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RESUMO: TOXOPLASMOSE

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Toxoplasmose - Toxoplasma gondii
1. Importância em saúde pública
A toxoplasmose é uma zoonose de grande impacto na saúde pública em razão de dois
principais aspectos: ela atinge todos os continentes e possui uma variedade de hospedeiros
intermediários. Além disso, a forma infectante se faz presente em muitos ambientes, mas
especialmente em água e alimentos contaminados, o que atesta ainda mais sua relevância ao
sistema público de saúde. No Brasil, por exemplo, boa parte da população ainda sofre com a
falta de saneamento básico, de modo que esse constitui um grupo ainda mais suscetível à
doença. Por fim, nota-se uma evolução rápida e preocupante dessa enfermidade em pacientes
imunossuprimidos (como receptores de órgãos, portadores de HIV e aqueles em tratamento
quimioterápico), o que ressalta a importância do estudo da toxoplasmose.
2. Morfobiologia do parasito (T. gondii)
O parasito pode ser encontrado em: líquidos orgânicos, células (menos hemácias) e tecidos.
Diante disso, sua morfologia varia de acordo com o hábitat, mas são, basicamente três:
bradizoíto, esporozoíto e taquizoíto. Ainda, como pertencente ao filo Apicomplexa, ele
possui como estruturas: anel polar, conóide, grânulos densos, micronemas, roptrias, além do
apicoplasto (4 membranas e biossíntese de aminoácidos e ácidos graxos).
● Taquizoíto: fase aguda. Formato de arco com núcleo mais ou menos central. Alta
motilidade e multiplicação por endodiogenia. Pouco resistentes ao suco gástrico
(morrem).
● Bradizoíto (cistozoíto): fase crônica. Multiplicação lenta por endodiogenia ou
endopoligenia. Cisto confere resistência contra a imunidade do organismo. Presentes
nos tecidos.
● Oocisto: resistência (parede dupla). Esférico. Eliminados imaturos pelos felídeos nas
fezes. Esporulação no meio= dois esporocistos com quatro esporozoítos cada.
3. Hospedeiros e Ciclo Biológico
Hospedeiros definitivos: felídeos;
Hospedeiros intermediários: aves e mamíferos;
I) HI pode ingerir: esporozoítos (água e alimentos contaminados), cistos com bradizoítos
(carne crua) ou taquizoítos (leite);
II) Epitélio intestinal - células - multiplicação - lise (fase proliferativa ou aguda);
III) Então, alguns são destruídos pelo sistema imune ou evoluem para cistos (fase cística ou
crônica - tempo indeterminado - cérebro ou musculatura);
IV) HD pode ingerir: esporozoítos, bradizoítos ou taquizoítos;
V) Epitélio intestinal (delgado) - células - multiplicação por endodiogenia ou merogonia -
meronte ou esquizonte dentra do vacúolo parasitóforo - lise;
VI) Novas células epiteliais: formas sexuais - microgameta (masculino móvel) fecunda
macrogameta e forma zigoto, que forma oocisto;
VII) Oocisto no meio exterior (fezes): esporogonia - 2 esporocistos com 4 esporozoítos.
OBS: Na fase coccidiana ou sexuada, a que ocorre no felídeo, o tempo de liberação de
oocistos nas fezes depende da forma ingerida. Isto é, a ingestão de bradizoítos demanda 3
dias, a de taquizoítos leva 19 dias ou mais e a de oocistos, 20 dias ou mais.
4. Transmissão
Há três principais vias de contaminação do ser humano, sendo o quarto tópico apenas uma
abordagem de possíveis (mas raras) formas de transmissão:
● Ingestão de água ou alimentos contaminados com oocistos;
● Ingestão de carne crua ou mal cozida com cistos (bradizoítos). Obs: o congelamento a
12ºC ou o aquecimento acima de 67ºC é capaz de matá-los;
● Congênita ou transplacentária. Nesse caso, quando a mãe adquire a doença durante os
dois últimos trimestres, há maiores riscos de infecção e a forma infectante seria o
taquizoíto. Além disso, apesar de mais rara, é possível a transmissão por uma mãe na
fase crônica, uma vez que cistos do endométrio podem romper
● Outras: taquizoítos em leite ou saliva contaminados, acidentes ou por transplante de
órgãos.
5. Interação parasito-hospedeiro e Resposta Imunológica
Na abordagem da interação entre o parasito e a célula hospedeira, nota-se que a existência de
muitas organelas no citoplasma facilita esse processo. Isto é, pela parte apical, o parasito
adere à membrana. Em seguida, secreta proteínas que vão propiciando a interiorização celular
e a formação do vacúolo parasitóforo, o qual, oriundo da invaginação da membrana, possui
uma composição citoplasmática interna semelhante à celular. Por fim, o parasito secreta mais
proteínas que tornam esse meio ideal para a multiplicação.
