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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA FISIOLOGIA VETERINÁRIA VITÓRIA CATARINA RODRIGUES LIMA RELATÓRIO AULA PRÁTICA: CASTRAÇÃO SOBRE A HIPÓFISE E GLÂNDULAS ACESSÓRIAS DE RATOS São Luís – MA 2021 1. INTRODUÇÃO O crescimento normal, a diferenciação e a manutenção da integridade funcional (secretora) e estrutural da próstata e dos demais órgãos acessórios do sistema reprodutor masculino são dependentes de níveis constantes de andrógenos circulantes produzidos pelos testículos e pelas adrenais (PRICE, 1963; ORTIZ, 1976; CUNHA et al., 1987; DOUNJACOUR; CUNHA, 1988; AUMULLER; SEITZ, 1990; COOKE et al., 1991; PRICE; ROSAI, 1996; HAYWARD et al., 1997; THOMSON et al., 1997). Desses andrógenos, 95% correspondem à testosterona sintetizada pelas células de Leydig dos testículos sob estimulação do hormônio luteinizante (LH) da hipófise, que por sua vez, é regulado pelo hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) do hipotálamo. Os outros 5% de andrógenos são sintetizados nas adrenais como resposta a ação do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) da hipófise e liberados principalmente na forma de androestenediona, que é perifericamente convertida nos tecidos prostáticos em testosterona (TAPLIN; HO, 2001). A remoção ou a redução de andrógenos de origem gonadal pode ser obtida por castração cirúrgica, administração de estrógeno ou inibição da síntese e liberação de LH (Hormônio Luteinizante) e FSH (Hormônio Folículo-Estimulante) por bloqueio na liberação de gonadotrofina. Na castração cirúrgica ocorre uma queda abrupta e significativa dos níveis séricos de andrógenos, e também a redução do fluxo sanguíneo para a próstata, já que este é controlado pelo nível de andrógeno. Esta redução induz apoptose nas células endoteliais e nas células secretoras prostáticas (KYPRIANOU; ISSACS, 1988). Após a castração o epitélio regride e as células epiteliais restantes da próstata continuam sensíveis aos andrógenos. A reposição de testosterona regenera o epitélio prostático, restaurando a função e o número de células normais (RISBRINDGER et al., 2001). As células da próstata ventral de rato respondem aos andrógenos pela alteração de uma vasta cadeia de processos bioquímicos, envolvidos na secreção e/ou proliferação celular, dependendo do estado funcional da glândula. A testosterona é bem conhecida por induzir alterações na síntese de DNA, RNA e proteínas na próstata ventral de rato (OKUDA et al., 1991). 2. OBJETIVOS Tem como objetivo observar os efeitos macroscópicos da castração e da administração exógena de testosterona sobre a morfologia das glândulas acessórias, próstata e vesículas seminais, de ratos. 3. MATERIAIS E MÉTODOS • Animal experimental: Rato albino adulto (Rattus norvegicus) • Injeção quetamina, xilazina e testosterona • Luvas • Alfinete e fios • Álcool 70% • Pinça • Tesoura de ponta fina • Linha cirúrgica Antes de iniciar o procedimento cirúrgico, os animais são pesados e recebem suas devidas marcações. Depois são anestesiados com injeção intraperitoneal da mistura de anestésico quetamina e relaxamente muscular xilazina. Em seguida, o rato A, que será castrado bilateralmente, é posicionado na mesa cirúrgica em decúbito dorsal, com o auxílio de alfinetes e fios, sendo feito a assepsia da bolsa escrotal com álcool 70%. Uma vez feita a desinfecção, é realizado a incisão com uma tesoura na região mediana da bolsa escrotal e divulsionado os tecidos de camadas subjacentes até que a túnica albugínea do testículo seja exposta. Posteriormente, o testículo exposto é pressionado contra a abertura cirúrgica e exteriorizado em conjunto com um segmento do cordão espermático. Com o auxílio de uma pessoa, é feito a ligadura ou “amarre” do cordão com linha cirúrgica e, em seguida, a secção distal. O procedimento é realizado no testículo remanescente e, finalizado a remoção de ambos, acomodam-se os dois cotos, sutura-se a incisão e faz uso tópico de antisséptico no local afim de evitar possíveis infecções. O procedimento cirúrgico é realizado em 4 ratos, sendo que: o primeiro (rato A) é castrado bilateralmente e recebe uma marcação para identificação, o segundo (rato B) também é castrado bilateralmente, porém recebe reposição de testosterona na manhã seguinte da cirurgia e possui duas marcações, o terceiro (rato C) é castrado unilateralmente e possui três marcações, por fim, o quarto (rato D) é o controle, sendo submetido a incisão cirúrgica, mas não tem os testículos retirados e não recebe nenhuma marcação. Após as cirurgias, os ratos são devolvidos à caixa para aguardar o efeito da anestesia cessar, depois são separados e mantidos em biotério sem restrição alimentar e hídrica por uma semana. E apenas o rato B recebe reposição hormonal. Decorrido uma semana, os ratos são submetidos a eutanásia com dose letal do barbitúrico tiopental. E, em seguida, sofrem laparotomia para localizar e visualizar a próstata e vesículas seminais. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Após o período necessário do aparecimento dos efeitos da castração, os animais foram submetidos a eutanásia e laparoscopia para visualização das glândulas acessórias, próstata e vesículas seminais. Foi comparado o tamanho das duas glândulas dos ratos castrados uni e bilateralmente com o rato controle, e entre si. O rato A, castrado bilateralmente, apresentou uma notável redução da vesícula seminal e próstata quando comparado ao rato D (controle). Enquanto que o rato B, castrado bilateralmente, mas recebeu testosterona exógena, não foi observado diferença no tamanho das glândulas em relação ao rato controle. Logo, a diminuição observada da próstata e vesícula seminal no rato A foi em decorrência da ausência do hormônio testosterona. Quanto ao rato C, castrado unilateralmente, não apresentou sequer alteração no tamanho das glândulas se comparado ao animal controle. Isso porque o testículo remanescente aumentou a produção de testosterona, afim de suprir a falta do outro testículo. 5. CONCLUSÃO Conclui-se que a testosterona é responsável em provocar o aumento das glândulas acessórias quando há maturação sexual. Foi possível compreender na prática, a importância e ação que esse hormônio induz no sistema reprodutor masculino. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NUMEB FURG. Vídeo de aula prática – Castração sobre a hipófise e glândulas acessórias de ratos. Youtube, 30 out. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=8KxE6AIfHsQ>. Acesso em: 15 jun. 2021. PUGA, Cintia Cristina Isicawa. A influência da testosterona nas glândulas reprodutivas acessórias de Artibeus planirostris (Chiroptera: Phyllostomidae). 2015. 100 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, 2015. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/127762>.
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