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NÍVEIS DE RISCO E A ROTINA DE TRABALHO EM UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS Um laboratório de análises clínicas é composto por diversos setores, sendo que estes podem apresentar riscos variados à saúde humana, portanto dentro do ambiente laboratorial se faz necessário à prevenção de riscos em uma rotina de trabalho promovendo o uso de alguns equipamentos, tais como: • Jaleco: O uso desse artigo é obrigatório em todos os níveis de risco; • Luvas: Devem-se usar luvas, preferencialmente de látex, em quase todas as situações, em caso de procedimentos de risco NBR-2 são necessárias luvas termorresistentes para autoclavagem; • Máscara: É necessário o uso desse artigo para procedimentos de nível NBR-3 e somente em atividades com formação de aerossol; • Óculos: O uso desse artigo é necessário para procedimentos de nível NBR-3, que possam ocasionar respingos de alguma substância nociva aos olhos; • Protetor Auricular: É necessário o uso desse artigo para procedimentos de nível NBR-3, somente em situações onde há preparo de espécimes em que a centrifugação é empregada; Placas Indicativas: Esses artigos representam uma importante ferramenta de educação dos funcionários e devem estar em todos os setores laboratoriais em uma informação sobre biossegurança tiver que ser transmitida; • Lava Olhos: Esses equipamentos devem estar localizados dentro do laboratório e os funcionários devem ser treinados para utilizá-lo. Quando ocorrer algum tipo de acidente com derrame de material nos olhos, estes devem ser lavados por no mínimo 15 minutos; • Kit de Primeiros Socorros: Este é um artigo fundamental e deve estar disponível em todos os setores e constar de material necessário para tratamentos de acidentes ocorridos na área de trabalho. Os funcionários devem ser treinados para utilizá-lo; • Kit de Desinfecção: Este material deve estar disponível em todos os setores para contenção e descontaminação em caso de acidentes com material biológico no laboratório, em que os funcionários devem ser treinados para usá- lo; • Chuveiro de Segurança: Este equipamento deve constar dentro da área do laboratório em local de fácil acesso por todos os setores, seu acionamento deve ser fácil para que funcionários mesmo com os olhos fechados possam utilizá-lo; • Capelas de Exaustão e Câmaras de Fluxo Laminar: Esses equipamentos são utilizados para proteção contra material volátil ou proteção microbiológica e podem ser utilizados tanto na proteção do operador quanto do material no seu interior dependendo da rotina efetuada. ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE LABORATORIAL Independente do tamanho, da prestação de serviços ou trabalhos realizados, o laboratório precisa estar organizado de forma prática e lógica e para isso o Manual de Biossegurança do Ministério da Saúde nos dá algumas orientações de como organizá-lo: • O laboratório deve possuir uma boa iluminação e temperatura controlada na faixa de 20º a 26º C, por meio do uso de equipamento de arcondicionado. Devem-se manter portas e janelas fechadas e evitar o uso de ventiladores, pois estes podem aumentar a quantidade de propagação de partículas, proporcionando fontes de contaminação; • As bancadas onde se é realizado o trabalho devem ser revestidas com material não poroso, para impedir a proliferação de microrganismos, devem também ser resistentes à ação dos desinfetantes utilizados em laboratórios, como por exemplo, o hipoclorito de sódio. Além disso, as bancadas devem estar dispostas de modo que possibilite a circulação dos técnicos sem riscos de acidentes; • Os equipamentos presentes no laboratório devem estar instalados de acordo com suas características e orientações do fabricante; • Todos os setores de um laboratório de análises clínicas devem possuir equipamentos de proteção coletiva (extintor, chuveiro de emergência, lava olhos) bem instalados e sinalizados; • Todos os setores de um laboratório de análises clínicas devem possuir equipamentos de proteção individual (EPI's) disponíveis para os profissionais (jaleco, óculos, máscara facial, gorro, luvas, etc.). Diante do exposto, algumas dicas são muito úteis na rotina de trabalhos, a seguir estão expressas algumas que ditam o que devemos fazer ou não enquanto estivermos no laboratório: durante a permanência no laboratório prefira o uso de calças compridas e sapatos fechados que protejam totalmente os seus pés, com a finalidade de se evitar lesões; deve-se manter os cabelos compridos presos ou utilizar um gorro para evitar que eles prendam em algum equipamento ou para evitar que eles entrem em contato com materiais nocivos durante a manipulação; as unhas devem sempre estar aparadas, pois unhas compridas podem furar as luvas e promover contaminações; deve-se evitar o uso de brincos, anéis e bijuterias, pois estas podem servir de depósito para os microrganismos; dentro de um laboratório não é permitido comer ou beber qualquer tipo de alimento; além de que não se deve em hipótese alguma guardar alimento e bebidas em geladeiras dos laboratórios. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) São equipamentos de uso pessoal e utilizados como barreiras de proteção para o profissional. Há disposições legais estabelecidas pelo Ministério da Saúde para a utilização de EPIs e estes devem estar disponíveis de maneira acessível, pois seu uso obrigatório em ambientes laboratoriais. Entre os principais artigos utilizados como EPI'S podemos citar: • Jaleco: este artigo fornece uma barreira de proteção para as roupas pessoais devendo ter colarinho alto e mangas longas, podendo ser constituído de pano ou material descartável, em que a cor deve ser preferencialmente branca. Ele deverá ser utilizado apenas nas dependências do laboratório com a finalidade de evitar veiculação de microrganismos do laboratório para outros ambientes. • Luvas Descartáveis: estes artigos devem ser usados como barreira protetora para evitar o contato com líquidos corporais, secreções e objetos contaminados. As luvas de procedimento, geralmente descartáveis, devem ser trocadas frequentemente. Quando o profissional estiver fazendo uso de luvas, ele não deve manipular objetos fora do campo de trabalho, mas caso necessário, devem ser utilizadas luvas de sobrepor (material plástico); • Luvas Grossas: estes artigos são indicados para procedimentos que envolvam lavagem de instrumentais, serviço de limpeza em geral e para a coleta do lixo; • Luvas Térmicas: estes artigos são indicados para os procedimentos que envolvam procedimentos a altas temperaturas, como por exemplo, esterilização em estufa e autoclavagem. Elas devem ser armazenadas em local seco; • Óculos e Máscara: estes artigos são utilizados em procedimentos que há a formação de aerossóis e servem para proteger as mucosas dos olhos, nariz e boca de respingos (gotículas) gerados pela fala, tosse ou espirro de pacientes; • Protetor Facial: este artigo é confeccionado de material rígido e leve, sendo utilizado para proteção do rosto, portanto ele deve ser ajustável à cabeça e cobrir todo o rosto; • Gorro: este artigo é indicado especificamente para profissionais que operam em procedimentos que envolvam projeção de partículas e proteção de pacientes quando o atendimento envolver procedimentos cirúrgicos. EXEMPLOS DA UTILIZAÇÃO DE ALGUNS EPI'S <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/epi-nb2.htm> Além da utilização de EPI's na rotina de trabalho, outra medida eficaz para a segurança dos profissionais e dos pacientes é a higienização das mãos com frequência. Pois as mãos devem ser higienizadas antes e após o contato com o paciente; antes de calçar asluvas e após a sua remoção; entre procedimentos; após contato com sangue ou qualquer outro fluido corporal; após contato com qualquer artigo ou equipamento contaminado; antes e após alimentação e uso de sanitário. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC) Os equipamentos de proteção coletiva fazem referência ao uso de um determinado grupo de profissionais, devendo proteger todos os trabalhadores expostos a determinado risco. Entre os principais artigos utilizados como EPC'S podemos citar: • Cabine de segurança Biológica: esses equipamentos podem ser divididos em três classes de cabines, contudo as mais utilizadas em laboratórios de análises clínica são as classes I e II. Em todos os procedimentos que envolvam amostras biológicas e substâncias químicas voláteis deve ser utilizada uma cabine para a sua realização. • Chuveiro de emergência e Lava Olhos: estes equipamentos devem ser utilizados em casos de acidentes e sua projeção é adaptada para oferecer um fluxo de água abundante e de baixa pressão, que possibilita a remoção de qualquer tipo de contaminante ou calor do corpo humano sem agravar possíveis lesões. • Extintores de Incêndio: estes equipamentos devem estar disponíveis em todos os setores de um laboratório de análises clínicas para auxiliar no controle de um eventual acidente que possa ocasionar algum incêndio; • Balde de areia: este artigo pode ser utilizado quando houver o derramamento de substâncias químicas perigosas, pois ele absorve o material derramado, evitando assim que ele escorra para outras áreas; • Caixa para Descarte de Perfurocortantes: este artigo consiste em