Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Núcleo de Pós-Graduação e Educação a Distância – SENAC Minas Enologia e Enogastronomia MBA EM GESTAO GASTRONOMICA E HOTELEIRA Aula 2 AS VIDEIRAS Vitis Labrusca ou Americanas: muito comum no Brasil (Isabel ou Niágara); Vitis Vinífera ou Europeias: castas nobres; Ciclo Vital: 1 a 3 anos – formação da copa; 4 a 5 anos – produção crescente até o pico; a part i r de 30 anos – produt iv idade decrescente até substituição; Ciclo Anual: Poda, brotação, formação do grão, amadurecimento da uva e colheita. Variável de acordo com região e variedade. VITICULTURA COLHEITA DE BRANCOS: uvas não excessivamente maduras, para trazer acidez; COLHEITA DE TINTOS: uvas maduras ao máximo, para assegurar bons teores alcoólicos e quantidade suficiente de cor e estrutura concentrados na casca; SISTEMAS DE CONDUÇÃO MAIS UTILIZADOS Latada (predomina no Brasil) – Conduz a parreira em arames verticais e horizontais, formando um tipo de telhado, que impede a entrada do sol e abafa a umidade. Espaldeira (ideal para uvas finas): primeiro arame a 80-90cm do chão evita a umidade, permite menor produtividade, maior insolação e fácil mecanização. O ciclo vegetativo da vinha e as estações do ano INVERNO = REPOUSO VEGETATIVO/PODA INVERNO / PRIMAVERA = BROTAÇÃO PRIMAVERA = FLORAÇÃO VERÃO = PINTOR E MATURAÇÃO VERÃO / OUTONO = VINDIMA O ciclo vegetativo da vinha e as estações do ano Como as uvas se transformam em vinho A elaboração de vinhos é a transformação dos açúcares do suco de uva em álcool etílico, anidrido carbônico e outros componentes em menor volume, como resultado da ação das leveduras. Da casca da uva, extraímos a cor, taninos e compostos fenólicos. Influência do Clima no Perfil dos Vinhos QUANTO MAIS PERMANENTE FRIO = MAIS ACIDEZ, MAIS FRESCOR, MAIS SECO IRRIGAÇÃO CONTROLADA = MUITA UMIDADE DESFAVORECE STRESS HÍDRICO, PROVOCA PRAGAS E DIFICULTA PERFEITA FLORAÇÃO QUANTO MAIS QUENTE E SECO = MAIS MATURAÇÃO, FAVORECENDO VINHOS POTENTES E LICOROSOS ELABORAÇÃO DE VINHOS A uva é desengaçada e esmagada em máquina especial para a liberação do Mosto. Máquina de desengace em operação e engaço é recolhido ao final da operação. DESENGACE PRENSAGEM E RETIRADA DAS CASCAS Prensas pneumáticas especiais são utilizadas, com pressão controlada de modo a extrair apenas o suco da porção situada entre a casca e as sementes. DECANTAÇÃO O mosto deve ser decantado de um dia para o outro para separação da borra, que são sólidos em suspensão. FILTRAÇÃO É um processo unitário de separação que consiste em fazer passar um líquido turvo através de uma camada filtrante com canais ou poros muito finos. As partículas e impurezas em suspensão são retidas segundo vários processos. FERMENTAÇÃO ALCÓOLICA É provocada por leveduras que estão naturalmente na parte externa da película da uva. Elas transformam os açúcares da uva em etanol e dióxido de carbono. Chaptalização: correção do acúcar do mosto, se necessária. Pode ser seguida de fermentação malolática. TRASFEGA Na trasfega, o vinho é transferido para uma cuba limpa e separam-se as partículas que este ainda possui, por exemplo borras acumuladas no fundo da cuba. CLARIFICAÇÃO A clarificação é o processo que elimina todas as impurezas em suspensão do vinho e o torna límpido. Existem duas técnicas de clarificação: a colagem e a filtração. ESTABILIZAÇÃO TARTÁRICA Essa prática, realizada sempre antes do engarrafamento, provoca a formação, a precipitação e a eliminação dos cristais por meio da filtração. ENGARRAFAMENTO MACERAÇÃO Dissolução principalmente dos pigmentos, que conferem cor ao vinho, e de taninos. período vai variar conforme a estrutura que se deseja dar ao vinho. REMONTAGEM Como as partes sólidas das uvas têm tendência para vir à superfície é Necessário misturá-las com o restante líquido que esta na parte inferior dos tanques de