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Geometria analítica licenciatura em matemática L IC E N C IA T U R A E M M A T E M Á T IC A - G E O M E T R IA A N A L ÍT IC A V E T O R IA L U A B / IF C E S E M E S T R E 3 vetorial Ministério da Educação - MEC Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Universidade Aberta do Brasi l Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Universidade Aberta do Brasil Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará Diretoria de Educação a Distância Fortaleza, CE 2008 Licenciatura em Matemática Geometria Analítica Vetorial Marcos Antônio de Macedo Créditos Presidente Luis Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário da SEED Carlos Eduardo Bielschowsky Diretor de Educação a Distância Celso Costa Reitor do IFCE Cláudio Ricardo Gomes de Lima Pró-Reitor de Ensino Gilmar Lopes Ribeiro Diretora de EAD/IFCE e Coordenadora UAB/IFCE Cassandra Ribeiro Joye Vice-Coordenadora UAB Régia Talina Silva Araujo Coordenador do Curso de Tecnologia em Hotelaria José Solon Sales e Silva Coordenador do Curso de Licenciatura em Matemática Zelalber Gondim Guimarães Elaboração do conteúdo Marcos Antônio de Macedo Colaborador Marília Maia Moreira Equipe Pedagógica e Design Instrucional Ana Claúdia Uchôa Araújo Andrea Maria Rocha Rodrigues Cristiane Borges Braga Eliana Moreira de Oliveira Gina Maria Porto de Aguiar Vieira Jane Fontes Guedes Lívia Maria de Lima Santiago Luciana Andrade Rodrigues Regina Santos Young Equipe Arte, Criação e Produção Visual Benghson da Silveira Dantas Davi Jucimon Monteiro Diemano Bruno Lima Nóbrega Germano José Barros Pinheiro Hommel Almeida de Barros Lima José Albério Beserra José Stelio Sampaio Bastos Neto Larissa Miranda Cunha Marco Augusto M. Oliveira Júnior Navar de Medeiros Mendonça e Nascimento Renato Furtado de Mesquita Roland Gabriel Nogueira Molina Equipe Web Aline Mariana Bispo de Lima Antonio de Pádua Madeiros Alves Filho Benghson da Silveira Dantas Fabrice Marc Joye Luiz Alfredo Pereira Lima Lucas do Amaral Saboya Marcos do Nascimento Portela Ricardo Werlang Samantha Onofre Lóssio Tibério Bezerra Soares Thuan Saraiva Nabuco Revisão Textual Aurea Suely Zavam Nukácia Meyre Araujo de Almeida Revisão Web Débora Liberato Arruda Hissa Saulo Garcia Logística Francisco Roberto Dias de Aguiar Secretários Breno Giovanni Silva Araújo Francisca Venâncio da Silva Auxiliar Zuila Sâmea Vieira de Araújo Maria Tatiana Gomes da Silva Carla Anaíle Moreira de Oliveira https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 Macedo, Marcos Antônio de. Geometria analítica vetorial / Marcos Antônio de Macedo; Coordena- ção Cassandra Ribeiro de Oliveira e Silva. - Fortaleza: UAB/IFCE, 2008. 123p. : il. ; 27cm. ISBN 978-85-475-0005-4 1. GEOMETRIA ANALÍTICA 2. VETORES (MATEMÁTICA) I. Silva, Cassandra Ribeiro de Oliveira e. (Coord.) II. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE III. Universidade Aberta do Brasil IV. Título. CDD – 516.3 M141g Catalogação na Fonte: Etelvina Marques (CRB 3 – Nº 615) SUMÁRIO AULA 2 AULA 3 AULA 4 Apresentação 7 Referências 123 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 3 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 3 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 3 Tópico 1 Tópico 2 Currículo 124 Introdução a vetores 8 Sistema de coordenadas tridimensional 9 Introdução a vetores 14 Decomposição no plano e no espaço 21 AULA 1 Produto interno 28 Representação geométrica do produto interno 29 Expressão cartesiana do produto interno 33 Duas aplicações tradicionais do produto interno 38 Produto vetorial 43 Produto vetorial 44 Produto misto 51 Demonstrações das propriedades 56 Reta 61 Equações da reta 62 Posições relativas entre duas retas 67 6 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l Plano 72 Equações do plano 73 Complemento sobre planos 80 AULA 6 AULA 7 AULA 8 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 1 Tópico 2 AULA 5 Distâncias 84 Distância envolvendo ponto e reta 85 Distâncias envolvendo ponto e plano 91 Cônicas 96 Elipse e círculo 97 Hipérbole e parábola 102 Transformação de coordenadas 109 Translação de eixos de coordenadas 110 Rotação de eixos de coordenadas 114 7APRESENTAÇÃO APRESENTAÇÃO Caro(a) aluno(a), A disciplina Geometria Analítica Vetorial tem como objetivo familiarizar o aluno com os conceitos fundamentais da Geometria Analítica e Vetores, fornecendo-lhe um conjunto de ferramentas que permitam avançar nas disciplinas de Cálculo Diferencial e Integral, Física e Álgebra Linear. A disciplina está estruturada em duas partes: vetores e geometria analítica. Na primeira parte, são introduzidas as propriedades e operações com vetores de maior relevância, considerando que o estudo desses elementos é de fundamental importância para compreensão e entendimento da geometria analítica. Na segunda parte, é realizado um estudo acerca das retas e dos planos no espaço tridimensional, utilizando-se como ferramentas básicas as principais operações e propriedades dos vetores, além de uma abordagem sobre transformação de coordenadas. No desenvolvimento dos conteúdos, procuramos seguir sempre uma ordem lógica na apresentação dos temas. Dessa forma, pretendemos facilitar e fornecer condições para que os próprios alunos avancem de modo progressivo no domínio da disciplina. Como parte de sua avaliação, você deverá resolver, ao final de cada aula, um conjunto de exercícios cujo grau de complexidade aumenta de forma gradativa desde os conceitos mais básicos aos mais complexos. A partir de agora, convido-os a viajar nesse mundo da geometria analítica. Bons estudos! Marcos Antônio de Macedo 8 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l Caro(a) aluno(a), Nesta aula será introduzido o conceito geométrico e analítico de vetores, os quais serão utilizados como ferramenta imprescindível nas aulas subsequentes, permitindo a você, a formação de uma visão espacial dentro da geometria analítica tridimensional. Objetivos • Introduzir a linguagem geométrica de vetores coligada às técnicas algébricas que envolvem coordenadas • Desenvolver uma visão integrada com os problemas de geometria resolvidos por meio de técnicas algébricas AULA 1 Introdução a Vetores 9AULA 1 TÓPICO 1 TÓPICO 1 Sistema de coordenadas tridimensional ObjetivOs • Apresentar a ferramenta básica para o estudo da geometria analítica e vetores • Identificar um ponto no sistema de coordenadas tridimensionais Neste tópico será abordado o sistema de coordenadas retangulares tridimensionais (ou sistema de coordenadas cartesianas), elemento básico e ferramenta fundamental no estudo da geometria analítica. A palavra cartesiano se deve a René Descartes, conhecido como Cartesus. No sistema cartesiano, x recebe o nome de abscissa, y de ordenada e z o nome de cota. 1.1 SISTEMA COORDENADO RETANGULAR TRIDIMENSIONAL Vimos na geometria analítica plana que, para localizar um ponto no plano, são necessários dois números reais, ou seja, qualquer ponto do plano pode ser facilmente representado como um par ordenado (a,b) de números reais, onde a é a coordenada x e b é a coordenada y. Para localizar um ponto no espaço, precisamos de três números reais (a, b, c). Para representar um ponto no espaço, precisamos, primeiramente, fixar um ponto 0, chamado de origem, e três retas orientadas ortogonais entre si passando por 0, que denominamos eixos coordenados 0x, 0y e 0z, como ilustrado na figura 1. s a i b a m a i s ! Conheça mais sobre o renomado matemático acessando o site https://educacao.uol.com.br/ biografias/rene-descartes.htm. 10 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l Figura 1 – Sistema de eixos cartesianos Cada dupla de eixos determina um plano coordenado. Portanto temos três planos coordenados: o pano x0y ou xy, o plano x0z ou xz e o plano y0z ou yz, como mostra a figura 2. Os três planos se interceptam dividindo o espaço em oito regiões,cada uma delas chamada octante. O primeiro octante é determinado pelos eixos positivos (figura 2). Figura 2 - Planos coordenados A cada ponto P do espaço vai corresponder uma terna (a, b, c) de números reais, chamadas coordenadas de P e denominadas abscissa, ordenada e cota, respectivamente. Para se determinar as coordenadas de P, procedemos da seguinte forma: Baixamos por P uma perpendicular ao plano xy determinando o ponto P’ (projeção ortogonal de P sobre o plano xy). As coordenadas de P’ no plano xy representam as duas primeiras coordenadas de P que são a e b. A terceira coordenada de P (coordenada c) marcada no eixo z a partir da origem representa a distância de P ao plano xy, como mostra a figura 3. Figura 3 – Coordenadas de um ponto no espaço 11AULA 1 TÓPICO 1 O produto x x x, y, z x, y, z = ( ) ∈{ } é o conjunto de todas as triplas ordenadas de números reais e é denotado por 3. Existe uma correspondência bijetora entre cada ponto P do espaço e triplas ordenadas (x, y, z) no 3, que é chamado sistema coordenado retangular tridimensional. Note que, se um ponto pertence a um plano coordenado, uma de suas componentes é nula. Em particular: • O ponto (0, y, z) pertence ao plano yz. • O ponto (x, 0, z) pertence