Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
▪ Recobertos por uma membrana protetora chamada pleura e compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. ▪ Os bronquíolos são responsáveis pelo transporte de ar da traqueia para o alvéolos. Já os alvéolos formam o tecido pulmonar e são pequenas bolsas compostas por uma membrana muito fina cercada de vasos sanguíneos. ▪ Sua principal função é oxigenar o sangue e eliminar o dióxido de carbono do corpo. INTRODUÇÃO https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/bronquios/ https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/traqueia/ VENTILAÇÃO NOS ANIMAIS DOMÉSTICOS FUNÇÃO RESPIRATÓRIA 1. Manter o metabolismo tecidual (O2 por CO2) 2. Termorregulação 3. Metabolismo 4. Proteção: ▪ Poeira ▪ Gases Tóxicos ▪ Agentes infecciosos 5. Pressão abdominal: Micção, defecação e parto. PROCESSOS ENVOLVIDOS NA TROCA GASOSA VENTILAÇÃO VE: Ventilação minuto VC: Volume corrente F: frequência VE = VC x f VIAS AÉREAS DE CONDUÇÃO: ESPAÇO MORTO ANATÔMICO ✓ Não acontece troca gasosa. ✓ Os capilares aquecem o ar. ✓ A água da mucosa umidifica o ar. ALVÉOLOS VENTILAÇÃO ESPAÇO MORTO: TERMORREGULAÇÃO Em animais em repouso ocorre o aumento da ventilação do espaço alveolar e diminuição da ventilação do espaço morto anatômico. ↑ VC ↓ f = aumento de calor ↓VC ↑ f = perda de calor OS MÚSCULOS DA RESPIRAÇÃO Músculos que atuam na inspiração: • Diafragma • Intercostais externos • Abdutores Músculos que atuam na expiração: • Abdominais • Intercostais Internos OS MÚSCULOS DA RESPIRAÇÃO ▪ Capacidade residual funcional (CRF). ▪ Pressão da cavidade pleural (Ppl) diminui durante a inspiração. ▪ Pressão alveolar (Palv) diminui durante a inspiração. ▪ Complacência pulmonar (C): Medida das propriedades elásticas dos pulmões. ▪ Resistência das vias aéreas (RV) : Mede o atrito da complacência. ▪ Magnitude da mudança da pressão pleural (ΔPpl). ΔPpl = (VC/C ) + RV RESPIRAÇÃO X CORRIDA FATORES MECÂNICOS DA RESPIRAÇÃO FORÇAS DE RETRAÇÃO ELÁSTICA DO PULMÃO (FREP) As forças de retração elástica do pulmão (FREP) têm como resultante uma força que tende a diminuir o volume (contração), promove a expiração. A ELASTICIDADE PULMONAR ▪ O colapso dos pulmões que ocorre quando o tórax é aberto e durante a expiração é resultado da elasticidade inerente dos pulmões. ▪ A capacidade elástica de todo o sistema se dá pelas fibras de elastina. FORÇAS DE TENSÃO SUPERFICIAL E SURFACTANTE PULMONAR ▪ As forças de tensão superficial que contribuem para o recuo elástico do pulmão se originam da interface ar-líquido dentro dos espaços aéreos terminais. ▪ A tensão superficial é controlada pela produção do “surfactante” pelos pneumócitos tipo II. Tal substância reduz a tensão superficial através de sua ação “detergente” sobre a molécula de água, levando indiretamente a menor tendência ao colabamento. FORÇAS ELÁSTICAS DO ARCABOUÇO DA CAIXA TORÁCICA (FECT) Forças elásticas do arcabouço da caixa torácica (FECT) agem no sentido de aumentar o volume de tal caixa (sentido contrário que FREP), promovendo inspiração. PULMÃO ESTÁ MECANICAMENTE CONECTADO À CAIXA TORÁCICA PELO LÍQUIDO PLEURAL Os pulmões são recobertos pela pleura visceral, e o tórax é revestido pela pleura parietal. Estas duas superfícies pleurais são mantidas proximamente apostas por meio de uma fina camada de fluido pleural. O AR SOFRE RESISTÊNCIA PARA CHEGAR AOS PULMÕES? O FLUXO DE AR SOFRE OPOSIÇÃO DO ATRITO DAS VIAS AÉREAS Durante a respiração, o ar flui através de tubos das vias aéreas superiores (p. ex., narinas, faringe e laringe) e da árvore traqueobrônquica, a qual