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21 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CAPÍTULO 04 LESÕES POTENCIALMENTE MALIGNAS E CEC LEUCOPLASIA Leucoplasia Uma mancha branca ou placa que não pode ser caracterizada clínica ou patologicamente como qualquer outra doença. Afeta pessoas com idade acima dos 40 anos. A prevalência aumenta rapidamente com a idade, especialmente para os homens Lesões iniciais e brandas surgem como placas levemente elevadas cinzentas ou branco-acinzentadas, que podem parecer um tanto translúcidas, fissuradas ou enrugadas, e que são tipicamente macias e planas Essas lesões geralmente apresentam bordas bem demarcadas, porém, ocasionalmente, misturam-se de forma gradual à mucosa normal LOCALIZAÇÃO Vermelhão do lábio, mucosa jugal e gengiva. Lesões na língua, vermelhão do lábio e soalho de boca, contudo, contribuem com mais de 90% daquelas que exibem displasia ou carcinoma EPIDEMIOLOGIA Tabaco, álcool, radiação ultravioleta, microrganismos, trauma.. 22 CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS TRATAMENTO E PROGNÓSTICO A N O T A Ç Õ E S Camada espessada de ceratina do epitélio de superfície (hiperceratose), com ou sem espessamento da camada espinhosa (acantose) Algumas leucoplasias demonstram hiperceratose de superfície porém atrofia ou adelgaçamento do epitélio subjacente Frequentemente, números variáveis de células da inflamação crônica são observados no interior do tecido conjuntivo subjacente A camada de ceratina pode consistir em paraceratina (hiperparaceratose), ortoceratina (hiperortoceratose) ou uma combinação de ambas Com a paraceratina, não existe a camada de células granulares e os núcleos epiteliais encontram-se retidos na camada de ceratina Com a ortoceratina, o epitélio demonstra uma camada de células granulares e os núcleos estão ausentes na camada de ceratina A conduta diante das leucoplasias exibindo alterações menos graves é guiada pelo tamanho da lesão e pela resposta a medidas mais conservadoras, tais como o fim do hábito de fumar . A remoção completa pode ser realizada com igual eficiência pela excisão cirúrgica, eletrocauterização, criocirurgia ou ablação por laser. Um acompanhamento de longa duração após a remoção é extremamente importante, uma vez que as recidivas são frequentes e também porque outras leucoplasias podem se desenvolver O diagnóstico clínico é LEUCOPLASIA e o diagnóstico/conclusão histopatológica é caracterizado por DISPLASIA EPITELIAL de acordo com a sua extensão. 23 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CAPÍTULO 04 LESÕES POTENCIALMENTE MALIGNAS E CEC ERITROPLASIA Eritroplasia Uma mancha ou placa vermelha que não pode ser clínica ou patologicamente diagnosticada como qualquer outra condição. Predileção por homens Incidência crescente com a idade >60 Potencial de malignização: 18-47% Geralmente é assintomática e pode estar associada a uma leucoplasia adjacente e frequentemente é atrófico, porém pode ser hiperplásico Ausência de ceratinização Definida como uma mancha vermelha que não pode ser clínica ou patologicamente diagnosticada como qualquer outra condição LOCALIZAÇÃO O soalho de boca, língua e palato mole são os sítios mais comuns de acometimento e múltiplas lesões podem estar presentes EPIDEMIOLOGIA Causas desconhecidas, porém presume-se que sejam as mesmas associadas ao carcinoma invasivo de células escamosas de boca 24 CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS TRATAMENTO E PROGNÓSTICO A N O T A Ç Õ E S Displasias epiteliais severas, carcinoma in situ ou carcinoma de células escamosas superficialmente invasivo Ausência de queratina no epitélio e frequentemente é atrófico, porém pode ser hiperplásico Microvasculatura subjacente é evidenciada, explicando a coloração vermelha. O tecido conjuntivo subjacente frequentemente apresenta inflamação crônica Biopsia incisional – escolha da melhor área Acompanhamento ao longo prazo - Se uma fonte de irritação for identificada e removida, então a biópsia de tal lesão pode ser postergada em 2 semanas para permitir que uma lesão inflamatória clinicamente similar tenha tempo para regredir Eliminação de fatores de risco O diagnóstico clínico é ERITROPLASIA e o diagnóstico/conclusão histopatológica é caracterizado por DISPLASIA EPITELIAL de acordo com a sua extensão. 