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Câncer de pele

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1º CASO – PELE
Mariana Tourinho
 
1. CARACTERÍSTICAS DAS LESÕES DE PELE
Essas lesões elementares são modificações do tecido cutâneo causadas
por vários fatores (inflamatórios, degenerativos, circulatórios,
neoplásicos). Investigamos essas lesões por meio da inspeção e
palpação.
 
Alterações de cor
1) Máculas1: são também chamadas de manchas, que possuem
coloração diferente da pele ao redor, sendo planas. Podem ser
causadas por alterações na melanina (máculas hipercrômicas como
sardas, e hipocrômicas, como no vitiligo), alterações vasculares
(telangectasia - como as varizes nos MMII de muitas mulheres -,
máculas eritrematosas – como nas doenças enxantemáticas como
varicela, sarampo), alterações hemorrágicas (essas são as manchas
hemorrágicas as quais já conhecemos, sendo elas as petéquias,
púrpuras – foto 1 – e equimoses).
Uma forma de diferenciar mancha vascular de hemorrágica: mancha
vascular some ao realizarmos digitopressão (oclui artéria que nutre
aquele vaso), e a hemorrágica não some (o sangue está extravasado).
 
Formações sólidas
2) Pápulas1: é como se fosse uma mácula, porém com elevações (ela
não é plana) e vão até 0,5cm de diâmetro. Se origina na epiderme. Ex:
picadas de inseto, acne. Fotos 4 e 5.
3) Nódulos1: também é uma lesão elevada, com limites mal definidos.
Difere da pápula pelo seu tamanho e porque se origina na
hipoderme. (0,5 a 5cm). Ex: furúnculo. Foto 6.
4) Vegetações: lesão sólida, salientes, em aspecto filiforme ou de
couve-flor. Ex: verrugas, neoplasias (foto 7).
 
Coleções líquidas
5) Vesículas1: é ume elevação da pele que contém liquido no seu
interior. É diferente da pápula, que é uma lesão solida (porque a
vesícula acaba sendo um pouco mais mole pois tem liquido). Ex:
queimadura.
6) Bolhas1: difere da vesícula apenas pelo seu tamanho. Foto 8.
7) Pústula1: vesícula com conteúdo purulento. Ex: acne pustulosa.
8) Abcesso: coleções purulentas. É diferente da pústula, que é mais
circunscrita e delimitada. Podem ser abcessos frios (sem sinais
flogísticos) ou quentes (com sinais).
9) Placa1: lesão grande, achatada, elevada, com margens nítidas. Foto 3.
 
Destruições teciduais
10) Liquenificação2: lesão que deixa a pele áspera, rígida. Os sulcos da
pele passam a aparecer, a pele fica quadriculada. Foto 9.
11) Escamas: são placas descamativas, parecendo lâminas, que tendem
a se desprender da pele (ex: psoríase) – foto 2.
12) Erosão2: desparecimento da parte mais superficial da pele, a
epiderme (= escoriação, porém esse termo é utilizado em casos mais
específicos). Há preservação da derme. Não causa cicatriz, basta
regeneração.
13) Úlcera2: perda das estruturas de revestimento (da pele, do estômago,
duodeno), chegando a atingir a derme. Foto 10.
14) Escara2: uma porção do tecido cutâneo necrosado (como se fosse
uma ulceração), causada por pressão ou fricção no local (ex:
pacientes pós cirúrgicos que ficam muito tempo imobilizados). O
local torna-se insensível, de coloração escura e separado do tecido
“saudável” por um sulco. Foto 12.
15) Crosta2: é formado pelo ressecamento de algo, seja de sangue,
secreções purulentas. É o famoso “cascão”. Foto 11.
1Lesão Primária e 2Lesão Secundária
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observações: lesões primárias não possuem alterações macroscópicas
precedentes.
Lesões gelatinosas recebem o nome de gomas (uma das manifest. da
sífilis).
Lesões secundárias são decorrentes das lesões primarias.
A urticária é uma lesão papular e pruriginosa.
Nódulo é mais profundo, vem da derme, diferente da placa e pápula,
mais superficiais.
➔ Queratose é o espessamento da camada mais superficial, seguida
da liquenificação, que também é o espessamento da epiderme,
porém mais profundo. Por fim, a esclerose é o aumento da
espessura dos tecidos mais profundos (a pele perde o
pregueamento natural).
Camadas da pele (superficial pra profunda): córnea, granulosa,
espinhosa e basal.
 