oferece resistência friccional ao movimento de ar. A CONTRAÇÃO DA MUSCULATURA LISA AFETA OS DIÂMETROS DA TRAQUEIA, BRÔNQUIOS E BRONQUÍOLOS ▪ A musculatura lisa regula ativamente o diâmetro das vias aéreas em resposta a estímulos neurais e de outros tipos. ▪ O sistema nervoso parassimpático inerva a musculatura lisa das vias aéreas por meio do nervo vago, com os gânglios parassimpáticos localizados nas paredes das vias aéreas A DISTRIBUIÇÃO DE AR ▪ Uma troca gasosa ótima requer que ar e sangue cheguem juntos ao alvéolo, isto é, a correspondência de ventilação e fluxo sanguíneo. ▪ A distribuição é sempre desigual em certo grau. CASO CLÍNICO: FIBROSE PULMONAR EM CÃO ▪ HISTÓRICO: Setter inglês com 3 anos de idade apresenta angustia respiratória, relutância no exercício, não se alimenta por “perda de ar”. ▪ EXAME FÍSICO: Magro, respira pela boca, frequência respiratória elevada, porém pouco ar obtido devido depressão dos espaços intercostais. Sem esforço abdominal nem dificuldade na expiração. Mucosas azuladas, nenhum som pulmonar auscutável e outros sistemas normais. Radiografia apresenta opacificação das regiões pulmonares onde estariam preenchidas por ar, brônquios normais, elevada pressão pleural durante a respiração, resistência normal das via aéreas, complacência pulmonar diminuída e volume corrente diminuído. ▪DISCUSSÃO: A alteração na Ppl confirma o esforço pra respirar, podendo indicar (1) metabolismo elevado (2) obstrução das vias aéreas (3) diminuição da complacência pulmonar. Esse terceiro é confirmado devido à opacificação pulmonar. A retração dos espaços intercostais indica uma resistência a expansão. O cão apresenta doença difusa na área de troca dos pulmões, que ao reduzir a complacência, aumenta o esforço respiratório. A cor azulada indica dessaturação de hemoglobina devido ao comprometimento da troca de oxigênio. ▪A biópsia revela fibrose difusa ao redor dos alvéolos, sendo o prognostico ruim. FLUXO SANGUÍNEO PULMONAR NOS ANIMAIS DOMÉSTICOS CIRCULAÇÃO PULMONAR CIRCULAÇÃO SISTÊMICA CIRCULAÇÃO PULMONAR VASOS SANGUÍNEOS PULMONARES ▪ Os vasos alveolares são capilares de paredes finas que perfundem o septo alveolar. São quase que diretamente expostos às mudanças de pressão ocorridas nos alvéolos durante a respiração. ▪ Os vasos extra-alveolares incluem as artérias pulmonares e as veias, que ocorrem juntamente com brônquios em um tecido conjuntivo solto chamado feixe broncovascular. Este feixe é circundado por uma membrana limitante à qual o septo alveolar está aderido. VASOS SANGUÍNEOS PULMONARES ARTÉRIAS PULMONARES ▪ Regulação do fluxo sanguíneo. ▪ Artérias pulmonares principais: acompanham os brônquios, são elásticas. ▪ Artérias pulmonares pequenas: adjacentes aos bronquíolos e ductos alveolares, são musculares. Conduzem aos capilares pulmonares, os quais formam uma extensa rede ramificada de vasos dentro do septo alveolar, quase cobrindo a superfície. ▪ A quantidade de músculo liso na parede das artérias pulmonares menores determina a reatividade da vasculatura á hipóxia alveolar e outros estímulos neurais e humorais. VEIAS PULMONARES ▪ Parede fina. ▪ Conduzem o sangue dos capilares para o átrio esquerdo. ▪ Constituem um reservatório de sangue para o VE, importante no caso de mudanças repentinas no debito cardíaco. PRESSÕES VASCULARES PULMONARES ▪ Embora a circulação pulmonar receba o débito total do ventrículo direito, as pressões arteriais pulmonares são muito menores que as pressões sistêmicas. ▪ A pressão de oclusão pulmonar é apenas ligeiramente maior do que a pressão atrial esquerda. ▪ A pequena diferença de pressão entre