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1 Vegetais Minimamente Processados. N2637C-2 Gabriela de Oliveira Bento de Lima N2333A-0 Gabrielle Bueno Zákia Beltrame C95FCE-2 Pâmela Carneiro da Silva Sampaio D720IJ-O Sara de Oliveira Cardoso DATA: 30/05/2020 Curso: Nutrição Período: Noturno Disciplina: Planejamento e Organização de Unidades de Alimentação e Nutrição Professor Responsável: Daniela Soares De Oliveira Campinas/SP Maio/ 2020 2 Lista de figuras Figura 1 - Processamento da Alface ............................................................................................... 13 Figura 2 - Fluxograma de vegetais minimamente processados ................................................. 14 Figura 3 - Fluxograma de vegetais dentro da UAN ...................................................................... 16 Figura 4 - Modelo de bancada de aço inoxidável ......................................................................... 17 Figura 5 - Tábua de etileno para cortes manuais ......................................................................... 18 Figura 6 - Facas de aço inoxidável.................................................................................................. 18 Figura 7 - Monoblocos utilizados nas UANs .................................................................................. 19 Figura 8 - Tanques para higienização dos vegetais ..................................................................... 19 Figura 9 - Balança analítica .............................................................................................................. 19 Figura 10 - Máquina de higienização dos vegetais ...................................................................... 20 Figura 11 - Descascador de legumes ............................................................................................. 21 Figura 12 - Modelo de cubetadora .................................................................................................. 21 Figura 13 - Modelo de centrifuga ..................................................................................................... 22 Figura 14 - Selador a vácuo ............................................................................................................. 22 file:///C:/Users/Elder%20Christiansen/Desktop/POUAN.docx%23_Toc41410649 file:///C:/Users/Elder%20Christiansen/Desktop/POUAN.docx%23_Toc41410650 file:///C:/Users/Elder%20Christiansen/Desktop/POUAN.docx%23_Toc41410651 file:///C:/Users/Elder%20Christiansen/Desktop/POUAN.docx%23_Toc41410652 file:///C:/Users/Elder%20Christiansen/Desktop/POUAN.docx%23_Toc41410653 file:///C:/Users/Elder%20Christiansen/Desktop/POUAN.docx%23_Toc41410654 file:///C:/Users/Elder%20Christiansen/Desktop/POUAN.docx%23_Toc41410655 file:///C:/Users/Elder%20Christiansen/Desktop/POUAN.docx%23_Toc41410656 file:///C:/Users/Elder%20Christiansen/Desktop/POUAN.docx%23_Toc41410657 file:///C:/Users/Elder%20Christiansen/Desktop/POUAN.docx%23_Toc41410658 file:///C:/Users/Elder%20Christiansen/Desktop/POUAN.docx%23_Toc41410659 file:///C:/Users/Elder%20Christiansen/Desktop/POUAN.docx%23_Toc41410660 3 Sumário Introdução .............................................................................................................................................. 5 2. Objetivo ............................................................................................................................................. 8 3. Metodologia ...................................................................................................................................... 8 4. Desenvolvimento ............................................................................................................................. 9 4.1 Etapas do processamento de minimamente processados ................................................. 9 4.1.1. Matéria Prima e Recepção .............................................................................................. 9 4.1.2 Pré Seleção e Classificação ............................................................................................. 9 4.1.3 Resfriamento Rápido ......................................................................................................... 9 4.1.4 Lavagem ............................................................................................................................ 10 4.1.5 Retirada do talo e Corte .................................................................................................. 10 4.1.6 Sanitização e Enxague .................................................................................................... 10 4.1.7 Centrifugação .................................................................................................................... 11 4.1.8 Pesagem, Embalagem e Etiquetagem. ........................................................................ 11 4.1.9 Armazenamento ............................................................................................................... 11 4.1.10 Distribuição ..................................................................................................................... 12 4.1.11 Exemplo do processamento da Alface ....................................................................... 12 4.2 Fluxograma de processamento mínimo ............................................................................... 