Fonte: Porto – Exame Clínico (7ª edição)
 
 
2. TIPOS DE CÂNCER DE PELE
Existem 3 tipos principais de tumores malignos da pele. Em ordem de
prevalência, tem-se o (1) Carcinoma Basocelular ou CBC (2)
Carcinoma Espinocelular ou CEC e (3) Melanoma.
 
Lesões pré-cancerígenas:
Ceratose actínica;
Doença de Bowen;
Leucoplasia;
Queilite actínica;
 
CARCINOMA BASOCELULAR (CBC)
 
É o câncer de pele oriundo da camada basal da epiderme. Também
Ceratoses ou queratoses actínicas são neoplasias benignas da pele com potencial de transformação para um tipo de câncer de pele (carcinoma de células escamosas ou carcinoma espinocelular).
A doença de Bowen é uma forma inicial de carcinoma de células escamosas, que é limitado à camada mais externa da pele (epiderme) e que ainda não invadiu as camadas mais profundas.
conhecido como “epitelioma” por sua baixa probabilidade de
metástases (lembre-se que o sufixo oma é usado para tumor benigno),
porém o termo carcinoma é apropriado pois ele é um tipo de tumor
agressivo localmente, infiltrativo, capaz de destruir a pele e estruturas
ao redor, como por exemplo os ossos, apesar de pouco metastizar.
É o tumor maligno de pele menos agressivo.
 
Epidemiologia:
Corresponde a 70% dos cânceres de pele e possui uma menor
mortalidade (junto com o CEC) e letalidade. A prevalência é maior em
pessoas de pele clara, principalmente caucasianos e com idade
avançada.
A incidência nos homens é 30% maior.
Localização geográfica: locais mais próximos da linha do equador
apresentam maior prevalência.
Idade: quanto maior a idade, maior a chance de desenvolver CBC.
 
 
Fatores de risco:
Sua ocorrência está muito ligada a exposição à radiação solar
(principalmente durante a infância e exposição intermitente causando
queimadura), porém existem outros fatores como genética,
imunodepressão, lesões predisponentes, radiação ionizante,
carcinógenos, bronzeamento artificial (olhar melhor fatores de risco do
CEC). Outro fator de risco é a síndrome do nevo basocelular
 
Características gerais:
Tem crescimento lento e raramente oferece risco de metástase (ainda
menos que o CEC). Porém, quando há metástase, geralmente envolve
linfonodos, osso, pulmão, pele e fígado. São as próprias características
da lesão que ditam se ela é ou não suscetível a sofrer metástase
(extensão, profundidade, tipo histológico...). Ele é muito infiltrativo,
sendo capaz de invadir localmente estruturas como tecidos adjacentes,
ossos, etc.
 
Características da lesão:
Pode ser dividido em 3 tipos: (1) superficial, representando 30% dos
casos. São máculas finas, pouco escamosas, arrosadas/avermelhadas
(parece uma placa). Duas primeiras fotos.
(2) nodular, correspondendo a 60% dos casos. São pápulas peroladas e
rosadas, acompanhada de teleangectasia por dilatação dos vasos
subepidérmicos. Foto 2.
(3) esclerodermiforme ou infiltrativo, 5 a 10% dos casos. São pápulas
ou placas da cor da pele (ou um pouco eritematosas), geralmente
atrofiadas.
 
Diagnóstico:
Exame histopatológico + exame físico.
 
Tratamento:
O tratamento consiste na excisão total do tecido neoplásico, se
atentando com as margens cirúrgicas e com a questão estética, que pode
ser muito importante para certos pacientes. Essa excisão pode ser feita
via exérese cirúrgica convencional, eletrocoagulação, curetagem,
criocirurgia, entre outras técnicas.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARCINOMA ESPINOCELULAR (CEC)
Também é chamado de carcinoma de células escamosas ou carcinoma
epidermoide. É causado pela proliferação desordenada dos
queratinócitos da epiderme, que acabam invadindo a derme e estruturas
ainda mais profundas.
 
Epidemiologia:
Corresponde a cerca de 20% dos casos de câncer de pele.
Localização geográfica: A incidência desse câncer varia de acordo com
latitude, pois locais mais próximos à linha do equador exibem essa
patologia com mais frequência.
Idade: chance de CEC aumenta muito com a idade.
Etnia: atinge muito mais indivíduos de pele branca, sendo pouco
comum em asiáticos e pessoas de pele negra, por exemplo.
 
