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Hiago Manoel Araujo Medicina-P2 Caso 11- Tut 9- 2º semestre CASO D. Amélia, Pedrinho e Carmem passaram as férias escolares no interior do estado no município de Wenceslau Guimarães com os tios. Na roça da família há plantação de Cacau e banana que atualmente é a principal fonte de renda deles. Há cães (aparentemente saudáveis), pacas, gambás e outros animais na roça. Cerca de 15 dias depois ao retornar a Salvador, D.Amélia percebeu que Pedrinho estava com uma “ingua” (linfoadenopatia) na região inguinal, e na perna esquerda uma pequena ferida apareceu. Por recomendação dos vizinhos, ela colocou na feridinha cinzas de carvão e urina fresca, além de dar muita gemada para Pedrinho beber (para ficar mais forte). Ao perceber que Pedrinho não teve melhora, além de apresentar vômito e diarreia, ela resolveu levá-lo para o médico. Na residência da família na capital, o sanitário é externo e compartilhado com uma vizinha. Eles não têm água encanada e o esgoto vai direto pra rua. No exame físico o médico observou que a criança estava em bom estado geral e nutricional, dispneico, febril (T 38°), com palidez cutânea e mucosas descoradas +++/IV, anictérico. FC: 112 bpm, FR: 28 ipm, Peso: 15 Kg. Altura: 100 cm. Tórax: boa expansibilidade, som claro pulmonar, FTV normal, ausculta sem alterações. Ictus no 4º EIE, na LMC, visível e palpável; bulhas normofonéticas; sopro sistólico plurifocal grau+++/VI. Abdome: globoso, doloroso à palpação. Extremidades: Perfundidas, sem cianose e com edema em ambos os pés. Dr. Lúcio solicitou uma biopsia da lesão para avaliar a presença de Leishmania braziliensis pela técnica de PCR. Alguns dias depois D. Amélia também observou no seu braço direito a presença de 3 feridinhas. 1. Há relação entre as feridas na pele de Pedro e a linfadenopatia com a presença de animais na roça do tio? Sim, a relação é dada pelo processo inflamatório causado pela doença adquirida com o contato indireto com cães que são reservatórios de infecções por Leishmania spp. As lesões de pele são manifestações clínicas da infecção. É dada por ação intensa da resposta imune que lesa o tecido de maneira descontrolada e causa ulcerações. 2. Qual a fisiopatologia e a sintomatologia da Salmonela? -Manifestações clínicas: -Diarreia aquosa, êmese, cólicas, febre, desequilíbrio hidroeletrolítico -Complicações: Desidratação, septicemia e convulsão febril -Fisiopatologia: -Ingestão de alimento ou água contaminados -Sobrevive à digestão e ácidos gástricos -Colonização e adesão à mucosa intestinal (compete com microbiota residente) -Multiplicação extracelular -Penetração no enterócito e multiplicação intracelular -Ativação de resposta imune inflamatória (GALT) → Enterocolite -Lise de enterócitos, formação intensa de muco (IgA) → Diarreia (infecção localizada) -Liberação de prostaglandinas (vasodilatação, hidrólise de ATP, maior infiltração e perda de água) -Pode haver contenção e cura ou evolução e complicações (ação do GALT) -Diarreia intensa → Desequilíbrio hidroeletrolítico → Desidratação -Invasão dos vasos linfáticos e corrente sanguínea (Infecção sistêmica: Febre entérica e septicemia) – mais comum em S. typhi -Evolução é determinada pela cepa, fatores de virulência, resposta imune, microbiota residente 3. Qual o tratamento e como é realizado o diagnóstico da salmonela? -Diagnóstico: -CULTURA: Uso de diferentes amostras biológicas (depende da infecção: entérica, urinária, dérmica, LCR...) -Coprocultura: cultura de fezes (gastroenterite) – amostra por Swab ou coleta -Hemocultura: infecções sistêmicas -Exame a fresco com Gram -Semeadura em ágar (McConkey ou EMB para Gram-) -Morfologia colonial e Gram -Provas bioquímicas (uso de metabolismo para determinar espécie) -Intoxicação não é identificada em cultura (não há bactérias no intestino) -Exames de pesquisa de antígenos nas fezes -Tratamento: Tratar apenas sintomas em casos gastrointestinais -S. enteridis (infecções gastrointestinais → Antibioticoterapia –) -S. typhi (febre tifoide- mais grave → Antibioticoterapia +) -S. paratyphi A, B e C (moderada morbimortalidade → Antibioticoterapia +) 4. Qual a fisiopatologia e sintomatologia da leishmaniose? VISCERAL: -Inoculação do parasito na pele gera pequeno nódulo- LEISHMANIOMA -Pruriginoso -Infecção dos macrófagos e apresentação antigênica nos linfonodos ativa linfócitos T CD4 (mais Th2) -Gera adenomegalia -Resposta regulatória (menor inflamação e mais disseminação) -Produção intensa de IL-4 → Plasmócitos → Hipergamaglobulinemia (produção alta de