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Dermatologia - Câncer de Pele (Profa Xinaida) - Recentemente, foi proposta a designação “carcinoma queratinolítico" para o CBC e o CEC por ser mais específica. O outro termo englobaria também as neoplasias das demais linhagens celulares como dermatofibrossarcoma protuberans, angiossarcoma, linfoma cutâneo, carcinoma de Merkel, neoplasias glandulares, entre outras. Dermatoses pré-cancerosas: - Abrange dermatoses adquiridas ou genéticas que com frequência acima da casualidade podem evoluir para um verdadeiro câncer cutâneo. Além do espectro estatístico, acima de 10 a 20% de transformação - Existe, por outro lado, uma verdadeira gama de cancerização; assim, é possível observar: afecções cancerizáveis, como as cicatrizes (sobretudo às decorrentes de úlcera); no outro extremo do espectro estão as dermatoses blastoides, que têm as características de malignidade e terminam em quadros invasivos, as Doenças de Bowen e Paget, verdadeiros carcinoma in situ, as células são neoplásicas mas não ultrapassam o epitélio. No meio termo: estados cancerígenos, que já apresentam certo grau de anaplasia celular e que, com frequência relativamente elevada, se transformam em verdadeiros cânceres (Ceratose Actínica e Tóxica). 1) Ceratose Actínica: - É também chamada de ceratose senil, mas não é sinal de velhice e sim manifestação de irradiação solar, cumulativa, progressiva e duradoura. Localiza-se preferencialmente em áreas fotoexpostas. - Pode ter resolução espontânea, mas há risco de transformação de 0,1% - São em geral: pequenas lesões discretamente salientes de coloração acastanhada com superfície rugosa. Às vezes o aspecto é de lesão atrófica e eritematosa com descamação. - Ressalta que os CECs vindo de CA raramente geram metástases; - Pacientes submetidos à quimioterapia sistêmica podem apresentar um quadro de inflamação nas ceratoses actínicas; - O uso de 5-fluorouracila tópico serve para o tratamento pela predileção dessa substância por células em mitose. - O tratamento é feito preferencialmente por destruição mecânica, quer seja pela eletrodissecação, pelo nitrogênio líquido ou pela aplicação de ácido em pacientes com poucas lesões. Quando em grandes quantidades, o uso de substâncias químicas fica melhor indicado. O chamado TTO de campo de cancerização para melhora da imunidade e visualização de lesões em outros locais: São usados Imiquimod, 5-FU, Masoprocol 10% creme, que tem melhor tolerabilidade que o 5-flurouacila. Bastante eficaz é a terapia fotodinâmica, que emprega o ácido metilaminolevulínico 160 mg/g em creme e luz vermelha Área de eritema e irritação por aplicação do 5-Fluorouracil 2) Doença de Bowen: - Caracteriza-se por lesão eritemato escamosa de bordas bem delimitadas porém irregulares, superfície por vezes velvética outras exsudativas pouco infiltradas. - Ocorre mais em áreas fotoexpostas. - Trata-se de um verdadeiro CEC in Situ. Pode ser de novo ou de QA pré-existente - Pode aparecer como consequência a exposição ao arsênio, ocorrendo de forma multifocal e em áreas não fotoexpostas. - Clínica: pápulas ou placas eritematodescamativas isoladas em áreas inflamatórias - A eritroplasia de Queyrat - é um CEC in situ em regiões anogenitais, são lesões erosivas. Faz diagnóstico diferencial com DSTS. Se uma lesão dessa persiste por mais de 4 semanas precisa de biópsia para afastar um CEC. - Ulceração, sangramento e vegetação são sinais de transformação para CEC que ocorrem em cerca de 10% das lesões. - No diagnóstico diferencial de DB, devem ser considerados carcinoma basocelular superficial (ausência de perolação nas bordas), papulose bowenóide, doença de Paget e melanoma quando a lesão for pigmentada - O tratamento da Doença de Bowen é cirúrgico pelo frequentemente envolvimento de anexos e recorrência em outras modalidades cirúrgicas. Quando