ao plano xz. • O ponto (x, y, 0) pertence ao plano xy. Se o ponto pertence a um eixo coordenado, duas de suas componentes é nula. Em particular: • O ponto (0, 0, z) pertence ao eixo 0z. • O ponto (x, 0, 0) pertence ao eixo 0x. • O ponto (0, y, 0) pertence ao eixo 0y. Vejamos os exercícios resolvidos a seguir. ExErcício rEsolvido 1. Que superfícies de 3 são representadas pelas seguintes equações? a) x 4= b) z 5= Solução: a) a equação x 4= representa o conjunto ( ){ }x,y,z / x 4= que é o conjunto de todos os pontos de 3 com coordenada x 4= . Isso representa um plano paralelo ao plano yz interceptando o eixo x no ponto (x, 0, 0), como mostra a figura 4a. b) a equação z 5= representa o todos os pontos de 3 com coordenada z 5= . Isso representa um plano paralelo ao plano xy interceptando o eixo z no ponto (0, 0, z), como mostra a figura 4b. Figura 4a – O plano intercepta o eixo x no ponto (4,0,0) Figura 4b – O plano intercepta o eixo x no ponto (0,0,5) g u a r d e b e m i s s o ! Em geometria analítica bidimensional, o gráfico de uma equação envolvendo x e y é uma curva em ²; na geometria analítica tridimensional, uma equação que envolve x, y e z representa uma superfície em ³. 12 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l 1.2 DISTÂNCIA DE DOIS PONTOS A fórmula bastante conhecida para a distância entre dois pontos em um plano pode ser estendida para a seguinte fórmula tridimensional. 2 2 2d(A,B) AB x y z= = D +D +D em que 1 1 1A(x , y , z ) e 2 2 2B(x , y , z ) Para justificar esta fórmula, vamos construir um paralelepípedo, onde A e B são vértices opostos e as faces são paralelas aos planos coordenados. Se 1 1 1A(x , y , z ) e 2 2 2B(x , y , z ) são vértices do poliedro (como indica a figura 5), então temos: 2 1 AC x - x= 2 1 CD y - y= 2 1 BD z - z= Figura 5 – Distância entre A e B no espaço Como os triângulos ABD e ACD são retângulos, duas aplicações do teorema de Pitágoras nos fornecem: AB AD BD2 2 2= + AD AC CD 2 2 2= + Combinando as duas equações, vem... 2 2 2 2 AB AC CD BD = + + 2 2 2 2 2 1 2 1 2 1 AB x - x y - y z - z = + + 2 2 2 2 1 2 1 2 1 AB x - x y - y z - z = + + fazendo 2 1 2 1 2 1x x x , y y y e z z zD = - D = - D = - temos, 2 2 2 AB x y z = D +D + D ExErcícios rEsolvidos 1. Qual a distância do ponto A(2, -1, 7) ao ponto B(1, -3, 5)? Solução: 2 2 2 AB (2 1) ( 1 3) (7-5) = - + - + + AB 1 4 4= + + =3 13AULA 1 TÓPICO 1 2. Determine a equação da esfera de centro no ponto C(a, b, c) e raio r. Solução: A esfera, por definição, é o conjunto de todos os pontos P(x, y, z) cuja distância a um ponto fixo C é uma constante r. O ponto C pertence à esfera se, e somente se, PC r= , ou seja 2 2 2r (x a) (y b) (z c) = - + - + - 2 2 2(x a) (y b) (z c) - + - + - = r 2 Em particular, se o centro é o ponto (0, 0, 0), a equação da esfera fica 2 2 2 2x y z r+ + = Vimos como identificar um ponto no sistema de coordenadas tridimensionais através de suas coordenadas e também como calcular a distância entre dois pontos no espaço. A seguir faremos uma introdução sobre o estudo de estudos. 14 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l Neste tópico apresentaremos o conceito de vetor e faremos uma abordagem, ainda que superficial, de suas operações do ponto de vista geométrico. O termo vetor surgiu na mecânica com o engenheiro Flamengo Simon Stevin (O Arquimedes Holandês) quando apresentou, em 1586, o problema da composição de forças e enunciou uma regra através de experimentos para se determinar a soma de duas forças aplicadas a um mesmo corpo, conhecida hoje como regra do paralelogramo. Assim como a força, certas grandezas, além de um número real para indicar sua intensidade, precisam de uma direção e um sentido (Por exemplo: velocidade, aceleração, etc.) Tais grandezas são denominadas grandezas vetoriais. Outras grandezas ficam bem definidas apenas por um número real, acompanhado logicamente de sua unidade de medida correspondente (exemplo: 13 kg de massa, 30ºc de temperatura etc). Tais grandezas são denominadas grandezas escalares. TÓPICO 2 Introdução a vetores ObjetivOs • Introduzir a noção de vetor • Identificar e realizar operações básicas com vetores no plano s a i b a m a i s ! Acesse ao site https://brasilescola.uol.com.br/ biografia/simon-stevin.htm para conhecer mais sobre a vida de Simon Stevin. 15AULA 1 TÓPICO 2 2.1 DEFINIÇÕES i) Em um segmento orientado XY, chama- se vetor v ® (figura 6) o conjunto infinito de todos os segmentos eqüipolentes a XY. Cada segmento orientado do conjunto é chamado imagem geométrica ou representante do vetor. Figura 6 – Conjunto de segmentos eqüipolentes Notações 1. Uma seta em cima de uma letra minúscula. Exemplos: a, ® b ® , c ® , . . . v, ® w ® 2. Uma letra minúscula sobrelinhada. Exemplos: a, b , c, ... v , w . 3. Dois pontos que são origem e extremidade do vetor. Figura 7 - Na representação xy x y → = − , x é a origem e y a extremidade do representante do vetor v Essa última notação é devida ao matemático alemão H. Grassmann (1809- 1877) e apresenta uma certa vantagem na prática das aplicações das operações algébricas com vetores. 4. Uma terna ordenada de números reais 1 1 1v ( x , y , z ) ® = que representa a extremidade de um vetor cuja origem é o ponto 0(0, 0, 0) do sistema de coordenadas tridimensionais. at e n ç ã o ! Dois segmentos são equipolentes quando têm a mesma direção, o mesmo sentido e o mesmo comprimento. s a i b a m a i s ! O Matemático Hermann Grassmann é conhecido pela sua contribuição no desenvolvimento do Cálculo Vetorial Geral, que possibilita o uso de um número qualquer de dimensões. 16 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l Figura 8 - v x y z → = ( , , ) 1 1 1 ii) Módulo de um vetor v ® , indicado por v , representa o comprimento do vetor. Por exemplo: Figura 9 - v 6 u.c= iii) Vetor nulo apresenta direção e sentido arbitrários e módulo igual a zero. O vetor nulo tem coordenadas (0, 0, 0) e sua representação geométrica é a origem do sistema de coordenadas. iv) Vetor unitário é o vetor de módulo igual a 1. v) Versor de um vetor v ® é o vetor unitário de mesma direção e sentido de v ® . Figura 10 – u ® é o versor de v ® Observe que v u 3 ® ® = . Generalizando temos: Se u ® é versor de v ® , então v u v ® ® = . vi) O vetor oposto de AB ® é o vetor BA ® indicado por AB ® - . Em outras palavras, o vetor oposto de AB ® possui mesmo comprimento e direção de AB ®, porém sentido contrário. Figura 11 - − → AB é o oposto de BA ® at e n ç ã o ! Quando já estiver fixado o sistema de coordenadas, o representante de um vetor é aquele cuja origem coincida com a origem do sistema. 17AULA 1 TÓPICO 2 vii) Dois vetores são colineares quando apresentam mesma direção. De acordo com o exposto até o presente momento, concluímos que podemos associar o conceito de vetor à ideia de translação. A mesma ideia não se transfere para retas paralelas, tendo em vista que elas apresentam posições fixas. Portanto duas retas paralelas e distintas jamais serão colineares. viii) Três vetores u, v e w ® ® ® são coplanares quando tiverem representantes paralelos ao mesmo plano. Figura 12 – u ® ® ® , v e w são coplanares. Figura 13 – u ® ® ® , v e w não são coplanares 2.2 OPERAÇÕES COM VETORES DO PONTO DE VISTA GEOMÉTRICO As operações envolvendo vetores são tradicionalmente efetuadas de duas formas equivalentes. Uma delas, mais analítica, veremos no tópico 3 desta aula. A segunda, com um caráter mais geométrico que apresentaremos a seguir. 2.2.1 Multiplicação por Escalar Seja uma constante K e um vetor v ® . O produto da constante pelo vetor é o vetor k v ® , que possui as seguintes características: a) Se k>0, o vetor k v ® terá a mesma direção e sentido de v e terá módulo igual a k . v (cf. figura 14). b) Se k<0, o vetor k v ® terá a mesma direção, porém sentido contrário de v e terá módulo igual a k . v (cf. figura 15). g u a r d e b e m i s s o ! Dois vetores são sempre coplanares, enquanto três vetores podem ou não ser coplanares. Convenção: O vetor nulo é paralelo a qualquer vetor e coplanar a qualquer conjunto de vetores coplanares. 18 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l Figura 14 – u v → → = 3. Figura 15 – u v → → =−3. (mesma direção e sentido) (mesma direção e sentido contrários) 2.2.2 adição dE vEtorEs Geometricamente, a soma de dois vetores u ® e v ® é o vetor s ® = u ® + v ® com origem na origem de um dos vetores e extremidade na extremidade do outro vetor, como mostra a figura 16. Figura 16 – A soma s ® representa a diagonal de um paralelogramo cujos lados são os vetores u e v 2.2.3 difErEnça dE vEtorEs A diferença entre os vetores u ® e v ® é igual à soma de u ® com o oposto de v ® , ou seja: u ® - v ® = s ® = u ® + (- v ® ). Veja o esquema na figura abaixo. Figura 17 – Representação geométrica da diferença de dois vetores ExErcícios rEsolvidos 1. Dados os vetores u ® e v ® da figura, mostrar um representante do vetor: a) u ® - v ® b) v ® - u ® c) u ® - 2 v ® at e n ç ã o ! Sabemos que o paralelogramo apresenta duas diagonais distintas. Para a regra do paralelogramo determinado pelas representantes de e de mesma origem A, adota-se a diagonal que contém o ponto A. A regra do paralelogramo é muito utilizada na composição de forças em Física. 