetilcolina não consegue entrar no coração, não permitindo que o coração desacelere • Uma pessoa muito bradicárdica = solução é a utilização da atropina para aumentar a FC; a atropina inibe a ação da acetilcolinae vai permitir que a adrenalina administrada possa agir, aumentando a FC • Não indicados: • Pacientes taquicárdicos • Pacientes com instabilidade cardiovascular em hemorragia aguda • Hepatopatias • Pacientes com úlceras severas • Indicado: • Arritmias cardíacas • Mal de Parkinson • Bradicardia sinusal • Intoxicação por inseticidas • Relaxante muscular: • Tem ação central que atua fazendo uma inibição, e a ação periférica vai ser quando a pessoa possui simplesmente uma dor muscular normal • Na ação central vai ser utilizados em pessoas com fibromialgia, cefaleia, pessoas com espasmos musculares em grandes quantidades • Um dos efeitos é a inibição da acetilcolina com o receptor, diminuindo a contração muscular naquele local, relaxando a musculatura Discussão
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