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CACD História do Brasil - Período Colonial - A configuração territorial na América Portuguesa

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1 – Período Colonial
OBS.: Esse material é um resumo próprio do primeiro ponto do edital (tópico 1.1) do Concurso de Admissão à Carreira Diplomática e ele pode sofrer alterações com o passar do tempo. Cópias não são autorizadas.
1.1 A configuração territorial da América portuguesa:
Ao chegar a terra que posteriormente passou a ser chamada de Brasil, os portugueses encontraram povos nativos aos quais denominaram de índios e classificaram como selvagens. Ainda assim, para que fosse estabelecido a configuração territorial, os portugueses contaram com a participação de alguns ameríndios que os ensinaram como a terra funcionava, o que poderia ser consumido e aonde encontrar as principais riquezas da região. Contudo, é errôneo afirmar que os nativos não resistiram a colonização portuguesa, eles resistiram tanto a invasão da terra, quanto a escravidão. Ainda assim, muitos se submeteram ou foram submetidos a violências físicas e culturais que resultou na diminuição considerável dos povos indígenas e na miscigenação da população.
Devido as ameaças á posse do Brasil praticada principalmente pela pirataria francesa por não reconhecer o Tratado de Tordesilhas (1494), foi necessário que Portugal realizasse algumas políticas para a colonização e ocupação efetiva da terra. A exploração da terra começou por um sistema de feitorias, baseado no que já era feito na costa africana. Fernão de Loronha (ou Noronha) recebeu o monopólio comercial, obrigando-se em troca a enviar seis navios a cada ano para explorar 300 léguas (cerca de 2 mil quilómetros) da costa e a construir uma feitoria. Esse sistema durou pouco, pois após o período de 3 anos quando o consórcio chegou ao fim, a Coroa portuguesa tomou a exploração da nova terra em suas mãos.
Em 1530 iniciou-se a expedição de Martim Afonso de Sousa que é considerado por muitos como o ponto de transição entre o velho mundo e o novo mundo. Ela tinha por objetivo patrulhar a costa, estabelecer uma colônia através da concessão não-hereditária de terras aos aos povoadores que trazia (São Vicente, 1532) e explorar a terra, tendo em vista a necessidade de sua efetiva ocupação. Essa expedição chegou ao fim em 1533, período o qual Dom João III decidiu-se pela criação das capitanias hereditárias.
As capitanias funcionaram da seguinte forma: o Brasil foi dividido em quinze quinhões, por uma serie de linhas paralelas ao equador, há que defenda que essas linhas eram assimétricas de acordo com os elementos naturais da terra, que iam do litoral ao meridiano de Tordesilhas, sendo os quinhões entregues aos chamados capitães-donatários. Eram pessoas que possuíam ligação com a Coroa, mas acabou sendo um grupo diversificado composto de gente da pequena nobreza, burocratas e comerciantes. Os donatários após receber a doação da Coroa, se tornam possuidores, mas não proprietários da terra, ou seja, eles não podiam vender ou dividir a capitania, cabendo ao rei o direito de modificá-la ou extingui-la. Ainda assim, eles possuíam extensos poderes tanto na esfera econômica (arrecadação de tributos) como na esfera administrativa. Parte dos tributos devidos à Coroa cabiam também aos capitães-donatários. Eles possuíam o monopólio da justiça, autorização para fundar vilas, doar sesmarias (extensão de terra virgem cuja propriedade era doada a um sesmeiro, com a obrigação - raramente cumprida - de cultivá-la no prazo de 5 anos e de pagar o tributo devido à Coroa), alistar colonos para fins militares e formar milícias sob seu comando. Com exceção das Capitanias de São Vicente e Pernambuco, as outras fracassaram em maior ou menos grau, por falta de recursos, desentendimentos internos, inexperiência, ataques de índios, elas foram aos poucos retornando ao poder da Coroa. Entre 1752 e 1754, o Marquês de Pombal completou praticamente o processo de passagem das capitanias do domínio privado para o público.
Sendo assim, as Capitanias, apesar do fracasso, foi uma forma que a Coroa encontrou de ocupar as terras sem demandar grande capital público, pois os donatários entravam como investidores. Além disso, as sesmarias foram consideradas as percursoras do que viria a ser a política da Metrópole de optar pela grande propriedade para a plantação nas terras, chamado também de plantation. Apesar de hoje, já termos estudos que comprovem que a Coroa também incentivava pequenos produtores com produtos diversos para o consumo local, perdurando até hoje ao termos no Brasil poucos produtos de destaque exportador, em especial se comparado com o número de importações praticadas.
1.1.1 - TRATADOS:
Segunda parte do livro navegantes, bandeirantes e diplomatas (fichamento):
· Bandeirantes:
· Grandes agrupamentos: adentravam os sertões , divididos em unidades militares, bem armados, às vezes até acompanhados pelos agentes básicos das comunidades urbanas, como juízes, padres, tabeliães e policiais;
· Expedições fluviais: mapeavam o espaço a procura de rios;
· Corpos armados de sertanistas: como o de Domingos Jorge Velho, contratado em 1694 pelo Governo-Geral para guerrear os negros do Quilombo de Palmares, em Alagoas.