19AULA 1 TÓPICO 2 Solução: a) b) c) 2. Determine o módulo do vetor soma dos vetores u ® e v ® , ortogonais, tais que u 3 ® = e v 4 ® = . Solução: Tendo em vista que os vetores são ortogonais, consideremos dois representantes de u ® e v ® de mesma origem e em seguida aplicamos a regra do paralelogramo. Aplicando o Teorema de Pitágoras no triângulo ABC, vem 2 2 2u v u v ® ® ® ® + = + Þ 2 2 2u v 4 3 25 ® ® + = + = Þ u v 25 ® ® + = 20 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l Estudamos vetores do ponto de vista geométrico, no caso, eles eram representados por segmentos de reta orientados. A partir do próximo tópico, apresentaremos uma outra forma de representá-los: os segmentos orientados estarão relacionados com os sistemas de eixos cartesianos do espaço. at e n ç ã o ! Quando os vetores não forem ortogonais, basta usar a lei dos cossenos. 21AULA 1 TÓPICO 3 TÓPICO 3 Decomposição no plano e no espaço ObjetivOs • Definir combinação linear • Introduzir o conceito de base canônica • Definir operações com vetores representados por ponto no plano e no espaço O conceito de combinação linear é central tanto na geometria analítica quanto na álgebra linear e dele dependem vários outros conceitos, inclusive o conceito de decomposição de vetores no plano, que é uma ferramenta bastante utilizada na Física quando se pretende determinar as componentes de uma força que atua num corpo. 3.1 DECOMPOSIÇÃO DE UM VETOR NO PLANO Dados dois vetores 1v ® e 2v ® , não colineares, qualquer vetor → v do plano pode ser decomposto segundo as direções de 1v ® e 2v ® , ou seja, existem dois números reais 1k e 2k tais que 1 1 2 2v k v k v ® ® ® = + , como mostra a figura abaixo. Observe que v ® é uma combinação linear dos vetores 1v ® e 2v ® , e o conjunto { }1 2v , v® ® é chamado de base do plano. Assim, qualquer conjunto { }1 2e , e® ® de vetores não colineares constitui uma base do plano. Figura 18 – Decomposição de v ® nas direções de v v ® ® 1 2 e 22 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l 3.2 COMBINAÇÃO LINEAR DE VETORES Sejam os vetores 1v ® , v2 ® , 3v ® , . . ., nv ® e os números reais 1k , 2k , 3k , . . . , nk . Diz-se que v ® é combinação linear de 1v ® , v2 ® , 3v ® , . . . , nv ® se 1 1v k v ® ® = + 2 2k v ® +...+ n nk v ® . Observe que v ® representa a soma vetorial dos múltiplos escalares de 1v ® , v2 ® , 3v ® , . . . , nv ® . Por exemplo, se 1v 2v ® ® = + 23v ® - 35v ® , então v ® é combinação linear de 1v ® , v2 ® e 3v ® . Uma base é dita Ortonormal, se seus vetores forem ortogonais e unitários. Há infinitas bases ortonormais no plano x0y e, vale destacar, uma delas chamada base canônica (figura 19). A base canônica é formada por vetores cujos representantes têm origem em 0 e extremidades nos pontos (1, 0) e (0, 1), cujas representações são i ® e j ® , respectivamente. Figura 19 – Base canônica Vimos que umas das formas de se representar um vetor é através das coordenadas do ponto de sua extremidade quando a origem é o ponto 0 do plano cartesiano. Assim, temos i ® = (1, 0) e j ® =( 0, 1). Seguindo essa linha de raciocínio, podemos concluir que qualquer vetor do plano x0y é uma combinação linear dos vetores i ® e j ® . Vejamos a figura 20: Figura 20 – ( v x i y j → → → = + ) x i ® é a projeção ortogonal de v ® na direção i ® e y j ® a projeção de v ® na direção de j ® . v x i y j ® ® ® = + ( v ® como combinação linear de i ® e j ® ) v ® =(x, y) (expressão analítica de 1v ® ) 23AULA 1 TÓPICO 3 3.3 OPERAÇÕES Seja ( )1 1 1v x ,y ® = , ( )2 2 2v x ,y ® = e k um número real diferente de zero. a) Adição → 1v + 2v ® =( )1 1x ,y + ( )2 2x ,y = ( 1 2x x ,+ 2 2x y )+ Exemplo: ( ) ( ) ( ) ( )[ ] ( )2, -3 1, -2 2 1 , -3-2 3, -5+ = + = b) Multiplicação por k k x x kx kx1 2 1 2, ,( )=( ) c) Igualdade vv 2 ⇒=1 ( )1 1x ,y = ( )2 2x ,y Þ 1 2 1 2x x e y y= = ExErcício rEsolvido Sejam ( )1v 5, 2 ® = e ( )2v 1, 6 ® = , calcule 1 2s v v ® ® ® = + e represente no plano cartesiano. Solução: 1 2s v v ® ® ® = + Þ ( ) 5, 2 + ( ) 1, 6 Þ ( ) 6, 8 Þ ( )s 6, 8 ® = Figura 21 - Diagonal do paralelogramo formado pelos vetores v1 ® e v2 ® Observe que s ® é a diagonal do paralelogramo. 3.4 VETOR DEFINIDO POR DOIS PONTOS Em algumas situações, o vetor é representado por um segmento orientado que não parte da origem do sistema de coordenadas. Sejam os vetores 1 1OA (x , y ) ® = e 2 2OB (x , y ) ® = não colineares. De acordo com a figura abaixo, temos: OB OA AB ® ® ® = + Þ AB OB OA ® ® ® = - Þ 2 2 1 1AB (x , y ) (x , y ) ® = - Þ 2 1 2 1AB (x x , y y ) ® = - - 24 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l Figura 22 – Vetor definido por dois pontos Observe que o vetor AB ®em que A( 1, 3) e B(3, -2) não possui origem no ponto O do sistema. Então, para se determinar um representante de v ® com origem em O do plano cartesiano, fazemos ( )v 3 1, 2 3 ® = - - - Þ ( )v 2, 5 ® = - . Figura 23 - representação geométrica de v ® Observe que os dois segmentos representam o mesmo vetor. ExErcícios rEsolvidos 1. Determine o vetor w ® na expressão 1 3w 2u v w 2 ® ® ® ® + = + tal que u (3, 1) ® = - e v ( 2, 4) ® = - . Solução: A equação 13w 2u v w 2 ® ® ® ® + = + pode ser resolvida como uma equação numérica: 6w 4 u v 2w ® ® ® ® + = + 6w 2w v 4 u ® ® ® ® - = - 4w v 4 u ® ® ® = - 1 w v u 4 ® ® ® = - Substituindo u e v ® ® na equação, temos 1 w ( 2, 4) ( 3, -1) 4 ® = - - 1 w ( , 1) ( 3, -1) 2 ® = - - 7 w ( , 2) 2 ® = - 25AULA 1 TÓPICO 3 2. Dados os pontos A(-1, 2), B(4, 3) e C(1, 5), determine D(x, y) de tal forma que 1CD AB 3 ® ® = . Solução: ( )CD C D (1, 5) (x, y) 1 x, 5-y ® = - = - = - ( ) ( )AB B A (4, 3) ( 1, 2) 4 1, 3 2 5, 1 ® = - = - - = + - = Logo ( ) ( )11 x, 5 y 5, 1 3 - - = ( ) 5 11 x, 5 y , 3 3 æ ö÷ç- - = ÷ç ÷çè ø pela condição de igualdade, vem 5 1 x 3 1 5 y 3 ìïï - =ïïïïïíïïïï - =ïïïî Resolvendo o sistema encontramos 2 x 3 =- e 14 y 3 = , daí 2 14 D , 3 3 æ ö÷ç- ÷ç ÷çè ø . 3.5 DECOMPOSIÇÃO NO ESPAÇO Vimos que qualquer conjunto { }1 2v , v® ® de vetores, não colineares, representa uma base do plano. Então, qualquer vetor → v do plano é combinação linear dos vetores 1 2 3v , v e v ® ® ® e 1 2 3v , v e v ® ® ® . No espaço, qualquer conjunto { }1 2 3˘˝˘˝® ® ® de vetores não coplanares representa uma base, portanto qualquer vetor v ® do espaço é uma combinação linear de 1 2 3v , v e v ® ® ® , ou seja, sempre existem os números 1 2 3m , m e m tais que 1 2 31 2 3v m v m v m v ® ® ® ® = + + . A base canônica { }i , j , k® ® ® é uma base ortonormal (vetores unitários e ortogonais entre si), cujos vetores possuem as direções dos eixos coordenados. Assim, qualquer vetor do espaço é uma combinação linear dos vetores i , j e k ® ® ® , como mostra a figura 24. Figura 24 – Base canônica no espaço tridimensional at e n ç ã o ! Coplanares - figuras geométricas que pertencem ao mesmo plano. 26 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l v x i y j z k ® ® ® ® = + + ( → v como combinação linear dos vetores i , j , k ® ® ® ) v (x, y, z) ® = (expressão analítica de → v ) 3.6 OPERAÇÕES Sejam os vetores ( )1 1 1 1v x , y , z ® = , ( )2 2 2 2v x , y , z ® = em um número real a) ( )1 2 1 2 1 2 1 2v v x x , y y , z z ® ® + = + + + b) m. 1v ® = ( )1 1 1mx , my , mz c) 1 2v v ® ® = Þ 1 2 1 2 1 2x x , y y e z z= = = ExErcício rEsolvido 1. Dados dois pontos A(0, 1, -1 ) e B(1, 2, -1 ) e os vetores u (-2, -1, 1 ) ® = , v (3, 0, -1 ) ® = e w (-2, 2, 2 ) ® = , verifique se existem os números 1 2 3a , a e a tais que 1 2 3w a AB a u a v ® ® ® ® = + + . Solução: Temos: ( )AB B A 1, 2, 1 ® = - = - - ( ) 0, 1, 1- = ( ) 1-0, 2 ( 1), 1 1+ - - + = ( ) 1, 1, 0 . Substituindo os vetores na igualdade dada, resulta: ( ) ( ) ( ) ( )1 2 3 2, 2, 2 a . 1, 1, 0 a . 2, 1, 1 a . 3, 0, 1- = + - - + - ou ( ) ( ) ( ) ( )1 1 2 2 2 3 3 2, 2, 2 a , a , 0 2a , -a , a 3a , 0, a- = + - + - Somando os três vetores do segundo membro, temos: ( ) ( )1 2 3, 1 2 2 3 2, 2, 2 a 2a 3a a a , a a- = - + - - pela condição de igualdade de vetores, obteremos o sistema: 1 2 3 1 2 2 3 a 2a 3a 2 a a 2 a a 2 ì - + =-ïïïï - =íïï - =ïïî cuja solução é 1 2 3a 3, a 1 e a 1= = =- 3.7 VETORES COLINEARES Em (2.2.1) vimos que os vetores k.v ® e v ® têm a mesma direção. Assim se dois vetores ( ) ( )1 1 1 2 2 2u x , y , z e v x , y , z ® ® = = são colineares (têm a mesma direção), então u k.v ® ® = em que k é um número real, ou seja: ( ) ( )1 1 1 2 2 2x , y , z k. x , y , z= ou ( ) ( )1 1 1 2 2 2x , y , z kx , ky , kz= Assim, 1 2x kx= , 1 2y ky= e 1 2z kz= ou 11 1 2 2 2 yx z x y z = = . 