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1º CASO – PELE Mariana Tourinho 1. CARACTERÍSTICAS DAS LESÕES DE PELE Essas lesões elementares são modificações do tecido cutâneo causadas por vários fatores (inflamatórios, degenerativos, circulatórios, neoplásicos). Investigamos essas lesões por meio da inspeção e palpação. Alterações de cor 1) Máculas1: são também chamadas de manchas, que possuem coloração diferente da pele ao redor, sendo planas. Podem ser causadas por alterações na melanina (máculas hipercrômicas como sardas, e hipocrômicas, como no vitiligo), alterações vasculares (telangectasia - como as varizes nos MMII de muitas mulheres -, máculas eritrematosas – como nas doenças enxantemáticas como varicela, sarampo), alterações hemorrágicas (essas são as manchas hemorrágicas as quais já conhecemos, sendo elas as petéquias, púrpuras – foto 1 – e equimoses). Uma forma de diferenciar mancha vascular de hemorrágica: mancha vascular some ao realizarmos digitopressão (oclui artéria que nutre aquele vaso), e a hemorrágica não some (o sangue está extravasado). Formações sólidas 2) Pápulas1: é como se fosse uma mácula, porém com elevações (ela não é plana) e vão até 0,5cm de diâmetro. Se origina na epiderme. Ex: picadas de inseto, acne. Fotos 4 e 5. 3) Nódulos1: também é uma lesão elevada, com limites mal definidos. Difere da pápula pelo seu tamanho e porque se origina na hipoderme. (0,5 a 5cm). Ex: furúnculo. Foto 6. 4) Vegetações: lesão sólida, salientes, em aspecto filiforme ou de couve-flor. Ex: verrugas, neoplasias (foto 7). Coleções líquidas 5) Vesículas1: é ume elevação da pele que contém liquido no seu interior. É diferente da pápula, que é uma lesão solida (porque a vesícula acaba sendo um pouco mais mole pois tem liquido). Ex: queimadura. 6) Bolhas1: difere da vesícula apenas pelo seu tamanho. Foto 8. 7) Pústula1: vesícula com conteúdo purulento. Ex: acne pustulosa. 8) Abcesso: coleções purulentas. É diferente da pústula, que é mais circunscrita e delimitada. Podem ser abcessos frios (sem sinais flogísticos) ou quentes (com sinais). 9) Placa1: lesão grande, achatada, elevada, com margens nítidas. Foto 3. Destruições teciduais 10) Liquenificação2: lesão que deixa a pele áspera, rígida. Os sulcos da pele passam a aparecer, a pele fica quadriculada. Foto 9. 11) Escamas: são placas descamativas, parecendo lâminas, que tendem a se desprender da pele (ex: psoríase) – foto 2. 12) Erosão2: desparecimento da parte mais superficial da pele, a epiderme (= escoriação, porém esse termo é utilizado em casos mais específicos). Há preservação da derme. Não causa cicatriz, basta regeneração. 13) Úlcera2: perda das estruturas de revestimento (da pele, do estômago, duodeno), chegando a atingir a derme. Foto 10. 14) Escara2: uma porção do tecido cutâneo necrosado (como se fosse uma ulceração), causada por pressão ou fricção no local (ex: pacientes pós cirúrgicos que ficam muito tempo imobilizados). O local torna-se insensível, de coloração escura e separado do tecido “saudável” por um sulco. Foto 12. 15) Crosta2: é formado pelo ressecamento de algo, seja de sangue, secreções purulentas. É o famoso “cascão”. Foto 11. 1Lesão Primária e 2Lesão Secundária Observações: lesões primárias não possuem alterações macroscópicas precedentes. Lesões gelatinosas recebem o nome de gomas (uma das manifest. da sífilis). Lesões secundárias são decorrentes das lesões primarias. A urticária é uma lesão papular e pruriginosa. Nódulo é mais profundo, vem da derme, diferente da placa e pápula, mais superficiais. ➔ Queratose é o espessamento da camada mais superficial, seguida da liquenificação, que também é o espessamento da epiderme, porém mais profundo. Por fim, a esclerose é o aumento da espessura dos tecidos mais profundos (a pele perde o pregueamento natural). Camadas da pele (superficial pra profunda): córnea, granulosa, espinhosa