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tcc 24 de maio 2021 (1)

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Preconceito linguistico e escola: uma pesquisa bibliográfica.
CORDEIRO, Mariana, 1362387
SOBRENOME, Nome do orientador (o nome do Corretor deve ser colocado após a primeira postagem)
RESUMO 
O preconceito linguístico é um julgamento que menospreza as variedades linguísticas (Rique, 2011). Esse preconceito se faz presente em todas as esferas da sociedade, relacionado a outros preconceitos e tem como uma das suas consequências a violência como outras formas de preconceito. Portanto deve-se discutir sobre esse preconceito na escola e o trabalho do professor frente a esse tema. Para isso, no presente trabalho objetivou-se conhecer o preconceito linguístico que é, como começou e se existe nas escolas e como são realizadas intervenções contrárias ao avanço deste preconceito. Para esse fim utilizou-se como método de pesquisa bibliográfica, utilizando-se o que já está descrito na literatura sobre o tema, especialmente disponíveis nas plataformas digitais com a pesquisa dos descritores abaixo, sozinhos ou relacionados. Os estudos apontam que esse preconceito é comum a partir de classes nobres que menosprezam ou desconhecem as variedades linguísticas.Esse preconceito originou-se no Brasil possivelmente com a colonização sendo a língua parte da cultura, a fala que escapava da língua dominante era considerada erro. Esse fato ainda reflete no trabalho de alguns professores, mas os Parâmetros Curriculares Nacionais e as pesquisas sugerem que o trabalho do professor seja para além de apontar o erro e sim ocorra uma reflexão junto aos alunos frente a esse preconceito para sua eliminação. Pois, sugere-se que esse trabalho por alcançar número significativo de pessoas na sociedade auxiliará na redução de outros preconceitos.
Palavras-chave: Preconceito Linguistico. Preconceito. variedades linguísticas. professor. escola
 
1. INTRODUÇÃO 
De acordo com os Parâmetros Nacionais Curriculares (PNC) “[...] Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional, notam-se diferenças de pronúncia, de emprego de palavras, de morfologia e de construções sintáticas[...]” (BRASIL, 1998, p. 29). Isso pode estar relacionado às diversas línguas presentes em território brasileiro e que corroboram com a diversidade cultural (DE OLIVEIRA, 2010) e também as variedades linguísticas decorrentes de variações sociais e culturais (BRASIL, 1998).
Bagno (2008) nos diz que existe na fala uma norma padrão, uma gramática a ser seguida, porém, a língua foge desta norma e possui variedades. Variedades linguísticas que não são fixas pois, podem identificar os falantes de comunidade por seus valores, mas, também um mesmo espaço pode apresentar mesclas destas variedades (BRASIL, 1998). Além das variedades de um idioma devemos considerar a pluralidade de línguas faladas em um país sendo que, “[...]”no Brasil, totalizam por volta de 200 idiomas[...]” (DE OLIVEIRA, 2010, p. 1). 
Infelizmente em um país com uma pluralidade de variedades linguísticas os estudos apontam que “Características linguísticas da fala de pessoas de classes sociais menos prestigiadas e de pessoas menos escolarizadas são, em geral, estigmatizadas e desvalorizadas.” (Gorski, Coelho, 2009, p.82). 
Se observamos através de classes dominantes e os meios de comunicação como rádio e TV, uma demonstração da maneira certa de falar (Bagno, 2008). Estudos referem que ao apontar-se o “erro” na fala do outro “[...] a língua se torna um veículo de preconceito e exclusão." (Gorski, Coelho, 2009, p.82), então inicia-se o preconceito linguístico.
De acordo com Bagno (2008) se fala sobre outros tipos de preconceito diariamente, porém, o preconceito linguístico é deixado à margem e precisa ser trabalhado pois ocasiona em prejuízos individuais e coletivos. 
O preconceito linguístico é, todo juízo de valor negativo (de reprovação, de repulsa ou mesmo de desrespeito) às variedades linguísticas de menor prestígio social (BAGNO, 2008). 
As variedades linguísticas muitas vezes são vistas como um problema que deve ser resolvido (melhor dizendo, extirpado) pela escola.” (Gorski, Coelho, 2009, p.82). Isso pode-se advir da construção histórica da unificação da língua, do desconhecimento sobre a cultura do outro e do preconceito.