· Grupos pequenos: quase nunca passavam de 50 homens, saíam à procura de pedras e metais preciosos.
· Muitas pessoas acham que o movimento dos bandeirantes só ocorreu devido a União Ibérica, porém vários autores já contestaram o fato de que apesar da união, ainda era bem dividido as áreas, leis e costumes entre Portugal e Espanha. Dessa forma, apesar do movimento ter surgido na época da União Ibérica, não era tão simples assim passar de uma área para outra. De toda forma, supõe-se que a Espanha tenha sido mais condescendente com os bandeirantes que avançavam em seu território, do que teriam sido caso o rei espanhol não fosse o mesmo rei do trono português. Ainda assim, o movimento bandeirante iria acontecer mesmo sem a União Ibérica, mas a mesma contribuiu também pelo fato de que Portugal perdeu muitas terras aos Holandeses nessa época - tanto no nordeste do Brasil, quanto na África - o que ocasionou na diminuição de escravos negros e na procura por uma alternativa vista pelos bandeirantes como a necessidade de escravizar os nativos indígenas.
· Cassiano Ricardo – Marcha para Oeste: um dos autores que mais frisa a relação entre bandeirantes e fronteiras em vários trechos de sua obra. "Não se pode falar em fronteira sem o argumento da penetração histórica"
Synesio Goes fala sobre a influência dos índios tupis nos bandeirantes e como esses índios acreditavam na formação de uma grande ilha no continente americano chamado de Pindorama, posteriormente retratado pelos estudiosos como a Ilha Brasil, ali já definia os primeiros traços do território brasileiro que vemos hoje.
· Tratado de Utrecht (1715) - pôs fim à guerra de sucessão espanhola e estabeleceu o limite da fronteira brasileira na Guiana Francesa com o Amapá (estabeleceu que esse estado pertencia a Portugal), além disso, foi estabelecido que a colônia de Sacramento (atualmente em território uruguaio) pertencia a Portugal, o que só foi renegociado com o Tratado de Madri.
· Tratado de Madri (1750) - feito para substituir o Tratado de Tordesilhas em que ambos reis da Espanha e de Portugal afirmavam ter ultrapassado os limites do tratado anterior e que agora seriam estabelecidos novos limites utilizando o princípio de uti possidetis (quem possui de fato, deve possuir de direito). A colônia de Sacramento passaria ao domínio espanhol enquanto os Sete Povos das Missões passaria a domínio português.
· Tratado de El Pardo (1761) - anulou todos os acordos feitos no Tratado de Madri. Tendo em vista que os portugueses não conseguiram ocupar a região dos Sete Povos pacificamente, pois nela continha muitos aldeamentos indígenas organizados por jesuítas espanhóis. Sendo assim eles não quiseram entregar a colônia do Sacramento aos espanhóis.
· Tratado de Santo Idelfonso (1777) - os espanhóis mantiveram a colônia de Sacramento e a região dos Sete Povos das Missões (grande parte do território do RS e Uruguai); em troca reconheceram a soberania dos portugueses sobre a margemesquerda do rio da Prata. Cederam pequenas faixas fronteiriças para compensar as vantagens obtidas no sul e devolveram a ilha de Santa Catarina ocupada alguns meses antes.
· Tratado de Badajoz (1801) - assinado após a Guerra Peninsular (1801), por esse novo tratado Portugal cedia metade do território do Amapá à França (atual Guiana Francesa). Ele não estabeleceu a soberania portuguesa sob os Sete Povos das Missões, somente em 1804 um acordo entre o vice-rei do Rio da Prata e o governador do Rio Grande reconheceria a autoridade portuguesa na área.
· Tratado de Fontainebleau (1807) - foi um diploma assinado em segredo entre França e Espanha, dividindo o solo português e permitindo que as tropas francesas -passassem pelo território espanhol para invadir Portugal. Foi o tratado que proporcionou a vinda da família real para o Brasil.
· Tratado de Paz e Aliança (1825) - D. João VI reconheceu a independência do Brasil somente em 1825 depois de demoradas negociações e mediante indenizações, ainda assim tendo reservado para si o título de imperador do novo país e assinando que ele concedia a transferência da soberania sobre o território americano, que só ele detinha, ao reino do Brasil, sob a autoridade de seu filho. Negociação mediada pela Coroa Britânica;
· Tratado de Bogotá (1907) - assinado entre Brasil e Colômbia, visando estabelecer, de modo amigável e definitivo, as fronteiras entre os dois países;
Fontes:
História do Brasil - Boris Fausto
Navegantes, Bandeirantes e Diplomatas - Parte 2

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