e basal. Fonte: Porto – Exame Clínico (7ª edição) 2. TIPOS DE CÂNCER DE PELE Existem 3 tipos principais de tumores malignos da pele. Em ordem de prevalência, tem-se o (1) Carcinoma Basocelular ou CBC (2) Carcinoma Espinocelular ou CEC e (3) Melanoma. Lesões pré-cancerígenas: Ceratose actínica; Doença de Bowen; Leucoplasia; Queilite actínica; CARCINOMA BASOCELULAR (CBC) É o câncer de pele oriundo da camada basal da epiderme. Também Ceratoses ou queratoses actínicas são neoplasias benignas da pele com potencial de transformação para um tipo de câncer de pele (carcinoma de células escamosas ou carcinoma espinocelular). A doença de Bowen é uma forma inicial de carcinoma de células escamosas, que é limitado à camada mais externa da pele (epiderme) e que ainda não invadiu as camadas mais profundas. conhecido como “epitelioma” por sua baixa probabilidade de metástases (lembre-se que o sufixo oma é usado para tumor benigno), porém o termo carcinoma é apropriado pois ele é um tipo de tumor agressivo localmente, infiltrativo, capaz de destruir a pele e estruturas ao redor, como por exemplo os ossos, apesar de pouco metastizar. É o tumor maligno de pele menos agressivo. Epidemiologia: Corresponde a 70% dos cânceres de pele e possui uma menor mortalidade (junto com o CEC) e letalidade. A prevalência é maior em pessoas de pele clara, principalmente caucasianos e com idade avançada. A incidência nos homens é 30% maior. Localização geográfica: locais mais próximos da linha do equador apresentam maior prevalência. Idade: quanto maior a idade, maior a chance de desenvolver CBC. Fatores de risco: Sua ocorrência está muito ligada a exposição à radiação solar (principalmente durante a infância e exposição intermitente causando queimadura), porém existem outros fatores como genética, imunodepressão, lesões predisponentes, radiação ionizante, carcinógenos, bronzeamento artificial (olhar melhor fatores de risco do CEC). Outro fator de risco é a síndrome do nevo basocelular Características gerais: Tem crescimento lento e raramente oferece risco de metástase (ainda menos que o CEC). Porém, quando há metástase, geralmente envolve linfonodos, osso, pulmão, pele e fígado. São as próprias características da lesão que ditam se ela é ou não suscetível a sofrer metástase (extensão, profundidade, tipo histológico...). Ele é muito infiltrativo, sendo capaz de invadir localmente estruturas como tecidos adjacentes, ossos, etc. Características da lesão: Pode ser dividido em 3 tipos: (1) superficial, representando 30% dos casos. São máculas finas, pouco escamosas, arrosadas/avermelhadas (parece uma placa). Duas primeiras fotos. (2) nodular, correspondendo a 60% dos casos. São pápulas peroladas e rosadas, acompanhada de teleangectasia por dilatação dos vasos subepidérmicos. Foto 2. (3) esclerodermiforme ou infiltrativo, 5 a 10% dos casos. São pápulas ou placas da cor da pele (ou um pouco eritematosas), geralmente atrofiadas. Diagnóstico: Exame histopatológico + exame físico. Tratamento: O tratamento consiste na excisão total do tecido neoplásico, se atentando com as margens cirúrgicas e com a questão estética, que pode ser muito importante para certos pacientes. Essa excisão pode ser feita via exérese cirúrgica convencional, eletrocoagulação, curetagem, criocirurgia, entre outras técnicas. CARCINOMA ESPINOCELULAR (CEC) Também é chamado de carcinoma de células escamosas ou carcinoma epidermoide. É causado pela proliferação desordenada dos queratinócitos da epiderme, que acabam invadindo a derme e estruturas ainda mais profundas. Epidemiologia: Corresponde a cerca de 20% dos casos de câncer de pele. Localização geográfica: A incidência desse câncer varia de acordo com latitude, pois locais mais próximos à linha do equador exibem essa patologia com mais frequência. Idade: chance de CEC aumenta muito com a idade. Etnia: atinge