Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Hiago Manoel Araujo Medicina-P2 Streptococcus sp. • TAXONOMIA -Família: Streptococcaceae -Gênero: Streptococcus -Várias espécies de interesse médico: Streptococcus pyogenes (piodermite, faringite, FR, GNPE) Streptococcus pneumoniae (Pneumonia, meningite, otite) Streptococcus agalactiae (transitória da vagina – raramente, causa doenças – pode infectar bebê em partos normais e causa meningite neonatal) Streptococcus do Grupo Viridans (microbiota oral – doenças periodontais por biofilme – bacteremia e endocardite pós extração dentária) -Forma de cocos agrupados em cadeias (fila) ou em dois (diplococos) -Plano único de divisão sempre geram outros em fila -Gram + -Realizam hemólise na placa de ágar-sangue (cultivo) -Alfa hemólise: Hemólise parcial -Beta hemólise: Hemólise total -Gama hemólise: Não hemolíticos -Classificação de Lancefield de acordo com presença de carboidratos C na superfície da bactéria -Grupo A até F -S. pyogenes: Grupo A • Streptococcus pyogenes -Estreptococos beta-hemolítico do Grupo A -Faz parte da microbiota natural transitória -Pele ou trato respiratório superior -Homem como reservatório e causador de reinfecções -Principal causa de faringite bacteriana, piodermites -Produção de toxinas causadora de síndromes -Associado a doenças medidas por ação imune -Causam doenças estreptocócicas supurativas (produção de pus ligadas a presença da bactéria) -Impetigo -Faringite ou faringoamígdalite -Erisipela -Fasciite necrosante -Sepse e bacteremia -Causam doenças não supurativas (doenças imunomediadas por combate à bactéria – pós- estreptocócicas – possui fatores genéticos) -Febre Reumática -Glomerulonefrite -Causam síndromes tóxicas pela produção de toxinas -Febre escarlatina (toxinas eritrogênicas/pirogênicas) -Língua em framboesa -Comum em criança -Febres altíssimas -Produzida por cepas bacteriófagos codificantes -Síndrome do Choque Tóxico Estreptocócico (mesmo mecanismo do Estafilococo) -FATORES DE VIRULÊNCIA -Proteína M → Mimetismo Molecular → Variabilidade imunológica -Associado à FR e GNPE -Auxilia na adesão (juntamente à proteína F) -Permite degradação de proteínas do sistema complemento (hipocomplementemia) -Antifagocítica -Cápsula polissacarídica → Aumenta a adesão e antifagocítica -Fímbrias (estruturas proteicas) → Afinidade com tecido epitelial e mucosas → Favorece adesão -Ácido lipoteicóico → Auxílio na adesão -Proteína TIPO M → Degradação de Imunoglobulina (Anticorpo) -Enzima C5a peptidase → Degradação de proteínas do sistema complemento -Produção de toxinas (Exotoxinas pirogênicas estreptocócicas ou eritrogênicas) -Associada à febre escarlatina -Produção de enzimas que lisa hemácias e leucócitos -Estreptolisina O: induz a produção de anticorpos específicos (imunogênica) -Exame ASLO ou ASO (detecção de Ac em infecções recente – fase aguda) -Não ativada em piodermites (comum em faringites) -Estreptolisina S: não é imunogênica -Oxigênio estável -Responsável pela hemólise no ágar -Estreptoquinase: lise de coágulos de fibrina -Anti-DNAase liberado no soro -Mais associado a piodermites -Desoxirribonuclease: degradação de DNA e RNA (disseminação bacteriana) -Hialuronidase: degrada ácido hialurônico (invasão de tecidos) -Mais fatores de virulência → Maior resistência e patogênese -IMPETIGO -Infecção bacteriana superficial da pele -Altamente contagiosa -Impetigo Bolhoso (Staphylococcus aureus) -Impetigo comum (Streptococcus pyogenes) -Face (principalmente), MMII e tronco -Não bolhoso -Formação de crosta amarelada no processo de cicatrização -Lesões