25 GRAUS DE DISPLASIA ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS CAPÍTULO 04 LESÕES POTENCIALMENTE MALIGNAS E CEC DISPLASIA 1. Displasia Epitelial Leve 2. Displasia Epitelial Moderada 3. Displasia Epitelial Intensa 4. Carcinoma in situ Células e núcleos aumentados e nucléolos grandes e proeminentes Relação núcleo-citoplasma aumentada Núcleos hipercromáticos (coloração excessivamente escura) Células e núcleos pleomórficos (com formato anormal) Disceratose (ceratinização prematura de células individuais) Atividade mitótica aumentada (número excessivo de mitoses) Figuras de mitoses anormais (mitoses tripolares, mitoses em formato de estrela ou figuras de mitose acima da camada basal Cristas epiteliais em formato bulbar ou em forma de gota de orvalho Refere-se a alterações limitadas principalmente às camadas basal e parabasal Denota envolvimento da camada basal à porção média da camada espinhos Demonstra alterações desde a camada basal até um nível acima da porção média do epitélio Quando toda a espessura do epitélio está envolvida Células epiteliais displásicas que se estendem da camada basal à superfície da mucosa (alteração da “superfície a base”) Pode ou não haver uma fina camada de ceratina sobre a superfície O epitélio pode ser hiperplásico ou atrófico 26 1- _Cristas epiteliais em forma de gota 2- M i t o s e s f r e q u e n t e s 3 – Nucleolos aumentados 4- Duplicação da camada suprabasal 5 - Disceratose 6- Pleomofrismo nuclear 27 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Ulcerações crônicas podem se desenvolver e ocasionar um carcinoma epidermoide. CAPÍTULO 04 LESÕES POTENCIALMENTE MALIGNAS E CEC QUEILITE ACTÍNICA Queilite Actínica Condição potencialmente maligna do vermelhão do lábio inferior, resultante da exposição crônica à luz UV. Predileção por gênero masculino Atrofia da borda do vermelhão do lábio inferior Apagamento da margem entre a zona do vermelhão e a porção cutânea Áreas ásperas e cobertas por escamas descamando com dificuldade Ulceração crônica LOCALIZAÇÃO Lábio inferior EPIDEMIOLOGIA A queilose actínica é uma alteração prémaligna comum do vermelhão do lábio inferior que resulta de uma exposição progressiva excessiva ao espectro ultravioleta da luz solar 28 A N O T A Ç Õ E S Epitélio escamoso estratificado atrófico, demonstrando uma marcante produção de ceratina Graus variados de displasia epitelial podem ser encontrados Um infiltrado de células inflamatórias crônicas leve comumente está presente em uma disposição subjacente ao epitélio displásico Elastose solar (actínica), uma alteração das fibras colágenas e elásticas induzida pela luz ultravioleta 1 - Hiperortoceratose 3 - Elastose solar 2 - Acantose 4 – Epitélio estratificado pavimentoso Uso de bloqueadores solares As áreas de endurecimento, espessamento, ulceração ou leucoplasia devem ser submetidas à biópsia para excluir a possibilidade de carcinoma _ TRATAMENTO E PROGNÓSTICO CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 29 APRESENTAÇÃO CLÍNICA CARACTERÍSTICASRADIOGRÁFICAS LOCALIZAÇÃO EPIDEMIOLOGIA CAPÍTULO 04 LESÕES POTENCIALMENTE MALIGNAS E CEC CARCINOMA EPIDERMÓIDE Carcinoma Epidermóide Neoplasia maligna que se origina no