Fatores de risco:
É um tumor que surge em locais de muita exposição ao sol, sendomais
comum em homens de idade avançada, frequentemente sendo uma
evolução da queratose actínica (um tipo de tumor benigno de pele).
Fatores ambientais e genéticos, imunossupressão, exposição a raios UV
(provoca danos no DNA que podem não ser reparados), bronzeamento
artificial (raios UVA), radiação ionizante, inflamação crônica na pele,
histórico familiar, tabagismo, dieta, infecção por HPV, doença de
bowen (CEC in situ), queratose actínica. De forma geral, o principal
fator de risco é exposição ao sol! Por isso é importante observar na
anamense do paciente a sua ocupação (ex: surfista, pescador, e outras
profissões que exiga exposição ao sol).
Curiosidade: o principal fator de risco para a CEC é exposição ao sol
cumulativa, crônica, enquanto que no CBC e melanoma, a exposição
intensa e intermitente gera mais riscos.
 
 
Características gerais:
Crescimento é um pouco mais veloz que o CBC, possuindo maior risco
de metástase (2-5% sofre metástase para linfonodos regionais e outros
sítios mais distantes, sendo a maioria por contiguidade). Pode aparecer
como uma nova estrutura ou de uma lesão pré-existente, e quando
localizado na mucosa, apresenta pior prognóstico. Quando nos lábios ou
em cicatrizes, aumenta-se a probabilidade de metástase.
Tem característica úlcero-vegetativo ou úlcero-infiltrativo.
 
Características da lesão:
Placa eritrematosa, infiltrativa-vegetante, escamosas, e na microscopia
há atipia celular de todas as camadas da pele.
 
Diagnóstico:
Exame histopatológico. Lembrando que logo depois do exame
histopatológico, é fundamental que o médico realize um bom exame
físico dos linfonodos regionais. A eficácia da procura por linfonodo
sentinela por biopsia ainda é incerta.
Além disso, o paciente deve ser submetido a um exame físico da pele, a
procura de pápulas, nódulos e outras lesões que possam indicar
metástase.
Caso o paciente tenha linfonodo palpável, é indicada aspiração por
agulha fina. Ainda não há indicações para avaliações mais avançadas
caso os linfonodos estejam normais.
 
Classificação de Broders: a partir do
exame anatomopatológico.
 
 
Tratamento:
O objetivo do tratamento primário é: retirar totalmente o tumor
primário e prevenir metástase. Assim, existem algumas opções que
devem ser consideradas a depender do local da lesão (se envolve
questão estética ou funcional, por exemplo): excisão cirúrgica,
curetagem, eletrocoagulação, criocirurgia, radioterapia (para pacientes
não cirúrgicos, já que em outros pacientes a radioterapia não é utilizada
como única forma de tratamento para CEC de baixo risco ou para
pacientes com metástase), entre outros.
 
 
 
 
 
 
 
 
Queratose
actínica: é uma
lesão pré-maligno, sendo uma neoplasia benigna de
pele e um fator de risco para o CEC. A pele
apresenta-se amarelada/avermelhada, descamativa e
áspera, sendo mais comum em locais expostos ao
sol. Podem existir lesões pequenas e múltiplas.
 
MELANOMA
 
Epidemiologia:
O melanoma consiste no mais agressivo câncer de pele e felizmente o
menos prevalente (3-4%). Ele é o câncer de pele dos melanócitos,
sendo mais comum em indivíduos de 20 a 50 anos.
 
Fatores de risco:
Os mesmos de sempre, incluindo radiação UV, genética, síndrome dos
nevos displásicos, albinismo, nevos displásicos, “pintas benignas”,
histórico familiar de melanoma, histórico prévio de câncer, entre outros.
Mais comum em indivíduos de pele branca e com mais de 40 anos de
idade.
Curiosidade: exposição intermitente e intensa oferece mais risco que a
exposição crônica. Pessoas que tem tendência a se queimar ao invés de
se bronzear apresentam maior chance de desenvolver.
Curiosidade: indivíduos de pele negra possui mais melanina e isso acaba
sendo um fator protetor.
 
