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APOSTILA DE FÍSICO-QUÍMICA EXERCÍCIOS VARIADOS 4 PROF. ALEXANDRE VARGAS GRILLO FÍSICO-QUÍMICA APOSTILA ESPCEX EXERCÍCIOS VARIADOS 4 Volume IV – Físico- Química APRESENTAÇÃO Neste material está sendo apresentado 5 exercícios sobre cinética química. Este tema é bastante recorrente em qualquer prova de concursos, o que não seria diferente em um concurso militar. Um tema abordado na Química, mais especificamente na Físico- Química que estuda as a velocidade de um processo químico. Cabe uma observação de extrema importância no estudo da cinética química que se trata da unidade da velocidade específica. Há necessidade de um cuidado para a sua determinação. Apresentação de 5 exercícios de cinética química de própria autoria. SUMÁRIO EXERCÍCIOS VARIADOS Questão 01 - (GRILLO) Considere uma reação de decomposição do tipo: A(g) → B(g) + C(g), com velocidade específica igual a 2,28 x 10 -4 h-1, a uma temperatura de 127°C. a) Explique de forma clara e sucinta, qual a ordem de reação para esta reação gasosa; b) Calcule o tempo de meia-vida; c) Determine a pressão após cinco horas, considerando que a pressão inicial seja igual a 625 torr. Resolução: Item a) Para esta equação química hipotética a cinética é de primeira ordem. Isso é observado pela unidade da constante cinética, tempo −1. Item b) Cálculo do tempo de meia-vida: t1/2 = ln 2 k = 0,693 2,28 x 10−4 x h−1 = 3030,47 h Item c) ln pA final 625 = − 2,28 x 10−4 x 5 pA final = 625 x e− 2,28 x 10 −4 x 5 pA final = 625 x e− 0,00114 = 624,29 torr Questão 02 - (GRILLO) Considere a seguinte reação de decomposição do cloreto de sulfurila apresentada a seguir, SO2Cl2(g) → SO2(g) + Cl2(g). Esta reação é de primeira ordem e apresenta velocidade específica igual a 2,66 x 10-4 s-1 a uma temperatura de aproximadamente igual a 300°C. A partir destas informações, determine: a) O tempo de meia-vida para esta reação, em minutos. b) A fração da amostra de cloreto de sulfurila que permanece após de ser aquecida por 3,50 horas nas mesmas condições de temperatura. c) O tempo necessário para que uma amostra de cloreto de sulfurila mantida a 300°C apresente decomposição igual a 88% da quantidade inicial. Resolução: Item a) Sabendo que o tempo de meia-vida para um processo que apresenta cinética de primeira ordem é dada pela seguinte equação: t1/2 = ln2 k = 0,693 2,66 x 10−4 = 2605,26 s x 1min 60 s = 43,42 min Item b) Cálculo da fração molar da amostra de cloreto de sulfurila, ou seja, [𝑆𝑂2𝐶𝑙2]𝐹𝐼𝑁𝐴𝐿 [𝑆𝑂2𝐶𝑙2]𝐼𝑁𝐼𝐶𝐼𝐴𝐿 : ln [SO2Cl2]FINAL [SO2Cl2]INICIAL = −k. t ln [SO2Cl2]FINAL [SO2Cl2]INICIAL = −2,66 x 10−4 x 3,50 x 3600 ln [SO2Cl2]FINAL [SO2Cl2]INICIAL = −3,66 [SO2Cl2]FINAL [SO2Cl2]INICIAL = e−(3,66) = 0,0350 (3,50%) Este valor corresponde a fração que foi decomposta. Então, resta: 00% - 3,50% = 96,50%. Item c) Informação do problema: [SO2Cl2]FINAL [SO2Cl2]INICIAL = 0,88 ln 0,88 x [SO2Cl2]INICIAL [SO2Cl2]INICIAL = − 2,66 x 10−4 x t t = 481,20 s EXERCÍCIOS VARIADOS Questão 01 - (GRILLO) Considere uma reação de decomposição do tipo: A(g) → B(g) + C(g), com velocidade específica igual a 2,28 x 10 -4 h-1, a uma temperatura de 127°C. a) Explique de forma clara e sucinta, qual a ordem de reação para esta reação gasosa; b) Calcule o tempo de meia-vida; c) Determine a pressão após cinco horas, considerando que a pressão inicial seja igual a 625 torr. Resolução: Item a) Para esta equação química hipotética a cinética é de primeira ordem. Isso é observado pela unidade da constante cinética, tempo −1. Item b) Cálculo do tempo de meia-vida: t1/2 = ln 2 k = 0,693 2,28 x 10−4 x h−1 = 3030,47 h Item c) ln pA final 625 = − 2,28 x 10−4 x 5 pA final = 625 x e− 2,28 x 10 −4 x 5 pA final = 625 x e− 0,00114 = 624,29 torr Questão 02 - (GRILLO) Considere a seguinte reação de decomposição do cloreto de sulfurila apresentada a seguir, SO2Cl2(g) → SO2(g) + Cl2(g). Esta