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SÍNDROMES CLÍNICAS DO APARELHO DIGESTÓRIO EM PEDIATRIA

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PROPEDÊUTICA PEDIÁTRICA 		segunda-feira, 5 de abril de 2021
SÍNDROMES CLÍNICAS DO APARELHO DIGESTÓRIO EM PEDIATRIA
ANAMNESE
• Regurgitação: retorno passivo, sem esforço ou náuseas
• Vômitos: expulsão violenta do conteúdo gástrico, precedida por náuseas, palidez, taquicardia, sudorese e sialorreia (utiliza a musculatura abdominal)
• Quando iniciou (É comum que a regurgitação fisiológica inicie após 2 semanas de vida)
• Relação com a alimentação?
• Relação com introdução de alimentos?
• Frequência (2-3 vezes ao dia caracterizam a regurgitação)
• Número de vezes ao dia
• Sintomas associados (náuseas, dor abdominal, diarreia, febre, cefaleia)
*Estenose ocorre após 6 semanas de vida
*Vômitos em jato não são procedidos de náuseas e são comuns nos problemas neurológicos
REGURGITAÇÃO E VÔMITOS: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
* A partir dos 8 meses não é aplicada a vacina do rotavírus para a criança devido a alta chance de desenvolvimento de invaginação intestinal (intussuscepção) 
REFLUXO GASTROESOFÁGICO FISIOLÓGICO 
• O RGE é, em geral, um processo fisiológico normal que ocorre várias vezes por dia em todas as pessoas saudáveis, independentemente da idade. Assim, episódios de RGE ocorrem em indivíduos saudáveis, com duração menor que 3 minutos, principalmente no período pós-prandial. Normalmente não causa incômodo ou repercussão nos hábitos de sono.
• Ocorre devido a imaturidade do funcional do trato digestório no primeiro ano de vida.
• Manifesta-se clinicamente pelo aparecimento de regurgitações ou “golfadas” que não se associam a redução no ganho de peso ou outras manifestações clínicas.
• É comum que a regurgitação fisiológica inicie após 2 semanas de vida
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (DRGE) 
Sinais de alerta
· Regurgitação e/ou engasgos 
· Irritabilidade, choro constante
· Apneia no lactente jovem 
· Perda de peso/déficit de ganho ponderal
· Dor de garganta
· Rouquidão 
· Chiado – sibilância (devido a aspiração do conteúdo gástrico para o pulmão)
· Dor retroesternal – disfagia – pirose (em crianças maiores)
ANAMNESE - HÁBITO INTESTINAL 
• Frequência
• Consistência: líquida – semilíquida – pastosa – endurecida
• Formato: amorfas - cíbalos - cilíndricas
• Quantidade
• Pseudoconstipação do lactente (bebê que mama exclusivamente no leite materno, evacua a cada 3 – 10 dias) É fisiológico 
“Soiling” ou escape fecal: devido a impactação mais constante das fezes no reto ocorre edema e inflamação da mucosa do reto e, por isso, ocorre uma perda de fezes líquidas que se localiza entre as fezes e a mucosa do intestino. Tal situação é diferente da diarréia 
Encoprese: após a vontade de ir ao banheiro, a criança evacua em momentos inoportunos. 
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL FUNCIONAL
Sinais de alerta 
• RN
➢Não elimina mecônio nas primeiras 48 hs
➢Distensão abdominal
➢Toque retal: eliminação explosiva de fezes e gases
• Lactente:
➢Baixo ganho de peso
➢Distensão abdominal
➢Dor abdominal
➢Evacua a cada 3-5 dias fezes duras
Doença de Hirschsprung: é uma doença congênita rara que afeta a motilidade intestinal. É caracterizada por aganglionose duma porção variável e distal de intestino, consequência de um erro durante a formação do sistema nervoso entérico, durante o desenvolvimento embrionário, que resulta na ausência de peristaltismo, com consequente obstrução funcional. Para confirmação do diagnóstico é necessária uma biópsia retal que confirme a ausência de células ganglionares, e o único tratamento curativo é a cirurgia; 
O tratamento é clínico e dietético (boa hidratação e alimentos ricos em fibras)
CARACTERIZAÇÃO DA DOR 
*Rovising: deslocar o gás para a direita 
DOR ABDOMINAL
CARÁTER
➢CÓLICA: distensão ou contração de paredes musculares (intestino, vias biliares, urinário, útero)
➢QUEIMAÇÃO
➢PONTADA – FACADA
➢IRRADIAÇÃO dependendo depara onde a dor está irradiando, temos possibilidades de diagnósticos diferenciados. 
*Descompressão brusca = inflamação do peritônio
Sinais de alerta:
➢Dor de localização periférica no abdome (fossa ilíaca esquerda: fecaloma – grande massa de fezes no intestina descendente)
➢Dor que desperta a criança do sono
➢Evidência de doença orgânica
DIARREIA 
Caracterização da diarreia 
➢(OMS): pelo menos 3 episódios de fezes líquidas em 24h.
➢Duração do processo diarreico.
➢Volume e frequência das evacuações.
➢Consistência das fezes.
➢Presença de muco, sangue, pus ou gordura.
➢Sintomas associados: vômitos, febre.
➢AGUDA: até 14 dias
➢PERSISTENTE: > 14 dias
➢CRÔNICA:
• > 30 dias
• 3 ou + episódios de curta duração com intervalo < 2 meses
➢Contínua ou intermitente
➢Hábito intestinal anterior
➢Início: abrupto – gradual
➢Evolução
➢Sintomas associados:
•Dor abdominal – emagrecimento – febre – vômitos
A diarreia pode ser:
➢OSMÓTICA:
• Distensão abdominal
• Cólicas
• aumento do peristaltismo
• Fezes ácidas (assaduras) e explosivas (gases)
➢SECRETORA:
• Perdas hidroeletrolíticas intensas: desidratação grave
➢DISENTERIA:
• Pequenos volumes, com muco e/ou sangue
PSEUDODIARREIA DO LACTENTE 
Ocorre nos lactentes amamentados exclusivamente com leite materno que, nos primeiros meses de vida, podem apresentar evacuações amolecidas e amorfas várias vezes ao dia, sem apresentar nenhum déficit ponderal.
DESIDRATAÇÃO 
Como avaliar?
 
