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DIOCTOPHYMA RENALE O PARASITA GIGANTE

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Revisão de Literatura – Resumo Expandido
Dioctophyma renale – O Parasita Gigante 
DIANA H. MIRANDA
SARAH A. LUDWIG
INTRODUÇÃO
Conhecido como maior nematódeo o Dioctophyma renal, parasita gigante do rim responsável por causar a dioctofimose e que pode chegar a medir um metro e tem distribuição mundial infectando mamíferos domésticos e silvestres. A espécie abordada tem sua classificação taxonômica descrita como um parasito pertencente ao filo Nematoda, classe Secernentea, ordem Strongylida, família Dioctophymatidae e gênero Dioctophyme. 
O parasito tem como sítio final os rins do hospedeiro e dentre estes órgãos possui predileção pelo rim direito, isto se dá pelo fato de estar posicionado mais cranialmente e de apresentar sintopia, ou seja, proximidade deste rim com o duodeno. Entretanto já houveram relatos sobre presença deste parasito em sítios atípicos do corpo do hospedeiro, áreas como tecido subcutâneo, tecido hepático, tecido mamário, útero, ovários, testículos e ainda nestes tecidos possui a capacidade de se desenvolver e reproduzir.
A respeito dos hospedeiros a serem acometidos por este parasita, em seu ciclo há a presença de três hospedeiros sendo um hospedeiro intermediário, um hospedeiro definitivo e um hospedeiro paratênico que pode, ou não, estar presente no ciclo parasitário, porém sua presença nas infecções ocorridas é bem comum. O papel de hospedeiro intermediário é interpretado por um anelídeo oligoqueta, parasita das brânquias do hospedeiro paratênico representado por peixes, anfíbios e crustáceos. A cerca do hospedeiro definitivo há uma certa amplitude de animais candidatos, são eles canídeos representados por cães silvestres e domésticos, felídeos, suínos, ruminantes, mustelídeos como o furão, procionídeos como os guaxinins e o homem, logo refere-se de um parasita com aspecto zoonótico.
O objetivo deste trabalho é apresentar um resumo de fácil entendimento, porém detalhado sobre a infecção por D. renale e ao mesmo tempo alertar tutores para a possibilidade de uma infecção em seus animais ou até em si, pontuando que animais infectados não apresentam sintomas específicos para tal verminose, é sabido da necessidade de uma atenção extra para com a prevenção e o cuidado de um animal já infectando, ressaltado o fato de se tratar de uma zoonose.
ASPECTOS MORFOLÓGICOS
São vermes com corpo cilíndrico de cor vermelho escura intensa (figura 1), isto devido a seus hábitos hematófagos, o corpo é revestido por uma cutícula externa e resistente de cor clara e abaixo dela a hipoderme. Possui boca presença de dentes ou lamelas, cavidade corporal, sistema digestivo completo e anus. O dimorfismo sexual pode ser percebido no tamanho do corpo do parasita, as fêmeas geralmente medem mais de 60cm de comprimento em casos normais, porém podem alcançar até um metro, enquanto os machos se mantem numa média entre 35cm - 40cm, possuem uma bolsa copulatória em forma de sino ou taça coberta por papilas e tem a presença de uma espícula marrom. (ALVES et al., 2007; MONTEIRO, 2017; TAYLOR et al., 2017)
Figura 1: Parasito adulto.
Fonte: MONTEIRO, 2017.
Quanto à característica morfológica dos ovos, são elípticos (figura 2), apresentam aspecto de cor castanho-amarelada, possui uma parede espessa, rugosa e com presença de tampas bipolares ligeiramente protraídas. Medem cerca de 71 a 84 µm de comprimento e 46 a 51 µm de largura. (PEDRASSANI et al., 2015; TAYLOR et al., 2017)
Figura 2: Ovos de D. renale
Fonte: MONTEIRO, 2017
CICLO DE VIDA
O ciclo de vida é indireto e heteróxeno, apresentando como hospedeiro definitivo (HD) o cão, além de bovinos, felídeos, homem, Mustelidae e Procyonidae como lontra e guaxinim, respectivamente. Como hospedeiros intermediários (HI) anelídeos oligoquetas que são parasitas nas brânquias de crustáceos e peixes e encontra-se ainda a presença de hospedeiros paratênicos (HP) sapos, rãs e peixes de água doce. (ALVES et al., 2007; MONTEIRO, 2017; SOUZA et al., 2019)
Localizado no rim direito do HD devido à proximidade com o duodeno encontra-se o parasita adulto e seus ovos são eliminados morulados e não embrionados para o ambiente através da urina. No ambiente, em condições adequadas ocorre o desenvolvimento da larva L1 dentro do ovo e após ser ingerido pelo HI a larva L1 é atingida pela ação de componentes químico-enzimáticos que favorecem a degradação da casca do ovo e liberam a larva L1, esta atravessa a parede do tubo digestivo e passa por duas ecdises tornando-se larva L3 onde encista-se em tecidos conectivos do HI. (ALVES et al., 2007; MONTEIRO, 2017; SOUZA et al., 2019)
O HD se infectará através da ingestão do HI parasitado ou pela ingestão de tecidos do HP que infectou-se através da ingestão do anelídeo oligoqueta parasitado pela larva L3. O HD agora está infectado pela larva L3 e esta irá penetrar na parede do órgão intestinal, chega à cavidade peritoneal e então alcança o rim onde passa novamente por ecdise originando a larva L4 e esta novamente por ecdise forma a larva L5 ou também denominada adulto jovem (AJ) e estes atingem a maturidade sexual, se reproduzem por fecundação cruzada e as fêmeas dão início a oviposição, sendo os ovos morulados eliminados através da urina. (ALVES et al., 2007; MONTEIRO, 2017; SOUZA et al., 2019)