não é possível: crioterapia, 5-FU, Curetagem, Imiquimode, PDT. Na EQ o tratamento com 5-fluorouracila 5% ou imiquimod tem excelentes resultados . (eritroplasia de Queyrat) Neoplasias Malignas da pele: - Tem ocorrido aumento na incidência dos Não-melanomas e melanomas por fatores ambientais. - Exposição solar pode ser de forma aguda ou crônica (achados de elastose solar). - Síndromes genéticas aumentam a susceptibilidade de alguns tipos de Ca de Pele: Xeroderma pigmentoso, albinismo, epidermodisplasia verruciforme (CEC), SNBC (CBC) - Outros FR: RVU, exposiçao ao arsenio, imunosupressao (transplante, principa,nente CEC, drogas, HIV -tambem CEC, na região anal decorrente de HPV) - HPV: Tem maior associação com lesões ungueais, periungueais, CEC anogenital, EV, HIV e transplante de órgãos sólidos - O risco adicional após um CEC aumenta 10 x tanto para um novo CEC, para um novo CBC. 1) Carcinoma Basocelular: - células morfologicamente semelhantes às células basais da epiderme, de crescimento lento, baixa capacidade invasiva, apesar de ter cap destrutiva; Origem no epitélio folicular - metástases são raras; - Neoplasia maligna mais comum de todas, incide preferencialmente na idade adulta, rara em negros, devido a proteção do pigmento. - Lesão esporádica no gene PTCH foi encontrada - Etiologia: 1) fatores etiológicos: radiações de todos os tipos, desde as calóricas até as ionizante; 2) substâncias químicas, como os derivados do alcatrão e o arsênico; 3) cicatrizes antigas (raro quando comparado ao carcinoma espinocelular; 4) fototipo da pele e 5) profissões de maior exposição às radiações 6) Certas síndromes genéticas apresentam elevada frequência do tumor, caso da síndrome do nevo basocelular (SNBC) - É de herança autossômica dominante; a mutação é no receptor PTCH. Caracteriza-se pelo aparecimento, já na infância, de tumores que, com a idade, aumentam consideravelmente em número e tamanho - Histologia: O tumor pode apresentar diferenciação ou não. Quando indiferenciado, é dito sólido e é a apresentação mais frequente; neste caso, ser denominado indiferenciado não relação com agressividade; - É interessante notar que a neoplasia é estroma-dependente, ou seja, necessita de tecido conjuntivo para seu crescimento. A velocidade de crescimento do tumor é lenta, apesar da multiplicação das células ser rápida - Apresentações histopatológicas esclerodermiforme, micronodular e metatípica conferem agressividades ao CBC - CLÍNICA: A lesão mais característica do CBC é a lesão “perolada”, ou seja, lesão papulosa translúcida e brilhante de coloração amarelo-palha/ Outras vezes, a pérola ocorre na borda da lesão, que cresce centrifugamente formando lesão globosa/ essa lesão globosa acaba por ulcerar-se; Pode ser ainda vegetante ou ulcerovegetante - A localização preferencial é na região cefálica (cerca de 90%), seguida do tronco e, finalmente, dos membros; A região nasal foi a mais acometida (27% do total dos casos); Nas orelhas tende a ser mais agressivo, pois comumente é do tipo esclerodermiforme, infiltrativo, basoescamoso ou micronodular. - Abaixo formas clínicas do CBC: 1) Papulonodular/globosa ou nódulo cística: - Na realidade, a pápula é a lesão inicial, seu crescimento, após anos, leva à forma globosa ou nodular, que pode medir vários centímetros e que, se não for tratada,certamente ulcerará forma papulonodular nódulo-ulcerada 2) Ulcerada: - Pode iniciar-se já como pequena úlcera ou em consequência do crescimento da forma globosa, a inflamação é mínima, a secreção serosa é inexistente, mas a borda é perolada 3) Planocicatricial: - Relativamente superficial e cresce centrifugamente. A parte central apresenta aspecto cicatricial e a borda é perolada. - Na lesão pode ocorrer microlcerações. É relativamente comum na região periorbital 4) Superficial: - É representada por área geralmente