reação é de primeira ordem e apresenta velocidade específica igual a 2,66 x 10-4 s-1 a uma temperatura de aproximadamente igual a 300°C. A partir destas informações, determine: a) O tempo de meia-vida para esta reação, em minutos. b) A fração da amostra de cloreto de sulfurila que permanece após de ser aquecida por 3,50 horas nas mesmas condições de temperatura. c) O tempo necessário para que uma amostra de cloreto de sulfurila mantida a 300°C apresente decomposição igual a 88% da quantidade inicial. Resolução: Item a) Sabendo que o tempo de meia-vida para um processo que apresenta cinética de primeira ordem é dada pela seguinte equação: t1/2 = ln2 k = 0,693 2,66 x 10−4 = 2605,26 s x 1min 60 s = 43,42 min Item b) Cálculo da fração molar da amostra de cloreto de sulfurila, ou seja, [𝑆𝑂2𝐶𝑙2]𝐹𝐼𝑁𝐴𝐿 [𝑆𝑂2𝐶𝑙2]𝐼𝑁𝐼𝐶𝐼𝐴𝐿 : ln [SO2Cl2]FINAL [SO2Cl2]INICIAL = −k. t ln [SO2Cl2]FINAL [SO2Cl2]INICIAL = −2,66 x 10−4 x 3,50 x 3600 ln [SO2Cl2]FINAL [SO2Cl2]INICIAL = −3,66 [SO2Cl2]FINAL [SO2Cl2]INICIAL = e−(3,66) = 0,0350 (3,50%) Este valor corresponde a fração que foi decomposta. Então, resta: 00% - 3,50% = 96,50%. Item c) Informação do problema: [SO2Cl2]FINAL [SO2Cl2]INICIAL = 0,88 ln 0,88 x [SO2Cl2]INICIAL [SO2Cl2]INICIAL = − 2,66 x 10−4 x t t = 481,20 s EXERCÍCIOS VARIADOS Questão 03 - (GRILLO) A velocidade específica do processo de decomposição de certa substância é de 2,50 x 10-3 L.mol-1.s-1 a 35°C e 1,32 x 10-2 L.mol-1.s-1 a 53°C. A partir das informações apresentadas, estime os parâmetros de Arrhenius da reação. Resolução: Equação química da decomposição do gás A(g): A g → B g + C g Informações do problema: k35°C = 2,50 x 10−3 L mol x s e k53°C = 1,32 x 10−2 L mol x s Para a determinação dos parâmetros de Arrhenius (A e Eat) será necessário utilizar a equação de Arrhenius. ln k1 k2 = Eat R x 1 T2 − 1 T1 ln 2,50 x 10−3 1,32 x 10−2 = Eat 8,314 x 1 53 + 273 − 1 35 + 273 ln 0,189 = Eat 8,314 x 1 326 − 1 308 −1,69 x 8,314 = Eat x 3,07 x 10 −3 − 3,25 x 10−3 Eat = −1,69 x 8,314 3,07 x 10−3 − 3,25 x 10−3 = 77450,16 J mol Cálculo do fator de frequência (A), a partir de 35°C: k35 oC = A x e − Eat R x T A = k35 oC e − Eat R x T A = 2,50 x 10−3 e − 77450,16 8,314 x 308 = 3,40 x 10+10 L mol x s Questão 04 - (GRILLO) A 34,50°C, o tempo de meia vida da decomposição do pentacloreto de fósforo gasoso é de 6,88 h, e não depende de sua concentração inicial. Com base nestas informações, determine: PCl5(g) → PCl3(g) + Cl2(g). a) A constante cinética do processo a 34,50°C. b) O tempo necessário para que se atinja uma conversão de 87,5% em bases molares. Resolução: Item a) Como o tempo de meia-vida independe da pressão inicial do pentacloreto de fósforo, a cinética para este caso é de primeira ordem. t ൗ1 2 = ln2 k 6,88. k = ln 2 → k = 0,1 h−1 Item b) Como 87,5% em termos molares do PCl5 inicialmente presente se decompuseram nas condições impostas, pode-se dizer que a concentração final é 12,5% o valor inicial, logo: [PCl5]Final = 0,125.[PCl5]Inicial Em se tratando de uma reação de primeira ordem, pode-se escrever a seguinte lei cinética: ln[PCl5] = −kt + C0 Portanto, subtraindo-se a equação acima avaliada para os instantes final e inicial, tem-se: ln [PCl5]Final [PCl5]Inicial = −k. t ln 0,1250. [PCl5]Inicial [PCl5]Inicial = −0,10. t ln 0,1250 = −0,10. t → t = 20,64 h EXERCÍCIOS VARIADOS Questão 05 - (GRILLO) Considere a seguinte reação de produção de metanol apresentada pela seguinte reação: CO(g) + 2 H2(g) ⇄ CH4O(g). Para este sistema, as constantes de equilíbrio são iguais 1,50 x 10-3 e 3,2 x 10-4, a 230°C e 330°C, respectivamente. A partir desta informação, responda se a síntese de produção de metanol é endotérmica ou exotérmica. Resolução: Aplicando a equação de Van´t Hoff, temos: ln Kp1 Kp1 = ∆H° R x 1 T2 − 1 T1 Utilizando a constante dos gases como sendo igual a 8,314 J.mol-1.K-1, temos: ln 1,50 x 10−3 3,20 x 10−4 = ∆H° 8,314 x 1 (330 + 273) − 1 (230 + 273) ln 4,69 = ∆H° 8 x 1 603 − 1 503 1,54 x 8,314= ∆H° x 1 603 − 1 503 ∆H° = −38834,35 J mol . Logo, como a variação da entalpia é negativa o processo é exotérmico. Observação: O problema também pode ser solucionado apenas analisando os valores das constantes de equilíbrio. Com isso, aumentando a temperatura consequentemente a constante de equilíbrio diminui, o que caracteriza que o processo é exotérmico. RESUMO Entende-se por velocidade de uma reação a taxa de formação de um produto ou de desaparecimento de um reagente por unidade de tempo e volume. A taxa reacional (𝑟𝑖), pode então ser matematicamente definida por: 𝑟𝑖 = 1 V . 𝑑𝑛𝑖 𝑑𝑡 Onde 𝑛𝑖 representa o número de mols de algum reagente, normalmente o reagente limitante, V é o volume do sistema reacional e 𝑡 um instante no tempo. Nesta definição, a taxa ou velocidade de uma reação apresenta como unidades no SI mol.s-1.m-3. Convém observar que, como a derivada do número de mols em relação ao tempo é negativa para um reagente, a velocidade seria igualmente negativa. Considerando-se o volume constante, a taxa reacional pode ser definida com base na derivada da concentração do reagente de interesse como função do tempo. 𝑟𝑖 = 1 V . 𝑑𝑛𝑖 𝑑𝑡 = 𝑑( 𝑛𝑖 𝑉 ) 𝑑𝑡 = 𝑑𝐶𝑖 𝑑𝑡 Medidas de taxas reacionais permitem estudar aspectos inerentes ao mecanismo molecular por trás do processo, os quais definem a lei cinética que permite prever o valor de ri para uma dada temperatura, pressão e concentração de reagentes. . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Nabuco, João Roberto da Paciência & Barros. Físico- Química. Rio de Janeiro, Primeira edição. Editora Ao livro técnico, 1979. Grillo, A. V. Manual de Exercícios de Físico-Química Aplicada – Volume 2. Editora Autografia, 2019. Russel, J. B.; Química Geral – Segunda Edição. Pearson Makron Books, 1994. Levenspiel, O. Engenharia das reações químicas. São Paulo, Edgard Blücher Ltda., 2000. Atkins, P, & Jones, L. Princípios de Química – Questionando a vida moderna e o meio ambiente – Quinta Edição. Editora bookman, 2012. Introduction to the Thermodynamics of Materials Fourth Edition. David R. Gaskell. Taylor & Francis, New York – London, 2003. AGRADECIMENTOS Dedico este trabalho primeiramente а Deus, pоr ser essencial еm minha vida, autor dе mеυ destino e meu guia. Meus guias espirituais presente em todos os momentos da minha vida. Minha mãе Estela Vargas Grillo, meus pais Vincenzo Grillo e Jorge Luiz Zaupa e para a minha irmã Denise Vargas Grillo. Dedico este trabalho aos meu grande mestre, “In Memorian”, pela existência de meu amigo e mestre da vida, JOÃO ROBERTO DA PACIÊNCIA NABUCO. Dedico este trabalho ao meu mestre e amigo, FRANCISCO JOSÉ MOURA, meu eterno orientador. Ás pessoas cоm quem convivi e me deram apoio ао longo desses anos.” O meu muito obrigado. QUEM É O ESCRITOR? Professor Dr. Alexandre Vargas Grillo ALEXANDRE VARGAS GRILLO Alexandre Vargas Grillo é Doutor em Engenharia de Materiais e Processos Químicos e Metalúrgicos pela PUC-Rio, Mestre em Engenharia de Materiais e Processos Químicos e Metalúrgicos pela própria PUC-Rio e graduação em Engenharia Química também pela PUC-Rio. Atualmente atua como Professor do Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ – Campus Nilópolis, lecionando Físico-Química Avançada para os cursos de Bacharelado, Licenciatura e Técnico. Na pesquisa atua em Engenharia de Processos Químicos e Metalúrgicos em Síntese de Nanopartículas, Laboratório de Modelagem, Automação e Controle – LaMAC PUC-Rio, além de atuar na Química, mais especificamente na Físico-Química em Nanotecnologia. Atua como professor e coordenador das Olimpíadas de Química do Rio de Janeiro – OQRJ e também no próprio campus que leciona – IFRJ – Nilópolis. Alexandre Vargas Grillo @quimicasemgrillo Química Sem Grillo
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