27AULA 1 TÓPICO 3 Esta é a condição de paralelismo de dois vetores, ou seja, dois vetores são paralelos ou colineares quando suas componentes correspondentes são proporcionais. Exemplo: Determine os valores de p e q para que sejam paralelos os vetores u (p 1, 3, 1 ) ® = + e u (4, 2, 2q-1 ) ® = . Solução De acordo com a condição de paralelismo de vetores, temos p 1 3 1 4 2 2q 1 + = = - ou 2(p 1) 12 3(2q 1) 2 ì + =ïïíï - =ïî resolvendo o sistema vem 5 p 5 e q 6 = = Vimos, neste tópico, que qualquer vetor do plano ou do espaço pode ser expresso como combinação linear da base canônica-elemento que estará presente em praticamente todas as aulas do nosso curso. A próxima aula será dedicada ao estudo do produto interno de vetores, que representa uma outra forma de multiplicação de vetores, além desta vista nesta aula. 28 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l Caro(a) aluno(a), Estudamos na aula anterior a multiplicação de um vetor por um número real (multiplicação por escalar). Além desse tipo de produto, pudemos também definir multiplicações ou produto de vetores entre si. Nesta aula será apresentada uma nova modalidade de multiplicação entre vetores, cujo resultado é definido como Produto escalar ou Produto interno entre dois vetores. O produto interno (ou escalar) entre dois vetores u e v , denotado por u . v ou u, v , e que nos fornece como resultado um número real, possui grande aplicabilidade nas diversas áreas afins. Na matemática, por exemplo, entre outras aplicações, o produto interno pode ser usado para resolver muitos problemas de natureza geométrica. Objetivos • Introduzir o conceito geométrico e cartesiano de produto escalar • Apresentar aplicações do produto interno, tanto no cálculo de projeções de vetores como no cálculo de ângulos diretores de um vetor AULA 2 Produto Interno 29AULA 2 TÓPICO 1 TÓPICO 1 Representação geométrica do produto interno ObjetivOs • Definir produto interno sob o ponto de vista geométrico • Usar o produto interno para resolver problemas geométricos Neste tópico será introduzido o conceito de produto escalar dando-lhe um significado geométrico. Com isso pretendemos proporcionar a você, uma visão geométrica dessa ferramenta no intuito de facilitar suas aplicações nas diversas áreas afins. dEfinição Dados os vetores não nulos u ® e v ® , chama-se produto interno (ou escalar) dos vetores u ® e v ® , denotado por u ® . v ® ou u,v (lê-se u escalar v), o número real obtido pela multiplicação do módulo de um dos vetores (digamos u ® ) pelo módulo da projeção ortogonal de v ® na direção de u ® (veja Figura 1). Projeção de v ® na direção de u ® u,v = u ® . v ® . cos q Figura 1 - AC ® Projeção de v ® na direção de u ® 30 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l v ® . cos q = projeção ortogonal de v ® na direção de u ® . AC ® é a projeção ortogonal de v ® na direção de u ® , ou seja, AC ® = proj v ® . Assim proj v ® = u ® . cos q Observe que se q é o ângulo entre u ® e v ® : i) Se 0 2 < <θ π , cos q > 0 Þ u , v ® ® > 0; ii) Se π θ π 2 < < , cos q < 0 Þ u , v ® ® < 0; iii) Se θ π = 2 , cos 2 0 π = Þ u , v ® ® = 0. A partir da observação (iii), podemos concluir que, se os vetores u ® e v ® são ortogonais, ou se um dos vetores é nulo, o produto interno a eles é nulo. Por exemplo: Os vetores i ® e j ® das bases canônicas são unitárias e ortogonais, daí: i ® . j ® = i ® . j ® . cos q , mas q = 90º (cos 90º = 0) i ® . j ® = 1 . 1 . 0 = 0 1.2 PROPRIEDADES Sejam u ® e v ® dois vetores e k um número real diferente de zero: a) u , v ® ® = u , v ® ® u , v ® ®u , v ® ® u , v ® ® u , v ® ® (comutativo); b) k. u , v ® ® = k.u , v ® ® = u , k.v ® ® (associativo em relação a uma constante k); c) u , v w ® ® + = u , v ® ® + u , w ® ® ; d) u ® . u ® = 2 u ® . Esta última pode ser facilmente demonstrada usando a definição de produto interno u ® . u ® = u ® . u ® . cos q . Os vetores são colineares, portanto q = 0 e cos q = 1, logo: v o c ê s a b i a? A operação de multiplicação escalar, de importância fundamental em muitas áreas da Matemática e da Física, foi criada por Grassmann e por isso leva o seu nome. s a i b a m a i s ! Você pode conhecer um pouco da história dos vetores e da contribuição de Hermann Grassmann lendo o texto sobre esse assunto disponível no site http://ecalculo.if.usp.br/historia/grassmann. htm. 31AULA 2 TÓPICO 1 u ® . u ® = u ® . u ® . 1 Þ 2 u ® = u ® . u ® ExErcícios rEsolvidos 1.Calcule u , v ® ® tendo em vista que u ® = (0, 3, 4) e v ® = (2, 3, 6). Solução: Observe que os vetores são colineares (componentes correspondentes proporcionais), daí q = 0 e cos q = 1. u ® = 2 2 22 3 6+ + = 25 = 5 v ® = 2 2 22 3 6+ + = 49 = 7 Assim, u ® v ® = u ® . v ® .cos q u ® v ® = 5 . 7 . 1 = 35 2. Demonstre a lei dos cossenos: è2 2 2a b c 2bc.cos= + - q . Figura 2 - a b c 2bc cos 2 2 2= + − ⋅ q (lei dos cossenos) Solução: Sejam a = CB ® , b = AC ® e c = AB ® . Pela definição de diferença de dois vetores (cf. Aula 1) CB AB AC ® ® ® = - . Multiplicando os dois lados da equação por CB ® , vem: CB ® . CB ® = ( AB ® - AC ® ) . CB ® , mas CB ® = ( AB ® - AC ® ), então 2 CB ® = AB ® . AB ® - 2. AB ® . AC ® + AC ® . AC ® 2 CB ® = 2 AB ® + 2 AC ® - 2. AB ® . AC ® . Mas, pela definição de produto interno, temos: AB ® . AC ® = AB ® . AC ® . cos q , Daí: 2 CB ® = 2 AB ® + 2 AC ® - 2 . AB ® . AC ® . cos q . Tendo em vista que a = CB ® , b = AC ® e c = AB ® , temos: è2 2 2a b c 2bc.cos = + - q . at e n ç ã o ! u u u → → → ⋅ ≠ 2 , pois u ® não é um número real, enquanto u 2→ = ⋅u u 32 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l 3. Se a ® = 4 e b ® = 10, calcule a ® . b ® , sabendo que o ângulo entre a ® e b ® é 120. Solução: cos 120º = - cos (180°-120°) = - cos 60º = - 1 2 a ® . b ® = a ® . b ® . cos q Þ a ® . b ® = 4 . 10 . 1 2 æ ö÷ç- ÷ç ÷çè ø Þ a ® . b ® = -20. Vimos, neste tópico, que o produto interno de dois vetores está diretamente relacionado ao ângulo por eles formado e pode ser calculado multiplicando o módulo de um deles pelo módulo da projeção do outro sobre ele. No próximo tópico apresentaremos um método usado no calculo do produto interno a partir de suas formas analíticas. 33AULA 2 TÓPICO 2 TÓPICO 2 Expressão cartesiana do produto interno ObjetivO • Definir o produto interno a partir de suas formas cartesianas Neste tópico mostraremos que é possível calcular o produto interno de dois vetores sem o auxílio do ângulo entre eles, ou seja, usando apenas os pontos do plano ou espaço que representam as extremidades dos representantes dos vetores. dEfinição Sejam os vetores 1 1 1u x i y j z k ® ® ® ® = + + e 2 2 2v x i y j z k ® ® ® ® = + + , o produto interno dos vetores u ® e v ® em termos de coordenadas é dado por 1 2 1 2 1 2x x y y z z+ + . Observe que u, v = u . v ® ® = ( )1 1 1x i y j z k .® ® ®+ + ( )2 2 2x i y j z k® ® ®+ + , daí u ,v = 1 2x x i . i ® ® + 1 2x y i . j ® ® + 1 2x z i .k ® ® + →→ i. jxy 21 + 1 2y y j . j ® ® + 1 2y z j. k ® ® + z x k i1 2 × + 1 2z y k . j ® ® + 1 2z z k .k ® ® . 34 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l Tendo em vista que: i i i k Vetores coline → → → → → → = = = 1 j 1 k 1 . . . aares i i j Vetores o → → → → → → = = = j 0 k 0 k 0 . . . rrtogonais então: u, v = 1 2 1 2 1 2x x y y z z+ + Observe que, em termos de coordenadas, o produto interno é igual à soma dos produtos das componentes correspondentes dos vetores u ® e v ® . 2.1 DEMONSTRAÇÃO DAS PROPRIEDADES Sejam ( )1 1 1 u x , y , z ® = , ( )2 2 2 v x , y , z ® = , ( )1 1 1 w x , y , z= e k um número real diferente de zero. 1) u, v = v, u De fato: 1 2 1 2 1 2u,v u. v x x y y z z ® ® = = + + = 2 1 2 1 2 1x x y y z z+ + v. u v,u ® ® = = 2) k. u, v k u, v u, kv = = De fato: 1 1 1 2 2 2 1 1 1 2 2 2k.(u. v) k.(x ,y ,z ).(x ,y ,z ) (kx ,ky ,kz ).(x ,y ,z ) ® ® = = = ( k u.v ® ® ). Da mesma forma: k u v k x y z x y z x y z kx ky kz u ⋅( )= ( )⋅( )=( )⋅( )=1 1 1 2 2 2 1 1 1 2 2 2, , , , , , , , ,kv( ) 3) u, v w u,v u,w+ = + De fato: u.(v w) ® ® ® + = ( )1 1, 1x , y z .( )2 3 2 3 2 3x x , y y , z z+ + + 1 2 3 1 2 3 1 2 3x .(x x ) y .(y y ) z .(z z )= + + + + + = x x x x y y y y z z z z1 2 1 3 1 2 1 3 1 2 1 3+( )+ +( )+ +( ) x x y y z z x x y y z z1 2 1 2 1 2 1 3 1 3 1 3+ +( )⋅ + +( ) e x x y y z z x x y y z z1 2 1 2 1 2 1 3 1 3 1 3+ +( )⋅ + +( )= (u. v) (u. w) ® ® ® ® + ou u,v u,w+ 35AULA 2 TÓPICO 2 4) Deixamos a demonstração da propriedade 4 a seu cargo. Vamos lá? ExErcícios rEsolvidos 1. Determine o produto interno u, v , sendo u 2 i 3 j 2k ® ® ® ® = + - e v i 3 j k ® ® ® = - + . Solução: u, v 2, 3, 2 . 1, -3, 1= - = 2.1 3.( 3) ( 2).1+ - + - = -9 2. Calcule o ângulo entre os vetores u ( 2, 3, -1) e v ( 1, -3, 1 ) ® ® = = Solução: u. v u . v . cos ® ®® ® = q u . v cos u . v Þ q= 2 2 2 2 2 2 ( 2, 3, -1 ) . (1, -3, 1) cos 2 3 ( 1) . 1 ( 3) 1 Þ q= + + - + - + 2 9 1 cos 14 . 11 - - Þ q= 8 cos 151 - Þ q= -8 arc cos 151 Þ q= 3. Prove que o triângulo A( 2, 3, 1), B( 2, 1, -1 ) e C( 2, 2, -2 ) é um triângulo retângulo. Solução: A forma mais simples de provar a existência de um ângulo reto no triangulo é mostrar que o produto escalar de dois vetores que representam os lados do triângulo é nulo. AB ( 0, - 2, -2 ) ® = AC ( 0, -1, -3 ) ® = BC ( 0, 1, -1 ) ® = Calculemos: AB . AC ( 0, -2, -2 ) . ( 0, -1, -3 ) 0 2 6 8 0 ® ® = = + + = ¹ AB . BC ( 0, -2, -2 ) . ( 0, -1, -1 ) 0 2 2 0 ® ® = = - + = Observando que AB . BC 0 ® ® = , o ângulo formado pelos vetores AB e BC ® ® é reto. Logo ABCD é retângulo. 