a artéria pulmonar media e o átrio esquerdo indica que a circulação pulmonar oferece baixa resistência vascular ao fluxo sanguíneo. ▪ A resistência vascular pulmonar (RVP) é calculada da seguinte maneira, onde Ppa é a pressão arterial pulmonar média; Pla a pressão atrial esquerda; e Q, o débito cardíaco. ▪ RVP diminui ainda mais quando há um aumento no fluxo sanguíneo pulmonar e na pressão vascular pulmonar. RVP = (Ppa – Pla) / Q ▪ Gradiente vertical de perfusão. ▪ Fluxo de sangue por unidade de volume pulmonar aumentadoda parte de cima para a parte de baixo do pulmão. ▪ Quadrupedes: pressão de perfusão pulmonar média em repouso é suficiente para perfundir toda a altura do pulmão (pouca ação da gravidade). ▪ O fluxo sanguíneo é distribuído preferencialmente para a região dorsocaudal do pulmão nos quadrúpedes eretos. DISTRIBUIÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO PULMONAR Figura 37.4 Alteração na resistência vascular em consequência de aumento do volume pulmonar. Os detalhes dos diagramas representam os vasos alveolares (C) e extra-alveolares (E). PRESSÃO VASCULAR TRANSMURAL ▪ O diâmetro dos vasos sanguíneos é uma função da diferença de pressão entre o interior e o exterior do vaso, que é denominada pressão transmural. ▪ A pressão dentro dos vasos aumenta quando o volume de sangue interno aumenta, como ocorre durante o exercício. Isto leva a um aumento na pressão transmural, que faz os vasos dilatarem. ▪ A pressão transmural também pode aumentar se a pressão ao redor dos vasos diminuir. Isto ocorre em grandes artérias e veias pulmonares conforme o pulmão infla. CONTRAÇÃO DAS ARTÉRIAS PULMONARES MUSCULARES ▪ As artérias pulmonares recebem tanto as inervações simpáticas quanto parassimpáticas, mas a densidade de inervação autonômica varia entre as espécies. Embora a circulação pulmonar tenha tanto receptores alfa quanto beta- adrenérgicos, o efeito final da ativação simpática é a vasoconstrição. ▪ A acetilcolina liberada dos nervos parassimpáticos que ativam os receptores muscarínicos pode causar vasodilatação através da liberação de óxido nítrico (ON) pelo endotélio e vasoconstrição por efeitos diretos sobre a musculatura lisa. De forma geral, o efeito da ativação parassimpática é a vasodilatação. HIPÓXIA ALVEOLAR ▪ Nos alvéolos pouco ventilados, o ar tem uma baixa pressão parcial de oxigênio e, para o animal, há pouco benefício em manter o envio de sangue para estes alvéolos. Para corrigir este problema, a hipóxia alveolar resulta em vasoconstrição das artérias pulmonares. ▪ Essa vasoconstrição hipóxica reduz o fluxo sanguíneo nos alvéolos pouco ventilados e redistribui o fluxo sanguíneo pulmonar ao longo das regiões pulmonares mais bem ventiladas. Apesar de a resposta vasoconstritora à hipóxia estar presente em todas as espécies, a magnitude desta resposta varia enormemente. Figura 37.6 Relação entre a quantidade de músculo na túnica média das pequenas artérias pulmonares e a alteração da pressão arterial pulmonar quando animais são expostos a um ambiente hipóxico. Os animais com camadas musculares mais espessas, como os bovinos e os suínos, apresentam maior resposta vascular à hipoxia do que os animais com quantidade bem menor de músculo nas pequenas artérias pulmonares, como o cão e ovinos. O equino apresenta uma resposta baixa/intermediária. ACOMODAÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO ▪ Para acomodar o aumento no fluxo sanguíneo, os vasos sanguíneos pulmonares se dilatam; ou seja, a RVP diminui. Esta dilatação é, em parte, passiva, como resultado do aumento na pressão intravascular, que advém do