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AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

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UNIVERSIDADE DO CEUMA – UNICEUMA
REITORIA
COORDENADORIA DO CURSO DE DIREITO
ESCRITÓRIO-ESCOLA PROF. ANTENOR MOURÃO BOGÉA
UNIDADE ANIL
AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, PODER JUDICIÁRIO DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP
	
Autos nº 1010203-09.2015.8.26.0477
SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICAS E DE MATERIAL ELÉTRICO, pessoa jurídica de direito privado..., com sede..., inscrita no CNPJ nº. 0000..., neste ato representado por seus sócios …, nacionalidade..., estado civil..., portadora do inscrito no CPF sob n. ..., com endereço eletrônico... domiciliado e residente em ..., nacionalidade ..., estado civil..., conforme contrato social em anexo, vem representados por seus advogados.
Em face da sentença de fls. 180/183 proferida nos autos que move em desfavor do MUNICÍPIO DE PRAIA GRANDE, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ nº. 0000, em nesta Capital – CEP..., endereço eletrônico…, no tocante ao ato vergastado, figurando como Autoridade Coatora (Lei n°. 12.016/09, art. 6°, § 3°), o Sr. Secretário Municipal da Fazenda da Prefeitura do Município de Pedra Grande São Paulo, na hipótese, da Impetrada (nos termos do artigo 150, § 4º da Constituição da República), como se verá na exposição fática e de direito, a seguir delineadas, já qualificado em epígrafe, pelas razões de fato e fundamentos de direito a seguir expostos;
Requer seja recebida a Apelação com os fundamentos nos artigos 994, 1008, 1009 do Código de Processo Civil e 150, § 4º da Constituição da República o que o faz, requerendo sejam suas razões recebidas e encaminhadas ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, para que delas tome conhecimento e lhes dê provimento.
Requer também que seja intimida a parte contrária, para querendo, apresentar contrarrazões de apelação, no prazo de 15 dias, nos termos do art. 1010, § 1, CPC.
RAZÕES DE APELAÇÃO
APELANTE: SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICAS E DE MATERIAL ELÉTRICO
APELADO: MUNICÍPIO DE PRAIA GRANDE, representado pelo Sr. Secretário Municipal da Fazenda da Prefeitura do Município de Pedra Grande São Paulo 
ORIGEM: AUTOS N° 1010203-09.2015.8.26.0477
AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, PODER JUDICIÁRIO DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP.
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.
I. DA TEMPESTIVIDADE 
Em razão dos artigos, 219 e 1003 do Código de Processo Civil o prazo para interpor o presente recurso é de 15 dias úteis, sendo excluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento, conforme o art. 224 do CPC.
Diante do caso concreto, o recurso é tempestivo considerando que foi interposta a Apelação dentro do prazo recursal, a partir do conhecimento da sentença, devendo assim ser acolhido.
II. SÍNTESE FÁTICA.
 O SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICAS E DE MATERIAL ELÉTRICO em face do MUNICÍPIO DE PRAIA GRANDE, pleiteia o recurso de APELAÇÃO, com a finalidade de reforma da sentença proferida em desfavor apelante.
 O caso concreto trata-se de uma Ação Declaratória de Inexistência da Relação Tributária com o pedido de isenção do recolhimento da taxa de IPTU uma vez que seus lotes destinados a instituições de educação e de bem estar sem fins lucrativos que estão temporariamente vagos, e são destinados a função de colônia de férias a seus filiados.
 O Apelado argumenta que a atividade de lazer foge dos panoramas que garantem a imunidade da entidade, arguindo que estão imunes aqueles que realizam atividades essenciais relacionadas as entidades, citando o artigo 150, § 4º da Constituição Federal.
 Contra a decisão, o sindicato segue com o recurso extraordinário, alegando que o Juízo a quo faz interpretação muito restritiva do que seriam estas atividades essenciais, alegando que este possui sim o direito de gozar de imunidade tributária e que suas atividades devem ser tratadas de forma mais ampla, também aduz que as atividades mencionadas antes como não essenciais estão no escopo de seu estatuto social. 
