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obrigações Solidárias

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Direito Civil III | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
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¨ Conceito: 
 
Solidariedade é um fenômeno que une 
credores e devedores, ela ocorre porque todos 
os credores, ou todos os devedores, buscam ao 
mesmo tempo uma mesma e única finalidade = 
satisfação do credito ou a exoneração da dívida 
por meio da execução integral da prestação. 
 
Solidariedade é pluralidade de credor ou 
devedor, sendo cada um o direito ou obrigado 
a divida toda. 
¨ Art. 264 do CC 
 
® Há pluralidade de sujeitos + unidade de 
crédito ou débito. 
® Aqui todos os devedores são 
responsáveis pela divida como um todo, 
não é divisível. 
® Aqui cada um dos credores é ao mesmo 
tempo credor da divida toda (qualquer 
um pode receber a divida toda) 
 
É um fenômeno jurídico excepcional, isto é, a 
solidariedade não se presume; decorre de 
imposição da lei ou da vontade das partes. 
¨ Art. 265 do CC 
 
A solidariedade divide-se em solidariedade 
ativa e solidariedade passiva. 
 
1. Solidariedade Ativa 
 
Trata-se de pluralidade de credores, cada um 
com direito a divida toda. 
Cada credor é dado a exigir do devedor a 
dívida toda. 
¨ Art. 267 do CC 
 
 
 
Se nenhum dos credores demandar (cobrar) o 
devedor, este poderá pagar a qualquer um 
deles. 
¨ Art. 268 do CC 
 
 Pagamento Fracionado 
 
Pode ocorrer do objeto ser divisível, então o 
credor pode consentir em receber apenas uma 
fração do montante devido. Isto é, se o credor 
mesmo tendo direito a dívida toda, consentir 
em receber apenas uma fração do pagamento, 
a obrigação não se extinguirá, mas dela se 
descontará aquilo que já foi pago. 
¨ Art. 269 do CC 
 
 Solidariedade causa mortis 
 
O que acontece se um dos credores solidários 
morrer? 
 
 A solidariedade não se transmite causa mortis. 
Por isso, se um dos credores solidários morre, 
cada um de seus herdeiros somente terá direito 
ao correspondente do seu quinhão hereditário, 
salvo se a obrigação tenha por objeto a 
prestação indivisível. 
¨ Art. 270 do CC 
 
Tudo vai fracionado: imaginemos os credores 
A, B e C, com o valor da dívida de 600 reais. 
C morre deixando 2 herdeiros= C1 e C2. 
 
A pode cobrar a dívida toda= 600,00 
B pode cobrar a dívida toda= 600,00 
C1 pode cobrar apenas a sua parte= 300,00 
C2 pode cobras apenas sua parte= 300,00 
 
 
 
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Mesmo que a obrigação se converta em perdas 
e danos, subsiste a solidariedade. 
¨ Art. 271 do CC 
 
Remissão da dívida 
 
Se um dos credores perdoa a dívida, perdoa a 
dívida inteira. Liberando o devedor pela 
remissão. 
Mas, em razão do vinculo interno entre 
credores, responderá o remitente aos 
cocredores pela fração da dívida que a eles 
cabia. 
¨ Art. 272 do CC. 
 
 Oponibilidade de exceções pessoais 
 
A um dos credores solidários não pode o 
devedor opor as exceções pessoais oponíveis 
ao outro. 
¨ Art. 273 do CC. 
 
Para entender o art., precisamos saber o que é 
exceção: 
 
Exceção = defesa que cabe contra uma 
pretensão em um processo judicial. 
 
EX: O credor cobra em juízo uma dívida do 
devedor. Por sua vez, o devedor apresenta o 
recibo de pagamento em juízo e alega, como 
defesa (exceção), que não vai pagar a dívida 
porque já está paga. 
 
Exceções que podem ser alegadas pelo 
devedor: 
® Pagamento 
® Excesso de execução 
® Juros exorbitantes 
® Exceção do contrato não cumprido. 
 
Exceção pessoal: defesa de caráter pessoal que 
diz respeito à relação entre o devedor e um dos 
credores (e não em relação ao objeto da 
obrigação). 
 
EX: incapacidade da parte contrária, o credor 
agiu com dolo, coação (vícios do 
consentimento). 
 
Portanto, o art. diz que não pode opor uma 
exceção pessoal a um dos credores solidários, 
se essa exceção pessoal disser respeito a 
OUTRO credor solidário. 
 
® Ninguém pode usar defesa do outro em 
seu favor e ninguém pode opor uma 
defesa que tem contra alguém, contra a 
outra pessoa. 
 