fermentação. PARTICULARIDADES ELABORAÇÃO VINHOS TINTOS FERMENTAÇÃO MALOLÁTICA Na fermentação malolática o ácido málico é transformado em ácido lático por ação de bactérias. AMADURECIMENTO/ENVELHECIMENTO Em tanques de inox, em barricas de carvalho ou em garrafas, de acordo com uva e caráter que se quer dar ao vinho. Processo básico de elaboração de espumantes Ao vinho base, adicionam-se leveduras selecionadas e açúcar refinado, visando atingir, na fermentação, uma pressão de 6 atm. O vinho sofrerá sua segunda fermentação em cubas (método Charmat) ou em garrafas (método Champenoise). Elaboração de espumantes Método Champenoise Vinho base: clássico é elaborado com uvas pinot noir, chardonnay e pinot menieur, mas pode variar. Licor de tiragem: vinho base adicionado de leveduras selecionadas e de açúcar refinado para atingir, na fermentação, pressão de 6 atm. Engarrafamento: Adicionado o licor de tiragem, o vinho é engarrafado. Fermentação na garrafa: é chamada de segunda fermentação, porque se segue à fermentação alcoólica que deu origem ao vinho base. É realizada em garrafa fechada e confere pressão ao espumante. Elaboração espumantes Método Champenoise Envelhecimento e Autólise: As garrafas são colocadas em pilhas de garrafas deitadas umas sobre as outras e separadas por ripas de madeira. Remuage: Durante 20 dias, as garrafas são giradas por ¼ de volta, uma a uma, todos os dias, em estruturas chamadas pupitres. Dégorgement : Congela-se o pescoço em máquina especial e retira-se a tampinha de metal, para expulsar sedimentos. Adiciona-se licor de expedição e tampa-se a garrafa com rolha de cortiça especial e gaiola de arame. Mais, no mínimo, um mês de repouso antes de ser comercializada. Espumantes França Licor de Expedição define teor de açúcar Nature = sem acréscimo Extra-brut = até 6g/litro Brut = entre 6,1 e 15g/l Sec = entre 15,1 e 20g/l Demi-sec = entre 20,1 e 60g/l Doux = acima de 60g/l Mousseux, Cremant, Champagne VARIEDADES BRANCAS Chardonnay: Originária da Borgonha, é responsável por grandes vinhos brancos, com equilibrado sabor frutado, entre o seco e o meio-doce, com boa capacidade de envelhecimento. Também muito adaptada em varias regiões mundiais, com características diferentes. Chenin Blanc: Casta de superior qualidade, original do vale do Loire e responsável pelo famoso Vouvray. Como todas as uvas brancas, é particularmente sensível ao terroir, de modo que fora da França não é tão famosa, mas dá vinhos muito bons, em especial na África do Sul. Gewurztraminer: Famosa uva branca da Alsácia (nordeste França), já na fronteira com a Alemanha; trata-se de uma variedade superior da uva Traminer. Produz um vinho branco frutado, muito aromático, com sabor complexo. VARIEDADES BRANCAS Malvasia: Amplamente utilizada na produção de bons vinhos italianos e espanhóis (brancos, parte de tintos, e espumantes), e franceses (brancos do sul). São sempre vinhos com bom corpo, aromas frutados, e sabor pleno aromático. Moscatel: uva branca com elevado teor de açúcar, original da Alemanha e da Itália. É a mãe de muitos vinhos Mosel (Alemanha), e do espumante Asti italiano, produzido no Piemonte. Pinot Gris: uva branca do nordeste e leste da França. No norte da Itália é a Pinot Grigio. Na França, dá vinhos brancos estruturados na Alsácia e na Itália, vinhos leves e frutados. VARIEDADES BRANCAS Riesling: uma das mais expressivas uvas brancas, original do vale do Reno, na Alemanha (Baden) e na França (Alsácia). Produz vinhos bem secos e aromáticos no paladar, com grande acidez e riqueza de sabores. Sauvignon Blanc: Casta superior, originária das regiões de Bordeaux e Loire (França). Produz excelentes vinhosbrancos secos, com acentuado bouquet e caráter distinto em Bordeaux. Nas suas origens, principalmente no vale do Loire, dá vinhos espetaculares frescos e minerais. Semillón: uva branca