caixas de papelão destinadas para o descarte de agulhas, lâminas, lancetas e outros materiais perfurocortantes. Sempre é bom lembrar que nunca se pode descartar material perfurocortante em sacos plásticos. ALGUNS EXEMPLOS DE EPC'S E SUA UTILIZAÇÃO <http://www.unifal-mg.edu.br/riscosquimicos/node/72> ARMAZENAMENTO E DESCARTE DE AMOSTRAS E PRODUTOS QUÍMICOS CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL SEGUNDO O USO Vários materiais, equipamentos e artigos são utilizados na rotina de um laboratório de análises clínicas, tais materiais podem ser divididos de acordo com sua periculosidade, podendo ser: Artigos Críticos: são considerados materiais que entra em contato direto com regiões corpóreas internas, por isso necessitam ser esterilizados. Como exemplos desses materiais podem ser citados: seringas com agulhas, cateteres, sondas, etc.; • Artigos Semicríticos: são considerados materiais que entram em contato direto com mucosa, por isso necessitam de um processo de desinfecção. Como exemplos desses materiais podem ser citados: swab, paletas orais, fita gomada, etc.; • Artigos Não Críticos: são considerados materiais que não entram em contato com o organismo, geralmente apresentam contato apenas com a pele íntegra (sem lesões), para estes materiais basta uma boa limpeza. Como exemplo desses materiais pode-se citar: botas, jalecos, etc. TÉCNICAS ASSÉPTICAS Na rotina laboratorial são utilizados materiais que precisam passar por alguma técnica asséptica para serem utilizados nos procedimentos operacionais. Sendo assim, abaixo são apresentadas algumas técnicas assépticas e suas eventuais utilizações: Esterilização: constitui-se de uma técnica que provoca a destruição completa de todas as formas de vida presentes em materiais que manterão contato direto ou indireto com estruturas corpóreas internas. Exemplos de materiais que necessitam passar por esse procedimento: seringas com agulhas, lâminas de vidro, placas de Petri, etc.; Desinfecção: constitui-se de uma técnica que provoca a destruição de micro-organismos patogênicos ou não, sendo utilizada em objetos como móveis ou em instalações presentes nos setores laboratoriais. Exemplos de materiais que necessitam passar por esse procedimento: bancadas, capelas de proteção, etc.; Antissepsia constitui-se de uma técnica utilizada para promover a diminuição da população bacteriana e prevenção do seu crescimento em tecidos vivos, sem que haja necessariamente a destruição de todas as formas viáveis. Exemplos de uso para esse procedimento: lavagem das mãos. Descontaminação de área após derramamento de material Biológico ou Cultura e Micro-organismos Quando houver o derramamento de algum material biológico em algum dos setores laboratoriais, onde este evento represente algum risco para os demais profissionais, algumas medidas devem ser tomadas como: primeiramente devem-se notificar o mais rápido possível os demais funcionários do setor; caso haja algum risco biológico, todos os funcionários devem deixar imediatamente o setor; os indivíduos envolvidos no acidente. Devem verificar suas vestimentas quanto a contaminação com o material, caso este evento ocorrer, as medidas de descontaminação da roupa devem ser tomadas. Descontaminação de pequenas áreas (instrução para descontaminação) Quando houver o derramamento de alguma substância em uma pequena área, como por exemplo, uma bancada, os profissionais presentes nesse ambiente devem se atentar para algumas medidas a ser tomadas como: promover o uso de EPIs; após equipado adequadamente deve- se identificar e marcar a área que necessita de descontaminação; devem-se preparar os recipientes para o descarte do material contaminado; durante o processo de descontaminação o operador deve mover-se lenta e cuidadosamente a fim de evitar a formação de novos aerossóis; deve-se cobrir toda a área com uma toalha absorvente e deixar um germicida agir antes de recolher com os fragmentos grosseiros; caso o local apresente materiais perfurocortantes, estes devem ser descartados em caixas específicas; após esse procedimento a remoção das luvas deve ser realizada de forma cuidadosa, sendo que estas devem ser descartadas junto com o material contaminado; necessita-se a lavagem das mãos com água e sabão e solução antisséptica; além de registrar o acidente de maneira adequada para os responsáveis pelo laboratório. Kit de limpeza De maneira geral são necessárias instruções para descontaminação por escrito e em local de fácil visualização, além de que o laboratório deve possuir um Kit específico para a limpeza e descontaminação, possuindo EPIs; pá plástica; desinfetantes apropriados e que estejam dentro