Ademais, o julgamento contrário a um dos 
credores solidários não atinge os demais, mas 
o julgamento favorável, que não se fundar em 
exceção pessoal do credor que o obteve, a 
todos aproveita. 
¨ Art. 274 do CC. 
 
Imaginemos os credores A, B e C. Se houver 
litígio entre o credor C e o devedor, e este 
perder, ELE PERDE SOZINHO. Mas, se C 
ganhar, TODOS GANHAM. 
 
2. Solidariedade Passiva 
 
Trata-se da pluralidade de devedores, sendo 
cada um obrigado pela dívida toda. 
 
 Exigibilidade da prestação 
 
O credor tem o direito de exigir de qualquer 
dos devedores a dívida toda ou parte dela, se 
a prestação for divisível. 
3. Art. 275, primeira parte do CC. 
 
 
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Pagamento e remissão parcial 
 
Se o pagamento tiver sido parcial, todos os 
devedores inclusive o solvente (quem já pagou 
uma parte), continuam obrigados pelo restante 
da dívida, podendo ser exigido integralmente 
de qualquer um. 
® Art. 275, segunda parte do CC + Art. 
277 do CC. 
 
Da remissão parcial: Todos os devedores são 
beneficiados pelo montante perdoado, mas 
continuam obrigados individualmente pelo 
restante do débito. 
® Art. 277 do CC. 
 
Agravamento da posição dos devedores 
 
Nenhum devedor pode agravar a dívida sem o 
consentimento dos demais, seja por clausula, 
condição ou obrigação adicional. 
® Art. 278 do CC 
 
Solidariedade causa mortis 
 
A solidariedade não se transmite causa mortis. 
Na hipótese de morte de um dos devedores 
solidários, os herdeiros serão obrigados a 
pagar somente a quota da dívida que 
corresponde ao seu quinhão hereditário. 
 
Assim como visto na solidariedade ativa. 
® Art. 276 do CC. 
 
Impossibilidade da prestação 
 
Caso a prestação se torne impossível por culpa 
de um dos devedores, TODOS serão obrigados 
a indenizar o credor pelo equivalente (valor em 
dinheiro da prestação), mas somente o 
devedor culpado pagará as perdas e danos. 
® Art. 279 do CC 
Juros moratórios e multa 
 
Aqui fala em obrigação de dar dinheiro. 
Imaginemos que todos os devedores solidários 
deverem $100.000,00, e entregam para 1 
devedor, o qual fica responsável em entregar 
ao credor, e este perde o dinheiro, causando 
atraso (mora). 
No caso de mora, todos os devedores ficam 
responsável pelos juros ou pela multa, mas o 
culpado pelo atraso fica responsável em 
ressarcir os coobrigados os juros e multa. 
® Art. 280 do CC 
 
Renúncia da solidariedade 
 
O credor pode renunciar a solidariedade, isto 
é, desistir da solidariedade, fazendo com que 
ela se torne uma obrigação fracionária / 
divisível. 
 
Se o credor exonerar da solidariedade apenas 
um ou alguns devedores, subsistirá a 
solidariedade aos demais. 
® Art. 282 do CC 
 
 
 
 
 
 
Vínculo Interno 
 
O vinculo interno impõe que todos os 
devedores solidários o dever de arcar com a 
fração que lhes cabe da dívida ao devedor 
solvente (aquele que pagou). 
Presumindo iguais as partes de todos os 
codevedores. 
® Art. 283 primeira e terceira parte do CC 
 
Mas e se o devedor for insolvente? 
 A Continuam solidários. 
Deve- B Obrigados a dívida toda. 
dores $200,00 
300,00. C Exonerado. Paga somente 
 sua quota de $100,00 
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Sua quota será repartida entre todos os 
demais, incluindo os devedores que foram 
exonerados (renúncia da solidariedade). 
® Art. 283, segunda parte e art. 284 do CC 
 
Caso de Rateio = divisão 
 
E quando somente um devedor é interessado? 
 
Neste caso, é quando há interesse imediato de 
um dos coobrigados, havendo o vinculo interno 
entre os devedores solidários, apenas a UM 
deles suporta o débito, os outros nada tem a 
ver com a dívida. 
 
Aqui a dívida só importa para um deles, e deve 
haver um garantidor (fiador) da dívida, 
tornando-se um devedor solidário. 
 
Se a dívida solidária interessar exclusivamente 
a um dos devedores, responderá este por toda 
ela para com aquele quepagar. 
¨ Art. 285 do CC

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