Mas o papel da escola é “[...] refletir sobre os fenômenos da linguagem, particularmente os que tocam a questão da variedade linguística, combatendo a estigmatização, discriminação e preconceitos relativos ao uso da língua” (BRASIL, 1998b, p. 59), ou seja, o papel principal da escola não é trabalhar o “erro” presente na linguagem oral e sim discutir as variedades linguisticas amenizando o precoceito.
Ao considerar o exposto acima torna-se objetivos deste trabalho:
Objetivo geral: conhecer sobre o tema preconceito linguístico e escola através do que já está descrito na literatura.
Objetivos específicos:
Investigar a existência de preconceito linguístico nas escolas;
Identificar as intervenções de combate ao preconceito linguístico nas escolas;
Facilitar o acesso ao tema por parte dos professores;
Desta forma, através da presente pesquisa bibliográfica considerando o que já existe na literatura sobre o tema, buscou-se compreender e sintetizar o assunto a fim de facilitar o acesso por parte dos professores e combater o preconceito linguístico nas escolas ou seja, realizou-se um apanhado do tema facilitando o acesso para aqueles que apresentam interesse, principalmente os professores, auxiliando na sua prática pedagógica.
2. PRECONCEITO LINGUÍSTICO E ESCOLA
2.1 O QUE É PRECONCEITO
	Orsi (2011) define preconceito como:
“[...] a ideia, a opinião ou sentimento que pode influenciar ou levar o indivíduo à intolerância, à atitude de não reconhecer e admitir a opinião diversa e por isso, vir a reagir com violência e agressividade em certas situações” (ORSI, p. 341, 2011).
	 Além disso, Crochík (1996) aponta que o indivíduo que porta o preconceito, não realiza só um tipo de preconceito mas, também apresenta-o em relação a outras pessoas e tipos de preconceito.
De acordo com Pereira (2010) o preconceito torna-se comum nas minorias pois, são utilizadas justificações para comportamentos preconceituosos e assim estes comportamentos são vistos como necessários na sociedade. De acordo com o aspecto supracitado Dovidio e Gaertner (2000) e Pereira (2010), referem que as pessoas mesmo não sendo preconceituosa, as vezes realizam a discriminação uma vez que justificam sua ação.
Cordeiro (2012) considera a definição de preconceito de caráter individual e social. Uma vez que Crochik (1996) et al Allport(1946) e Adorno (1965), referem que o preconceito não é inato e desenvolve-se individualmente como fruto das relações individuais. Desta forma o preconceito é uma construção histórica da pessoa porém, ele é realizado em sua maioria individualmente, onde a pessoa preconceituosa tende a distanciar ou evitar contatos com grupos, os quais considera de ideais negativos (VASCONCELLOS, 2004). 
De acordo com Cordeiro (2012) a pessoa constitui e é constituída a partir dos lugares que frequenta (escola, loja) pessoas que têm contato (amigos, personagens da mídia) e desta forma, é através dessas relações que o preconceito se origina.
A pesquisa de Manuel et al (2015) aponta que o preconceito se origina no ser humano na terceira infância, sendo essa afirmação de suma importância visto que a terceira infância abrange a idade de 6 aos 13 anos momento que as crianças estão obrigatoriamente frequentando as escolas.
Com isso, sugere-se que o preconceito está presente na sociedade e consequentemente na escola, originando-se em fase escolar de maneira individual, porém, como resultado da sociedade, por isso, a escola deve ser espaço de discussão das diferenças.
2.2 VARIEDADES LINGUÍSTICAS
Na fala há uma imposição da variedade-padrão, norma padrão, gramática a ser seguida como referencial exclusivo para todas as circunstâncias de interação (CAMACHO, 2004; BAGNO, 2008). Porém, cada fala apresenta variedades, que fogem a essa norma (BAGNO, 2008)“[...] (a) em função da identidade social do emissor; (b) em função da identidade social do receptor; (c) em função das condições sociais de produção discursiva[...]” (CAMACHO, 1988). 
As variedades podem ser dialetais as quais são geográficas, socioculturais e históricas e as estilísticas, que referem-se ao grau de formalidade da situação bem como ajustes do emissor e interlocutor (CAMACHO,2004)
Apesar do fato de que existe uma variedade padrão, através da condição social e cultura a pessoa apresenta variedades em sua fala, assim a variedade linguística é resultado da diferenciação de constituição de cada indivíduo (DE MENDONÇA, 2012). Nesse sentido, o modo de falar demonstra as características pessoais do indivíduo (CAMACHO,2004).
As variedades linguísticas não são fixas pois, podem identificar os falantes de comunidade por seus valores, mas, também um mesmo espaço pode apresentar mesclas destas variedades (BRASIL, 1998).