Características gerais:
Independentemente do tipo, eles possuem coloração que varia de preto a
marrom. Apesar disso, podem apresentar-se azul ou rosa, por exemplo.
Presença de prurido, ardor ou dor deve aumentar suspeita (mesmo que a
maioria dos melanomas não venha acompanhado de desconforto) e
presença de sangramentos e ulcerações falam a favor de melanoma mais
avançado.
No início eles permanecem confinados à epiderme, na fase de
crescimento horizontal ou radial. Nessa época eles são facilmente
curados com excisão cirúrgica. À medida em que se infiltram na derme,
iniciam sua fase vertical, possuindo maior potencial metastático e
“tumorgênico”. Esse crescimento vertical é medido por uma escala
muito importante, a de Breslow.
A maioria dos melanomas (2/3) aparecem como uma lesão primaria e
não proveniente de um nevo pré-existente.
 
Tipos:
 
TIPOS LOCAL VELOCIDADETAMANHO CARACTERÍSTI
CAS
Expansivo superficial Dorso e MMII (ou
qualquer local do
corpo). Dorso mais
em homem e MMII
mais em mulheres.
Lento < 6mm 70% dos casos. O
tipo mais associado
a uma lesão (nevo)
pré-existente.
Nodular Tronco, pescoço e
cabeça
Rápida 1-2cm 15-30% - Lesão
nodular polipoide
(pode ser preta,
bem escura, ou de
tonalidade rosa, por
ex). Não possuem
fase horizontal. Já
iniciam-se na fase
vertical.
Lentiginoso acral Palma e planta das
mãos e dos pés, leito
ungeal
Muito lento 2-3cm Luz solar não é um
agente causal.
Pigmentação muito
forte. É o tipo mais
comum em
indivíduos negros.
Lentigo maligno Pescoço e face 3-6cm 4-10% - Atinge
mais pacientes
velhos, com
história de
exposição ao sol.
Começa com uma
mácula
pigmentada, a qual
vai se alargando e
se tornando mais
escura.
Existem formas mais raras como melanoma amelanótico, nas mucosas,
os de órgãos internos e os congênitos.
 
Diagnóstico:
Anamnese + exame físico (ABCDE) + exame histopatológico. Detecção
precoce é a chave para melhorar sobrevida!!
Na anamnese, se atentar a perguntar o paciente sobre: (1) quando surgiu
essa lesão (2) histórico familiar de melanoma/câncer (3) histórico de
exposição ao sol (4) histórico de imunossupressão (5) histórico de
tratamentos com UVA. Também deve-se analisar o fenótipo do
paciente, pois algumas características aumentam a chance de melanoma,
como: olhos claros, cabelo loiro ou ruivo, presença de muitos nevos
melanocíticos (pintas),
No exame físico, devemos fazer o “ABCDE do Melanoma”, avaliando
algumas características que devem estar presentes para confirmar o
diagnóstico. Pode-se utilizar a dermoscopia também (lente de aumento
especial). Essa regra “ABCDE” só não se aplica ao melanoma nodular.
A) Assimetria da lesão
B) Bordas devem ser irregulares
C) Coloração amarronzada/preta não uniforme
D) Diâmetro > 6mm
E) Evolução (se tem crescido, sangrado, se surgiu prurido, etc)
Depois do ABCDE, devemos fazer uma análise comparativa entre o
padrões de nevos do paciente e a lesão suspeita de melanoma (sinal do
patinho feio). 
No exame histopatológico, a biópsia excisional é o método mais
comum e o mais utilizado (só são incisionais em locais anatômicos
nobres, tumores maiores...).
 
Prognóstico:
O prognóstico da doença dependerá da fase e da extensão do momento
do diagnóstico. Alguns fatores que influenciam no prognóstico são:
• Presença de ulceração, maior nível de invasão (escala de Clark), altos
índices mitóticos, lesões satélites microscópicas > mau prognóstico
(maior risco de metástase)
• Envolvimento de linfonodos regionais > mau prognóstico
• Lesões na extremidade > melhor prognóstico
• Aumento da espessura (escala de Breslow) à é o mais importante
fator prognóstico > mau prognóstico (aumenta em proporção direta a
chance de alcançar linfonodo e de recidiva)
Essa escala de Breslow é muito importante para medir probabilidade
de invasão e de crescimento vertical! Com ela mede-se a “grossura”
do tumor, desde a camada mais superficial da epiderme até a camada
mais profunda da derme.
 