do prazo de validade; toalha de papel absorvente; saco plástico para descarte de material contaminado e caixas rígidas para descarte de materiais perfurocortantes. É necessária também uma documentação apropriada para registrar os acidentes que podem vir a ocorrer, além de equipamentos e materiais para promover a esterilização e descontaminação. Esses procedimentos devem ser seguidos para o descarte de rejeitos, pois todo material infeccioso ou equipamentos utilizados na rotina do laboratório devem ser desinfetados antes da lavagem, ou antes, de serem jogados no lixo. O processo de autoclavagem deve ser realizado, exceto para materiais reaproveitáveis, produtos oxidantes ou produtos que liberem subprodutos tóxicos quando aquecidos. Autoclavagem O processo de autoclavagem refere-se a procedimentos que envolvam a esterilização (completa eliminação de formas vivas presentes nos diversos tipos de materiais), sendo ela um importante método para eliminar o risco biológico. O uso da autoclave é o método mais utilizado nas instituições de saúde e pesquisa, este processo geralmente envolve aquecimento da água em uma câmara sob pressão gerando vapor sob alta pressão, o que ocorre em temperatura de aproximadamente 121° C por no mínimo 15 minutos. O tempo para o processo de autoclavagem é medido após a temperatura de o materialenvolvido atingir 121°C. Descontaminação O processo de descontaminação também conhecido como desinfecção, pode ser definida como um procedimento que visa à redução da maioria ou eliminação dos microrganismos patogênicos na superfície de um objeto, impossibilitando que este transmita doenças. Tal procedimento para ter efetividade necessita da utilização de um bom desinfetante, diante disso alguns fatores podem determinar sua qualidade e eficácia, tais como: a concentração do princípio ativo presente do produto; o tempo necessário para a ação; a temperatura de armazenamento e o pH; nível de contaminação presente em determinado objeto ou material; o tipo de contaminação envolvida no procedimento; além das características físicas do objeto ou material que será descontaminado. MANUSEIO, GERENCIAMENTO E DESCARTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE Tratando-se do ponto de vista sanitário, o lixo possui grande potencial para a transmissão de doenças. Por esse motivo, ele deve ser bem- acondicionado e receber tratamento adequado anteriormente ao seu descarte, pois a exposição dos resíduos pode favorecer a proliferação de vetores capazes de ocasionar riscos de contaminação. Nesse contexto alguns dados podem ser observados, de acordo com dados do ano 2005 obtidos pela EMBRAPA o Brasil produz em média 241.614 toneladas de lixo por dia, sendo que desse total, 76% são depositados a céu aberto em lixões, 13% são depositados em aterros controlados, 10% são depositados em aterros sanitários, 0,9% são utilizados usinas e 0,1% são incinerados. A composição média de o lixo domiciliar brasileiro apresenta uma composição diversificada, porém mais da metade dos resíduos produzidos são constituídos de matéria orgânica, configurando um quadro de desperdício. Dessa maneira há uma grande perda em faturamento quando não se reaproveita o lixo produzido. De acordo com o que foi exposto anteriormente, a situação do gerenciamento de resíduos de maneira geral apresenta-se de forma muito preocupante uma vez que população mundial cresce significativamente a cada dia, aumentando consideravelmente a produção de lixo. Diante desse quadro se fazem necessários métodos para minimizar seus efeitos negativos dessa situação, um deles é a coleta seletiva, que atualmente no Brasil está sendo muito difundida. Informações sobre a gestão dos resíduos em hospitais e centros de saúde incluem aspectos relacionados com a produção de resíduos, levando em conta sua quantidade e composição; sistemas de triagem; armazenamento; transporte; tratamento e destinação final dos resíduos. Enquanto que para os outros segmentos produtores, como por exemplo, laboratórios de análises clínicas, procurou-se apenas fazer uma estimativa quantitativa e qualitativa dos resíduos produzidos em suas instalações. De acordo com o decreto-lei 239/97, de 9 de setembro, que dispões sobre resíduos hospitalares, há o estabelecimento de regras sujeitas a gestão de resíduos produzidos em unidades de prestação de cuidados de saúde, incluindo as atividades médicas de diagnóstico, tratamento e prevenção da doença em seres humanos ou animais, além de atividades de investigação relacionadas a área. A gestão de resíduos pode ser entendida como operações que envolvam o recolhimento, transporte, armazenagem, tratamento e eliminação