4. Determine um vetor ortogonal a u ( 1, -1, 0) e v ( 1, 0, 1) ® ® = = . Solução: Seja w ( x, y, z) ® = o vetor procurado. Para que w seja ortogonal aos vetores u e v ® ® , devemos ter: 36 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l w . u 0 ® ® = e w . v 0 ® ® = . Assim: w . u ( x, y, z ) . ( 1, -1, 0 ) 0 ® ® = = Þ x y 0- = w . v ( x, y, z ) . ( 1, 0, 1 ) 0 ® ® = = Þ x z 0+ = Podemos concluir que o sistema x y 0 x z 0 ì - =ïïíï + =ïî é indeterminado e sua solução é: y x z x = =- Isto significa que os vetores ortogonais a u e v ® ® são do tipo (x, x -x) . Para se determinar um deles, basta atribuir um número real a x. Assim, para x=2, temos (2, 2, -2). 5. Os vetores u e v são colineares. Calcule v , conhecendo-se u 2 i j k ® ® ® = + + e u . v 3 ® ® = Solução: Seja v ( x, y, z ) ® = , então temos: a) Se u ® e v ® são colineares suas componentes correspondentes são proporcionais, logo: yx z 2 1 1 = = Þ x 2y= , y z= e x=2z [I] b) u . v 3 ® ® = Þ ( 2, 1, 1 ) . ( x, y, z ) 3 = Þ 2x y z 3+ + = [II] Substituindo I em II, resulta: 2. (2y) + y + y = 3 Þ 1 y 2 = De x 2y= , vem x 1= De y = z, concluímos que 1z 2 = Portanto, 1 1 v 1, , 2 2 ® æ ö÷ç= ÷ç ÷çè ø ou →→→→ ++= k 2 1 j 2 1 iv 6. Ache os vetores ) zy, ,x(v = → tais que: i) v 6 ® = ii) v ® é ortogonal a u ( 3, -3, 0 )= iii) v ® é ortogonal a w ( 0, 2, - 1 )= Solução: De (i) vem: v v . v ® = Þ v (x, y, z ) . ( x, y, z ) ® = Þ 2 2 2v x y z ® = + + 37AULA 2 TÓPICO 2 Þ 2 2 26 x y z= + + Þ 2 2 26 x y z= + + [I] De (ii) vem: v . u 0 ® ® = Þ (x, y, z ) . ( 3, -3, 0 ) 0= Þ 3x 3y 0- = Þ x y= [II] De (iii) vem: v . w 0 ® ® = Þ (x, y, z ) . ( 0, 2, -1 ) 0= Þ 2y z 0- = Þ z 2y= [III] Substituindo II e III em I vem: 2 2 26 x y z= + + Þ 2 2 2y y (2y) 6+ + = Þ y =± 1 De I e II temos: x 1=± e z 2=± Então: v ( 1, 1, 2 ) = ± ± ± Observamos, neste tópico, que o produto interno de dois vetores pode ser facilmente obtido pela soma dos produtos das componentes correspondentes dos vetores. No próximo tópico, abordaremos duas aplicações tradicionais do produto interno. 38 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l Neste tópico daremos total atenção a duas aplicações tradicionais do produto interno. Uma delas é o calculo dos ângulos diretores de um vetor e a outra consiste numa ferramenta que utilizaremos nas aulas posteriores, que é a projeção de um vetor. 3.1 ÂNGULOS DIRETORES E COSSENOS DIRETORES Os ângulos diretores de um vetor não nulo v ® são os ângulos , e a b g no intervalo (0, p ) que v ® forma com os eixos coordenados x, y e z (veja figura 3 ). Os cossenos diretores desses ângulos diretores, cos , cos e cos a b g, são os cossenos diretores de v ® . Figura 3 - Ângulos diretores de v ® a é o ângulo entre i e → v b é o ângulo entre j ® e v ® g é o ângulo entre k ® e v ® TÓPICO 3 Duas aplicações tradicionais do produto interno ObjetivOs • Determinar o ângulo diretor de um vetor, bem como conhecer suas propriedades • Usar o produto interno para calcular a projeção de um vetor na direção de outro 39AULA 2 TÓPICO 3 Seja v ( x, y, z ) ® = e, baseando-nos na definição de ângulos diretores, temos: i . v cos i . v ® ® a = Þ (1, 0, 0) . (x, y, z ) cos v a = Þ x cos v a = j . v cos j . v ® ® b= Þ (0, 1, 0) . (x, y, z ) cos v b= Þ y cos v b= cos j . v j . v γ = → → Þ (0, 0, 1) . (x, y, z ) cos v g = Þ z cos v g = 3.2 PROPRIEDADES 1. As componentes do versor u ® de um vetor v são os cossenos diretores de v ® . Seja u ® o versor de um vetor v (x, y, z ), então: ® = v u v ® = Þ ( )x,y,z u v = Þ yx z u , , v v v æ ö÷ç ÷=ç ÷ç ÷çè ø ou seja: ( )u cos , cos e cos ® = a b g 2. Tendo em vista que o versor de u é um vetor unitário, então u 1 ® = , ou seja: ( ) u cos , cos e cos 1 ® = a b g = mas: 2 2 2 u cos cos cos 1 ® = a + b + g = então: 2 2 2cos cos cos 1a + b + g= ExErcícios rEsolvidos 1. Dados os pontos A(2, 2, -3 ) e B(3, 1, -3) , calcule os ângulos diretores do vetor AB ® . Solução: AB B A (1, -1, 0 ) ® = - = 2 2 2 AB ( 1) 1 0 2 ® = - + + = x cos AB ® a = Þ -1 cos 2 a = Þ 45a = ° y cos AB ® b= Þ - 1 2 cos 22 b= =- Þ 135b= ° 40 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l z cos AB ® g= Þ 0 cos 0 2 g = = Þ 90g = ° Podemos observar que, como 90g = ° , o vetor AB ® é ortogonal ao eixo z ou ao vetor k da base canônica. Assim, sempre que a terceira componente de um vetor for nula, ele é ortogonal ao eixo z. De modo semelhante, o vetor do tipo (0, y, z ) é ortogonal ao eixo x e o vetor do tipo (x, 0, z) é ortogonal ao eixo y. 2. Determine o versor de v 6 j 8k= + Solução: Seja u o vetor de v , assim u (cos , cos , cos )= a b g . Por outro lado 2 2 v 0 6 8 10= + + = x cos v a = Þ 0 cos 10 a = Þ cos 0a = y cos v b= Þ 6 cos 10 b= Þ 3 cos 5 b= z cos v g = Þ 8 cos 10 g = Þ 4 cos 5 g = Assim, 3 4 u 0, , 5 5 æ ö÷ç= ÷ç ÷çè ø . Observe que u 1= já que u é versor de v . Confira você mesmo! 3.3 PROJEÇÃO DE UM VETOR Dados dois vetores não nulos u e v ® ® e q o ângulos entre eles. O nosso objetivo é determinar em termos de coordenadas a projeção de v ® na direção do vetor u ® . Figura 4 – O vetor w ® é projeção ortogonal de v ® na direção de u ® Uma vez que w ® é a projeção de v ® na direção de u ® , escrevemos U w proj v® ® ® = . 41AULA 2 TÓPICO 3 Do triângulo retângulo ABC, vem: w v .cos ® = q Þ u . v w v . u . v ® ® ® ® ® ®= Þ u . v w . u ® ® ® ®= [I] w ® e u ® são colineares, daí: w ® = k u ® ( k é um número real) Segue-se que: w ® = . k . u ® Þ 1 k w . u ® ®= [II] Substituindo (I) em (II), vem: u . v 1 k . u u ® ® ® ®= Þ 2 u . v k u ® ® ® = De w ® =k u ® . vem: 2 u . v w . u u ® ® ® ® ® æ ö÷ç ÷ç ÷ç= ÷ç ÷ç ÷ç ÷÷çè ø ou u . vw . u u . u ® ® ® ® ® ® æ ö÷ç ÷ç ÷=ç ÷ç ÷ç ÷è ø Portanto, o vetor que representa a projeção de v ® na direção de u ® é: U u . v w proj v . u u . u ® ® ® ® ® ® ® ® æ ö÷ç ÷ç ÷= =ç ÷ç ÷ç ÷è ø ExErcício rEsolvido 1. Determine o módulo do vetor projeção de v ( 2, 1, 1 ) ® = na direção do vetor u ( 3 , -2, 0 ) ® = . Solução: Podemos resolver este problema de duas formas: Determinamos a projeção de v ® sobre u ® usando a fórmula U u . v w proj v . u u . u ® ® ® ® ® ® ® ® æ ö÷ç ÷ç ÷= =ç ÷ç ÷ç ÷è ø , em seguida, calculamos o seu módulo. Vejamos: U (3, -2, 0 ) . ( 2, 1, 1) proj v . ( 3, -2, 0 ) ( 3, -2, 0 ). ( 3, -2, 0 ) ® ® æ ö÷ç ÷=ç ÷ç ÷çè ø Þ U 6 -2 0 proj v . ( 3, -2, 4 ) 9 4 0 ® ® æ ö+ ÷ç= ÷ç ÷çè ø+ + Þ U 4 proj v . ( 3, -2, 0 ) 13 ® ® = Þ U 12 8 proj v , - , 0 13 13 ® ® æ ö÷ç= ÷ç ÷çè ø 42 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l Calculando o módulo de U proj v® ® , temos: 2 2 U 12 8 proj v 0 13 13 ® ® æ ö æ ö÷ ÷ç ç= + +÷ ÷ç ç÷ ÷ç çè ø è ø Þ U 208 4 13 proj v 169 13 ® ® = = b) Calculando o módulo diretamente pela fórmula u . v w . u ® ® ® ®= ou U u . v proj v . u ® ® ® ® ®= , temos: U u . v proj v . u ® ® ® ® ®= Þ ( )U ( 3, -2, 0 ). (2, 1, 1 ) proj v . 3, -2, 0 ® ® = U proj v ® ® = 6-2 0 4 4 13 . 13 9 4 13 + = = = + Vimos nesta aula que o produto escalar está diretamente relacionado ao ângulo de dois vetores. Assim, muitos problemas geométricos podem ser resolvidos e fórmulas generalizadas, com o auxilio dessa ferramenta. Na próxima aula estudaremos uma outra modalidade de produto entre vetores, que é o chamada Produto vetorial. 43AULA 3 AULA 3 Produto vetorial Caro(a) aluno(a), Nesta aula abordaremos mais dois conceitos relacionados à multiplicação de vetores – Produto vetorial e Produto misto –, elementos imprescindíveis ao estudo de disciplinas posteriores e suporte necessário para o estudo do conteúdo das aulas subsequentes. Os tópicos 1 e 2 trazem uma análise bastante objetiva desses elementos, já o tópico 3 volta-se para as demonstrações de algumas propriedades desses produtos. Objetivos • Familiarizar o aluno com os produtos de vetores e suas aplicações práticas em cálculos de áreas e volumes • Proporcionar ao aluno suporte para calcular o produto escalar, o produto vetorial e misto, entre vetores, bem como utilizar as respectivas interpretações geométricas 44 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l No presente tópico, estudaremosuma das modalidades de produto entre vetores que diferentemente do produto interno, é limitada a espaços tridimensionais e tem com como representação geométrica um vetor. O produto vetorial possui grande aplicabilidade nas áreas afins, principalmente na Física, pelo uso frequente de grandezas vetoriais. OBSERVAÇÕES A multiplicação vetorial foi criada por J. Gibbs. Os seguintes produtos vetoriais merecem atenção especial: ® ® =u.v ® ® u . v . cos q (verdadeiro) ® ® u x v = è ® ® u . v . sen q (falso) è ® ® = u x v u . v . sen q (verdadeiro) 1.1 DEFINIÇÃO O produto vetorial de dois vetores ® u e ® v não colineares, (tomados nesta ordem) representado por ® u x ® v , é um terceiro vetor com as seguintes características: i) Direção: O vetor ® ® u x v é perpendicular aos vetores ® ® u e v simultaneamente; ii) Sentido: Os vetores ® ® ® ® u, v e u x v , nesta ordem, formam um triedro positivo; TÓPICO 1 Produto vetorial ObjetivOs • Introduzir a noção de produto vetorial do ponto de vista geométrico e analítico • Descrever algumas propriedades e aplicações do produto vetorial s a i b a m a i s ! Acesse o site http://www.fem.unicamp. br/~em313/paginas/person/gibbs.htm e conheça mais sobre o matemático Josiah Williard Gibbs, criador do produto externo (ou vetorial). 45AULA 3 TÓPICO 1 iii) Módulo: ® ® ® ® = u x v u . v . sen q , onde q é a medida do ângulo entre ® ® u e v . Figura 1 – Representação geométrica do produto vetorial u v+ 1.2 PROPRIEDADES 1. ® ® u x u = 0. 