➢Umidade das mucosas (língua e mucosa oral)
➢Olhos fundos, choro sem lágrimas
➢Fontanela deprimida
➢Turgor da pele
➢Outros sinais: pulsos diminuídos, tempo de enchimento capilar lentificado (> 3”), extremidades frias, taquicardia, ↓ diurese.
➢ Classificação: Hidratado – desidratado (+ a ++++ ou leve – moderada – grave)
Classificação da desidratação 
• O percentual de perda de peso é considerado o melhor indicador da desidratação.
• Considera-se:
• Perda de peso de até 5% = desidratação leve;
• Perda de peso entre 5% e 10% = desidratação é moderada;
• Perda de mais de 10% = desidratação grave.
• Essa classificação proporciona uma estimativa do volume necessário para correção do déficit corporal de fluído em consequência da doença diarreica.
• perda de 5%, ou seja, 50 mL/Kg; de 5 a 10%, ou seja, 50 a 100 mL/Kg e mais do que 10%, ou seja, mais de 100 mL/Kg. (CURIOSIDADE!!!)
PECULIARIDADES DO EXAME DO ABDOME NA CRIANÇA
Na criança: percussão do fígado
Borda superior: 5º EIC, LHC
Borda inferior: pode ser percutível e/ou palpável
Até 2 anos: até 3 cm do RCD
2 – 10 anos: até 2 cm
Palpação do Baço
- Na criança: ponta de baço pode ser palpável até 10 anos
- Espaço de Traube é timpânico à percussão

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