Considera-se verdadeira a hipótese de que através do contato com os falantes de uma língua a pessoa adquire a língua e quanto maior o contato entre os falantes mais sua fala se assemelha (CAMACHO, 2004).
No Brasil apresenta-se um número considerável de variedades linguísticas sugere-se que o principal fator é a má distribuição de renda e acesso restrito da cultura dominante (BORTONI-RICARDO, 2005).
2.3 PRECONCEITO LINGUÍSTICO 
Segundo Orsi (2011), a linguagem é individual e desta forma é expressa de maneiras diferentes pelos indivíduos. Conforme relata Orsi (2011) o ser humano usa a linguagem para se expressar porém, está é modificada e limitada pelos tabus e preconceitos. E infelizmente esse preconceito está sendo mantido no nosso dia a dia na televisão, rádio que tentam propor o que é o certo e errado em nossa língua (RIQUE, 2011).
Desta forma, o preconceito linguístico “[...] nada mais é do que um julgamento que menospreza as variedades linguísticas'' (RIQUE, 2011, p. 03). Nesse sentido, o preconceito linguístico é, todo juízo de valor negativo (de reprovação, de repulsa ou mesmo de desrespeito) às variedades linguísticas de menor prestígio social (BAGNO, 2008).
 Gorski e Coelho (2009) referem que na sociedade as pessoas de classes sociais menos prestigiadas ou escolarizadas têm suas características linguísticas de fala estigmatizadas e desvalorizadas. Assim, na sociedade “muitas pessoas acham que falar uma variedade diferente da variedade padrão é um problema sério para a sociedade, uma manifestação de inferioridade.” (Gorski, Coelho, 2009, p.82). 
Segundo Bagno (1999) o preconceito linguístico está intimamente relacionado a outros preconceitos como: preconceito socioeconômico pois, sugere-se que pessoas de classes mais pobres possuem variedades linguísticas que fogem do imposto e é isso torna um meio de exclusão e preconceito; preconceito regional devido às manifestações de repulsa a sotaque e regionalismo das áreas mais pobres; preconceito cultural observado principalmente em músicas as quais não fazem uso da linguagem formal; Racismo, palavras que elementos da cultura africana sendo utilizados com outro significado; Homofobia, a partir da consideração de que algumas expressões fazem parte apenas da linguagem de pessoas LGBT, sendo ironizada ou não utilizada por pessoas avessas a esse grupo social.
Torna-se nos pontos supracitados os preconceitos e exclusões na língua. Isso porque “apontar o “erro” da fala do outro estamos reforçando a desigualdade social” além disso, ao tentar impor padrões uniformizantes na fala do outro estamos sendo preconceituosos (ORSI, 2009). Desta forma devemos considerar que em nossa língua não existe norma padrão, a fim de não seguir os conceitos preconceituosos da classe dominante e da mídia.
Bagno (2008) refere que se fala sobre outros tipos de preconceito diariamente, porém, o preconceito linguístico é deixado à margem e precisa ser trabalhado pois ocasiona em prejuízos individuais e coletivos. Os prejuízos deste preconceito são parecidos com as outras formas de preconceito, sendo uma delas a violência, e de acordo com Bagno (1999) também ocorre o aumento dos demais preconceitos relacionados ao preconceito linguístico (aqueles supracitados).
2.4 PRECONCEITO LINGUÍSTICO NO BRASIL
Segundo Rodrigues (1985) com o processo cultural da sociedade dividida de acordo com raças e classes, com vitória sobre uma terra impunha, impunha a unificação da língua a língua vitoriosa. Sendo assim, no Brasil desde que ele foi colonizado se impôs uma língua. 
“[...] O Brasil, onde durante três séculos combateram várias línguas indígenas e negras contra uma branca, não havia nem paz cultural, nem paz linguística." (RODRIGUES, 1985, p.42). Rodrigues (1985) informam que os imigrantes e descendentes também passaram por essa coibição cultural e linguística, visto que a língua é parte da cultura e que isso não foi um processo pacifico.
De acordo De Oliveira (1985) se considerarmos que no Brasil se fala a língua portuguesa, estamos deixando de considerar as diversas línguas que se fazem presente em nosso país, isso pode estar relacionado ao preconceito linguístico, desinformação ou estratégia política.
Desta forma, no Brasil embora exista apenas uma língua nacional, o país “[...] é riquíssimo em variantes linguísticas e o reflexo dessa diversidade se dá na fala dos brasileiros” (RIQUE, 2012, p.04).