muito mais indivíduos de pele branca, sendo pouco comum em asiáticos e pessoas de pele negra, por exemplo. Fatores de risco: É um tumor que surge em locais de muita exposição ao sol, sendomais comum em homens de idade avançada, frequentemente sendo uma evolução da queratose actínica (um tipo de tumor benigno de pele). Fatores ambientais e genéticos, imunossupressão, exposição a raios UV (provoca danos no DNA que podem não ser reparados), bronzeamento artificial (raios UVA), radiação ionizante, inflamação crônica na pele, histórico familiar, tabagismo, dieta, infecção por HPV, doença de bowen (CEC in situ), queratose actínica. De forma geral, o principal fator de risco é exposição ao sol! Por isso é importante observar na anamense do paciente a sua ocupação (ex: surfista, pescador, e outras profissões que exiga exposição ao sol). Curiosidade: o principal fator de risco para a CEC é exposição ao sol cumulativa, crônica, enquanto que no CBC e melanoma, a exposição intensa e intermitente gera mais riscos. Características gerais: Crescimento é um pouco mais veloz que o CBC, possuindo maior risco de metástase (2-5% sofre metástase para linfonodos regionais e outros sítios mais distantes, sendo a maioria por contiguidade). Pode aparecer como uma nova estrutura ou de uma lesão pré-existente, e quando localizado na mucosa, apresenta pior prognóstico. Quando nos lábios ou em cicatrizes, aumenta-se a probabilidade de metástase. Tem característica úlcero-vegetativo ou úlcero-infiltrativo. Características da lesão: Placa eritrematosa, infiltrativa-vegetante, escamosas, e na microscopia há atipia celular de todas as camadas da pele. Diagnóstico: Exame histopatológico. Lembrando que logo depois do exame histopatológico, é fundamental que o médico realize um bom exame físico dos linfonodos regionais. A eficácia da procura por linfonodo sentinela por biopsia ainda é incerta. Além disso, o paciente deve ser submetido a um exame físico da pele, a procura de pápulas, nódulos e outras lesões que possam indicar metástase. Caso o paciente tenha linfonodo palpável, é indicada aspiração por agulha fina. Ainda não há indicações para avaliações mais avançadas caso os linfonodos estejam normais. Classificação de Broders: a partir do exame anatomopatológico. Tratamento: O objetivo do tratamento primário é: retirar totalmente o tumor primário e prevenir metástase. Assim, existem algumas opções que devem ser consideradas a depender do local da lesão (se envolve questão estética ou funcional, por exemplo): excisão cirúrgica, curetagem, eletrocoagulação, criocirurgia, radioterapia (para pacientes não cirúrgicos, já que em outros pacientes a radioterapia não é utilizada como única forma de tratamento para CEC de baixo risco ou para pacientes com metástase), entre outros. Queratose actínica: é uma lesão pré-maligno, sendo uma neoplasia benigna de pele e um fator de risco para o CEC. A pele apresenta-se amarelada/avermelhada, descamativa e áspera, sendo mais comum em locais expostos ao sol. Podem existir lesões pequenas e múltiplas. MELANOMA Epidemiologia: O melanoma consiste no mais agressivo câncer de pele e felizmente o menos prevalente (3-4%). Ele é o câncer de pele dos melanócitos, sendo mais comum em indivíduos de 20 a 50 anos. Fatores de risco: Os mesmos de sempre, incluindo radiação UV, genética, síndrome dos nevos displásicos, albinismo, nevos displásicos, “pintas benignas”, histórico familiar de melanoma, histórico prévio de câncer, entre outros. Mais comum em indivíduos de pele branca e com mais de 40 anos de idade. Curiosidade: exposição intermitente e intensa oferece mais risco que a exposição crônica. Pessoas que tem tendência a se queimar ao invés de se bronzear apresentam maior chance de desenvolver. Curiosidade: indivíduos de pele negra possui mais melanina e isso acaba sendo um fator protetor. Características gerais: Independentemente do tipo, eles possuem coloração que varia de preto a marrom. Apesar disso, podem apresentar-se azul ou rosa, por exemplo. Presença de prurido, ardor ou dor deve aumentar suspeita (mesmo que a maioria dos melanomas não venha acompanhado de desconforto) e presença de sangramentos e ulcerações falam a favor de melanoma mais avançado. No início eles permanecem confinados à epiderme, na fase de crescimento horizontal ou radial. Nessa época eles são facilmente curados com excisão cirúrgica. À medida em que se infiltram na derme, iniciam sua fase vertical, possuindo maior potencial metastático e “tumorgênico”. Esse crescimento vertical é medido por uma escala muito importante, a de Breslow. A maioria dos melanomas (2/3) aparecem como uma lesão primaria e não proveniente de um nevo pré-existente. Tipos: TIPOS LOCAL VELOCIDADETAMANHO CARACTERÍSTI CAS Expansivo superficial Dorso e MMII (ou qualquer local do corpo). Dorso mais em homem e MMII mais em mulheres. Lento < 6mm 70% dos casos. O tipo mais associado a uma lesão (nevo) pré-existente. Nodular Tronco, pescoço e cabeça Rápida 1-2cm 15-30% - Lesão nodular polipoide (pode ser preta, bem escura, ou de tonalidade rosa, por ex). Não possuem fase horizontal. Já iniciam-se na fase vertical. Lentiginoso acral Palma e planta das mãos e dos pés, leito ungeal Muito lento 2-3cm Luz solar não é um agente causal. Pigmentação muito forte. É o tipo mais comum em indivíduos negros. Lentigo maligno Pescoço e face 3-6cm 4-10% - Atinge mais pacientes velhos, com história de exposição ao sol. Começa com uma mácula pigmentada, a qual vai se alargando e se tornando mais escura. Existem formas mais raras como melanoma amelanótico, nas mucosas, os de órgãos internos e os congênitos. Diagnóstico: Anamnese + exame físico (ABCDE) + exame histopatológico. Detecção precoce é a chave para melhorar sobrevida!! Na anamnese, se atentar a perguntar o paciente sobre: (1) quando surgiu essa lesão (2) histórico familiar de melanoma/câncer (3) histórico de exposição ao sol (4) histórico de imunossupressão (5) histórico de tratamentos com UVA. Também deve-se analisar o fenótipo do paciente, pois algumas características aumentam a chance de melanoma, como: olhos claros, cabelo loiro ou ruivo, presença de muitos nevos melanocíticos (pintas), No exame físico, devemos fazer o “ABCDE do Melanoma”, avaliando algumas características que devem estar presentes para confirmar o diagnóstico. Pode-se utilizar a dermoscopia também (lente de aumento especial). Essa regra “ABCDE” só não se aplica ao melanoma nodular. A) Assimetria da lesão B) Bordas devem ser irregulares C) Coloração amarronzada/preta não uniforme D) Diâmetro > 6mm E) Evolução (se tem crescido, sangrado, se surgiu prurido, etc) Depois do ABCDE, devemos fazer uma análise comparativa entre o padrões de nevos do paciente e a lesão suspeita de melanoma (sinal do patinho feio). No exame histopatológico, a biópsia excisional é o método mais comum e o mais utilizado (só são incisionais em locais anatômicos nobres, tumores maiores...). Prognóstico: O prognóstico da doença dependerá da fase e da extensão do momento do diagnóstico. Alguns fatores que influenciam no prognóstico são: • Presença de ulceração, maior nível de invasão (escala de Clark), altos índices mitóticos, lesões satélites microscópicas > mau prognóstico (maior risco de metástase) • Envolvimento de linfonodos regionais > mau prognóstico • Lesões na extremidade > melhor prognóstico • Aumento da espessura (escala de Breslow) à é o mais importante fator prognóstico > mau prognóstico (aumenta em proporção direta a chance de alcançar linfonodo e de recidiva) Essa escala de Breslow é muito importante para medir probabilidade de invasão e de crescimento vertical! Com ela mede-se a “grossura” do tumor, desde a camada mais superficial da epiderme até a camada mais profunda da