dos resíduos, assim como o planejamento dessas operações, devendo ser atribuídas às responsabilidades dessa gestão aos produtores e designando unidades de saúde que possibilitam a realização de acordo com empresas devidamente autorizadas. Hoje em dia o destino oferecido aos resíduos hospitalares apresenta sérios problemas devido a sua natureza, pois em sua grande parte está contaminada por via biológica, química e radiativa, podendo vir a apresentar um alto grau de periculosidade em razão de seu grande volume. Sendo assim, é muito importante haver a consciência de que determinados resíduos como sangue, secreções, produtos químicos e tecidos humanos são focos de contaminação e constituem um sério risco para a saúde pública. Essa situação está aumentando as preocupações e cuidados a se ter, pois se refletiram igualmente na criação de legislação específica (que pretende evitar a sua deposição em lixeiras, por exemplo), com o crescimento das quantidades de resíduos a incinerar, provocando problemas ambientais graves. Diante desse quadro torna-se necessário o desenvolvimento de diferentes estratégias de gestão de resíduos da área da saúde, que permitam a redução da sua quantidade e a introdução de processos de tratamentos alternativos. Entre diversas estratégias, pode-se citar: • A necessidade de redefinir a classificação dos resíduos que necessitam de tratamento especial; • A necessidade de melhorar as condições de instrução dos profissionais da área da saúde, permitindo uma triagem mais eficiente; • A necessidade de separação dos resíduos, impedindo que materiais não recicláveis se misturem a materiais recicláveis. A triagem e o acondicionamento dos resíduos produzidos deverão ter lugar junto ao local de produção, possibilitando uma identificação clara da sua origem e do seu grupo. O local de armazenamento deve ser dimensionado em função da periodicidade em que se é realizado o recolhimento ou eliminação dos resíduos produzidos, devendo a capacidade mínima corresponder a três dias de produção. Quando se trata da gestão de resíduos da área da saúde, convém citar que há uma legislação e divisão em grupos referentes à avaliação de impacto ambiental e destinação correta dos resíduos, sendo que os grupos mais importantes relacionados a estes aspectos são apresentados a seguir: • Grupo A: abrange um grupo de resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente, devido à presença de agentes biológicos; sangue e hemoderivados; peças provenientes de operações cirúrgicas e exsudados orgânicos; materiais perfurantes ou cortantes; além de materiais resultantes da assistência ao paciente. • Grupo B: abrange um grupo de resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido às suas características químicas, como resíduos farmacêuticos e resíduos quimioterápicos perigosos. GRUPOS DE RESÍDUOS CONSIDERADOS DE RISCO FONTE: NETO, 2013. O desenvolvimento de um programa de prevenção pode reduzir os gastos relativos ao tratamento e disposição de resíduos, uma vez que o aproveitamento pode ser feito de forma mais racional, em que a implantação da coleta seletiva tornase fundamental. Dessa maneira, podem-se estabelecer propostas como: despertar a importância da valorização do "lixo" e dos problemas relacionados com poluição, doenças, contaminação dos lençóis freáticos e saturação dos lixões; viabilizar programas, colocando em prática os 5Rs: Regenerar, Recusar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar, por meio de módulos informativos e vivenciais; além de fornecer recursos para proporcionar melhores condições e qualidade de vida, pela compreensão dos novos paradigmas emergentes. Além das propostas descritas anteriormente, pode-se estabelecer um programa de prevenção com a elaboração de um PGRSS – Plano de gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. EXEMPLO DE UM PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE PARA QUÍMICOS <http://www.hospitaissaudaveis.org/pdf/Palestra%203a%20Daniel%20M arques%20P%C3%A9rigo.pd f> Normas de Vigilância Sanitária Essas normas são descritas em vários manuais da ANVISA e são definidas por um conjunto de ações e medidas que são capazes de prevenir, diminuir ou eliminar riscos à saúde humana e possibilitam intervir nos problemas sanitários decorrentesno meio ambiente, assim como na produção e circulação de bens e serviços que estão direta ou indiretamente envolvidos na área da saúde. No Brasil, muitas cidades já possuem um serviço de Vigilância Sanitária muito organizado e responsável por ações que visam proteger e promover a saúde da população. Antigamente, desde o início das primeiras cidades, já era possível