fluxo sanguíneo aumentado. ▪ A liberação de ON pelo endotélio, induzida pelo fluxo, causa o relaxamento do músculo liso e a dilatação do vaso. ▪ Na maioria das espécies, a pressão arterial pulmonar durante o exercício árduo é de cerca de 35 mmHg, mas no cavalo ela aumenta para mais de 90 mmHg. O aumento é atribuível, em grande parte, a uma pressão atrial esquerda muito elevada (50 mmHg ou mais), que é provavelmente necessária para o rápido enchimento ventricular esquerdo quando a taxa do coração exceder os 200 batimentos/min. ▪ Quando a pressão do átrio esquerdo é elevada, as pressões arteriais e capilares pulmonares devem, necessariamente, ser ainda maiores, a fim de manter o fluxo através do pulmão. Estas altas pressões intravasculares associadas ao exercício causam o extravasamento de eritrócitos dos capilares pulmonares quando os cavalos exercitam-se de maneira árdua, fenômeno conhecido como hemorragia pulmonar induzida pelo exercício. ACOMODAÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO CIRCULAÇÃO BRÔNQUICA CIRCULAÇÃO BRÔNQUICA ▪ A circulação brônquica fornece nutrientes aos tecidos da árvore traqueobrônquica e aquece e umidifica o ar inspirado, mas não participa nas trocas gasosas. ▪ Além do fluxo de sangue venoso liberado pela artéria pulmonar nos alvéolos para oxigenação, os pulmões também recebem um suprimento de nutrientes por meio das artérias bronquiais. ▪ Existe uma comunicação livre entre os capilares dos sistemas pulmonar e bronquial. ▪ Apesar de a circulação brônquica fornecer fluxo sanguíneo nutriente para muitas estruturas pulmonares, o pulmão não morre se a circulação brônquica for obstruída. As inúmeras anastomoses entre os vasos brônquicos e pulmonares fornecem fluxo sanguíneo pulmonar para os vasos brônquicos. Da mesma forma, quando partes da circulação pulmonar são obstruídas, a circulação brônquica prolifera e mantém o fluxo sanguíneo para as partes afetadas do pulmão. A circulação brônquica também prolifera quando as vias aéreas estão inflamadas. CASO CLÍNICO: GARANHÃO COM EPISTAXE BILATERAL PÓS-CORRIDA ▪ HISTÓRICO: Um garanhão Thoroughbred, com 2 anos de idade esteve em treinamento na pista. Ele tem tido um bom desempenho no início das corridas, mas tem se cansado muito no final. Na última vez em que o cavalo correu, o treinador notou sangue saindo de suas narinas ao final da corrida. O cavalo não teve nenhum outro problema até agora. CASO CLÍNICO: GARANHÃO COM EPISTAXE BILATERAL PÓS-CORRIDA ▪ EXAME CLÍNICO: Os parâmetros do exame físico estão normais. No reexame respiratório para detectar alterações sutis nos pulmões, não foram observadas alterações. O exame endoscópico realizado em repouso é normal, exceto por uma quantidade mínima de sangue escuro presente na traqueia distal. No exame endoscópico realizado enquanto o cavalo está se exercitando em uma esteira é visualizado sangue no hilo da traqueia. A citologia da amostra revela predominantemente eritrócitos com uma pequena percentagem de neutrófilos. Cultura para bactéria é negativa. CASO CLÍNICO: GARANHÃO COM EPISTAXE BILATERAL PÓS-CORRIDA ▪ COMENTÁRIO: Este cavalo tem, provavelmente, hemorragia pulmonar induzida pelo exercício (EIPH). Embora 65% ou mais dos cavalos de corrida tenham vazamento de sangue em suas passagens de ar durante exercício intenso, o sangramento das narinas ocorre em menos do que 0,5%. As altas pressões capilares pulmonares criam uma grande diferença de pressão entre os alvéolos e o leito capilar pulmonar, levando a uma ruptura das junções compactas epiteliais e endoteliais, o que resulta em sangramento nos alvéolos e vias