derme. Tratamento: Depende do estadiamento do câncer, e pra isso precisamos definir o seu estádio. Baseado no sistema TNM (t= tumor | N = numero de linfonodos afetados | M = metástase). Estádio 0 Tumor in situ (está contido na epiderme, ainda não atingiu camadas mais profundas). Excisão do tecido neoplásico + pesquisa de linfonodo sentinela (importante pois podem esconder micrometástases). Estádio ITumor primário, sem metástase (<1mm): IA: <0.8 sem ulceração IB: <0.8mm com ulceração ou < 0.8-1 mm com/sem ulceração Excisão do tecido neoplásico + pesquisa de linfonodo sentinela Estádio II Tumor primário, sem metástase (1- 2mm): IIA: sem ulceração IIB: com ulceração Excisão do tecido neoplásico + pesquisa de linfonodo sentinela Estádio III Metástase linfonodal (2 a 4mm) IIIA: sem ulceração IIIB: com ulceração Radioterapia Estádio IV Metástases a distância (> 4mm) IVA: sem ulceração IVB: com ulceração De forma geral, a excisão é o tratamento primário e o tamanho das bordas da excisão mudam de acordo com o tamanho da lesão. Cirurgia é o método mais comum e o mais utilizado. A depender do estadiamento, a cirurgia pode vir acompanhada de procedimento adjuvante, como linfadenectomia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia. A investigação de envolvimento linfonodal deve ser feita por LNS (linfonodo sentinela). Caso haja metástase para os linfonodos, é indicado linfadenectomia. Caso ela não seja completa e algumas metástases sejam inoperáveis, pode-se utilizar radioterapia. Nevos melanocíticos e Nevos displásicos Os nevos melanocíticos são os tumores benignos dos melanócitos (foto 1). São pápulas arredondadas, pigmentada (de forma uniforme) de marrom- avermelhada, podendo ser congênita ou adquirida. Não oferecem preocupação clínica. Já os nevos displásicos (foto 2) estão no intermédio entre nevos melanocíticos e melanoma, por isso são mais preocupantes (apesar de benignos). São pápulas ou máculas também pigmentadas, podendo estar distribuída ao longo de todo o corpo do paciente. Podem se transformar em melanoma (porém não é muito comum, pois em 70% dos casos os melanomas surgem como lesões primárias). Referências: Cecil (24ª edição), UpToDate, Diagnosis and treatment of melanoma. European consensus-based interdisciplinary guideline, MedCurso. CASO AVA P1. Lesão persistente em região mandibular SD: CA de pele (Carcinoma Espinocelular) P2. HAS descompensada P3. Histórico familiar de CA de pele P4. Histórico familiar de IAM P5. Irritabilidade e problemas no sono P6. IMC de 25 (acima do peso) P7. Jato urinário fraco SD1: HPB P8. Falta de motivação e tristeza por conta da doença P9. Pele difusamente ressecada As lesões primárias são: 1) Mácula: lesão que possui coloração distinta à da pele circundante. É plana e pode ter várias causas como (1) alterações na melanina, como no caso de manchas de sol, vitiligo (2) causas vasculares, como nas telangectasias (3) causas hemorrágicas, como nas petéquias, púrpuras (típicas de doenças exantémicas) e equimoses. 2) Pápula: é uma lesão elevada e que possui diâmetro > 0,5 cm. 3) Nódulo: se difere da pápula apenas pelo seu tamanho (0,5 a 5cm). 4) Placa: lesão plana, achatada, grande (> 1cm). 5) Vesícula: lesão elevada que possui conteúdo líquido no seu interior. 6) Bolha: difere da vesícula apenas pelo seu tamanho (> 0,5 cm). 7) Pústula: vesícula com conteúdo purulento. As lesões secundárias são: 1) Crosta: é o ressecamento de secreções purulentas, sanguíneas. Uma espécie de exsudato seco. 2) Ulceração: perda de epiderme e da derme sobrejacente. 3) Escara: lesão onde uma porção da pele apresenta-se necrosada devido à pressão ou fricção constante no local. 4) Erosão: perda da porção mais superficial da pele (epiderme) com preservação da derme. 5) Liquenificação: espessamento da pele, que torna-se áspera, rígida. 