A língua carrega variações linguísticas e também sociais, culturais como por exemplo: faixa etária, gênero e grau de escolarização. (TARALLO, 1994). sendo possível “[...]em um mesmo espaço social convivem mescladas diferentes variedades linguísticas, geralmente associadas a diferentes valores sociais” (BRASIL, 1998, p. 29)
Desta forma, observa-se no Brasil
[...] diferenças de pronúncia, de emprego de palavras, de morfologia e de construções sintáticas, as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões, como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala. (BRASIL, 1998a, p. 29)
Com isso é preciso “conscientizar-se de todo falante nativo de uma língua é usuário competente dessa língua por isso, ele sabe essa língua” (Bagno, 1996, p. 166- 167) e que as variedades linguísticas da nossa língua devem ser olhadas de maneiras positivas como resultado do processo sócio, histórico e cultural dos indivíduo. 
Assim, devemos considerar que no Brasil não há apenas uma língua pois isso demonstra o preconceito e desconhecimento da realidade, bem como estaremos afirmando o projeto político de unificação da língua. Desta forma, existem diversas linguas, e variações decorrentes dessa missigenação de culturas, não somente decorrentes da imigração mas também, variedades culturais e sociais de sexo, idade e etc.
2.5 EXISTE PRECONCEITO LINGUÍSTICO NAS ESCOLAS E EM SALA DE AULAS
De acordo com os aspectos supracitado consideramos que esses variedades em todas as línguas, inclusive no Brasil e por essas variedades serem resultados da construção sócio-histórico-culturais do sujeito/ aluno (TARALLO, 1994), na escola encontra-se a miscigenação dessas variedades e no ambiente escolar que se reproduz e formam estereótipos (CORDEIRO, 2012). 
Devido ao fato da escola ser o encontro das diferenças e o preconceito faz parte de nosso comportamento cotidiano, a escola e a sala de aula não foge disso, e assim observam-se atos ou gestos, discursos e palavras preconceituosos (ITANI, 1998).
 De acordo com alguns estudos “ [...] a escola tenta impor uma variante da língua (..), ou seja, a própria escola torna-se um veículo de formação de ideias preconceituosas esquece que a padronização da língua serve mais diretamente à modalidade escrita, fundamentalmente aprendida na escola.” (Rique, p. 03, 2003), ou seja, esses dados corroboram com a existência de preconceito linguístico nas escolas sendo referido que ocorre na escola uma imposição da variante a ser falada.
Considerando o aspecto supracitado principalmente sobre o fato do preconceito, ter contato estreito coma violência (BANDEIRA E BATISTA, 2002), apesar de no Brasil a preocupação da violência na escola ser recente (SPOSITO, 2001), esse preconceito deve ser combatido dentro da escola.
Pois, de acordo com os Parâmetros Nacionais Curriculares o papel da escola é “[...] oferecer condições para que o aluno desenvolva seus conhecimentos, sabendo: a)ler e escrever conforme seus propósitos e demandas sociais; [...]” (BRASIL, 1998b, p. 59), ou seja, até mesmo “ [...]à modalidade escrita, fundamentalmente aprendida na escola.” (RIQUE, p. 03, 2003), deve considerar a realidade do aluno. Conforme consideram Gorski e Coelho (2009) o papel não é da correção e sim da discussão do escrito a fim de refletir sobre a presença das variedades da língua e valor social estabelecidos nesta escrita.
 Na linguagem oral, se apontamos o erro do outro, estaremos desconsiderando a variação da fala do outro e reforçando assim a desigualdade social, principalmente ao considerar que escola deve resolver esse problema (GORSKI, COELHO, 2009). Porém, na fala, segundo os Parâmetros Nacionais Curriculares o papel da escola
 “ [...] b) expressar-se adequadamente em situações de interação oral diferentes daquelas próprias de seu universo imediato; c) refletir sobre os fenômenos da linguagem,particularmente os que tocam a questão da variedade linguística, combatendo a estigmatização, discriminação e preconceitos relativos ao uso da língua.” (BRASIL, 1998b, p. 59).
	
O item c supracitado é reforçado na pesquisa de Cordeiro (2012) que refere que o papel da escola na função social é democratização do, atividades com enfoque nas diferenças, dando voz aos estudantes a fim de romper o preconceito, ressignificar o diferente e a diferença
Com isso concluímos, a partir de Gorski e Coelho (2009, p. 89) se a escola considerar as diferentes variedades da língua, o valor social que essas manifestam, os professores conseguem subsídios para trabalhar com as diversidades no ensino da língua e assim, realizar ações contra o preconceito linguístico (RIQUE, 2012). E com isso a escola estará formando cidadãos críticos, para agir com competência comunicativa (GORSKI, COELHO, 2009).
