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Basile - o laboratório da nação: a era regencial. (1831-1840)

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BASILE, Marcello. O laboratório da nação: a era regencial (1831-1840). 
O autor inicia o capítulo dizendo que essa fase é conhecida como a mais anárquica e 
anômala da história do Brasil e isso se dá pelas obras de historiadores e políticos 
conservadores do Segundo Reinado, que criaram uma ideia de preservação da nação 
brasileira, visto pelo lado do ‘’espirito democrático’’. Em oposição a essa ideia a gente tem os 
liberais que retratam a regência como uma fase de liberdade necessária para o progresso da 
nação. 
A partir do final da década de 1970, com o desenvolvimento dos cursos de pós-graduação 
do Brasil novos estudos surgiram sobre a regência e definindo algumas áreas temáticas, o 
tema mais visitado pelos historiadores é o das revoltas regenciais, a grande maioria 
concentra-se sobre movimentos de maior amplitude como a Cabanagem, a Balaiada, 
Sabinada, Revolução Farroupilha e Cabanada. 
O 7 de abril de 1831, dia do movimento que levou a abdição de d.Pedro I, foi retratado por 
alguns estudiosos como um processo amigável, Basile mostra que essas interpretações 
obscurecem a complexidade de um processo conflituoso. A revolução de 7 de abril foi 
resultado não só das tramas, mas também da forte pressão popular que se deu pela 
participação nos movimentos de protesto, envolvendo muitas pessoas. 
Conforme disse Arnaldo Fazoli Filho: ‘’A crise que derrubou o primeiro reinado contou com 
um ingrediente novo e sumamente representativo: a participação ativa das massas populares, 
ligadas, no início, aos indivíduos da mais radical oposição ao absolutismo.’' 
A frente desse movimento estavam os liberais moderados e exaltados, a disputa pelo 
poder regencial foi ocupada pelos moderados que eram mais fortes por conta dos vínculos 
com produtores e comerciantes. Á esquerda do campo estavam os exaltados que buscavam 
conjugar princípios liberais clássicos com ideias democráticas, como a instauração de uma 
república federativa, igualdade social e até reforma agrária. O terceiro grupo chamado 
camarus, se posicionou a direita alinhados ao apoio conservador do liberalismo. 
AS ARENAS POLÍTICAS. 
A crise das divisões no interior das elites políticas e intelectual possibilitou a inserção de 
novos atores políticos e de camadas sociais até então excluídas, a política ultrapassou o seu 
espaço tradicional e emergiu na esfera pública, valorizada como instância de participação e 
de formação de opinião pública. Assim, a câmara e o senado não escaparam de pressões 
advindas do clamor público manifestas na agenda política e também nas sessões legislativas. 
A terceira legislatura foi o período de transição entre as três facções e as que começaram 
a se esboçar em 1835, o regresso e o progresso. Em 1833 pouco os camarus, exaltados e 
moderados saem de cena e tem início o regresso, articulado por ex-moderados. E o Progresso 
surgiu em resposta ao regresso, assim como o regresso surgiu em oposição a regência. 
O desenvolvimento da imprensa nesse momento foi muito importante, porque ele se 
vincula a emergência de diferentes projetos políticos e a mobilização da opinião pública. 
Jornais e panfletos foram os grandes responsáveis pela produção e difusão da política, 
ultrapassando até o analfabetismo já que as notícias eram lidas em voz altas em público. O 
desenvolvimento da imprensa acarretou também no surgimento de novas entidades de 
caráter político, literário, cientifico, econômico. 
O primeiro ciclo de revoltas foi marcado por movimentos urbanos do povo e tropa, 
pequenos, pouco organizados e com diversos motivos, como por exemplo a insatisfação de 
exaltados e caramurus com o governo moderado. 
Algumas das principais revoltas, a Cabanada, Cabanagem, Revolução Farroupilha e a 
Sabinada, cada uma com suas motivações, tem em comum propostas e medidas de secessão 
e de república. 
Outra categoria de revoltas regenciais são as rebeliões escravas, as rebeliões de Carrancas, 
dos Malês e de Manuel Congo. A revolta dos malês (contra a escravidão e imposição católica 
na Bahia em 1835) foi a maior das américas constituiu fatores decisivos para o 
engendramento do movimento negro. 
A AGENDA POLÍTICA E AS REFORMAS LIBERAIS. 
O 7 de abril engajou amplo debate político acerca de fundamentos de governo, instituições 
políticas e províncias e ordem social. Uma série de reformas foram realizadas ao longo da 
regência com objetivo de eliminar resíduos absolutistas do Primeiro Reinado. 
Em 14 de junho de 1831 foi sancionada a Lei de Regência, que invertia a relação de forças 
vigentes, fortalecendo o poder dos deputados em detrimento dos regentes, que ficaram 
impedidos de tomar muitas iniciativas. 
Outra questão foi a reforma no aparelho repressivo do estado, que tinha exército, polícia 
e justiça como peças principais, a instituição dos juízes de paz criada ainda com Dom Pedro I, 
foi uma iniciativa de descentralizar e reduzir a interferência do imperador sobre o Judiciário. 
A criação da Guarda Nacional em 1831 também foi uma medida adotada, com a função de 
coadjuvante nas forças policiais, era um serviço obrigatório e também não era remunerado. 
Depois deram ínicio a reforma do sistema judiciário, a iniciativa de elaborar um codigo de 
processo criminal. Aí nasceu o projeto Miranda Ribeiro, que previa que o império se tornasse 
monarquia federativa, ele foi aprovado em outubro de 1831.

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