Já no que diz respeito à resposta imunológica, sabe-se da existência de dois mecanismos:
● Imunidade humoral: a produção de IgM inicialmente é curta, mas a de IgG, que se
inicia logo em seguida, dura de 8 a 12 dias após a infecção. Em alguns casos, a
produção de IgA também é observada. Obs: a detecção da doença em fetos e gestantes
envolve uma profunda análise acerca das imunoglobulinas encontradas nos exames.
● Imunidade celular: logo no início da infecção, os taquizoítos estimulam os
macrófagos a ativarem as células T e natural killer. Dentre as T, a CD8+ e a CD4+ são
efetivas e, atuando em conjunto, destroem essa forma do parasito, de modo que só
permanecem os bradizoítos para a fase crônica.
6. Patogenia
Nos seres humanos, a patogenia é dependente de vários fatores, tais como a cepa do parasito
(virulência), a resposta de cada organismo (por exemplo, um indivíduo imunossuprimido é
menos resistente) e o modo de infecção.
Na toxoplasmose congênita ou pré-natal diversos fatores influenciam nas consequências
observadas, mas para que ela ocorra a mãe deve estar na fase aguda da doença ou em uma
“reagudização”. Nesse cenário, os impactos podem incluir abortos, nascimentos prematuros,
Amanda Kuroishi MED25
graves sequelas ou sintomas leves. Mas, de qualquer forma, a realização de exames é
essencial para a adoção de uma postura que vise prevenir, evitar sequelas ou atenuar a
gravidade das consequências inevitáveis.
Por outro lado, a toxoplasmose pós natal, a depender dos fatores envolvidos, pode ser desde
assintomática à grave resultando em morte. Formas possíveis da doença incluem:
● Ganglionar ou febril aguda: forma mais frequente. Comumente crônica e benigna.
Apesar disso, pode acarretar em complicações a outros órgãos;
● Ocular: bastante frequente, ela aparece na fase aguda por taquizoítos ou na crônica
por bradizoítos encistados na retina. Foco coagulativo e necrótico que pode evoluir
para uma cegueira ou curar com cicatrização;
● Cutânea ou Exantemática: dos raros casos, foram de evolução rápida e fatais;
● Cerebroespinhal ou Meningoencefálica: aumentou com a AIDS e pode matar;
● Generalizada: também rara, mas de evolução fatal.
7. Diagnóstico
Assim como outras doenças,o clínico deve ser confirmado pelo laboratorial, já que a fase
aguda pode evoluir para a morte ou cronificar, a qual, por sua vez, pode ser assintomática.
● Demonstração do parasito: pode ser realizada a partir de taquizoítos encontrados em
fluidos que são centrifugados, submetidos ao esfregaço e, depois, à coloração por
Giemsa. Pode-se, ainda, inocular em camundongos ou realizar o PCR. Na fase
crônica, pode haver a biópsia de tecidos para a constatação de cistos;
● Testes sorológicos ou imunológicos: os mais usados atualmente são o RIF (reação de
imunofluorescência indireta)e o ELISA (ou Imunoensaio enzimático), ambos
detectando IgG e IgM. Todavia, recomenda-se a associação entre o resultado deles e o
quadro clínico, já que a interpretação está sujeita a erros.
Obs: em pacientes imunossuprimidos, além de teste sorológico, recomenda-se a utilização da
tomografia computadorizada.
8. Epidemiologia
● Doença presente em quase todos os países, mas com menor prevalência na Ásia e
maior prevalência na América Latina;
● PCR mostra uma virulência variável para camundongos;
● Todos os mamíferos e todas as aves são suscetíveis, porém o índice de infecção é
maior em caprinos;
● Gatos jovens não-imunes eliminam uma quantidade maior de oocistos;
● Animais silvestres também apresentam soropostividade para a toxoplasmose, com
altos índices em felídeos;
● Principais vias de transmissão para o ser humano: ingestão de oocistos em água e
alimentoscontaminados, ingestão de cistos em carnes cruas ou mal cozidas e
transplacentária por taquizoítos.
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9. Profilaxia
A grande maioria das medidas profiláticas envolvem uma ação de individual de consciência,
como não consumir carnes cruas ou mal cozidas, proteger a caixa de areia dos gatos, lavar
bem os alimentos. Além dessas, outras ações mais coletivas incluem o desenvolvimento de
vacinas e a realização do exame para toxoplasmose no pré-natal de todas as gestantes.
Amanda Kuroishi MED25

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