oval, eritematoescamosa ou superficial, lembrando o lúpus eritematoso. A borda é nítida, no entanto delimitada por cordão fino que nem sempre é visível . Lembra DB, tem relação com arsênio e é a apresentação própria dos pacientes submetidos a RDT - Mais comum no tronco 5) Esclerodermiforme: - Assemelha-se a uma placa de esclerodermia, e a borda não é nítida nem perolada; a superfície é lisa e brilhante, de cor amarelada; à palpação, sente-se certo grau de dureza - É muito recidivante e de caráter infiltrativo 6) Pigmentado: - Trata-se de uma lesão papulosa, globosa ou ulcerada, com grande quantidade de melanina, que provoca certa confusão com melanoma. É mais comum em negros (Na imagem a ex ulceração central e crosta hemática) - Diagnóstico: É realizado com base na idade adulta do paciente e na morfologia da lesão, que é de crescimento lento, em geral na face e com aspecto perolado. Suspeitar quando há sintomatologia local, passa a sangrar, mínimos traumas, crescimento súbito. O exame histopato é decisivo e a dermatoscopia possuir critérios. - Dx diferencial: Deve-se considerar: CEC, doença de Bowen, lúpus eritematoso, esclerodermia em placa, melanoma, ceratoses actínica, seborreica e liquenoide, nevo intradérmico, dermatoses ulceradas, pápula fibrosa do nariz, hiperplasia sebácea e dermatoses ulceradas e vegetantes de várias etiologias - Prognóstico: tumores localizados nos planos de fusão da pele (sulco nasogeniano, nasolabial e prega pré-auricular – “H da face”) têm maior chance de recidivar. Pacientes que já apresentaram um CBC têm 10 vezes mais chance de apresentar um subsequente em comparação ao restante da população. - Tratamento: o tratamento de lesão papulosa e globosa de pequenas dimensões pode ser feito por eletrodissecação seguida de curetagem/ Para lesões menores de 1 cm, podem ser feitas curetagem simples, eletrodissecação e curetagem/ CBC superficiais pode ser utilizado imiquimode a 5%, 5-fluorouracila ou terapia fotodinâmica. A criocirurgia tem boa indicação para tumores menores que 1 cm. A exérese cirúrgica está indicada e é a melhor indicação para a maioria dos CBC. Na forma nodular com margens bem definidas e menor que 2 cm, margens de 4 a 5 mm são adequadas/ CBC maiores de 2 cm, esclerodermiformes, com padrão histológico agressivo, infiltração perineural ou recidivados, margens de 5 a 15 mm devem ser respeitadas/ A cirurgia micrográfica de Mohs está indicada principalmente nos casos recidivantes, próximos aos olhos e no CBC esclerodermiforme. - Lembrando que nem sempre será necessário o dx histológico, quando a área permite e quando a lesão é muito típica, pode se retirar de forma primária - A radioterapia está bem indicada em pacientes muito idosos, debilitados ou com alto risco cirúrgico - Vismodegib - usado em lesões metastáticas e na SNBC 2) Carcinoma Espinocelular: - Origem na céls epiteliais do tegumento (pele e mucosa), com certo grau, maior ou menor, de diferenciação no sentido da ceratinização; - Em mais de 90% dos casos pode se encontrar uma mutação no gene supressor p53 - Sua frequência é menor que o CBC. Maior frequência no sexo masculino (54%) e após a 6a década de - O mais frequente dos tumores relacionados com a imunossupressão e com lesões inflamatórias crônicas da pele, como xeroderma pigmentoso, albinismo oculocutâneo, epidermodisplasia verruciforme, lúpus discóide, hidradenite sup. - Clínica: surgir em pele sã, embora origine-se mais frequentemente em pele alterada por um processo anterior. Surge como uma pequena pápula com certo grau de ceratose. Seu crescimento é mais rápido e ocorre no sentido vertical para fora (vegetante) ou para dentro (invasão para a derme e hipoderme), resultando em área de infiltração mais palpável do que visível, o que é relativamente comum no lábio inferior e em mucosa/ Pode haver aqui desenvolvimento de sintomas