2.6 PAPEL DA ESCOLA/PROFESSOR FRENTE AO PRECONCEITO LINGUÍSTICO 
Os estudos como de Sposito (2001) apontam que somente no início de 1980 que os temas gerais de violência no ambiente escolar e ações contra essa violência começaram a ser considerados, ou seja, ainda são muito recentes, desta forma constata-se que possivelmente o preconceito linguístico como a violência é secundária ele torna-se ainda mais esquecido, porém, é importante de ser trabalhado. 
Segundo a pesquisa de Lapereuta Martins, 2014, existe um desconhecimento sobre o tema preconceito linguístico por parte dos alunos do ensino básico. De acordo com Cordeiro (2012) os adolescentes expressam o preconceito de diferentes formas (atos, gestos, discursos e palavras) e nas diversas situações, entre elas em como representatividade da sociedade na sala de aula.
Como referido por Sposito (2001) a discussão da violência no ambiente escolar ser recente e como reflexo disso, refere Itani (1998) muito tempo a escola, tem se resguardado de temas como esses que envolvem as diferenças entre os grupos porém, apesar de não serem aspectos que apresentam facilidade de trabalho, não são questões novas. Além disso, a pesquisa de Cordeiro (2012) aponta que os alunos referem que observam as dificuldades dos professores em trabalhar com as diferenças.
No entanto, levanta-se a hipótese que é através da escola “que se pode fazer um trabalho de conscientização linguística para amenizar discursos e atitudes preconceituosas concernentes à linguagem.” (Lapeuta- Martins, p. 1, 2014). Fato reforçado por Rique (2012) o qual afirma que termos conhecimento das modalidades de uso da língua e suas variantes e que a diversidade linguística existente é crucial, é de suma importância. Pois a “[...] ausência desse conhecimento leva ao preconceito e, inevitavelmente, aos problemas gerados por ele na escola, durante o processo de ensino e aprendizagem da língua que falamos.” (RIQUE, 2012, p. 04). 
De acordo com Itani (1998) para trabalhar o preconceito linguístico é preciso compreendê-lo e como se manifesta, não somente na escola mas na sociedade, neste sentido a “[...]tarefas do professor seria reconhecer a realidade sociolinguística da sala de aula e da comunidade onde está atuando [..]” (GORSKI, COELHO, 2009, p.84). 
Para então posteriormente trabalhar “[...] o hiato que existe entre a variedade trazida pelo aluno de casa e a norma culta, no sentido da inclusão social do aluno e não no sentido da discriminação ou da exclusão.” (GORSKI, COELHO, 2009, p.84). sendo importante trabalhar a realidade da sala de aula, demonstrando a diversidades e variedades linguísticas, combatendo o preconceito entre os aluno (GORSKI, COELHO,2009) e consequentemente na sociedade em geral. 
Assim, observa-se que o tema preconceito linguístico foi deixado de lado durante um bom tempo, mas que essa questão não é nova, ou seja, o tema está presente na sociedade geral e consequentemente na escola, aparentemente anteriormente ao início da sua discussão. Isso pode estar relacionado ao lugar dado à escola de correção e unificação da sociedade, bem como a dificuldade de ser trabalhado em sala de aula. Mas, sugere-se a importância da discussão do tema no ambiente escolar e desta forma, possivelmente interferência na sociedade, ocasionando na redução do preconceito e violência na sociedade. 
		3. METODOLOGIA 
Este estudo tem como base, a pesquisa qualitativa, esta pesquisa segundo Poupart (2008) é utilizada principalmente pelas ciências sociais e considera a observação como critério fundamental, desta forma os aspectos supracitados se enquadram com a presente pesquisa onde buscou-se realizar a observação e posterior descrição de um fenômeno social: o preconceito linguístico.
Além disso, a presente pesquisa utilizou como método de pesquisa científico o qual “[...] é um procedimento metodológico cujo objetivo é conhecer, interpretar e intervir na realidade.” (GERHARDT, SILVEIRA, 2009, p.25), assim, buscou-se conhecer o que há descrito na literatura sobre o tema, fazer as interpretações, para intervir na realidade, ou seja, propor maneira do tema preconceito linguístico se trabalhado em sala de aula, impactando consequentemente na sociedade de forma positiva.