1) CARCINOMA BASOCELULAR (CBC): • É o tipo mais comum de CA de pele (70%), correspondendo ao câncer da camada basal da epiderme; • Possui crescimento lento e raramente sofre metástase (e caso isso ocorra, os principais sítios são linfonodos, osso, pulmões, fígado e pele); • É muito mais comum em indivíduos de pele clara e de idade avançada; • É dividido em três subtipos: (1) superficial, onde há formação de máculas arrosadas, pouco escamosas, (2) nodular, com aspecto de pápula perolada e de cor rosa, associado a teleangectasia e (3) infiltrativo, cuja aparência é de uma placa da cor da pele ou arrosada associada à atrofia. • O diagnóstico é feito através do exame histopatológico (após biopsia do local) + palpação dos linfonodos; • Para o tratamento é preciso classificar a lesão como de baixo ou alto risco. Na maioria das vezes, deve-se realizar a excisão completa do tecido neoplásico, se atentando sempre para a questão estética. 2) CARCINOMA ESPINOCELULAR (CEC): • 2º tipo mais comum de CA de pele (20%), sendo o câncer de pele dos queratinócitos presentes na epiderme; • Possui crescimento mais rápido e capacidade de metastizar, apesar dessa taxa ainda ser baixa; • Quanto à sua epidemiologia, ela é mais comum em locais próximos à linha do equador (a latitude influencia), em idades mais avançadas e principalmente em indivíduos com exposição crônica ao sol (principal fator de risco). • É mais comum em homens, como uma evolução de um tumor benigno (queratose actínica). • Apresenta-se como lesões em placa eritematosas, escamosas e bem definidas, com aspecto vegetante. • O diagnóstico é feito por meio do exame histopatológico e palpação dos linfonodos; • O tratamento também depende se a lesão é de baixo ou alto risco. De forma geral, opta-se pela excisão do tumor (e pra isso existem diversas técnicas). 3) MELANOMA • É o CA de pele menos comum (3-4%) porém o mais agressivo, letal e que causa maior taxa de mortalidade; • Geralmente se inicia com um crescimento horizontal/radial, onde na maioria das vezes é curável caso seja feita a excisão, e com o tempo apresenta crescimento vertical (avaliado pela escala de Breslow); • Possui os mesmos fatores de riscos já vistos nos dois carcinomas acima; • Ele apresenta-se com um coloração amarronzada a preta, assimétrico, com bordas irregulares; • Possui 4 subtipos, dentre eles: 1. Extensivo superficial: 70% dos casos. Mais comum no dorso e nas extremidades. Crescimento lento. 2. Nodular: 15-30% dos casos. Já se inicia com crescimento vertical, na maioria das vezes no tronco, face, pescoço. 3. Lentiginoso acral: não possui exposição à radiação UV como fator de risco e por isso é o tipo mais comum em indivíduos negros. Muito comum nas regiões palmares e plantares. Possui coloração bem pigmentada. 4. Lentigo maligno: 5-10% dos casos. Mais comum na face e pescoço, locais com muita exposição ao sol. Se inicia como uma mácula que torna-se progressivamente maior e mais pigmentada. • Para diagnóstico, utilizamos anamnese (onde exploramos histórico familiar, histórico de exposição ao sol, imunodepressão, entre outros fatores de risco) + exame físico (ABCD e exame comparativo, onde podemos encontrar o sinal do patinho feio) + exame histopatológico; • Para prognóstico do melanoma, existem uma série de informações que devem ser levadas em conta como: primeiramente, espessura, medida pela escala de Breslow (quanto maior a profundidade, mais chance de metástase), nº de mitoses, lesões satélites, presença de ulceração, nível de invasão, medido pela escala de Clark. • Ainda pode ser dividido em estágios: 1. Estágio 0: tumor in situ, isto é, ainda está contido na epiderme. 