como comprometimento neural com dor e prurido; - Um ponto de referência importante é o sangramento discreto, embora frequente. Como resultado, temos lesões ulceradas de crescimento contínuo, ulcerovegetantes, vegetações verrucosas (secas) ou condilomatosas (úmidas), infiltrações e, menos frequentemente, nódulos. - Os locais mais comuns são as áreas expostas ao sol, sobretudo face e dorso das mãos; o tronco (dependendo dos hábitos e da raça) também é um local de acometimento. Em negros essa localização das áreas não é valida. - Pode surgir nas mucosas - Em geral e com certo valor prático, verifica-se que os carcinomas acima da linha que vai da comissura labial ao lóbulo da orelha são CBC, enquanto os abaixo são CEC - No CEC de lábio, glande ou vulva, a ocorrência de metástase ganglionar é precoce.Em imunossuprimidos, o CEC é a neoplasia de aparecimento mais frequente (64,1%). Após a incisão inicial nesses pacientes, ocorre até 41% de recidiva. - Diagnóstico: Pela história clínica e pela que biópsia deve ser realizada, sem nenhum inconveniente, o mais rapidamente possível. - Prognóstico: Deve ser feito com CBC, melanoma amelanótico, granuloma piogênico, lesões ulceradas, vegetantes ou ulcerovegetantes de várias etiologias: micoses, cancro duro, tuberculose e principalmente ceratoacantoma. - Deve ser feito com CBC, melanoma amelanótico, granuloma piogênico, lesões ulceradas, vegetantes ou ulcerovegetantes de várias etiologias (apresentação em placas eritematosas descamativas erosadas com graus variados de infiltração) (nódulo exulcerado bastante firme suspeito para CEC e melanoma amelanótico) - A gravidade do quadro vai depender do diâmetro e de de características de alto risco, são elas: - Nível de Clark: nível que a lesão atinge comparando se as camadas da pele, indo de I a V. A importância disso reside na diferença de espessura das camadas da pele de um local para o outro - Tratamento: A terapêutica ideal é a cirurgia, com ampla possibilidade de cura. As margens devem ser de 5-6m. A terapia fotodinâmica parece ter um futuro promissor nas pequenas e múltiplas lesões. A curetagem simples não tem indicação; a eletrodissecação com curetagem pode ser usada para lesões de até 10 mm/ Quimioterapia e/ou radioterapia são tratamentos coadjuvantes frequentemente empregados no tratamento de lesões maiores e maior risco; - Prevenção: orientar fotoproteção, retinóides orais, redução da imunossupressão na medida do possível, substituir ciclosporina por sirolimus por exemplo. Medidas para evitar surgimento de novas lesões. 3) Melanoma: - É tumor maligno originário dos melanócitos, em geral de localização cutânea primária.É o mais agressivo - maior potencial metastático; - A mortalidade varia em diferentes grupos populacionais. A mortalidade do melanoma declina com a idade - Ocorre em áreas de exposição intensa e episódica. A maioria ocorre de novo e não secundária a lesões névicas; - A mortalidade tem permanecido estável , apesar do aumento da incidência - Genética tem maior importância aqui. São fatores de risco: história familiar positiva, pele clara com tendência a queimadura, cabelo ruivo, defeito no reparo do DNA. Nos ambientais: exposição UV intensa e imunossupressão. Fenótipos: > 100 NM, 5> NM e múltiplos lentigos solares aumentam o risco relativo para se ter melanoma e são aditivos. - Histologia: Na fase de crescimento vertical, as alterações citológicas são mais intensas, diminuindo inclusive a síntese do pigmento melânico que pode estar ausente (melanoma amelanótico). Nesse caso, a confirmação é feita por imuno-histoquímica. - Avaliação da lesão melanocítica: O ABCDE do melanoma. Identifica características clínicas para suspeita diagnóstica, não é prognóstico. São elas: - O crescimento é horizontal e quando as mudanças são distintas disso, a Evolução se torna um importante aspecto. Algumas