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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA Disciplina: Química Orgânica Experimental Alunos: Gabriel Linhares Germano, Paulo Henrique Lourenço Santos Cromatografia em Coluna Belo Horizonte 1° Semestre 2021 1 1 Introdução Identificação e separação dos componentes de uma mistura é algo não apenas básico, como fundamental dentro de um laboratório de química. Neste quesito existem diversos métodos distintos, cada um sendo empregado de modo a se obter o melhor resultado baseado em fatores como pontos de fusão e ebulição, solubilidade, densidade, natureza dos compostos envolvidos, dentre outros. Cabe ao químico saber escolher qual realizar de modo a potencializar os resultados desejados. Dentre as diversas técnicas analíticas existentes, pode-se citar a Cromatografia em Coluna, método que pode ser utilizado na separação tanto parcial quanto completa de substâncias em uma mistura. Este método consiste em utilizar-se uma coluna de vidro preenchida com substâncias apropriadas para cada caso, sendo definidas como fases móvel e estacionária, além do analito em questão. A fase estacionária é composta por um material sólido que tenha afinidade com o analito; a fase móvel é composta por solventes orgânicos e é adicionada ao tubo preenchido pela fase estacionária, de modo que se espalhe pela coluna, ficando adsorvida na fase estacionária. São aproveitadas características como adsorção e solubilidade dos compostos envolvidos, de modo que a passagem dos diferentes componentes da mistura aconteça com velocidades distintas. Os solventes (fase móvel) que interagem com maior eficiência com a fase estacionária terão maior poder de eluição do que aqueles que interagem com mais dificuldade, pois devido à grande afinidade e à grande quantidade no meio, acabam competindo com o soluto (analito), que elui mais rapidamente, permitindo-se, assim, que se crie diferentes bandas de eluição de cada um dos compostos envolvidos na separação, à medida que alteramos a solubilidade dos solventes em questão. 2 Objetivos Extrair β-Caroteno e clorofila das folhas de espinafre. 3 Materiais Equipamentos de proteção individual: jaleco, luvas, óculos de proteção. Um suporte universal, duas garras, duas mufas, um béquer, um funil de haste longa, 4 Erlenmeyers, duas pipetas de Pasteur, um pistilo, um almofariz, uma coluna cromatográfica com torneira, uma espátula, uma pinça. Sílica gel, 10g de folhas de espinafre, acetona, n-hexano. 4 Desenvolvimento A prática foi denominada “Cromatografia em Coluna: Extração do β-Caroteno e da Clorofila, das folhas de espinafre” e, por isso, nos tópicos abaixo serão exibidas as diferentes partes da prática. 1. Procedimento Experimental a. Preparação do Extrato 2 Iniciando a prática, com o executor devidamente protegido, acendeu-se o bico de Bunsen para realizar o preparo das folhas de espinafre para a extração. Em seguida, montou-se o tripé e a manta de aquecimento e cerca de 350 mL de água destilada em um béquer foi aquecido. Quando começou a fervura, 10g de espinafre foram adicionadas ao béquer para, após 1 minuto, desligar o aquecimento, retirar as folhas e secá-las. Em sequência, principiou- se a próxima etapa, a de preparação do extrato, que por sua vez, consistiu na colocação do espinafre seco no almofariz, mistura dos solventes 1:1 hexano/acetona no recipiente e maceração por 3 minutos com o solvente. O líquido (produto da maceração), agora chamado de extrato, foi transferido para um béquer e, no mesmo fraco, foi colocada duas pontas de espátula de sílica em gel com o objetivo de impregnar o extrato na fase estacionária da coluna cromatográfica. Após homogeneização, a solução foi colocada numa chapa de aquecimento para, assim, haver a remoção do solvente. O resultado final pós aquecimento foi o extrato vegetal adsorvido pela sílica. b. Montagem e Empacotamento da Coluna Cromatográfica Com o