Tratamento:
Depende do estadiamento do câncer, e pra isso precisamos definir o
seu estádio. Baseado no sistema TNM (t= tumor | N = numero de
linfonodos afetados | M = metástase).
 
Estádio 0
Tumor in situ (está contido na
epiderme, ainda não atingiu
camadas mais profundas).
Excisão do tecido neoplásico +
pesquisa de linfonodo sentinela
(importante pois podem
esconder micrometástases).
Estádio ITumor primário, sem metástase
(<1mm):
IA: <0.8 sem ulceração
IB: <0.8mm com ulceração ou <
0.8-1 mm com/sem ulceração
Excisão do tecido neoplásico +
pesquisa de linfonodo sentinela
Estádio II Tumor primário, sem metástase (1-
2mm):
IIA: sem ulceração
IIB: com ulceração
Excisão do tecido neoplásico +
pesquisa de linfonodo sentinela
Estádio III Metástase linfonodal (2 a 4mm)
IIIA: sem ulceração
IIIB: com ulceração
Radioterapia
Estádio IV Metástases a distância (> 4mm)
IVA: sem ulceração
IVB: com ulceração
 
 
De forma geral, a excisão é o tratamento primário e o tamanho das
bordas da excisão mudam de acordo com o tamanho da lesão. Cirurgia
é o método mais comum e o mais utilizado. A depender do
estadiamento, a cirurgia pode vir acompanhada de procedimento
adjuvante, como linfadenectomia, radioterapia, quimioterapia,
imunoterapia. A investigação de envolvimento linfonodal deve ser feita
por LNS (linfonodo sentinela).
Caso haja metástase para os linfonodos, é indicado linfadenectomia.
Caso ela não seja completa e algumas metástases sejam inoperáveis,
pode-se utilizar radioterapia.
 
 
 
Nevos melanocíticos e
Nevos displásicos
Os nevos melanocíticos
são os tumores benignos
dos melanócitos (foto 1).
São pápulas
arredondadas,
pigmentada (de forma
uniforme) de marrom-
avermelhada, podendo
ser congênita ou
adquirida. Não oferecem
preocupação clínica.
Já os nevos displásicos (foto 2) estão no
intermédio entre nevos melanocíticos e melanoma, por isso são mais
preocupantes (apesar de benignos). São pápulas ou máculas também
pigmentadas, podendo estar distribuída ao longo de todo o corpo do
paciente. Podem se transformar em melanoma (porém não é muito
comum, pois em 70% dos casos os melanomas surgem como lesões
primárias).
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: Cecil (24ª edição), UpToDate, Diagnosis and treatment of
melanoma. European consensus-based interdisciplinary guideline,
MedCurso.
 
CASO AVA
​
P1. Lesão persistente em região mandibular
 
SD: CA de pele (Carcinoma Espinocelular)
 
P2. HAS descompensada
 
P3. Histórico familiar de CA de pele
 
P4. Histórico familiar de IAM
 
P5. Irritabilidade e problemas no sono
 
P6. IMC de 25 (acima do peso)
 