vesícula-pustulosas -Agentes etiológicos que fazem parte da microbiota natural transitória da pele e trato respiratório superior -Cepa, sistema imune do paciente, presença de microbiota natural e outros fatores influenciam aparecimento de doença ou não -Mais comum em crianças (transmissão em creches) -Caso atinja camadas mais profundas da pele, ectima -Transmissão com toque direto nas lesões -Pode evoluir para outras doenças -FEBRE REUMÁTICA -Principal causa de doenças cardíacas e transplantes em crianças -Evolução da infecção estreptocócica tratável -Doença não supurativa ou pós-estreptocócica -Cepa estreptocócica reumática/reumatogênica (diferentes fatores de virulência por cepas e sorotipos) -Decorre de resposta imune tardia à infecção estreptocócica em populações geneticamente predisposta -Autoimune -Cepas associadas a piodermites não se ligam diretamente à FR -Ligada à faringoamigdalite -Não há conhecimento da fisiopatologia completa (apenas hipóteses) -Ação da PROTEÍNA M -Associada à adesão, antifagocítica e altamente antigênica -Variação de epítopos (locais que geram resposta imunológica específica) → Gera variação de sorotipos (Sorotipos Reumatogênicos) -Epítopos semelhantes a tecidos próprios do corpo (miosina e tropomiosina, proteínas valvares) → Mimetismo Molecular -Resposta imune começa atacar tecido normal por semelhança com epítopo patogênico (ação de anticorpos) → Resposta Imune cruzada -Coreia: complicação que atinge SNC -Complicações articulares, cardíacas -GLOMERULONEFRITE PÓS-ESTREPTOCÓCICA (GNPE) -Também conhecida por glomerulonefrite difusa aguda -Síndrome nefrítica aguda – inflamação -Evolução clínica de infecção estreptocócica prévia (impetigo ou faringite) -Considerada infecção não supurativa ou pós- estreptocócica -Manifestação abrupta com tríade clássica: edema, hipertensão e hematúria -Ligada à cepa que causou impetigo ou faringite estreptocócica (doença supurativa) -Estreptococos nefrítico com proteína M nefritogênica -Gerada por reação imune inapropriada contra a infecção no impetigo -Gera lesão de tecidos próprios (reação celular e humoral) -Ação da proteína M (parede celular da bactéria) → Mimetismo Molecular no Tecido Glomerular -Deposição do complexo Ag-Ac no glomérulo (imunocomplexos) → Danos por ativação de resposta imunológica -Proteínas anafilática do sistema complemento (vasoativas → Induzem inflamação) -Desequilíbrio hidroeletrolítico por comprometimento renal -Diminuição da taxa de filtração glomerular (retenção de sódio e água) -Oligúria → Retenção hídrica → Edemas -Presença de HEMATÚRIA (Sangue na urina) -Sinal macroscópico por déficit na filtração (passagem de sangue), pode ser micro também -COLÚRIA (urina em coca-cola) -Evolução clínica da GNPS: -Faringite: 1-2 semanas -Piodermite: 3-6 semanas -DIAGNÓSTICO -Faringite: Cultura de orofaringe (método de detecção direta) -Bactéria detectada na placa da ágar-sangue -Gram (pouco valor) -Detecção de antígeno (teste rápido) – amostra em swab (reação Ag-Ac) – qualitativo -Detecção de anticorpos -ASLO (Anti-Estreptolisina O): Não presente em piodermites – sugere infecção recente -Anti-DNAase -Anti-hialuronidase -Pesquisa da redução de proteínas C3 do sistema complemento -Pesquisa de PCR (proteína C reativa): produzida no fígado e liberada no sangue em processos pró- inflamatórios -Comum em várias inflamações -TRATAMENTO -Vacinas em desenvolvimento (ainda não existem) -12 modelos em desenvolvimento -Baseadas na ação da proteína M -Penicilina G (benzetacil), amoxicilina, eritromicina, cefalosporina -Não retém tantos fatores de resistência
Compartilhar