vezes, manchas acrômicas podem denunciar o local da lesão inicial ou mesmo a distância; na verdade, elas representam uma reação imunológica do organismo frente a esta neoplasia (Melanoma in situ, acompanhado e que mostrou evolução suspeita após alguns meses) - Clínica do Melanoma: - Modificações indicadoras de malignização são: sensação de prurido, alterações da pigmentação e do crescimento assimétrico da lesão, inflamação, ulceração e sangramento; - Um sinal indubitável é o derrame de pigmento além das bordas da lesão; quando ultrapassa a borda do tecido periungueal tem-se o sinal de Hutchinson - Nos casos ab initio, surge uma pequena mancha hipercrômica, com crescimento lento, porém indiscutível, às vezes apenas em superfície, entretanto, outras vezes, também em profundidade, originando-se uma pápula e, depois, um nódulo. - É importante destacar dois aspectos: 1) qualquer das formas clínicas, com o tempo, pode ulcerar e sangrar/ 2) qualquer das formas clínicas, com o tempo, pode ulcerar e sangrar. - Os melanomas amelanóticos, em geral, são mais espessos, provavelmente pela demora em se reconhecer a lesão como. Pela alta indiferenciação, possuem grande capacidade metastática. - Entre a lesão primária e os gânglios regionais, pode haver comprometimento de vasos linfáticos (satelitose). De uma infiltração linfática maciça da pele, com eritema e enrijecimento cutâneo simulando um quadro infeccioso, denominado melanoma erisipelóide - Tipos Clínicos do Melanoma: 1) Melanoma Extensivo Superficial: O mais comum, ocorre em 70% dos casos em caucasianos, entre 40-60 anos . Em homens o local principal é no tronco e na mulher nas pernas. Apenas 30% ocorre de nevo pré-existente.O crescimento é inicialmente horizontal e depois de algum tempo se torna vertical com risco de invasão local e metástases. 2) Melanoma Nodular: 15-20%. É mais agressivo e tem crescimento vertical desde o início. É difícil detectar pelo ABCDE. É a de pior prognóstico. Ocorre entre 50-60 anos, a maioria de novo. Seu local principal é a cabeça e pescoço. Pode não ter pigmento, fazendo um diferencial com CEC. Pode ulcerar. Lesão hipercromica infiltrada. 3) Lentigo Maligno: Aproximadamente 10%. Potencial menos agressivo que os demais, ocorre em áreas fotoexpostas cronicamente. Lesão que pode ser grande com bordas irregulares e assimetria de cores e formas com aparência de ter múltiplos componentes. É o tipo mais comum em idosos. Tem crescimento lento e radial, com posterior surgimento de nódulos verticais 4) Lentiginoso Acral: 5% deles. A forma mais comum é pessoas negras e asiáticas. Ocorre em extremidades do corpo - ungueal, plantas e palmas. Quando acomete a unha pode ter aparência de melanoníquia estriada. - Diagnóstico: - Um ponto que tem sido valorizado em relação a lesões suspeitas é o sinal do “patinho feio”, que é baseado na apresentação clínica de uma lesão que se torna suspeita por destoar, em aparência, das demais circunvizinhas; - A dermatoscopia pode ser de grande valia, de preferência como complementação ao exame clínico, pois torna possível identificar, de imediato, a origem celular da lesão, mas que não substitui o exame anatomopatológico - O Espessura em mm de Breslow: Principal fator prognóstico do melanoma. Utilizado para definir as margem. É feita com micrômetro ocular do topo da camada granulosa ao ponto de maior profundidade do tumor ou em lesões ulceradas da base da úlcera. Em geral, os melanomas com menos de 1 mm de espessura têm menos chance de se disseminar. das dificuldades associadas ao método de Clark é a falta de uniformidade entre patologistas na interpretação dos vários níveis, particularmente na distinção dos níveis II, III e IV. - As metástases ocorrem por via linfática, nas adjacências do tumor (microssatelitose e lesões satélites) e nos gânglios regionais; por via sanguínea. Atingem, com