P7. Jato urinário fraco
 
SD1: HPB
 
P8. Falta de motivação e tristeza por conta da doença
 
P9. Pele difusamente ressecada
 
As lesões primárias são:
1) Mácula: lesão que possui coloração distinta à da pele circundante. É plana e pode ter várias causas como (1) alterações na melanina, como no
caso de manchas de sol, vitiligo (2) causas vasculares, como nas telangectasias (3) causas hemorrágicas, como nas petéquias, púrpuras (típicas de
doenças exantémicas) e equimoses.
2) Pápula: é uma lesão elevada e que possui diâmetro > 0,5 cm.
3) Nódulo: se difere da pápula apenas pelo seu tamanho (0,5 a 5cm).
4) Placa: lesão plana, achatada, grande (> 1cm).
5) Vesícula: lesão elevada que possui conteúdo líquido no seu interior.
6) Bolha: difere da vesícula apenas pelo seu tamanho (> 0,5 cm).
7) Pústula: vesícula com conteúdo purulento.
As lesões secundárias são:
1) Crosta: é o ressecamento de secreções purulentas, sanguíneas. Uma espécie de exsudato seco.
2) Ulceração: perda de epiderme e da derme sobrejacente. 
3) Escara: lesão onde uma porção da pele apresenta-se necrosada devido à pressão ou fricção constante no local. 
4) Erosão: perda da porção mais superficial da pele (epiderme) com preservação da derme. 
5) Liquenificação: espessamento da pele, que torna-se áspera, rígida. 
1) CARCINOMA BASOCELULAR (CBC):
• É o tipo mais comum de CA de pele (70%), correspondendo ao câncer da camada basal da epiderme;
• Possui crescimento lento e raramente sofre metástase (e caso isso ocorra, os principais sítios são linfonodos, osso, pulmões, fígado e pele);
• É muito mais comum em indivíduos de pele clara e de idade avançada;
• É dividido em três subtipos: (1) superficial, onde há formação de máculas arrosadas, pouco escamosas, (2) nodular, com aspecto de pápula
perolada e de cor rosa, associado a teleangectasia e (3) infiltrativo, cuja aparência é de uma placa da cor da pele ou arrosada associada
à atrofia.
• O diagnóstico é feito através do exame histopatológico (após biopsia do local) + palpação dos linfonodos;
• Para o tratamento é preciso classificar a lesão como de baixo ou alto risco. Na maioria das vezes, deve-se realizar a excisão completa do
tecido neoplásico, se atentando sempre para a questão estética. 
2) CARCINOMA ESPINOCELULAR (CEC):
• 2º tipo mais comum de CA de pele (20%), sendo o câncer de pele dos queratinócitos presentes na epiderme;
• Possui crescimento mais rápido e capacidade de metastizar, apesar dessa taxa ainda ser baixa;
• Quanto à sua epidemiologia, ela é mais comum em locais próximos à linha do equador (a latitude influencia), em idades mais avançadas e
principalmente em indivíduos com exposição crônica ao sol (principal fator de risco).
• É mais comum em homens, como uma evolução de um tumor benigno (queratose actínica).
• Apresenta-se como lesões em placa eritematosas, escamosas e bem definidas, com aspecto vegetante.
• O diagnóstico é feito por meio do exame histopatológico e palpação dos linfonodos;
• O tratamento também depende se a lesão é de baixo ou alto risco. De forma geral, opta-se pela excisão do tumor (e pra isso existem
diversas técnicas).
3) MELANOMA
• É o CA de pele menos comum (3-4%) porém o mais agressivo, letal e que causa maior taxa de mortalidade;
• Geralmente se inicia com um crescimento horizontal/radial, onde na maioria das vezes é curável caso seja feita a excisão, e com o tempo
apresenta crescimento vertical (avaliado pela escala de Breslow);
• Possui os mesmos fatores de riscos já vistos nos dois carcinomas acima;
• Ele apresenta-se com um coloração amarronzada a preta, assimétrico, com bordas irregulares;
• Possui 4 subtipos, dentre eles: 
1. Extensivo superficial: 70% dos casos. Mais comum no dorso e nas extremidades. Crescimento lento.
2. Nodular: 15-30% dos casos. Já se inicia com crescimento vertical, na maioria das vezes no tronco, face, pescoço.
3. Lentiginoso acral: não possui exposição à radiação UV como fator de risco e por isso é o tipo mais comum em indivíduos negros. Muito
comum nas regiões palmares e plantares. Possui coloração bem pigmentada.
4. Lentigo maligno: 5-10% dos casos. Mais comum na face e pescoço, locais com muita exposição ao sol. Se inicia como uma mácula que
torna-se progressivamente maior e mais pigmentada.
• Para diagnóstico, utilizamos anamnese (onde exploramos histórico familiar, histórico de exposição ao sol, imunodepressão, entre outros
fatores de risco) + exame físico (ABCD e exame comparativo, onde podemos encontrar o sinal do patinho feio) + exame histopatológico;