aéreas. Recentemente, o estreitamento das pequenas veias pulmonares devido ao engrossamento da parede também foi identificado em cavalos com EIPH. Por obstruir o fluxo venoso, isso contribui ainda mais para a alta pressão capilar. CASO CLÍNICO: GARANHÃO COM EPISTAXE BILATERAL PÓS-CORRIDA ▪ TRATAMENTO: O repouso não é uma forma de cura porque a EIPH é uma consequência da fisiologia normal do exercício. A furosemida (um diurético) diminui a gravidade do sangramento. Ao aumentar a micção, a furosemida diminui o volume do sangue, o que diminui a pressão capilar pulmonar. TROCA GASOSA NOS ANIMAIS DOMÉSTICOS TROCA GASOSA ▪ A composição de uma mistura gasosa pode ser descrita por fracionamento ou pressão parcial ▪ Entender a troca gasosa requer a compreensão da composição dos gases e das forças que levam ao seu movimento nos pulmões, no sangue e nos tecidos. ▪ Não é apenas a fração de oxigênio que é importante para a troca gasosa, temos que levar em conta a pressão parcial desse gás (também chamada de tensão) e é essa tensão que é importante na troca gasosa ▪ Para determinar a pressão parcial do oxigênio temos a seguinte fórmula: Po2= PA X Fo2 ▪ A concentração de oxigênio e de outros gases é reduzida pela presença demoléculas de água sob a forma de vapor, portanto o cálculo de pressão parcial muda sob presença da água: ▪ Já no caso do gás alveolar, a composição é determinada pela ventilação alveolar e pela troca de oxigênio e dióxido de carbono: ▪ A tensão média de oxigênio nos alvéolos do pulmão pode ser calculada a partir da equação do gás alveolar: Po2 = (PA - Ph2o) x Fio2 PAco2 = K x Vco2 / Va PAo2 = [( PA - Ph20) x Fio2] - PAco2 / R A hipoventilação alveolar, uma diminuição na ventilação alveolar em relação à produção de dióxido de carbono, eleva a PAco2 e diminui a PAo2. ▪ O oposto da hipoventilação alveolar, a hiperventilação alveolar, causa uma diminuição da PAco2, uma vez que a ventilação é aumentada em relação à produção de dióxido de carbono. ▪ A hiperventilação ocorre quando a necessidade de ventilação é aumentada por estímulos como a hipóxia, acidose ou aumento na temperatura corpórea. ▪ Uma forma modificada da equação do gás alveolar pode ser usada para determinar a PAo2 com finalidades clínicas. PAo2= [ ( PA – Ph2o) x Fio2 ] – Paco2/ R TROCA GASOSA ▪ A troca de oxigênio e dióxido de carbono entre o alvéolo e o sangue capilar pulmonar ocorre por difusão. ▪ A difusão é o movimento passivo de gases por um gradiente (pressão parcial) de concentração. ▪ Podemos representar utilizando a fórmula: *D é determinado por vários fatores. Vo2 = D x A x (PAo2 – Pcapo2) / X TROCA GASOSA ▪ Nos pulmões, a barreira que separa ar e sangue (x) tem menos de 1 μm de espessura. ▪ Embora fina, esta barreira possui uma camada de líquido e surfactante revestindo a superfície alveolar; uma camada epitelial, geralmente formada por células epiteliais tipo I; membrana basal; interstício de espessura variável e uma camada de endotélio. ▪ Além de movimentar os gases por esta barreira hematoaérea, a difusão também os movimenta em direção ao plasma, permitindo o acesso de oxigênio aos eritrócitos e à hemoglobina. ▪ Durante o exercício intenso, os músculos extraem grande quantidade de oxigênio do sangue; assim, o sangue venoso misto que retorna ao pulmão contém pouco oxigênio. ▪ Além disso, no exercício, o débito cardíaco é alto e a velocidade do fluxo de sangue através dos capilares é rápida. Assim, mais oxigênio deve ser transferido em um tempo menor do que o requerido em um animal em repouso. ▪ Nestas condições extremas, pode não ocorrer o equilíbrio de