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DELIRIUM Estado confusional agudo = Caracterizado por distúrbio de atenção e consciência que se desenvolve de forma aguda e tende à flutuação. Mais comum em idosos > 70 anos. Pode ser acompanhado de períodos de agitação e alucinações. Hospitalizações prolongadas, maior mortalidade, maior risco de institucionalização Aumento ou diminuição dos sintomas durante um período de 24 horas: falta de atenção, hipotenacidade, desorganização dos pensamentos (deambulação errática, discurso incoerente), alteração do nível de consciência (vigil ou letárgico), problemas de memória/linguagem, distúrbios do ciclo sono-vigília. SEMPRE PROCURAR POR CAUSAS ORGÂNICAS OU FISIOLÓGICAS. Pode surgir em qualquer momento durante a evolução de uma doença. Pode ser hipoativo (letárgico), hiperativo ou misto, sendo o hipo o mais comum. Fisiopatologia: alterações neuroinflamatorias e redução da acetilcolina e outros neurotransmissores. FATORES DE RISCO PREDISPONENTES: Infecção (pneumonia e ITU são os mais comuns) Idade > 70 anos Imobilidade Diagnóstico prévio de demência Depressão Abuso de álcool Déficit visual/auditivo Parkinson Homem Comorbidades AVC prévio Demência (é o principal fator de risco). Polifarmácia – analisar todas as medicações que ele usa (é o principal fator predisponente). INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL Hemograma completo Eletrólitos, incluindo cálcio Creatinina Glicose Urina rotina (colher de todos pois idosos rebaixados não conseguem referir sintomas) Urocultura: MESMO SE ASSINTOMÁTICOS Pacientes selecionados: o Níveis de drogas o Screening toxicológico o Gasometria arterial o Função hepática Exames adicionais: o Neuroimagem: TC de crânio é indicada para pacientes sem causa óbvia para o delirium numa primeira avaliação. o Punção Lombar: indicada quando a causa não é óbvia, especialmente em pacientes febris com delirium. Método de avaliação da confusão (Confusion Assessment Method – CAM) O diagnóstico de delirium requer a presença das características 1 e 2, ou 3 e 4. As classificações de CAM devem ser concluídas após a revisão do prontuário médico, discussão com um membro da família ou enfermeiro, e uma breve avaliação cognitiva do paciente (p. ex., usando um exame cognitivo breve, como orientação, lembrar de palavras e o teste Digit Span). TRATAMENTO 1ª linha = TERAPIA NÃO FARMACOLÓGICA Protocolos de orientação: AMBIENTE TRANQUILO, COM ACOMPANHANTE/FOTOS DE ACOMPANHANTE, LOCALIZAR O PCT COM CONVERSAS NO TEMPO E ESPAÇO, RELOGIOS, CALENDÁRIOS. Estimulação cognitiva Facilitação do sono fisiológico Mobilização precoce e uso minimizado de contenção física para pacientes com mobilidade limitada Auxílios visuais e auditivos (cuidado com óculos, aparelhos auditivos e outros adereços, mas deixar o paciente ter acesso para se orientar) Evitar e/ou monitorar o uso de medicações problemáticas Evitar e tratar complicações médicas Manejo da dor Orientação verbal e cuidado frequente Delírio e alucinações não devem ser endossadas ou desafiadas Contenção física deve ser usada comente como ÚLTIMO RECURSO Observação constante por um familiar pode ser mais efetivo 2ª linha (apenas se a não farmacológica não for suficiente) Haloperidol 0,5-1 mg (doses adicionais de 30-60 minutos) ou Antipsicóticos atípicos (Risperidona 2-3 mg, Quetiapina, Olanzapina). Haloperidol: associado a menos hipotensão postural e menos efeitos anticolinérgicos, mas a mais efeitos extrapiramidais e distonias aguda. Alternativa: Benzodiazepínicos: Possuem papel limitado no tratamento de delirium (são causa!) Possuem início de ação mais rápido do que os antipsicóticos, mas podem piorar a confusão e provocar sedação profunda. Indicações: - Abstinência de álcool ou sedativos (na intoxicação usar antipsicóticos – ex Haloperidol) - Contraindicação aos neurolépticos - Medicações: Lorazepam 0,5 a 1 mg (preferência pela meia-vida mais curta). Abstinência de sedativos ou história de síndrome neuroléptica maligna.
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