III. DO DIREITO E DAS RAZÕES DA REFORMA
 Utilizando-se de lei específica, o Código Tributário estabelece em seu artigo 3° que;
“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”
 Diante da tratativa do diploma legal, no tocante a decisão que julgou improcedente a imunidade tributária moída contra ação declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária sobe o fundamento de que a imunidade tributária somente se estende ao patrimônio relacionado relacionados com as finalidades essenciais. Acontece que a manutenção de colônia de férias faz partes das atividades essenciais do sindicato, portanto configurando sua imunidade tributária e isenção de cobrança do IPTU.
 No presente caso, o sindicato requer imunidade sobre um tributo imposto pelo estado, o imposto é devido, mas por vezes a administração pública determina imunidade sobre estes, claro quando há a possiblidade e ou o requerente cumpra os requisitos dispostos em lei como é o caso do sindicato já que destina sua atividade ao bem estar social entre outras hipóteses, o imposto mencionado trata-se do IPTU, este dispositivo resume o que é o tributo.
IV. DOS FUNDAMENTOS
Inicialmente, é necessário verificar o artigo 5° da CR/88, inciso LV, que em processos judiciais ou administrativos, a todos são garantidos o real exercício dos direitos ao contraditório e a ampla defesa, com todos os meios e recursos a ela inerentes.
Este dispositivo faz menção a respeito da litigação em processo judicial, garante que os acusados têm pleno direito ao contraditório e a ampla defesa, este visa a igualdade entre partes perante a justiça, vide artigo:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
No presente caso, o sindicato requer imunidade sobre um tributo imposto pelo estado, o imposto é devido, mas por vezes a administração pública determina imunidade sobre estes, claro quando há a possiblidade e ou o requerente cumpra os requisitos dispostos em lei como é o caso do sindicato já que destina suas atividades ao bem estar social entre outras hipóteses, o imposto mencionado trata-se do IPTU, este dispositivo resume o que é o tributo. Artigo 3º do CTN.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Registra-se o artigo 150 da Carta Magna, destacando seu inciso VI, alínea C . Por orportuno, vale mencionar que o dipoitivo se encaixa perfeitamente no caso, concordando que o Apelante já justificou as atividades prestadas em seu espaço, estas visam o lazer e bem estar de seus filiados, dando maior suporte a esse argumento o dispositivo continua versando a respeito em seu §4º, vide dispositivo.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
 VI - instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
 § 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas b e c, compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
 
Deste podemos destacarque as ativiades relacionadas ao bem estar e lazer dos sindicatos podem garantir certa imunidade tributária, pois bem estar social é garantia constitucional, vide artigo 6º da Constituição Federal:
Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”
Seguindo este raciocínio, destaca-se este entendimento do Tribunal paulista:
Tributo – IPTU – Município de São Paulo – Imunidade – Entidade sindical de trabalhadores – Aplicabilidade do art. 150, inciso VI, alínea c, da Constituição Federal, que recepcionou a norma do artigo 14, do CTN – Reconhecimento da imunidade tributária, apesar de o imóvel ser destinado a colônia de férias, por se incluir, o lazer dentre as atividades essenciais do sindicato – Inteligência dos artigos 6º e 7º, XVII, da Constituição Federal, c.c. artigo 514, a, da CLT – Procedência da ação anulatória reconhecida, para desconstituir o lançamento do imposto
Em continuidade com o dispositivo supracitado, vale destacar a súmula vinculante nº 52 do STF, “Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.”