2. ® ® =u x v 0 se: a) um dos vetores for nulo. b) ® ® u e v forem colineares, pois sen q = 0 quando q= 0 ou 180º. 3. O produto vetorial é anticomutativo, ou seja, ® ® ® ® =-u x v v x u . Porém, .u x vv x u →→→→ = 4. Associativo: m ( ® ® u x v ) = (m ® u ) x ® v = ® ® u x (m v). 5. Os vetores ® ® ® i , j e k , nesta ordem, representam um triedro positivo (como mostra a figura 2). Figura 2 – Triedro positivo Assim, ® ® ® ® ® ® ® ® ® = = = k i x j , j k x i , i j x k . Como consequência temos: - ® ® ® ® ® ® = - =k j x i , j i x k e - ® ® =i k x ® j . Casos particulares: ® ® ® ® ® ® ® ® ® = = = i x i 0, j x j 0 e kx k 0 . 6. ® ® ® ® ® ® ® + = +u x ( v w) u x v u x w. 7. ® ® u x v é ortogonal simultaneamente a ® ® u e v. at e n ç ã o ! As demonstrações das propriedades acima estão no tópico 3. 46 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l 8. Se è ® ® ¹u 0 e q é ângulo dos vetores ® ® u e v , então: ® ® ® ® = u x v u . v . sen q . 9. ® ® ® ® ® ® ¹u x ( v x w) ( u x v) x w , o produto vetorial não é associativo. 1.3 EXPRESSÃO CARTESIANA DO PRODUTO VETORIAL Veremos, agora, como determinar o produto vetorial de dois vetores quando são conhecidos suas expressões cartesianas. Dados: ® u = → ix1 + 1y ® j + 1z ® k e ® v = 2x ® i + 2y ® j + 2z ® k . ® u x ® v = ( → ix1 + 1y ® j + 1z ® k ) x ( 2x ® i + 2y ® j + 2z ® k ) Þ ® u x ® v = 1x 2x ( ® i x → i ) + 1x 2y ( ® i x ® j ) + 1x 2z ( ® i x → k ) + 2x 1y ( ® j x ® i ) + 1y 2y ( ® j x ® j ) + 1y 2z ( → j x ® k ) + 2x 1z ( → k x ® i ) + 2y 1z ( ® k x ® j ) + 1z 2z ( ® k x ® k ). (*) Considerando que ® i x → i = 0, ® i x ® j = ® k , ® i x ® k = - ® j , ® j x ® i = - ® k , ® j x ® j =0, ® j x ® k = ® i , ® k x ® i = ® j , ® k x ® j = - ® i e ® k x ® k = 0 e colocando ® i , ® j e ® k em evidência na equação (*), temos: ® u x ® v = ( 1y 2z - 2y 1z ) ® i + ( 2x 1z - 1x 2z ) ® j + ( 1x 2y - 2x 1y ) ® k Observe que 1y 2z - 2y 1z = 1 2 1 2 y y z z , 2x 1z - 1x 2z = 1 2 1 2 x x z z e 1x 2y - 2x - 1y = 1 2 1 2 x x y y Assim, ® ® u x v = 1 2 1 2 y y z z . ® i - 1 2 1 2 x x z z . ® j + 1 2 1 2 x x y y . ® k Uma maneira fácil de memorizar esta fórmula é recorrer à utilização da notação ® u x ® v = ® ® ® 1 1 1 2 2 2 i j k x y z x y z Na verdade, o símbolo à direita da igualdade, baseado no Teorema de Laplace, não representa um determinante, tendo em vista que a primeira linha não são números reais, e sim vetores. No entanto, usaremos esta notação pela facilidade com que a fórmula pode ser memorizada. 47AULA 3 TÓPICO 1 ExErcícios rEsolvidos 1. Sendo ® u = 2 ® i + 3 ® j – ® k e ® v = → i - ® j + 2 ® k , calcule ® ® u x v e ® ® v x u . Solução: a) ® ® u x v = ® ® ® i j k 2 3 -1 1 -1 2 = - - 3 1 1 2 . → i - -2 1 1 2 . ® j + - 2 3 1 1 . ® k ® ® u x v = (6 – 1) → i - (4 + 1) ® j + (-2 – 3) ® k Þ ® ® u x v = 5 → i - 5 ® j - 5 ® k b) ® ® v x u = ® ® ® i j k 1 -1 2 2 3 -1 = ®- - 1 2 . i 3 1 - ® - 1 2 . j 2 1 + ®-1 1 . k 2 3 ® ® v x u = (1 - 6) → i - (-1 – 4) ® j + (3 + 2) ® k Þ ® ® v x u = -5 → i + 5 ® j + 5 ® k Observe que ® ® u x v = - ® ® v x u , ou seja, os vetores ® ® u x v e ® ® v x u , são opostos, o que significa dizer que o produto vetorial é anticomutativo como vimos acima, na propriedade 3. 2. Calcule o versor de ® ® u x v onde ® u = (2, 3, -1) e ® v = (2, 1, 0). Solução: ® ® u x v = ® ® ® i j k 2 3 -1 2 1 0 = æ ö÷ç ÷ç ÷ç ÷çè ø 3 -1 2 -1 2 3 , - , 1 0 2 0 2 1 ® ® u x v = (0 + 1, - (0 + 2), 2 – 6) Þ ® ® u x v = (1, -2, -4) O versor ® ® u x v é o vetor ® ® ® ® u x v u x v (veja aula 1). ® ® ® ® u x v u x v = ( ) ( ) ( )+ +2 22 1, -2, -4 1 -2 -4 = æ ö÷ç ÷ç ÷çè ø 1 -2 -4 , , 21 21 21 s a i b a m a i s ! Revise o Teorema de Laplace acessando o site disponível em https://www.youtube.com/ watch?v=bNiw3CMGsK4. 48 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l 1.4 INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DO MÓDULO DO PRODUTO VETORIAL Geometricamente o módulo do produto vetorial de dois vetores ® u e ® v mede a área do paralelogramo cujos lados são os vetores ® ® =AB u e ® ® =AD v , como mostra a figura 3: Figura 3 - Módulo de u x v ® ® = área do paralelogramo ABCD Observe que a área ABCD = ® u . h Considerando que è ® =h v . sen q , temos: área de ABCD = è ® ® u . v . sen q Mas è ® ® ® ® = u x v u . v . sen q (propriedade 9), então: área de ABCD = ® ® u x v . ExErcícios rEsolvidos 1. Calcule a área do paralelogramo cujos lados são os vetores ® u = (2, 3, -1) e ® v = (1, 4, 3). Solução: ® ® u x v = ® ® ® æ ö÷ç ÷- = ç ÷ç ÷çè ø i j k 3 -1 2 -1 2 3 2 3 1 , - , 4 3 1 3 1 4 1 4 3 ® ® u x v = (9 + 4, - (6 + 1), 8 + 3) Þ ® ® u x v = (13, -7, 11) Þ Área = ® ® = + + = 2 2 2u x v 13 (-7) 11 339 2. Determine a área de um triângulo cujos vértices são os pontos A (2, 1, 0), B (-1, 3, 2) e C (0, 1, 2), como mostra a figura 4. Figura 4 - Área do triângulo ABC = metade da área do paralelogramo ABCD 49AULA 3 TÓPICO 1 Solução: Observe que a área do triângulo ABC é igual à metade da área do paralelogramo ABCD. Assim temos: Área do triângulo = ® ® 1 . AC x AB 2 ® = = =AC C - A ( 0, 1, 2 ) - ( 2, 1, 0 ) ( -2, 0, 2 ) e ® = = =AB B - A ( -1, 3, 2 ) - ( 2, 1, 0 ) ( -3, 2, 2 ) ® ® AC x AB = ® ® ® æ ö÷ç ÷= ç ÷ç ÷çè ø i j k 0 2 -2 2 -2 0 -2 0 2 , - , 2 2 -3 2 -3 2 -3 2 2 ® ® AC x AB = (-4, -2, -4) Þ ® ® AC x AB = + +2 2 2 (-4) (-2) (-4) = = 36 6 Área = ® ® 1 . AC x AB 2 Þ Área = Þ 1 . 6 2 Área = 3 3. Determine um vetor unitário simultaneamente ortogonal aos vetores ® u = (2, -6, 3) e ® v = (4, 3, 1). Solução: Se ® ® u x v e ® ® v x w são simultaneamente ortogonais a ® u e ® v , então os versores de ® ® u x v e de ® ® v x u constituema solução do problema: ® ® u x v = ® ® ® ® ® ® - = + i j k -6 3 2 3 2 -6 2 6 3 i - j .k 3 1 4 1 4 3 4 3 1 ou ® ® u x v = -15 ® i + 10 ® j + 30 ® k , isto é, ® ® u x v = (-15, 10, 30) e ® ® v x w = (15, -10, -30). Assim, se ® a e ® b são os versores de ® ® u x v e ® ® v x u , respectivamente, então: ® a = ® ® ® ® u x v u x v = ( ) ( ) + +2 2 2 -15, 10, 30 -15 10 30 = ( ) -15, 10, 30 1225 = ( ) 1 -15, 10, 30 35 = æ ö÷ç ÷ç ÷çè ø 3 2 6 - , , 7 7 7 50 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l ® b = ® ® ® ® v x u v x u = æ ö÷ç ÷ç ÷çè ø 3 2 6 , - , 7 7 7 Observe que os vetores ® a e ® b são unitários. Vimos que o produto vetorial de dois vetores é representado por um terceiro vetor simultaneamente ortogonal a esses dois vetores e que possui sentido de um triedro positivo. No próximo tópico, estudaremos um tipo de produto que envolve o escalar e o vetorial numa mesma expressão. 51AULA 3 TÓPICO 2 TÓPICO 2 Produto misto ObjetivOs • Introduzir a noção de produto misto do ponto de vista analítico • Descrever algumas propriedades e aplicações do produto misto O produto misto é uma espécie de produto que envolve o produto interno (estudado na aula 2) e o vetorial numa única expressão. Tendo em vista que o produto vetorial é representado por um vetor e o produto interno por um número real, podemos concluir que o produto misto também é representado por um número real. DEFINIÇÃO Chama-se produto misto dos vetores → u , ® v e ® w , tomados nesta ordem e rep- resentado por ® ® ® ( u, v, w ) , o número real → u . ( ® v x ® w ). Se ® u = → ix1 + 1y ® j + 1z ® k , ® v = 2x ® i + 2y ® j + 2z ® k e ® w = ® ® ® + +3 3 3x i y j z k , temos: → u . ( ® v x ® w ) = ( )1 1 1x , y , z . ® ® ® 2 2 2 3 3 3 i j k x y z x y z → u . ( ® v x → w ) = ( )1 1 1x , y , z . æ ö÷ç ÷ç ÷ç ÷çè ø 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 y z x z x y , - , y z x z x y 52 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l → u . ( ® v x ® w ) = 1x . 2 2 3 3 y z y z - 1y . 2 2 3 3 x z x z + 1z . 2 2 3 3 x y x y De acordo com o Teorema de Laplace, temos: → u . ( ® v x ® w ) = 1 1 1 2 2 2 3 3 3 x y z x y z x y z ExErcícios rEsolvidos 1. Sejam os vetores → u = ( 2, 1, -1 ), ® v = ( 2, 0, 4 ) e ® w = ( 1, 1, -2 ), calcule: a) ( → u , ® v , ® w ) b) ( ® v , ® w , → u ) Solução: a) ( → u , ® v , ® w ) = = + 2 1 -1 0 4 2 4 2 0 2 0 4 2 . - 1 . (-1) . 1 -2 1 -2 1 1 1 1 -2 ( → u , ® v , ® w ) = - 8 + 8 – 2 = - 2 b) ( ® v , ® w , → u ) = = + 2 0 4 1 -2 1 -2 1 1 1 1 -2 2 . - 0 . 4 . 1 -1 2 -1 2 1 2 1 -1 ( ® v , ® w , → u ) = 2 – 0 – 4 = - 2 2. Dados os pontos A (1, 2, 3), B (-1, 0, 3) e C (4, 2, -1), calcule ( ® AB , ® BC , ® AC ). Solução: ® AB = B – A = (-1, 0, 3) – (1, 2, 3) = (-2, -2, 0) ® BC = C – B = (4, 2, -1) – (-1, 0, 3) = (5, 2, -4) ® AC = C – A = (4, 2, -1) – (1, 2, 3) = (3, 2, -4) ( ® AB , ® BC , ® AC ) = -2 -2 0 5 2 -4 3 0 -4 = - 2 . 2 -4 0 -4 - ( - 2) . 5 -4 3 -4 + 0 . 5 2 3 0 2.1 PROPRIEDADES 1. ( → u , ® v , ® w ) = 0 se: a) um dos vetores for nulo. b) nenhum dos vetores é nulo, mas dois são colineares. 53AULA 3 TÓPICO 2 c) os três são coplanares (cf. figura 5 ). Figura 5 - v w e u → → → × são coplanares 2. A ordem cíclica dos vetores não altera o produto misto. Assim, ( → u , ® v , ® w ) = ( ® v , ® w , → u ) = ( ® w , → u , ® v ). 3. ( → u , ® v , ® w + ® r ) = ( → u , ® v , ® w ) + ( → u , ® v , ® r ) (propriedade dos determinantes). ExErcício rEsolvido 1. Utilize o produto misto para mostrar que os vetores → u = (1, 4, -7), ® v = (2, -1, 4) e ® w = (0, -9, 18) são coplanares. Solução: Tendo em vista que dois vetores não são colineares (não possuem coordenadas correspondentes proporcionais), se ( → u , ® v , ® w ) = 0 , então → u , ® v e → w são coplanares. Se ( → u , ® v , ® w ) = 1 4 -7 2 -1 4 0 -9 18 = 1 . -1 4 -9 18 - 4 . 