da assemblage com sauvignon blanc nos brancos de Bordeaux, França e dos nobres vinhos de sobremesa de Sauternes. Acentuada acidez, aromas e sabores intensos. Torrontés: Variedade branca típica da Argentina, tida como uma descencente da Malvasia italiana. Possui marcantes aromas florais. . VARIEDADES TINTAS Barbera: produz ótimo vinho varietal, marcadamente no Piemonte, noroeste da Itália. O vinho é equilibrado, mas com certa acidez e inferior aos grandes da região. Cabernet Franc: é utilizada no clássico "corte bordalês", junto a cabernet sauvignon, merlot e petit verdot. É ela a responsável pela estrutura, o esqueleto sustentador, dos grandes vinhos "grand cru" de Bordeaux. No Loire, gera vinhos varietais, assim como no sul do Brasil. Cabernet Sauvignon: é considerada a rainha das uvas, pelo alto equilíbrio, robustez e desempenho dos vinhos produzidos não só na sua origem, mas em todas as partes do mundo. É utilizada não só na composição de vinhos Bordeaux, mas é também responsável por bons varietais. VARIEDADES TINTAS Carmenère: Uva tinta de alta qualidade, originária de Bordeaux, mas hoje naturalizada chilena. Produz ótimos vinhos varietais, com muita estrutura e sabor marcante. Permite envelhecimento para os vinhos bem elaborados. . Gamay: uma das principais uvas tintas da França, original da região de Beaujolais, sul da Borgonha, e norte das Côtes du Rhône. É responsável única pelo famoso vinho Beaujolais Nouveau, mas também pelos crus dessa região. Grenache: importante uva da maior parte dos vinhos Côtes-du-Rhône, bem como dos Châteauneuf du Pape e Languedoc Roussillon, em geral combinada com a syrah, mourvèdre e cinsault. Na Espanha é conhecida como garnacha ou granacha, onde apresenta-se em bons vinhos. VARIEDADES TINTAS Malbec: originária da região de Bordeaux, tornou-se emblema da Argentina. O vinho Malbec varietal apresenta uma bela cor vermelho púrpura, intensa, aroma frutado e bom corpo. Merlot: original de Bordeaux (França), é hoje das mais cultivadas em todo mundo, produzindo excelentes varietais. Sua cor rubi-violácea forte, densa, já revela no visual o vinho de aromas maduros que virá, que tem também ampla capacidade de envelhecimento.É a uva tinta escolhida como emblemática do Vale dos Vinhedos, RS. Nebiollo: Excelente uva tinta, original do Piemonte (Itália), mãe dos Barolos e dos Barbarescos. É uma uva nobre, potente, com grande potencial de envelhecimento. VARIEDADES TINTAS Pinot Noir: excelente uva da região da Borgonha (França) responsável por alguns dos melhores vinhos tintos do mundo. Combinada com a Pinot Meunier e Chardonnay, formam, por excelência, as castas originais do champagne. Sangiovese: uva tinta italiana, talvez a mais famosa, amplamente cultivada na região central da Itália. Principal casta do vinho Chianti DOC Toscana. A uva Brunello é uma variedade especial, chamada Sangiovese Grosso. Syrah: é uva tinta de superior qualidade, originalmente proveniente do Caucaso, e conhecida na antiga Pérsia. É talvez a uva vinifera mais antiga do mundo, hoje casta principal dos Côtes-du-Rhône. Fora da França produz bons vinhos varietais de destaque, especialmente na Austrália. VARIEDADES TINTAS Tannat: superior uva tinta, originalmente do Madiran. Os vinhos de uva Tannat são sempre de bom corpo e muito cor e com grande concentração de taninos., é muito cultivada na América Latina (especialmente Uruguai e Brasil). Tempranillo: Considerada a melhor uva tinta espanhola; com ela são elaborados os ótimos vinhos da Rioja e da Ribeira Del Duero. Em Portugal é conhecida como Tinta Roriz, no Douro, e Aragonês, no Alentejo. Zinfandel: casta de uva tinta, amplamente cultivada na Califórnia (USA) desde séc. XIX e hoje comprovadamente a mesma que a Primitivo italiana. Usada na produção de bons rosés. O tinto tem expressivos taninos, médio envelhecimento.
Compartilhar