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TRAUMA ABDOMINAL (POR REBECA ZILLI)

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TRAUMA ABDOMINAL 
 POR 
 
Rebeca Zilli 
O trauma abdominal é o sofrimento resultante de uma ação súbita e violenta, exercida contra o abdome 
por diversos agentes causadores: mecânicos, químicos, elétricos e irradiações. Abordaremos aqui os 
principais no atendimento de emergência. 
► TRAUMA ABERTO: penetra a cavidade; 
1. Por arma branca: 40% atinge fígado (ocupa grande espaço); 30% delgado; 20% diafragma. 
2. Por arma de fogo: 50% atinge delgado (do abdome estilhaça para intestino); 40% colon. 
 
► TRAUMA FECHADO: não penetra a cavidade, é a maioria dos traumas abdominais (80%). 
1. Acidentes automobilísticos (75%) 
2. Golpes diretos 
3. Quedas 
Preciso saber quanto à conduta deste trauma, se é cirúrgico ou não cirúrgico: quando o trauma é aberto, é 
mais fácil de avaliar; mas quando é fechado, conto com o Exame Físico: 
 EF confiável 
o Irritação peritoneal 
o Instabilidade Hemodinâmica 
o Evisceração (aberto) 
Paciente acordado e estável→ encaminho para exames. 
Paciente instável hemodinamicamente→ tento estabilizar antes de enviar à cirurgia. 
Paciente idosa e instavel→ indico cirurgia. 
Paciente com trauma aberto→ indico cirurgia. 
 EF duvidoso 
Não consigo examinar direito o doente, rebaixado, TCE, IOT: 
o Arma de fogo: indicar laparotomia 
Tiro de raspão em quadrante superior→ posso manter em observação, se estável. 
 
o Arma branca: tocar a ferida (com anestesia na borda) 
 se estável hemodinamicamente: TC de abdome (e outros exames). 
 se instável hemodinamicamente: cirúrgico. 
 
 
o Trauma fechado: se estável hemodinamicamente: TC de abdome com contraste 
 se instável hemodinamicamente: FAST (mais indicado) ou LPD 
 
FAST 
Consiste em analisar quatro pontos em busca de líquido livre/sangue. 
A: Loja hepatorrenal 
B: Loja esplenorrenal 
C: Pelve 
D: Pericárdio 
É bom pois é rápido, sensível, acessível, exclui lesões no tórax e coração 
e pode ser feito na beira do leito, mas é operador-dependente. 
 
LPD 
É o Lavado Peritoneal Diagnóstico, procedimento em que se introduz um 
cateter até o fundo do peritônio de modo a aspirar e analisar o conteúdo. 
 
 
• Conteúdo entérico, bilioso ou fecaloide → avaliação da cirurgia; 
• Aspiração de sangue de forma fácil (>10ml) → indicado cirurgia; 
• Presença de bactérias Gram+ → avaliação laboratorial (encaminhar); 
• > 100 mil 000 hemácias por campo → avaliação laboratorial (encaminhar); 
• 500 leucócitos por campo → avaliação laboratorial (encaminhar); 
 
 
TC 
É o melhor exame a ser feito, mais sensível, porém mais trabalhoso, mais demorado e de maior custo. 
Só deve ser feito se o paciente estiver estável e não é recomendado fazer quantidade de volume ao 
paciente instável e transferir pra TC. Indicações: 
• Trauma fechado ESTÁVEL 
• Trauma penetrante em dorso e flanco (nesses locais evita-se abordagem). 
 TC FAST LPD 
 
Vantagem 
 
Mais específico e sensível; 
Não invasivo; 
Diagnostico rápido e precoce; 
Não invasivo; 
Pode ser repetido; 
Não requer transporte; 
Diagnóstico rápido e precoce; 
Mais sensível que FAST; 
Detecta lesão intestinal; 
Não requer transporte; 
 
 
Desvantagem 
 
Custo; 
Tempo; 
Transporte necessário; 
Pode não diagnosticar certas 
lesões intest. e pancreáticas. 
 
 
Operador-dependente; 
Distorce imagem; 
Pode não diagnosticar certas 
lesões intest. e pancreáticas. 
 
 
Invasivo; 
Pouco específico; 
Não diagnostica lesões em 
diafragma e retroperitônio.. 
 
Indicações 
 
• Trauma fechado estável 
• Trauma penetrante de 
dorso e flanco 
 
 
• Trauma fechado instável 
 
• Trauma fechado instável 
• Trauma penetrante 
 
TRAUMA ESPLÊNICO 
Tratamento clínico é feito só se o paciente estiver estável hemodinamicamente. 
► Se não há ruptura do baço (até Grau III e estável) tento fazer tratamento conservador. 
► Quando há ruptura deste órgão (Grau IV e V) a tendência é encaminhar direto para cirurgia. 
Se paciente chega hipotenso com suspeita de lesão esplênica, encaminho direto para a cirurgia. 
Síndrome do Tanque, é um trauma provocado pela queda de um tanque de lavar roupas sobre uma criança, 
podendo causar lesões abdominais, principalmente trauma esplênico. 
 
TRAUMA HEPÁTICO 
Tratamento clínico é feito só se o paciente estiver estável hemodinamicamente. 
► Até Grau III e estável hemodinamicamente tento fazer tratamento conservador. 
► Grau IV, V e VI são lesões mais complexas e a abordagem será cirúrgica. 
Esses pacientes estarão internados no CTI e estarão monitorando hemoglobina e hematócrito: a qualquer 
suspeita de diminuição dos mesmos, deve-se encaminhar para cirurgia. 
Na manutenção da hemodinâmica, posso fazer até 2 concentrados de hemácias para tentar estabilizar: 
 
consigo estabilizar → tratamento clínico conservador 
não consigo estabilizar → encaminho à cirurgia (laparotomia para descobrir origem da lesão) 
 
DAMAGE CONTROL SURGERY 
Laparotomia é feita para controlar danos mais rapidamente, como hemorragias e contaminações em 
pacientes traumatizados. As vezes o paciente chegará com trauma em mais de um lugar e essa abordagem 
cirúrgica inicial pode salvar sua vida enquanto está instável. Após 24h a 48h no CTI, esse paciente é 
reabordado (reoperação – second look), uma vez com o paciente está mais estabilizado. 
 
 
 
 
TRAUMA ABERTO TRAUMA FECHADO 
arma 
branca 
arma 
de fogo 
Evisceração? 
Irritação Peritoneal? 
Instab. Hemodinâmica? 
laparotomia 
exploração 
da ferida 
lesão anterior ou lateral 
= avaliação c/ anestesia 
lesão posterior ou flanco 
= TC c/ contraste 
ferimento superficial por PAF 
em quadrante superior 
pode ser feito 
Tratamento Conservador 
não 
não 
não 
- 
sim 
sim 
sim 
+ + 
laparotomia em caso de 
violação da cavidade 
peritoneal 
laparotomia em caso de 
lesão de estrutura 
retroperitoneal 
Exame físico confiável? 
Paciente acordado e estável? 
laparotomia em caso de 
irritação peritoneal 
estabilidade hemodinâmica? 
conservador 
busco outro foco 
de sangramento 
laparotomia 
TC com 
contraste 
FAST e/ou 
LPD

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