2 4 0 18 - 7 . 2 -1 0 -9 ( → u , ® v , ® w ) = 1 . (18) – 4 (36) – 7 (-18) = 0. Isso significa dizer que → u , ® v e ® w são coplanares. Determine o volume do paralelepípedo cujas arestas são ® AB , ® AC , ® AD , considerando A (1, 3, 4), B (-1, 2, 0), C (1, 1, 2). Solução: Figura 6 – Paralelepípedo para cálculo de volume ® AB = B – A = (-1, 2, 0) – (1, 3, 4) = (-2, -1, -4) ® AC = C – A = (1, 1, 2) – (1, 3, 4) = (0, -2, -2) ® AD = D – A = (-1, 2, 3) – (1, 3, 4) = (-2, -1, -1) 54 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l Volume = ( )® ® ® AB , AC , AD ( ® AB , ® AC , ® AD ) = -2 -1 -4 0 -2 -2 -2 -1 -1 = - 2 . -2 -2 -1 -1 - (-1) . 0 -2 -2 -1 + (-4) . 0 -2 -2 -1 ( ® AB , ® AC , ® AD ) = -2 . 0 – 4 + 16 = 12 ( ® AB , ® AC , ® AD ) = 12 = 12 2.2 INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DO MÓDULO DO PRODUTO MISTO Geometricamente, o módulo do produto misto ( → u , ® v , ® w ) é igual ao volume de um paralelepípedo cujas arestas são representadas pelos vetores → u , ® v e ® w , conforme figura 7. Figura 7 - Paralelepípedo cujos lados são os vetores u v w � � �� , e Sabemos que o volume de um paralelepípedo é dado pela expressão: V altura=( )⋅( )área da base ou = bV A . h mas: ® ® = bA v x u sendo q o ângulo entre os vetores ® u e ® ® v x w , a altura do paralelepípedo é dada por: ® = qh u . cos . É necessário considerar o valor absoluto de q cos , pois q pode ser obtuso. Assim, o volume do paralelepípedo é: ® ® ® = q V u . v x w . cos Fazendo ® ® v x w = ® a , temos: ® ® = qV u . a . cos (I) mas, de acordo com a definição de produto interno: ® ®® ® = qu . a u . a . cos Þ ® ®® ® = q u . a u . a . cos (II) 55AULA 3 TÓPICO 2 Comparando I e II, temos ® ® = V u. a ou ( ) ® ® ® = V u . v x w ou ® ® ® = V ( u, v, w ) . Vimos neste tópico que o produto misto é uma espécie de mistura (daí o nome) de um produto escalar (interno) com o produto vetorial e tem como resultado uma escalar. Vimos ainda que este tipo de produto é igual, em valor absoluto, ao volume de um paralelepípedo, cujas arestas são os vetores que compõem o produto. 56 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l Reservamos este tópico para as demonstrações de algumas propriedades dos produtos vetorial e misto considerando o grau de sua importância. Considerando que propriedades do produto vetorial e produto misto estão intimamente relacionadas com as propriedades dos determinantes, utilizaremos, em algumas ocasiões, os princípios do Teorema de Laplace (pela sua praticidade), muito embora o determinante de 3ª ordem possa ser resolvido pela regra de Sarrus. 3.1 PROPRIEDADES DO PRODUTO VETORIAL (DEMONSTRAÇÕES) Sejam os vetores ® u = → ix1 + 1y ® j + 1z ® k , ® v = 2x ® i + 2y ® j + 2z ® k e ® ® ® ® = + +3 3 3w x i y j z k e “m” um número real diferente de zero. 1. u x u �� �� = 0 ® ® u x u = ® ® ® 1 1 1 2 2 2 i j k x y z x y z = 0 (propriedade dos determinantes: duas filas paralelas iguais) consequências: ® i x ® i = 0, ® j x ® j = 0 e ® k x ® k = 0 TÓPICO 3 Demonstrações das propriedades ObjetivO • Realizar as demonstrações de algumas propriedades dos produtos vetorial e misto s a i b a m a i s ! Faça uma revisão da Regra de Sarrus, acessando o site https://www.youtube.com/ watch?v=zp7726v2sfo. 57AULA 3 TÓPICO 3 2. u v �� � x = 0 a) ® u = 0 ou ® v = 0 b) ® u e ® v são colineares. Assim ® u = m ® v ® ® =u x v ® ® ® 2 2 2 2 2 2 i j k mx my mz x y z = m ® ® ® 2 2 2 2 2 2 i j k x y z x y z = m.0 = 0 3. u x v v x u �� � � �� =− ® ®u x v = ® ® ® 1 1 1 2 2 2 i j k x y z x y z = - ® ® ® 2 2 2 1 1 1 i j k x y z x y z = ® ® -v x u Consequência: ® i x ® j = - ® j x ® i , ® i x ® k = - ® k x ® i e ® j x ® k = - ® k x ® j . 4. (m u �� ) x v = m ( u v �� � x =) (m ® u ) = (m 1x , m 1y , m 1z ) (m ® u ) x ® v = ® ® ® 1 1 1 2 2 2 i j k mx my mz x y z De acordo com a propriedade dos determinantes: (m ® u ) x ® v = ® ® ® 1 1 1 2 2 2 i j k mx my mz x y z = m . ® ® ® 1 1 1 2 2 2 i j k x y z x y z = m ( ® ® u x v ) 5. O comentário sobre a propriedade 5 se encontra no tópico 1 desta aula. 6. u x v w u x v u x w �� � �� �� � �� �� +( )= + Tendo em vista que ® ® + = + + + 2 3 2 3 2 3(v w) ( x x , y y , z z ) ® ® ® + =u x ( v w) ® ® ® + + + 1 1 1 2 3 2 3 2 3 i j k x y z x x y y z z 58 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l De acordo com a propriedade dos determinantes: ® ® ® + + + 1 1 1 2 3 2 3 2 3 i j k x y z x x y y z z = ® ® ® 1 1 1 2 2 2 i j k x y z x y z + ® ® ® 1 1 1 3 3 3 i j k x y z x y z Assim, ® ® ® ® ® ® ® + = +u x ( v w) u x v u x w . 7. u v �� � x = é ortogonal simultaneamente a u v �� � e ® ® u x v é ortogonal a ® v . Assim ® v . ( ® ® u x v ) = 0 ® v . ( ® ® u x v ) = ( 2x , 2y , 2z ) . ® ® ® 1 1 1 2 2 2 i j k x y z x y z = ( 2x , 2y , 2z ) . æ ö÷ç ÷ç ÷ç ÷çè ø 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 y z x z x y , - , y z x z x y Þ ® v .( ® ® u x v ) = 2x 1 1 2 2 y z y z - 2y 1 1 2 2 x z x z + 2z 1 1 2 2 x y x y De acordo com o Teorema de Laplace, temos: ® v .( ® ® u x v ) = 2 2 2 1 1 1 2 2 2 x y z x y z x y z = 0 b) ® ® u x v é ortogonal a ® u . Assim ® u . ( ® ® u x v ) = 0 ® u . ( ® ® u x v ) = ( 1x , 1y , 1z ) . ® ® ® 1 1 1 2 2 2 i j k x y z x y z = ( 1x , 1y , 1z ) . æ ö÷ç ÷ç ÷ç ÷çè ø 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 y z x z x y , - , y z x z x y Þ ® u . ( ® ® u x v ) = 1x 1 1 2 2 y z y z - 1y 1 1 2 2 x z x z + 1z 1 1 2 2 x y x y Þ ® u . ( ® ® u x v ) = 1 1 1 1 1 1 2 2 2 x y z x y z x y z = 0 8. u x v u v �� � �� � = ⋅ ⋅ sen q ® ® u x v = ® ® ® 1 1 1 2 2 2 i j k x y z x y z = æ ö÷ç ÷ç ÷ç ÷çè ø 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 y z x z x y , - , y z x z x y 59AULA 3 TÓPICO 3 ® ® u x v = 1 2 2 1( y z - y z ) - 1 2 2 1( x z - x z ) + 1 2 2 1(x y - x y ) u x v = →→ ( ) ( ) ( )+ +2 221 2 2 1 1 2 2 1 1 2 2 1 y z - y z x z - x z x y - x y ® ® = 2u x v 21 2 2 1( y z - y z ) + 2 1 2 2 1( x z - x z ) + 2 1 2 2 1(x y - x y ) Desenvolvendo os quadrados, somando e subtraindo 2 21 1x y , 2 2 2 2x y e 2 2 1 2z z no segundo membro, e considerando a relação ( )+ + = + + + + +2 2 2 2 a b c a b c 2ac 2bc 2ab , temos: ® ® = 2 u x v ( )+ +2 2 21 1 1 x y z . ( )+ +2 2 22 2 2 x y z - ( )+ + 2 1 2 1 2 1 2 x x y y z z , mas ® ® 2 2 u . v = ( )+ +2 2 21 1 1 x y z . ( )+ +2 2 22 2 2 x y z e ( ® u . ® v ) 2 = ( )+ + 2 1 2 1 2 1 2 x x y y z z , então: ® ® ® ® = - 2 2 2 u x v u . v ( ® u . ® v ) 2 . (esta última relação é conhecida como Identidade de Legrange). Observe que ® u . ® v = ® ® u . v . cosa . Assim, ® ® ® ® = - 2 2 2 u x v u . v ® ®æ ö÷ç - a÷ç ÷çè ø 2 u . v cos ® ® ® ® = 2 2 2 u x v u . v ( 1 - cos 2 a ) ® ® ® ® = 2 2 2 u x v u . v . sena e finalmente ® ® ® ® = u x v u . v . sen q . 9. Observe na figura abaixo que u x v x w �� � �� ( ) é coplanar com v e w �� , e u x v x w �� � �� ( ) é coplanar com u �� e v . Assim u x v x x x w �� � �� �� � �� w u v( )≠( ) . Figura 8 - u x (v x w) é coplanar a v e w �� at e n ç ã o ! A relação u x v u v 2 2 2 → → → → = −. ( u ® . v ® )² é conhecida como Identidade de Lagrange. Essa identidade é gerada a partir do produto interno dos vetores u x v e u x v , ou seja: u v,u v u,u u,v v,u v,v u ² . v ² - × × = = u,v . v,u u ² . v ² - u.v = ( )² 60 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l 3.2 PROPRIEDADES DO PRODUTO MISTO (DEMONSTRAÇÕES) 1. ( ® =u 0, ® v e ® w ) = 0, se: a) um dos vetores for nulo b) dois deles forem colineares c) os três forem coplanares. a) Se ® =u 0 então: ( ® =u 0, ® v e ® w ) = 2 2 2 3 3 3 0 0 0 x y z x y z = 0 (propriedades do determinante: fila nula) b) Supondo ® =u 0 e ® v colineares, então: ® =u 0= ® m v ou ( 1x , 1y , 1z ) = (m 2x , m 2y , m 2z ) ® ® ® ( u, v, w ) = 2 2 2 2 2 2 3 3 3 mx my mz x y z x y z = m . 2 2 2 2 2 2 3 3 3 x y z x y z x y z = m . 0 = 0 c) Os três são coplanares Observe na figura 5 que ( ® v x ® w ) é ortogonal a ® v e ® w (segundo a definição de produto vetorial). Se ® =u 0. ( ® v x ® w ) = ( ® =u 0, ® v , ® w ) = 0, concluímos, pela definição de produto interno, que ® =u 0 e ® v x ® w são ortogonais. Assim ® =u 0 está no mesmo plano que ® v e ® w . Com essas demonstrações, chegamos ao final do estudo de vetores. Alguns conceitos e propriedades estudados nas aulas 1, 2 e 3 servirão como base para o desenvolvimento do estudo de elementos abordados nas aulas subsequentes, como reta, plano e superfícies. 