 Considerando como procedimento técnico a pesquisa bibliográfica, abordando o estudo do tema proposto visando alcançar os objetivos propostos. De acordo com Marconi e Lakatos (2012) o tipo de pesquisa bibliográfica tem como objetivo aproximar o pesquisador de tudo que foi escrito ou gravado sobre o tema. Assim, nesta pesquisa foram analisadas trabalhos escritos disponíveis online através de sites, livros e artigos (Google acadêmico) para melhor fundamentação teórica do assunto, abordado por meio de autores renomados no assunto como Bagno, Camacho, Gorski e Coelho assim como pesquisas diversas relacionadas ao tema, a fim de responder as questões e objetivos propostos.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os aspectos supracitados supõem-se através de outras pesquisas já existentes que o preconceito linguístico é realizado por uma pessoa na qual oprime no outro a sua variedade linguística. 
Os estudos propõem que o preconceito linguístico pode ser produzido derivado de outros preconceitos como preconceito cultural, homofobia e etc, associado a esses preconceitos ou seja, a pessoa que possui um tipo de preconceito tende a ter também outros, ou então esse preconceito acontece por desconhecimento da existência deste ou desconsideração sobre as variedades existente.
Sugere-se que este preconceito existe em toda sociedade e por consequência na escola. Já existe um parâmetro para o trabalho do professor frente ao preconceito linguístico porém, sugere-se que esse deveria ser melhor trabalhado na escola pois é de suma importância o trabalho realizado pela escola na frenagem desse preconceitovisto que as consequências dele são a violência e aumento da ocorrência de outros preconceitos relacionados a ele.	
Sugere-se mais pesquisas sobre o tema como a realização de uma pesquisa de campo sobre o conhecimento de alunos e professores sobre o tema, o trabalho realizado pelos professores sobre o tema.
REFERÊNCIAS 
BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico, como é, como se faz. 50º ed. Edições Loyola. SP: São Paulo, 2008.
BANDEIRA, Lourdes; BATISTA, Analía Soria. Preconceito e discriminação como expressões de violência. Revista Estudos Feministas, v. 10, n. 1, p. 119-141, 2002. Disponível em: <https://scholar.google.com.br/scholar?start=10&q=preconceito&hl=pt-BR&as_sdt=0,5#d=gs_qabs&u=%23p%3D1rWEptnOxsIJ> Acesso em: 19 de abril de 2021.
BERALDO, Jairo. "Preconceito linguístico"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/portugues/preconceito-linguistico.htm. Acesso em 07 de janeiro de 2021.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Língua Portuguesa. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998a.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Nós cheguemu na escola, e agora? São Paulo: Parábola, 2005.
CAMACHO, R. G. A variação linguística. In: SÃO PAULO (Estado). Subsídios à proposta curricular para
o ensino de língua portuguesa no 1o e 2o graus. São Paulo: SE-CENP, 1988. v. 3.
CAMACHO, Roberto Gomes; CECCANTINI, JLCT; PEREIRA, R. F. Norma culta e variedades linguísticas. Caderno de formação: formação de professores didática geral, v. 11, p. 34-49, 2004.
CORDEIRO, Aliciene Fusca Machado; BUENDGENS, Jully Fortunato. Preconceitos na escola: sentidos e significados atribuídos pelos adolescentes no ensino médio. Psicologia Escolar e Educacional, v. 16, n. 1, p. 45-54, 2012. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-85572012000100005&script=sci_arttext&tlng=pt>. Acesso em: 22 de abril de 2021
CROCHÍK, José Leon. Preconceito, indivíduo e sociedade. Temas em psicologia, v. 4, n. 3, p. 47-70, 1996. Disponível em:<https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=preconceito&btnG=#d=gs_qabs&u=%23p%3DE48mDeZs17MJ> acesso em: 19 de abril de 2021.
DE MENDONÇA CYRANKA, Lucia Furtado; MAGALHÃES, Tânia Guedes. 3) O trabalho com a oralidade/variedades linguísticas no ensino de Língua Portuguesa. Veredas-Revista de Estudos Linguísticos, v. 16, n. 1, 2012.
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Görski, E. M., & Coelho, I. L. (2009). Variação linguística e ensino de gramática. Working papers em Linguística, 10(1), 73-91. Acesso em: 02/02/2021. Disponivel em:<https://periodicos.ufsc.br/index.php/workingpapers/article/view/1984-8420.2009v10n1p73/12022>
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