De certo a Corte maior entende que quando os fins da entidade atigem os meios exigidos pela lei é garantido a imunidade sobre o tributo, segue a jurisprudência do Supremo:
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. IPTU. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. INSTITUIÇÃO DE ENSINO. FUNDAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS. REQUISITOS. 1. A imunidade conferida às entidades de educação sem fins lucrativos, prevista no art. 150, VI, c, da Constituição Federal, é de natureza subjetiva e incide sobre quaisquer bens, patrimônio ou serviços dessas instituições, desde que vinculados às suas atividades essenciais. Precedente: RE 767.332 RG, de relatoria do ministro Gilmar Mendes, DJE 22-11-2013. 2. Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades. Súmula 724 do STF. 3. Eventual divergência ao entendimento adotado pelo Tribunal de origem, em relação à aplicação de recursos nas atividades essenciais das entidades referidas no art. 150, IV, c, da Constituição da República, demandaria o reexame de fatos e provas. Súmula 279 do STF. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.
[ARE 933.174 AgR, rel. min. Edson Fachin, 1ª T, j. 31-5-2016, DJE 122 de 14-6-2016.]
Ou seja, o Tribunal Maior entende, mesmo que terceiros façam uso do pratimônio das entidades sem fins lucrativos, quando o lucro destas atividades é revertido em investimento as atividades beneficentes previstas no artigo 150, VI, C da Carta Maior, é de se considerar que ficam imunes ao tributo como forma dar continuidade as atividades de benefício social.
Registra-se por oportuno o entendimento da Súmula 239 do S.T.F.Súmula editada pela Corte Suprema com a seguinte redação “Decisão que declara indevida a cobrança do imposto em determinado exercício não faz coisa julgada em relação aos posteriores.” 
Através deste dispositivo o STF declara que a invalidade de imposto em determinado exercício não faz coisa julgada em relação a cobranças posteriores, esta trata da decisão do fato gerador do exercício em relação a coisa julgada, buscando não afetar fatos futuros não abarcados pela decisão judicial. Manifesta-se Ada Pellegrine Grinover:
“A questão da coisa julgada no âmbito tributário, como dito, deve reger-se pelos mesmos princípios e pelas mesmas regras gerais aplicáveis às demais controvérsias. Dessa forma, os limites objetivos da coisa julgada, como também já realçado, devem ser fixados a partir do objeto do processo e do objeto da resposta do órgão judicial à demanda”
Então, entende-se que a coisa julgada não pode afetar o fato gerador futuro, somente ao fato da inicial, geradores futuros podem ser diversos e devem ser tratados em nova matéria. A Corte Suprema só aduz que quem requer imunidade sobre tributo não precise recorrer a cada ano, desde seja sobre o mesmo fato gerador.
Note-se, por oportuno, que o pedido inicial acolhido no acórdão recorrido não é de anulação de lançamento de exercício financeiro específico, caso em que poderia incidir a Súmula 239/STF, mas, sim, de declaração de inconstitucionalidade do IPTU progressivo incidente sobre determinados imóveis 'enquanto o fundamento para a respectiva cobrança for a legislação atual'. Declarada a inconstitucionalidade da norma tributária, seu efeito perdura enquanto não ocorrerem alterações nas circunstâncias fáticas ou jurídicas existentes quando prolatada a decisão.
[ARE 704.846 ED, rel. min. Dias Toffoli, 1ª T, j. 28-5-2013, DJE 154 de 8-8-2013.]
V. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se;
a) O recebimento do recurso de apelação nos seus efeitos legais, nos termos do art.1009, CPC
b) O conhecimento do presente recurso de apelação, haja vista a sua tempestividade. 
c) O provimento do recurso a fim de se acolher as alegações bem como o reconhecimento de imunidade tributária, nos moldes do artigo 150, IV, C da CF ou seja a isenção das taxas de IPTU, com a consequente anulação da sentença.
d) Não sendo este o entendimento de Vossas Excelências, no mérito, requer seja dado provimento integral ao recurso para reformar a sentença, julgando procedentes os pedidos do Apelante, ou ao menos provimento parcial, sendo reconhecido o direito a isenção e condenando o Apelado ao pagamento de custas e honorários advocatícios.
e) Requer também que seja juntadas todos os meios de provas cabíveis.
 Dá-se à o valor de xxxx para meros efeitos fiscais.
Termos em que,
Pede Deferimento.
 Local/ Data 
 Advogado/ OAB

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