61AULA 4 AULA 4 Reta Caro(a) aluno(a), O conhecimento que obtivemos sobre vetores nas aulas anteriores constitui parte fundamental para o estudo das aulas subsequentes. Nesta aula iremos estudar as equações da reta no espaço tridimensional, bem como as características e particularidades de cada uma delas. Objetivos • Reconhecer, interpretar e operar com cada tipo de equação de reta no espaço bem como analisar suas posições relativas • Resolver problemas relacionados a retas no espaço tridimensional 62 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l As curvas no espaço ou no plano estão associadas a uma equação que relaciona as coordenadas (x, y) no plano ou (x, y, z) no espaço. Tal equação pode se apresentar sob diversos formatos e cada um com suas características próprias. Na geometria analítica, no plano, por exemplo, vimos que uma reta pode ser representada pelas equações reduzida, geral segmentária ou paramétrica, porém cada uma com sua particularidade. O coeficiente angular a, por exemplo, aparece de forma explícita no formato = +y ax b (equação reduzida da reta no plano). Porém, se pretendemos conhecer a ordenada do ponto em que a reta intercepta o eixo 0y, podemos recorrer à equação segmentária + = yx 1 p q em que q é o elemento procurado. No espaço, equações da reta vêm configuradas para três variáveis x, y e z. São elas: equação vetorial, equações simétricas, equações paramétricas e equações reduzidas. Construiremos os formatos das equações baseados no conhecimento de vetores estudados na aula anterior. 1.1 EQUAÇÃO VETORIAL DA RETA Considere uma reta r que contém o ponto 1 1 1A(x , y , z ) e tem a direção de um vetor ® =v (a,b, c) . Para que um ponto P(x,y,z) do espaço pertença à reta r, é necessário e suficiente que os vetores ® AP e ® v sejam colineares, como mostra a figura a seguir: TÓPICO 1 Equações da reta ObjetivOs • Determinar as equações vetoriais, paramétricas e simétricas de uma reta do espaço • Conhecer, interpretar e operar com cada formato de equação da reta no espaço 63AULA 4 TÓPICO 1 Figura 1 – Reta AP com ponto A e direção do vetor v ® Assim, ® ® =AP t v ou ® - =P A t v ( )Ît R Þ ® = +P A t v ou ( )=x,y,z 1 1 1(x , y , z ) + ® t v onde o vetor ® =v (a,b, c) é chamado vetor diretor da reta r e t é chamado parâmetro. Observe que existe uma correspondência biunívoca entre cada número real t e um ponto da reta,ou seja, para cada número atribuído a t, temos um ponto da reta. ExEMplo: Vamos determinar a equação vetorial da reta que passa pelo ponto A(2, -1, 3) e possui a direção do vetor ® ® ® ® = +v i 2 j -4 k . Considerando que P(x,y,z) é um ponto qualquer dessa reta, temos: ® ® =AP t v Þ ( )=x,y,z -(2, 1, 3) + -t.(1, 2 , 4) Para cada valor de t, temos um ponto da reta. Assim, para =t 2 , temos: ( )=x,y,z -(2, 1, 3) + -2.(1, 2 , 4) Þ ( )=x,y,z -(2, 1, 3) + -(2, 4 , 8) Þ ( )=x,y,z -(2, 1, 3) O ponto P -(2, 1, 3) é um ponto da reta r. 1.2 EQUAÇÕES PARAMÉTRICAS DA RETA Sejam P(x,y,z) , 1 1 1A(x , y , z ) e ® ® ® ® = + +v a i b j c k um ponto genérico, um ponto conhecido e o vetor diretor da reta r, respectivamente. Da equação vetorial de r ® ® =AP t v ou ( )=x,y,z 1 1 1(x , y , z ) + t.(a, b, c) , temos: ( )=x,y,z 1 1 1(x , y , z ) + (at, bt, ct) Þ ì = +ïïïï = +íïï = +ïïî 1 1 1 x x at y y bt z z ct Estas equações, nas quais a, b e c não são todos nulos, são chamadas equações paramétricas da reta. 64 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l ExEMplos: As equações paramétricas da reta r, que contém o ponto -A(2, 1, 3) e possui a direção do vetor ® ® ® ® = +v 2i 2 j -5k , são dadas por: ì = +ïïïï =- +íïï = -ïïî x 2 2.t y 1 2.t z 3 5.t Para se obter um ponto da reta r atribui-se um valor real para t. Assim, para t=3, temos: ì =ïïïï =íïï =-ïïî x 8 y 5 z 12 ou seja, -(8, 5, 12) é um ponto da reta r. 1.3 EQUAÇÕES SIMÉTRICAS DA RETA Uma outra maneira de descrever uma reta é eliminar o parâmetro t das equações paramétricas. Se nenhum dos números a, b ou c é 0, podemos resolver cada uma das equações para t - = = =11 1 y-yx x z-z t , t e t a b c e igualar o resultado, obtendo - = =11 1 y-yx x z-z a b c Estas equações são chamadas equações simétricas da reta que contém o ponto 1 1 1A(x , y , z ) e a direção do vetor ® =v (a,b, c) . Mesmo que um dos componentes desse vetor seja nulo, podemos eliminar o parâmetro t. Por exemplo, se =a 0 , podemos escrever as equações da reta como: = 1x x = 1 1y-y z-z b c Isso indica que a reta é paralela ao plano yz, tendo em vista que o vetor ® =v (O,b, c) é paralelo ao plano coordenado yz (veja figura 2 ) Figura 2 – Reta paralela ao plano yz 65AULA 4 TÓPICO 1 Assim, se a reta é paralela ao plano xz, seu vetor diretor é do tipo ® =v (a, o b) e suas equações simétricas ficam: 1r =1 1 x-x z-z a c e ì =ïïïïïíï --ïï =ïïî 1 11 z z y yx x a b se a reta for paralela ao plano coordenado xy, como mostram as figuras seguintes. Figura 3 – Reta paralela ao plano xz Figura 4 – Reta paralela ao plano xy Seguindo esse raciocínio, não é difícil concluir que, se a reta é paralela a um dos eixos coordenados, o vetor diretor dessa reta possui duas componentes nulas. Assim, por exemplo, se a reta for paralela ao eixo x, seu vetor é do tipo ® =v (a, 0, 0 ) e suas equações ficam: ì =ïïïï =íïï = +ïïî 1 1 1 y y z z x x at ExErcícios rEsolvidos 1. Determine as equações paramétricas e simétricas da reta que passa pelo ponto -A( 2, 4, 3) e A( 3,-1, 1) . Solução: Não nos foi dado de forma explícita o vetor paralelo à reta (vetor diretor da reta), mas observe que o vetor ® v com representação ® AB é paralelo à reta e ® = -v (3 2, -1-4, 1-(-3)) ou ® =v ( 1, -5, 4 ) . Então os componentes do vetor diretor são = =- =a 1, b 5 e c 4 . Assim, tomando o ponto -A( 2, 4, 3) e o vetor ® =v ( 1, -5, 4 ) , as equações paramétricas ficam: ì = +ïïïï = -íïï =- +ïïî x 2 t y 4 5t z 3 4 t 66 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l e as equações simétricas são: - + = = y-4x 2 z 3 1 -5 4 2. Qual a interseção dessa reta com o plano xy? Solução: A reta intercepta o plano xy quando =z 0 . Tomando =z 0 nas equações simétricas obtemos: - = = y-4x 2 3 1 -5 4 Resolvendo as equações, temos = 11 x 4 e = 1 y 4 . Portanto a reta intercepta o plano xy no ponto æ ö÷ç ÷ç ÷çè ø 11 1 , , 0 4 4 . 3. Calcule o ângulo entre as retas ì = +ïïïï =íïï =- -ïïî x 3 t r : y t z 1 2t e + = = y-3x 2 z s : -2 1 1 . Solução: Os vetores que definem as direções de r e s são, respectivamente, ® =1v ( 1, 1, -2 ) e ® = - 2v ( 2, 1, 1) . Tendo em vista que o ângulo entre as retas é o mesmo ângulo entre os vetores diretores, chegamos a: cosθ = = → → → → v . v v . v 1 2 1 2 + + - + +2 2 2 2 2 2 (1, 1, -2 ) . ( -2, 1, 1 ) 1 1 ( 2) x (-2) 1 1 = 1 2 , logo θ = arc cos 1 2 . Vimos que cada reta no espaço está relacionada a um conjunto de equações em que figuram as variáveis x, y e z, e que traz consigo informações importantes da reta. No próximo tópico, estudaremos as posições particulares que duas retas assumem no espaço. 67AULA 4 TÓPICO 2 TÓPICO 2 Posições relativas entre duas retas ObjetivO • Conhecer e determinar as diversas posições relativas entre duas retas no espaço Uma vez que já estudamos as equações das retas, veremos, neste tópico, como usá-las para que possamos determinar as posições relativas que duas retas podem assumir no espaço. 2.1 CONDIÇÃO DE PARALELISMO DE DUAS RETAS Sejam duas retas ® 1v e ® 2v cujos vetores diretores são ( ) ® =1 1 1 1v a , b , c e ( ) ® =2 2 2 2v a , b , c respectivamente. Se r e s são paralelas, seus vetores diretores são colineares. Assim, ® 1v = k ® 2v ou = = = 1 1 1 2 2 2 a b c k a b c . ExEMplo: A reta 1r , que passa pelos pontos -1A (2, 2, 1) e 1B (4, 3, 2) , e a reta 2r que passa pelos pontos -2A (-6, 1, 5) e 2B (-2, 3, 1) são paralelas. De fato: a) A direção de 1r é dada pelo vetor ® 1v = 1 1A B = (2, 1, 3); b) A direção de ® 2v é dada pelo vetor ® 2v = ® 2A ® 2B = (4, 2, 6); c) De acordo com a condição de paralelismo de duas retas 1 2 a a = 1 2 b b = 1 2 c c , as retas 1 2r e r são paralelas, pois 2 4 = 1 2 = 3 6 . at e n ç ã o ! Seja uma reta r 1 , que contém o ponto A ( x , y , z ) 1 1 1 1 e possui a direção de um vetor v a b c 1 1 11 → = ( ), , , representada pelas equações x x a y-y b z-z c 1 1 1 1 1 1 − = = . Qualquer reta r2 , paralela a r 1 , tem parâmetros diretores a , b , c2 2 2 proporcionais aos parâmetros diretores a , b , c1 1 1. Dessa forma, a , b , c1 1 1 são parâmetros diretores de qualquer reta paralela a r 1 . Assim, se A ( x , y , z )2 2 2 2 é um ponto qualquer do espaço, as equações da reta paralela à r 1 , que passa por A2 , são: x x a y-y b z-z c 2 1 2 1 2 1 − = = . 68 Geomet r ia Ana l í t i ca Ve to r ia l 2.2 CONDIÇÃO DE ORTOGONALIDADE DE DUAS RETAS Duas retas r e s de direções ® 1v = ( 1a , 1b , 1c ) e ® 2v =( 2a , 2b , 2c ), respectivamente, são ortogonais se os vetores ® 1v e ® 2v também o forem, ou seja, r e s são ortogonais se ® ® =1 2v .v 0 ou + + =1 2 1 2 1 2a . a b . b c . c 0 . ExErcícios rEsolvidos 1. Verifique se as retas 1r : ì =ïïïï = +íïï = +ïïî x 3t y -1 5t z 3 4t e s: ì =ïïïí +ï =ïïî y 3 x-3 t 1 8 -6 são ortogonais. Solução: A direção de r é ® 1v = (3, 5, 4); A direção de s é ® 2v = (8, 0, -6); A condição de ortogonalidade de duas retas é: 1a 2b + 1b 2b + 1c 2c = 0. Neste caso: 3 . 8 + 5 . 0 + 9 ( -6 ) = 0, que prova serem ortogonais as retas r e s. 2. Calcule o valor de k para que as retas r: ì = +ïïíï =ïî y kx 1 z -2x e s: ì = +ïïïï =íïï =ïïî x 1 3t y 2-2t z 5tsejam ortogonais. Solução: Os vetores ® 1v = ( 1, k, -2 ) e ® 2v = ( 3, -2, 5 ) são vetores diretores de r e s, respectivamente. A condição de ortogonalidade permite escrever: 1 . 3 + k . (-2 ) + ( -2) . 5 = 0, daí -2k = 10 – 3 Þ k = - 7 2 . 2.3 CONDIÇÃO DE COOPLANARIDADE DE DUAS RETAS Duas retas 1r que
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