IgG) -Parasito consegue se disseminar para outros tecidos (principalmente, locais ricos em macrófagos) -Rim, fígado, baço, pulmões -MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS -Febre intermitente, palidez de mucosas -Hepatoesplenomegalia que gera ascite -Anemia considerável (relacionado há hiperatividade do baço – maior hemocaterese) -Manifestações intestinais -Presença do parasito no sistema imune de mucosas → IgA e +muco → Diarreia -Icterícia, anorexia, desnutrição, tosse, fraqueza, emagrecimento -Imunossupressão (resposta Th2 intensa) -Infecções oportunistas -Principalmente, crianças -Leucopenia, glomerulonefrite, descamação da pele, queda de cabelo e hiperqueratose -Disfunção de algumas células -Comum em cães (queda de pelo e aumento das garras) TEGUMENTAR: -Infecção dérmica com lesão tecidual intensa -Espécies que induzem resposta mais Th1 -Hiperinflamação (IL-12, INF-y, TNF, TCD8) -Formação de úlceras cutâneas e superficiais -Perda tecidual e nervosa (sem sensibilidade) -Necrose por excesso de inflamação -Macrófagos com alta produção de óxido nítrico (não atingem o parasito por conta do LPG) – causa maior dano tecidual -Receptores utilizados para adentrar macrófagos (Toll) induzem produção de TNF-a e exacerbação de resposta Th1 -Lesões mais intensas em diabéticos -Alta taxa glicêmica → Parasito utiliza-se da glicose -Diabéticos tendem a potencializar resposta inflamatória -Distribuída no mundo inteiro (Brasil e Índia em destaque) -Nordeste brasileiro endêmico (Bahia) -Estilo de vida (agricultura de subsistência) -Há indivíduos que possuem resposta imunológica eficaz e controlado → Não desenvolvem a doença, mesmo com infecção -QUADRO CLÍNICO -Leishmaniose cutânea localizada: apenas úlcera (clássica) -Apenas 1% evolui sem manifestações -Maioria geram pelo menos uma ferida -Período de incubação: 15 dias a 2 meses -Úlceras com bordas elevadas e fundo granulomatoso (pouco conteúdo purulento) -Infecções secundárias por bactérias -Leishmanioma é diferente da úlcera (há evolução cutânea) -Repara tecidual fibrótico: cicatrização das úlceras -Leishmaniose mucocutânea (LMC): exacerbada -Mais grave -Desfigurante -Parasito no tecido linfático chega à cavidade nasal (lesão de pele e cartilagens) -Leishmaniose disseminada: Causada apenas pela L. braziliensis -Resposta imunológica Th1 menos intensa com migração de macrófagos por toda a pele e ulceração disseminada -Leishmaniose cutânea difusa: Causada apenas pela L. amazonensis -Níveis de anticorpos mais elevados -Parasito consegue alterar resposta de Th1 para Th2 → Ocorre disseminação do parasito pela pele → Sem formação de úlceras, apenas bolhas distribuídas -Resposta celular varia de acordo com o quadro (mais intensa em quadros mais greves) -Humoral é presente em todas as formas -Lesões iniciam na região de inoculação -Infecção e doença não conferem imunidade -Imunossupressão diminui lesões, mas contribui para disseminação (visceralização) -HIV+ agravado 5. E quais deles são encontrados no quadro clínico do paciente? 6. Quais os tipos de Leishmaniose, seus agentes etiológicos e o ciclo evolutivo? -Ciclo evolutivo: -Inseto fêmea infectado faz repastosanguíneo no homem suscetível e transmite parasito -Invasão da forma PROMASTIGOTA -Saliva com propriedades anticoagulantes e heparina (anestésica) – atrai macrófagos -Recrutamento de macrófagos (células-alvo) para sítio de penetração e fagocitose do parasito → parque de diversões -Invasão celular no macrófago por ligação com receptor de C3b do sistema complemento (fagocitose) e do tipo Toll -Há referência que trazem penetração também por endocitose -No interior do macrófago, a PROMASTIGOTA leva à AMASTIGOTA -Reprodução intracelular obrigatória -Reprodução assexuada por divisão binária simples -Produção de ácido nítrico em macrófagos não destroem parasito -Reprodução intensa até lise do macrófago e liberação de AMASTIGOTAS que irão infectar novos macrófagos -Insetos fazem repasto sanguíneo e se infectam com macrófagos infectados -Macrófagos infectados eclodem no intestino do vetor liberando AMASTIGOTAS que viram PROMASTIGOTAS -PROMASTIGOTAS sofrem reprodução assexuada por divisão binária simples no TGI do inseto -PROMASTIGOTAS são liberadas em novo homem suscetível com novo repasto sanguíneo -O ciclo evolutivo é igual para todas as formas clínicas -Variação apenas da espécie -VISCERAL: Leishmania chagasi -TEGUMENTAR: L. braziliensis e L. amazonensis 7. Anatomia do TGI inferior. 8. Aspectos histológicos do TGI inferior. (Roteiro prática de Histo) 9. Aspectos fisiológicos do TGI inferior.