maior frequência, a pele, os pulmões, o sistema nervoso central e o fígado. H - A biópsia deve ser excisional, porém em lesões extensas ou situadas em locais anatômicos nobres, uma biópsia incisional é permitida; deve incluir a parte mais elevada da lesão e a mais pigmentada nas planas. As margens de ressecção da lesão suspeita devem ser de 2 a 3 mm. - Melanoma igual ou maior que 0,76 mm (espessura intermediária), ou quando a lesão estiver ulcerada, ou apresentar número de mitoses > 1/mm2, são candidatos à biopsia do linfonodo sentinela, consistindo na realização de linfocintigrafia para detecção da cadeia linfática de drenagem da área do tumor primário, com posterior aplicação de corante associado a um radiotraçador. O primeiro linfonodo de drenagem é então identificado cirurgicamente com o auxílio de um detector de radiação manual. Esse linfonodo sentinela é submetido a cortes sequenciais com imuno-histoquímica e, se positivo, toda a cadeia deve ser retirada, e o paciente torna-se pertencente ao estágio III, candidato, portanto, a terapia adjuvante com interferon-a (INF-a). - A avaliação dos pacientes com melanoma inclui exame completo da pele, pesquisa de linfonodos e palpação do abdome. Os seguintes exames podem ser pedidos anualmente radiografia de tórax, ultrassonografia abdominal e estudo da função hepática e desidrogenase láctica (LDH). - Dx diferencial: deve ser feito com nevos pigmentados, carcinoma basocelular pigmentado, granuloma piogênico, ceratose seborreica, melanoacantoma, histiocitoma, melanoníquia estriada e lesão traumática circunscrita Tratamento: - Sempre que possível excisão cirúrgica. Na primeira abordagem deve ser de 1 - 3 cm, pois retirar margens grandes desde o início dificulta a pesquisa de linfonodo sentinela, já que não se sabe em que local injetar o azul de metileno. - Toda a abordagem terapêutica do melanoma cutâneo baseia-se em seu estadiamento. - O tratamento da lesão primária consiste na ampliação das margens cirúrgicas da biopsiaexcisional prévia. A extensão dessa ampliação é determinada pela espessura do tumor - A linfadectomia terapêutica é benéfica e deve ser realizada quando houver acometimento ganglionar clínica ou histologicamente detectável. Pacientes com melanomas em estágio clínico III - Abordagem com exames de imagens e sanguíneos: dependerá da invasividade do tumor - Metástases: terapia alvo , RDT, QT - Em pacientes com linfonodo sentinela positivo ou Breslow > 4 mm, o IFN-a 2a em altas doses está indicado. Prognóstico: - Menor breslow - melhor prognóstico - Ulceração é um fator de péssimo prognóstico. A ulceração, definida por interrupção microscópica da superfície epitelial acometida pelo tumor, tem sido descrita como o melhor indicador de probabilidade do envolvimento linfonodal, sendo capaz de redefinir o estágio do melanoma entre A e B - Lesões em extremidades - melhor prognóstico - Mulheres têm melhor prognóstico em todos os estágios de melanoma, mas não se tem uma explicação ainda para esse fato, apesar de se ter procurado alguma relação hormonal - Idosos - pior prognóstico - Linfonodos acometidos - pior prognóstico Fotos descrevendo tipos clínicos do melanoma: Melanoma in situ Lesão maculosa com margens irregulares e de hiperpigmentação com padrão de crescimento radial/ Mácula com de margens irregulares com áreas de diferentes tonalidades, variando de castanho ao preto 1) Lesão maculopapulosa com margens irregulares e áreas de acromia e pigmentação com satelitose/ 2) Lesão maculopapulosa com tonalidades diversas e área de nodulação Lesão maculosa melanocítica com área de nodulação hiperpigmentada e acromia Lesão nodular amelanocítica Lesão nodular de tonalidade negra e aspecto úlcero-vegetante em 2º quirodáctilo. Áreas de acromia são vistas Mancha negra em leito de ungueal de 2º quirodáctilo com sinal de Hutchinson positivo