epitélio de revestimento, considerada a neoplasia maligna mais comum na região de boca. Lesões vermelhas/brancas Regiões ulceradas Protuberância Região endurecida (firme a palpação) A destruição do osso subjacente, quando presente, pode ser dolorosa ou completamente indolor e aparecerá nas radiografias como uma radiolucidez “em roído de traça” com margens mal definidas ou bordas irregulares (uma aparência similar à da osteomielite); Língua e soalho da boca Lábio, gengiva, palato, mucosa jugal.. Incidência crescente com a idade Aumento do número de casos diagnosticados Predileção pelo sexo masculino 30 ESTADIAMENTO T – Tamanho do tumor primário, em centímetros N – Envolvimento de linfonodos locais M – Metástases a distância Tamanho do Tumor Primário TX Nenhuma informação disponivel sobre o tumor primário T0 Nenhuma evidência de tumor primaário Tis Somente carcinoma in suto no sítio primário T1 Tumor de 2cm ou menor em seu maior diâmetro T2 Tumor maior que 2cm, porém não maior que 4cm em seu maior diâmetro T3 Tumor maior que 4cm em seu maior diâmetro T4a (Lábio) tumor invade através da cortical óssea, nervo alveolar inferior, soalho da boca, ou pele da face – tumor passivel de ressecção cirurgica T4a (Cavidade oral) Tumor invade atraves da cortical ossea, para o interior da musculatura profunda extrínseca da lingua, seio maxilar ou pele da face – Tumor passível de ressecção cirurgica T4b Tumor envolve espaço mastigatório, lâminas do processo pteriogoide ou base do crânio e/ou envolve completamente a artéria carótida interna – Tumor inoperável Envolvimento do Linfonodo Regional NX Linfonodos não puderam ou não foram avaliados N0 Nenhuma metastase para linfonodos regionais N1 Metástase em um unico linfonodo ipsilateral, menor ou igual a 3cm em seu maior diâmetro N2 Metástase em um único linfonodo ipsilateral, maior do que 3cm porém menor do que 6 cm em seu maior diâmetro N2a Metástase em um unico linfonodo ipsilateral, maior do que 3cm porém menor do que 6 cm em seu maior diametro N2b Metastase em múltiplos linfonodos ipsilaterais, nenhum maior do que 6cm em seu maior diametro N2c Metastase em múltiplos linfonodos bilaterais ou contralaterais, nenhum maior do que 6cm em seu maior diametro N3 Metastase em um linfonodo maior do que 6cm em seu maior diametro METÁSTASE 31 Envolvimento por metástase a distância M0 Sem evidencia de metastase a distancia M1 Metastase a distancia presente 32 4. Ilhas e cordões invasivos de células escamosas epiteliais malignas 5. Extensão irregular do epitélio para tecido conjuntivo 6. Reação inflamatória, necrose e angiogênese 1- ilhas ou cordoes de cels tumorais 2- invasão de tec.conjuntivo pelo carcinoma Seta Azul- relação nucleo-citoplasma _ Seta preta- mitoses aberrantes CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 33 Seta Vermelha- perolas de creatina Seta Amarela- nucleos hipercromaticos GRADAÇÃO HISTOPATOLÓGICA 1. Grau I/Bem diferenciado Quando as células desses tumores ainda lembram o seu tecido de origem e produzem seu produto normal 2. Grau II/Moderadamente diferenciado Moderado pleomorfismo, moderada ceratinização e presença de mitoses 3. Grau III ou IV/Mal diferenciadas/Anaplásicas Quando as células estão diferentes de sua conformação original e não conseguem mais produzir normalmente TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Geralmente tratado pela excisão cirúrgica Radioterapia E quimioterapia 34 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS LOCALIZAÇÃO EPIDEMIOLOGIA CAPÍTULO 05 CARCINOMA DE GLÂNDULAS SALIVARES CARCINOMA ADENOIDE CÍSTICO Carcinoma Adenoide Cístico Neoplasia maligna de Glândula Salivar mais comum e mais reconhecido. Esta lesão é mais comum em adultos de meia-idade e é raro nos indivíduos com idade abaixo