2. Estágio 1: tumor primário sem metástase > ou igual a 1mm • 1A: < 0.8mm sem ulceração • 1B: < 0.8mm com ulceração ou 0.8-1mm com/sem ulceração 3. Estágio 2: tumor primário sem metástase (1-2mm) • 2A: sem ulceração • 2B: com ulceração 4. Estágio 3: tumor que atingiu linfonodos regionais (2-4mm) • 3A: sem ulceração • 3B: com ulceração 5. Estágio 4: tumor que sofreu metástase à distância (4mm) • 4A: sem ulceração • 4B: com ulceração O carcinoma basocelular é o mais comum, representando 70% dos casos, seguido do espinocelular (20%), enquanto o restante é representado pelo melanoma, o tipo mais agressivo de CA de pele. No geral, eles tendem a ser mais comuns em pessoas brancas, de idade mais avançada, possuindo como fatores de risco: • Radiação UV (principalmente o espinocelular) • Radiação Ionizante • Lesões predisponentes• Genéticas • Imunosupressão • Carcinógenos • Histórico familiar de câncer • Nevos displásicos e melanocíticos Para os 3 tipos de cânceres, é indicado (1) anamnese, onde buscaremos por fatores de riscos e dados que se encaixem com a epidemiologia da doença suspeita, seguida de um (2) exame físico onde observaremos a aparência da lesão, nos atentando para características como cor, tamanho, espessura, bordas, dentre outras. Pode-se também utilizar o dermoscópio (exige experiência do profissional). No caso do Melanoma, existe o "ABCDE", que reúne os principais aspectos a serem observados durante o exame físico, sendo eles a Assimetria, Bordas irregulares, Coloração, Diâmetro e Evolução da lesão. Além disso, em casos de suspeita de melanoma, também deve-se comparar a lesão investigada com o padrão dos demais nevos pré-existentes no paciente. Caso a lesão suspeita exiba um padrão distinto (e suspeito de malignidade), chamamos de sinal do patinho feio. Por fim, para confirmar nosso diagnóstico é essencial o (3) exame histopatológico feito a partir da biópsia da lesão em questão. É ele quem irá estabelecer o diagnóstico. O tratamento para o (1) Carcinoma Basocelular e (2) Carcinoma Espinocelular consiste na excisão do tecido neoplásico, tomando cuidado sempre com as margens cirúrgicas. Para essa excisão, podem ser utilizadas diversas técnicas como cirurgia, curetagem + eletrodissecação, curetagem. Para pacientes não-cirurgicos, pode-se utilizar a radioterapia por exemplo. No caso do melanoma, o tratamento primário é a excisão do tumor, na maioria das vezes feita por biópsia excisional. Caso haja acometimento dos linfonodos, é indicada a linfadenectomia (e caso ela não seja total, alguns sejam inoperáveis, etc, é indicado radioterapia). A radioterapia após excisão do tumor primário ainda não é necessária. As escalas de funcionalidade permitem, por meio de perguntas sutis ao paciente, ter uma noção de como o mesmo encara sua realidade, lida com sua idade, e maneja sua saúde. Assim, é possível descrever as habilidades e limitações do idoso nas suas práticas diárias: atividades de lazer, ocupacionais e interações sociais. No caso em questão, há uma atenção voltada para todo um processo de estresse que vem sendo desenvolvido pelo paciente em virtude do desconforto que sente em relação à sua lesão. Decorrente disso, paciente cursa com sono irregular, sentimento de medo, desmotivação em atividades diárias, e ainda relata dificuldades financeiras. No entanto, declara boas e harmoniosas interações sociais, que demonstra um acompanhamento familiar cuidadoso. Observações da aula: Na 1ª consulta, caso eu tire a pressão do paciente e encontre um resultado alto, não posso já estabelecer o diagnóstico de HAS • Síndrome do jaleco branco; Devo tirar a pressão nos 4 membros; Em casos de HAS descompensada, devemos listar as suspeitas diagnósticas (ex: uso irregular do remédio, dose insuficiente...); Exame da pele: o Coloração (normal, pálida, carotenose, cianose, icterícia); ▪ Na carotenose as palmas das mãos e dos pés não ficam amareladas, já na icterícia ficam! o Temperatura; o Espessura (normal, atrófica, espessa); o Turgor (normal ou diminuído); o Elasticidade e mobilidade (hiperelástico e hipoelástica); o Umidade;
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