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Transtorno obsessivo compulsivo Consiste em pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que ocorrem de modo indesejado. Pensamentos intrusivos provocam resistência e são egodistônicos (contrários ao desejo do paciente). São iniciadas por situações corriqueiras, e aí a pessoa inicia rituais com o objetivo de anular os pensamentos. Esses rituais para neutralizar os pensamentos podem ser apenas mentais, por isso muitas vezes o transtorno fica difícil de perceber. É frequente encontrar nesses pacientes uma lentidão obsessiva, o paciente não consegue bem decidir coisas pequenas no seu cotidiano. Existem três tipos de experiências que não se enquadram no conceito de obsessões, mas precedem a realização de rituais: nojo, fenômenos sensoriais (percepção de que algo não está certo, gerando angustia), experiências Just risht/ not Just righ (a pessoa age para que sinta que as coisas estão de modo correto – Just right). Essa percepção do Just righ nós percebemos nas pessoas que ficam muito organizando o local, ou se lavando, e aí quando percebem que está “tudo certo” eles param. Os atos realizados tem uma finalidade, que é acabarem com a angustia gerada pelo pensamento intrusivo, eles são voluntários, repetitivos e muitas vezes até estereotipados. Como os atos realizados aliviam a angustia temporariamente, a pessoa acha que aquilo está funcionando, e mantém seus rituais. Dentro da psicoterapia é primeira escolha o TCC - terapia cognitivo comportamental. Obs: alguns antipsicóticos podem causar comportamentos compulsivos Ciclo to TOC: Obsessões (pensamento, imagem, impulso) ansiedade compulsões alívio (como gera alívio, reforça o comportamento) TOC é uma doença crônica, a pessoa pode ter sintomas mais brandos e em momentos de ansiedade os sintomas intensificam. As manifestações das compulsões alteram ao longo da vida. Outra característica do TOC é a depressão. É muito comum o paciente com TOC apresentar depressão, pode ser um quadro secundário ao TOC. Então ao pegar um paciente com suspeita de depressão é preciso analisar a vida do paciente e observar se não é secundário a outra patologia. Lentidão motora também está presente no TOC, ansiedade, culpa, depressão, indecisão, hipervigilância. Os pensamentos negativos ou catastróficos são típicos do TOC. É uma doença de gente jovem, é comum iniciar na infância ou adolescência, é raro iniciar após os 40 anos. Na infância acontece mais em meninos e em adultos é igual à distribuição entre os sexos. Para fechar o diagnóstico precisa atrapalhar o cotidiano fazendo a pessoa perder mais de uma hora. Comportamentos evitativos estão relacionados à evitação de lugares e comportamentos, incluindo a procrastinação. A pessoa evita situações que vão a colocar em faço com as compulsões. Exemplo, a pessoa tem problema na hora de escrever por que fica grifando a letra D (de Deus), daí com o tempo ela para de escrever, começa a evitar a situação. É preciso atentar que em muitos casos não fica explicito o transtorno, uma vez que as compulsões são mentais. Estima-se que demora 17 anos entre o início dos sintomas de TOC e o início do tratamento. É bem comum ter comorbidade na psiquiatria, no TOC é comum o paciente ter depressão, tiques (em torno de 40% dos pacientes com TOC tem depressão). As anormalidades neurobiológicas estão principalmente relacionadas com a serotonina. Existem alguns casos que se desenvolvem após infecção por strepto do grupo A (chama PANDA), principalmente em crianças. É possível que com o tempo reduza o volume cerebral. O modelo cortico-talamo-estriado-cortical está super ativado no TOC. Os pacientes do TOC ficam viciados nos comportamentos compulsivos, e com isso reduz a capacidade cognitiva e a memória do paciente. Eles também podem apresentar dificuldades em lidar com seus impulsos. Transtornos do espectro: dismorfo corporal; transtorno de acumulação; tricotilomania (a pessoa arranca todo tipo de pelo, pode ter também tricofagia; quando o tufo de cabelo obstrui intestino chama de benzoar); transtorno de escoriação (skin- picking). Outros transtornos do espetro obsessivo compulsivo: O objetivo do tratamento é a remissão completa dos sintomas, e a primeira coisa é psicoeducação. Considera-se refratariedade quando não houve resposta a 3 protocolos com inibidor da recaptação de serotonina, sendo um obrigatoriamente a clomipramina. Sobre tratamento farmacológico, a primeira escolha é ISRS e a clomipramina. O TOC não é tratado com dose baixa, tem que colocar uma dose alta direto e já orientar que a dose pode aumentar. Quando melhora o transtorno, mantém o remédio por 1 ou 2 anos e se houver recaídas deve-se usar os remédios por mais tempo.
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