dos 20 anos de idade Se apresenta como um aumento de volume de crescimento lento A dor é o achado clínico mais comum e mais importante, ocorrendo ocasionalmente na fase precoce do curso da doença antes que haja uma tumefação clinicamente detectável Os tumores de parótida podem causar paralisia do nervo facial Os tumores de palato podem apresentar superfície lisa ou ulcerada Os tumores que se originam no palato ou no seio maxilar geralmente exibem características radiográficas de destruição óssea; O palato é a localização mais comum para as lesões de glândula salivar menor Os demais tumores são encontrados principalmente nas glândulas parótida e submandibular, com uma distribuição semelhante entre esses dois sítios Lesão mais em comum em adultos de meia idade, predileção pelo sexo feminino 35 Composto por uma mistura de células mioepiteliais e células ductais que podem apresentar um arranjo variado; • é a tendência à invasão perineural; Células ductais; Na periferia encontra-se células mioepiteliais; Padrões Histológicos Padrão Cribriforme Padrão Tubular Variante Sólida Ilhas de células basalóides Espaços cilíndricos Ductos ou túbulos Ilhas ou lençóis de células Material mucóide em estroma hialinizado tumor Núcleo basólico Pleomorfismo celular pouco citoplasma Atividade mitótica Focos de necrose Padrão – cribiforme Área circundada – Ilhas tumorais hipercromaticas TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O carcinoma adenoide cístico é um tumor implacável que tende à recidiva local e eventual metástase a distância Em geral a excisão cirúrgica é o tratamento de escolha, e a radioterapia adjuvante pode melhorar a sobrevida do paciente em alguns casos CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS Ilhas de células basalóides Espaços cilíndricos Material mucóide Núcleo basólico Pouco citoplasma Ductos ou túbulos em estroma hialinizado Ilhas ou lençóis de células tumorais Pleomorfismo celular Atividade mitótica Focos de necrose 36 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS LOCALIZAÇÃO EPIDEMIOLOGIA CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS CAPÍTULO 05 CARCINOMA DE GLÂNDULAS SALIVARES CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE Carcinoma Mucoepidermóide Neoplasia maligna de glândula salivar mais comum. Alguns tumores têm sido associados à história prévia de radioterapia da região de cabeça e pescoço É mais comum na glânndula parótida e usualmente se apresenta como um aumento de volume assintomático A maioria dos pacientes percebe a presença da lesão com um ano ou menos de evolução Pode se desenvolver dor ou paralisia do nervo facial, geralmente associadas a tumores de alto grau É mais comum na glânndula parótida As glândulas salivares menores constituem a segunda localização preferencial, especialmente no palato Raramente está lesão é vista na primeira década de vida, 2º a 7ª década de vida Muco – células produtoras de muco Formato irregular Cora para mucina 37 TRATAMENTO E PROGNÓSTICO GrausHistopatológicos Baixo Grau Grau Intermediário Alto Grau Setas - – celulas mucosas; Asteriscos - celulas intermediarias Tumores em estágio precoce da parótida geralmente podem ser tratados pela parotidectomia subtotal com preservação do nervo facial Os tumores avançados podem necessitar da remoção total da glândula parótida, com a remoção do nervo facial Os tumores da glândula submandibular são tratados pela remoção total da glândula Muita formação cística, mínima atipia celular e muitas células mucosas Formação cística, todos os tipos celulares (mais célula intermediária), atipia celular ou não Ilhas sólidas de células escamosas e intermediárias, muito pleomorfismo e poucas células mucosas
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