identificar registros relacionados a preocupações referentes à Vigilância Sanitária. Manuseio e Transporte Seguro de amostras Biológicas e Materiais Infecciosos De maneira geral, uma amostra qualquer que chega ao laboratório antes de ser analisada deve estar identificada com uma etiqueta autocolante, contendo uma descrição legível com nome do paciente, sexo, o tipo de exame solicitado e a procedência da amostra. O procedimento de colagem da etiqueta de identificação deve ser realizado de maneira que se possa visualizar a amostra e, a coleta deve ser realizada em tubos específicos, não colocar etiquetas em cima do código de barra, bem como fitas adesivas que podem prejudicar a leitura dos mesmos. Acondicionamento para o transporte O acondicionamento das amostras que serão utilizadas nas análises de rotina laboratorial possui alguns cuidados que devem ser observado em seu acondicionamento e transporte, com a finalidade de se evitar perdas que possam comprometer a qualidade dos serviços prestados. Porém, existem algumas diferenças básicas para esses aspectos quando se realiza um transporte a curta distância ou a longa distância, sendo que alguns itens devem ser observados como: Para transporte rápido e a curta distância, os tubos com amostras podem vir em estantes e transportados em caixas térmicas; os demais materiais podem variar de acordo com as orientações para cada tipo de amostra, onde estas devem ser observadas cuidadosamente; Para o transporte mais demorado e a longa distância, devem-se colocar os tubos com as amostras, devidamente identificados e etiquetados em um saco plástico e lacrá-lo; posteriormente deve-se colocar o saco com os tubos em pé, protegido com papel dentro de um recipiente adequado e selar com fita adesiva para fixar o saco com tubos na embalagem; deve-se acondicionar em uma caixa térmica com gelo reciclável dentro; colocar em um saco plástico a parte as requisições correspondentes às amostras, sendo que estas devem estar devidamente preenchidas; deve-se fechar e vedar a caixa adequadamente; além de identificá-la com destinatário e remetente, e realizar o envio ao laboratório. Planos de Contingência Esses planos são conhecidos também como planos gerais de emergência e devem se acionados em casos de acidentes. Caso ocorra um acidente no ambiente laboratorial, nunca se deve entrar em pânico, tem que pensar na melhor solução para minimizar os riscos e danos, mantendo a situação sob controle. Sendo assim, algumas medidas se tornam eficientes em caso de acidentes, tais como: • Deve-se evitar o pânico e chamar Imediatamente o responsável pelo setor para o controle da situação; • Devem-se evitar aglomerações na área e proceder ao atendimento do acidentado imediatamente; • Caso ocorra o derramamento de líquido ou fluido, deve-se isolar a área e cobrir o material derramado com hipoclorito de sódio e deixar em repouso, não se deve varrer o local antes de descontaminar a área para evitar a formação de aerossóis; • Deve-se identificar a origem do material contaminado e registrar o acidente, se possível com testemunhas; • Em caso de emergência, deve-se proceder ao encaminhamento do acidentado a um hospital ou pronto atendimento; • Caso ocorram acidentes com materiais perfurocortantes devem-se tomar alguns cuidados adicionais, como: deve-se lavar o local com sabão e cobrir o local com gaze estéril; promover a identificação do soro/sangue/paciente e comunicar o responsável técnico presente; em alguns casos o chefe do setor solicitará ao acidentado uma autorização para a realização de exame diagnóstico sorológico para HIV e Hepatite com o compromisso de não divulgar o resultado. Há também procedimentos que são necessários no caso de tratamentos profiláticos com as possíveis drogas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde e Secretaria de Saúde, além de que qualquer acidente deve ser registrado e informado nas instâncias superiores do Setor e da Secretaria de Saúde, conforme preconizado no POP pela CIBio e pela Vigilância Sanitária. REFERÊNCIAS ANVISA. Resolução – RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. 144p. ANVISA. Resolução – RDC n: 306, de 17 de dezembro de 2004. 39p. ANVISA. Acreditação: a busca pela qualidade nos serviços de saúde. Revista de Saúde Pública, v. 38, n. 2, p. 335-6, 2004. ANVISA. Resolução – RDC nº 302, de 13 de outubro de 2005. 16 p. BECKER, A. A. A gestão do Laboratório de Análises Clínicas Por Meio de Indicadores de Desempenho Através da Utilização do Balanced Card. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, 2005. BERLITZ, F. A.; HAUSSEN, M. L. 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