• Para prognóstico do melanoma, existem uma série de informações que devem ser levadas em conta como: primeiramente, espessura,
medida pela escala de Breslow (quanto maior a profundidade, mais chance de metástase), nº de mitoses, lesões satélites, presença de
ulceração, nível de invasão, medido pela escala de Clark. 
• Ainda pode ser dividido em estágios:
1. Estágio 0: tumor in situ, isto é, ainda está contido na epiderme.
2. Estágio 1: tumor primário sem metástase > ou igual a 1mm
• 1A: < 0.8mm sem ulceração
• 1B: < 0.8mm com ulceração ou 0.8-1mm com/sem ulceração
3. Estágio 2: tumor primário sem metástase (1-2mm)
• 2A: sem ulceração
• 2B: com ulceração
4. Estágio 3: tumor que atingiu linfonodos regionais (2-4mm)
• 3A: sem ulceração
• 3B: com ulceração
5. Estágio 4: tumor que sofreu metástase à distância (4mm)
• 4A: sem ulceração
• 4B: com ulceração
O carcinoma basocelular é o mais comum, representando 70% dos casos, seguido do espinocelular (20%), enquanto o restante é representado
pelo melanoma, o tipo mais agressivo de CA de pele.
No geral, eles tendem a ser mais comuns em pessoas brancas, de idade mais avançada, possuindo como fatores de risco:
• Radiação UV (principalmente o espinocelular)
• Radiação Ionizante
• Lesões predisponentes• Genéticas
• Imunosupressão
• Carcinógenos
• Histórico familiar de câncer
• Nevos displásicos e melanocíticos
Para os 3 tipos de cânceres, é indicado (1) anamnese, onde buscaremos por fatores de riscos e dados que se encaixem com a epidemiologia da
doença suspeita, seguida de um (2) exame físico onde observaremos a aparência da lesão, nos atentando para características como cor, tamanho,
espessura, bordas, dentre outras. Pode-se também utilizar o dermoscópio (exige experiência do profissional). 
No caso do Melanoma, existe o "ABCDE", que reúne os principais aspectos a serem observados durante o exame físico, sendo eles a Assimetria,
Bordas irregulares, Coloração, Diâmetro e Evolução da lesão. Além disso, em casos de suspeita de melanoma, também deve-se comparar a lesão
investigada com o padrão dos demais nevos pré-existentes no paciente. Caso a lesão suspeita exiba um padrão distinto (e suspeito de
malignidade), chamamos de sinal do patinho feio.
Por fim, para confirmar nosso diagnóstico é essencial o (3) exame histopatológico feito a partir da biópsia da lesão em questão. É ele quem irá
estabelecer o diagnóstico.
O tratamento para o (1) Carcinoma Basocelular e (2) Carcinoma Espinocelular consiste na excisão do tecido neoplásico, tomando cuidado sempre
com as margens cirúrgicas. Para essa excisão, podem ser utilizadas diversas técnicas como cirurgia, curetagem + eletrodissecação, curetagem.
Para pacientes não-cirurgicos, pode-se utilizar a radioterapia por exemplo. 
No caso do melanoma, o tratamento primário é a excisão do tumor, na maioria das vezes feita por biópsia excisional. Caso haja acometimento
dos linfonodos, é indicada a linfadenectomia (e caso ela não seja total, alguns sejam inoperáveis, etc, é indicado radioterapia). A radioterapia após
excisão do tumor primário ainda não é necessária.
As escalas de funcionalidade permitem, por meio de perguntas sutis ao paciente, ter uma noção de como o mesmo encara sua realidade, lida com
sua idade, e maneja sua saúde. Assim, é possível descrever as habilidades e limitações do idoso nas suas práticas diárias: atividades de lazer,
ocupacionais e interações sociais. No caso em questão, há uma atenção voltada para todo um processo de estresse que vem sendo desenvolvido
pelo paciente em virtude do desconforto que sente em relação à sua lesão. Decorrente disso, paciente cursa com sono irregular, sentimento de
medo, desmotivação em atividades diárias, e ainda relata dificuldades financeiras. No entanto, declara boas e harmoniosas interações sociais, que
demonstra um acompanhamento familiar cuidadoso.
Observações da aula:
Na 1ª consulta, caso eu tire a pressão do paciente e encontre um resultado alto, não posso já estabelecer o diagnóstico de HAS
• Síndrome do jaleco branco;
Devo tirar a pressão nos 4 membros;
Em casos de HAS descompensada, devemos listar as suspeitas diagnósticas (ex: uso irregular do remédio, dose
insuficiente...);
Exame da pele:
o Coloração (normal, pálida, carotenose, cianose, icterícia);
▪ Na carotenose as palmas das mãos e dos pés não ficam amareladas, já na icterícia ficam!
o Temperatura;
o Espessura (normal, atrófica, espessa);
o Turgor (normal ou diminuído);
o Elasticidade e mobilidade (hiperelástico e hipoelástica);
o Umidade;

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