difusão, e a tensão de oxigênio do sangue que deixa os pulmões e entra nas artérias sistêmicas (Pao2) pode diminuir durante o exercício intenso. ▪ Como resultado das diferenças de pressão parcial entre os tecidos e os capilares, o oxigênio se difunde nos tecidos e o dióxido de carbono se difunde no sangue até que as pressões parciais teciduais e sanguíneas se igualem. Os tecidos com alta demanda de oxigênio possuem mais capilares por grama de tecido. ▪ Durante exercício, o fluxo sanguíneo muscular aumenta em parte como resultado do recrutamento de capilares que não são perfundidos no animal em repouso. TROCA GASOSA ▪ O aumento na utilização de oxigênio e na produção de dióxido de carbono pelo músculo durante o exercício diminui a Po2 e aumenta a Pco2 do músculo, o que aumenta o gradiente de pressão dirigida para a difusão. ▪ Nos alvéolos, a troca gasosa é conseguida pela grande proximidade entre o ar e o sangue. Idealmente, cada um dos milhões de alvéolos deve receber ar e sangue em quantidades ótimas para a troca gasosa; ou seja, a ventilação e a perfusão devem ser pareadas (na realidade, isto nunca ocorre). TROCA GASOSA ▪ O volume de ventilação alveolar em relação ao fluxo de sangue capilar pulmonar, a relação Va/Q determina a adequação da troca gasosa pulmonar. Representação diagramática de três alvéolos e seus capilares exibindo o efeito de diferentes relações de ventilação/perfusão nas tensões de oxigênio e dióxido de carbono (Po2e Pco2, respectivamente). ▪ Qualquer alvéolo com baixa relação é relativamente perfundido em excesso e subventilado. ▪ A Po2 do sangue que deixa essas unidades de baixa é substancialmente diminuída, mas a Pco2 é apenas discretamente elevada. ▪ Unidades com baixa ocorrem frequentemente nas doenças pulmonares porque a ventilação é reduzida pela obstrução aérea ou pela inflexibilidade do pulmão causada por processos inflamatórios. ▪ Os alvéolos localizados à direita da unidade normal, apresentam uma alta relação; a ventilação é alta quando comparada com o fluxo sanguíneo. ▪ Em um cão normal, a maior parte do fluxo de sangue e da ventilação é receptada por unidades de troca gasosa com relação próximo a 1. Unidades com relações VA/Q muito altas ou muito baixas não recebem fluxo de sangue ou ventilação. ▪ Em um cão com pneumonia, uma porção considerável do fluxo sanguíneo é receptada por unidades com baixas relações VA/Q ,ou seja, unidades hipoventiladas. ▪ A quantidade de sangue passando através dos desvios da direita para a esquerda também é aumentada pela pneumonia. ▪ A composição do sangue arterial sistêmico é determinada pela composição do sangue capilar que é drenado de cada alvéolo. ▪ A doença pulmonar acentua a disparidade. Esta disparidade tem maior efeito na troca de oxigênio, hipoxemia ocorre. ▪ O dióxido de carbono é bastante solúvel e, uma vez que sua curva de dissociação é quase linear, o alvéolo hiperventilado pode compensar os hipoventilados. Por esta razão, a hipercarbia, também chamada hipercapnia (Paco2 aumentada), raramente ocorre no pulmão doente. ▪ Diferença de tensão alveoloarterial de oxigênio (DTAao2) varia entre 5 e 10 mmHg em pulmões sadios. TROCA GASOSA ▪ Os desvios (shunts) vasculares da direita para a esquerda permitem que o sangue atravesse o pulmão ventilado. ▪ Em desvios vasculares (shunts) da direita para a esquerda, o sangue do ventrículo direito passa diretamente para o pulmão ventilado e retorna para átrio esquerdo. ▪ Estes desvios possuem uma relação VA/Q igual a zero e formam-se quando os alvéolos entram em colapso (atelectasia), são hipoventilados em decorrência de uma obstrução