SINTOMATOLOGIA
A consequência da infecção por D. renale é o rim destruído e comumente apenas um deles é afetado, sendo o rim esquerdo menos acometido que o direito devido a maior predileção do parasito pelo mesmo que é justificado pela sua proximidade com o duodeno, dessa forma, o rim que está sadio irá sofrer hipertrofia para compensar o que foi destruído. (ALVES et al., 2007; PEDRASSANI et al., 2015; SOUZA et al., 2019; TAYLOR et al., 2017)
Observa-se também uma enfática desolação do parênquima assim como a destruição da zona cortical e da zona medular, limitando o órgão a uma cápsula fibrosa. Pode ocorrer hidronefrose em consequência ao entupimento do óstio uretral interno pela ação do parasito adulto, que estabelece atrofia mantendo o epitélio da pélvis e em adição irá ocasionar em insuficiência renal. (ALVES et al., 2007; PEDRASSANI et al., 2015; SOUZA et al., 2019; TAYLOR et al., 2017)
Os organismos parasitados pelo D. renale mostram-se assintomáticos, mesmo que um dos rins esteja sendo acometido pela ação do parasito. Entretanto, observa-se animais com apatia, tristeza, emagrecimento, disúria com hematúria no fim da micção, ato contínuo onde nota-se a dor renal em consequência da destruição que ocorreu no parênquima renal. (ALVES et al., 2007; MONTEIRO, 2017; PEDRASSANI et al., 2015; TAYLOR et al., 2017)
Em consequência a insuficiência renal ocorre uremia e peritonite e constata-se também desconforto, andar vacilante, poliúria, polidpisia, arqueamento do dorso, anorexia, vômito e aditamento do volume das regiões iguinal e subcutânea ocasionada pela migração ambulante do parasito. (ALVES et al., 2007; PEDRASSANI et al., 2015; SOUZA et al., 2019; TAYLOR et al., 2017)
DIAGNÓSTICO
D. renale é diagnosticado através da identificação e comprovação de características da morfologia como coloração, tamanho e localização dos ovos bi tamponados através do exame de sedimento urinário, por radiografia e/ou ultrassonografia da região abdominal, laparotomia ou ainda aspiração de líquido da cavidade abdominal. Pode ainda ser identificada a presença de vermes através de cirurgia, necropsia ou em casos mais incomuns, pode ocorrer dos vermes serem eliminados através da urina em animais jovens. (ALVES et al., 2007; PEDRASSANI et al.; 2015; SOUZA et al., 2019)
Devem ser realizados também exames hematológicos e bioquímicos já que o animal parasitado pode tornar-se anêmico. Além disso, deve-se realizar a bioquímica sérica de função renal, ureia e creatinina a fim de avaliar o grau de insuficiência renal. (PEDRASSANI et al., 2015)
TRATAMENTO
Não existe tratamento com base medicamentosa para D. renale, a forma eficaz de livrar o corpo do animal da presença deste parasito é por meio de intervenção cirúrgica, nesta serão removidos os parasitos presentes no rim ou nos órgãosatípicos do corpo do animal, podendo haver, em alguns casos, a necessidade de remover o rim infectado. (MONTEIRO, 2017; ALVES et al., 2007)
CONTROLE
Evitar a presença de minhocas, rãs, e peixes crus na alimentação do animal, pois estas podem estar infectadas e desta forma vai ocorrer à transmissão. O mesmo serve para o homem, deve ser feita a remoção de peças de carne cruas da dieta, citado exemplo de gastronomia japonesa onde peixe cru se torna um prato típico denominado sushi. (ALVES et al., 2007)
CONCLUSÃO
Diante do exposto acima conclui-se que o Dioctophyma renale é um verme parasita de distribuição cosmopolita e com potencial zoonótico que acomete os rins e leva a uma série de sintomatologias que podem culminar em hipertrofia renal como forma de compensação a uma insuficiência renal ocorrida no rim infectado, sendo tratada apenas por intervenção cirúrgica onde é feita a remoção dos espécimes. Deve-se ainda ressaltar a importância de cuidados na ingestão de alimentos e água, pois são fatores que podem predispor a infecção dos hospedeiros. 
REFERÊNCIAS
ALVES, G. C.; SILVA, D. T.; NEVES, M. F. Dioctophyma renale: O parasita gigante do rim. Espírito Santo: Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, 2007.
MONTEIRO, S. G. Parasitologia na medicina veterinária. Rio de Janeiro: Roca, 2017.
PEDRASSANI, D.; NASCIMENTO, A. A. Verme gigante renal. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias, 2015. 
SILVEIRA, C. S.; DIEFENBACH, A.; MISTIERI, M. L.; MACHADO, I. R. L.; ANJO, B.L. Dioctophyma renale em 28 cães: aspectos clinicopatológicos e ultrassonográficos. Pesquisa Veterinária Brasileira. V. 35. N.11. Rio de Janeiro, 2015. 
SOUZA, A. A. R.; SOUZA, A. A. S.; COELHO, M. C. O. C.; QUESSADA, A. N.; FREITAS, M. V.; MORAES, R. F. M. Dioctofimose em cães. Acta Scientiae Veterinariae, 2011
SOUZA, M. S.; DUARTE, S. D.; BRITO, S. A. P.; FARIAS, L. A. Dioctophyma renale: Revisão. Paraná: PUBVET, 2019.
TAYLOR, M. A.; COOP, R. L.; WALL, R. L. Parasitologia veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

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