extrato pronto, iniciou-se a montagem da Coluna Cromatográfica, já descrita anteriormente e, com tal fato, em um Erlenmeyer à parte, adicionou-se hexano à sílica, para produzir o eluente inicial da prática. A sílica em suspensão foi colocada na coluna e, por meios de leves batidas na lateral da mesma, forçou-se o empacotamento adequado da sílica na vidraria. Em seguida, foi realizada a adição do extrato a coluna sucedido pelo hexano, o primeiro solvente do experimento. A torneira da coluna foi aberta para deixar o solvente escorrer, sendo tal processo executado duas vezes. O próximo passo foi a adição de um segundo solvente mais polar, a mistura 1:1 hexano/acetona, repetindo-se o procedimento de maneira semelhante à etapa anterior. c. Moléculas e Mecanismos Essa prática consiste principalmente de um experimento baseado no arraste por polaridade. Por isso, as moléculas eluídas importantes seguem abaixo, nas figuras 1 e 2. 3 Figura 1: Estrutura molecular do β-Caroteno. Fonte: FONSECA, Sebastião; GONÇALVEZ, Caroline. Extração de Pigmentos do Espinafre e Separação em Coluna de Açúcar Comercial. Química Nova na Escola, nº20, Novembro de 2004. Disponível em <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc20/v20a10.pdf >. Acesso em 08 de Junho de 2021 Figura 2: Estrutura molecular da Clorofila a e b. Fonte: STREIT, Nivia; CANTERLE, Liana; CANTO, Marta do; HECKTHEUER, Luísa. As Clorofilas. 09 de Novembro de 2005. Disponível em < https://www.scielo.br/j/cr/a/dWwJymDzZRFwHhchRTpvbqK/?lang=pt#>. Acesso em: 08 de junho de 2021. 5 Resultados e Discussão Após a primeira eluição, notou-se o aparecimento de uma banda amarelada, correspondente ao β-Caroteno, um dos componentes da folha de espinafre. Essa substância é obtida na primeira banda de eluição devido ao uso do hexano como primeiro solvente (fase móvel) que, assim como o β-Caroteno, é apolar. Tal semelhança de polaridade entre os compostos permite que o β-Caroteno seja elua mais rapidamente pelo tubo nessa primeira etapa. O β-Caroteno foi recolhido em um Erlenmeyer para então ocorrer a troca do solvente para a acetona. Nota-se, então, o surgimento de uma banda de cor verde bem forte correspondente à clorofila, que não estava sendo eluida anteriormente pelo hexano. Por ter heteroátomos em sua cadeia, a clorofila apresenta caráter polar, tal como a cetona utilizada. Como a cetona polar está adsorvida em grande quantidade na fase estacionária, permite-se o arraste da clorofila para surgimento desta segunda banda de eluição. Após a eluição da clorofila, pôde-se separar os compostos em 3 erlenmeyers, um contendo o n-hexano, um contendo o, β-Caroteno e outro contendo a clorofila. https://www.scielo.br/j/cr/a/dWwJymDzZRFwHhchRTpvbqK/?lang=pt 4 6 Conclusão Com a realização dos procedimentos, foi possível a extração das duas substâncias desejadas, β-Caroteno e clorofila, da folha de espinafre, observada pelo surgimento das duas bandas de eluição com cores características destas substâncias. Além disso, foi possível conhecer mais a respeito de processos analíticos em geral, em especial da cromatografia em coluna, notando-se sua praticidade e importância dentro do cotidiano de um laboratório. 7 Referências Bibliográficas 1 Estrutura molecular do β-Caroteno. Fonte: FONSECA, Sebastião; GONÇALVEZ, Caroline. Extração de Pigmentos do Espinafre e Separação em Coluna de Açúcar Comercial. Química Nova na Escola, nº20, novembro de 2004. Disponível em <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc20/v20a10.pdf >. Acesso em 08 de maio de 2021 2 Estrutura molecular da Clorofila a e b. Fonte: STREIT, Nivia; CANTERLE, Liana; CANTO, Marta do; HECKTHEUER, Luísa. As Clorofilas. 09 de novembro de 2005. Disponível em < https://www.scielo.br/j/cr/a/dWwJymDzZRFwHhchRTpvbqK/?lang=pt#>. Acesso em: 08 de junho de 2021. https://www.scielo.br/j/cr/a/dWwJymDzZRFwHhchRTpvbqK/?lang=pt
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