aérea completa ou são preenchidos por exsudatos, como ocorre na pneumonia aguda. ▪ Os desvios da direita para a esquerda também podem ser resultado de defeitos cardíacos congênitos complexos,como a tetralogia de Fallot. ▪ Parte de cada movimento respiratório ventila o espaço morto e não participa da troca gasosa. ▪ A ventilação do espaço morto consiste em gás que não participa das trocas gasosas. Isto inclui tanto o espaço morto anatômico quanto o espaço morto alveolar. Este último é constituído por alvéolos que recebem ventilação, mas não fluxo sanguíneo. ▪ O espaço alveolar morto pode se formar quando a pressão arterial pulmonar é baixa ou em patologias que obstruam vasos. TROCA GASOSA ▪ As tensões arteriais de oxigênio (Pao2) e de dióxido de carbono (Paco2) são medidas para avaliar a troca gasosa. ▪ As tensões gasosas do sangue arterial são o resultado final de processos individuais envolvidos na troca gasosa e, portanto, são afetadas pela composição do ar inspirado, pela ventilação alveolar, pela difusão alveolocapilar e pela paridade e ventilação/perfusão. ▪ As alterações na Pao2 induzidas pela altitude devem sempre ser consideradas quando as tensões gasosas no sangue são avaliadas. ▪ A difusão anormal e a disparidade na relação prejudicam a transferência do oxigênio do alvéolo para o sangue arterial, aumentando a DTAao2 e reduzindo a Pao2. A Paco2 raramente aumenta por ter alta solubilidade. ▪ Em animais com pulmões sadios, a administração de oxigênio(aumentando a Fio2) aumenta a Pao2. Se o despareamento VA/Q se agravar, esta administração apenas aumentará modestamente a Pao2, em especial na presença de desvios da direita para a esquerda. • HISTÓRICO: Você examina um bulldog com 5 anos de idade. Normalmente, o cão adora passeios curtos e lentos. Nos últimos 6 meses,a respiração do animal ficou cada vez mais ruidosa. Quando acordado, o cão apresenta, a cada inspiração, um ruído seco; quando dorme, ronca alto e acorda frequentemente, levantando-se e virando-se antes de se deitar novamente. Em uma ocasião, o dono tentou levá-lo para correr, mas o cão desmaiou, fazendo um ruído alto na garganta enquanto tentava respirar. CASO CLÍNICO: HIPOVENTILAÇÃO EM UM CÃO DA RAÇA BULLDOG EXAME CLÍNICO: O cão apresenta bom estado geral; mas, andando pela sala, você percebe os ruídos que ele emite enquanto respira. Você também observa que as membranas mucosas dos lábios apresentam um tom azulado. O cão está em estação enquanto você anda pela sala; mas, quando você está conversando com o dono, ele se deita e aparentemente começa a dormir. Com isso, os ruídos respiratórios ficam ainda mais altos. No exame físico, não são observadas anormalidades no coração ou no trato digestório mas há várias alterações no trato respiratório. As narinas externas do animal são extremamente pequenas e é difícil introduzir um espéculo para examinar a cavidade nasal. Quando a boca do cão é aberta, uma quantidade excessiva de tecido mole é observada na faringe e é impossível movê- la para o lado para examinar a laringe. A auscultação pulmonar não é de grande ajuda, pois todos os sons gerados pelo tecido solto, que vibra nas vias aéreas superiores, são transmitidos para o pulmão. As radiografias, porém, não revelam alterações pulmonares e a traqueia é bem estreita. Uma amostra de sangue arterial é obtida para medição de tensão de oxigênio e dióxido de carbono. A Pao2 é de 50 mmHg (normal, 95-100), e a Paco2 é de 75 mmHg (normal, 40). CONCLUSÃO REFERÊNCIAS ▪ REECE,William. Fisiologia dos animais domésticos. ▪ KLEIN, Bradley. Tratado de fisiologia veterinária.
Compartilhar