14 4.3 Relação dos vegetais minimamente processados com a Unidade de Alimentação e Nutrição ............................................................................................................................................ 15 4.3.1 Etapas do fluxograma .......................................................................................................... 16 4.4 Relação de equipamentos utilizados na Unidade de Alimentação e Nutrição. ............. 17 4.4.1 Bancadas ........................................................................................................................... 17 4.4.2 Etileno ................................................................................................................................ 18 4.4.3 Facas .................................................................................................................................. 18 4.4.4 Monoblocos ....................................................................................................................... 18 4.4.5 Tanques ............................................................................................................................. 19 4.4.6 Balanças ............................................................................................................................ 19 4.4.7 Máquinas lavadoras ......................................................................................................... 20 4.4.8 Descascador de legumes................................................................................................ 20 4.4.9 Cubetadora ........................................................................................................................ 21 4.4.10 Centrifugador .................................................................................................................. 22 4.4.11 Seladora a vácuo ........................................................................................................... 22 4.5 Vantagens e desvantagens ................................................................................................... 23 4 5. Conclusão ....................................................................................................................................... 24 Referencias Bibliográficas ................................................................................................................25 5 Introdução O mercado brasileiro de hortifrutícolas está passando por profundas alterações, provocadas pela crescente busca da população por uma alimentação mais saudável, caracterizada por produtos frescos com alta qualidade nutricional e também sensorial. À medida que aumenta a renda per capita e o país se desenvolve, há mudanças de hábitos alimentares, cuja preferência é por produtos industrializados e mais convenientes (SILVA, 2011). Uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) tem como objetivo fornecer alimentos que supram as necessidades nutricionais de seus comensais, mas que conjuntamente apresentem características sensoriais, higiênicas sanitárias e simbólicas adequadas a essa população. Dentre a gama de alimentos disponíveis estão frutas e hortaliças, que são fundamentais para uma alimentação equilibrada devido a sua variada composição de vitaminas, minerais e fibras. (DEGIOVANNI et al, 2010) As hortaliças minimamente processadas surgiram como uma interessante alternativa para o consumidor que não tem tempo de preparar sua refeição ou mesmo não gosta de fazê-lo. De acordo com o International Fresh-Cut Produce Association, produtos minimamente processados são frutas ou hortaliças que são modificadas fisicamente, mas que mantêm o seu estado fresco. Assim, é um produto fresco, tornado conveniente, com qualidade e segurança. A qualidade microbiológica dos alimentos minimamente processados está relacionada à presença de microrganismos deteriorantes que irão influenciar as alterações sensoriais do produto durante sua vida útil. (TRESSELER, 2009). O conceito de vegetais minimamente processados tem como base os produtos vegetais frescos que são comercializados limpos, convenientes e que podem ser preparados e consumidos mais rapidamente. Assim, os hortifrutícolas minimamente processados são produtos que sofreram operações de limpeza, lavagem, seleção e corte, até chegarem a um produto totalmente aproveitável, que é embalado, a fim de se oferecer aos consumidores frescor, conveniência e qualidade nutricional. Além disso, esta nova opção aos produtores agrícolas permite maior aproveitamento da produção, agrega valor aos produtos, é bastante adequada às micro e pequenas 6 empresas familiares e possibilita a fixação da mão-de-obra nas regiões produtoras (SILVA, 2011). A qualidade e a segurança dos alimentos minimamente processados estão intimamente relacionadas à metodologia de processamento, qualidade da matéria- prima usa de embalagens apropriadas e às condições adequadas de armazenamento. Apesar de todo o crescimento verificado no setor de minimamente processados no país, nos últimos anos, é crescente o relato de doenças infecciosas associadas ao consumo de frutas e hortaliças minimamente processadas, o que tem despertado o interesse de agências regulatórias, como a ANVISA, e institutos de defesa dos direitos dos consumidores, como é o caso do IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). (PAULA, 2009). A inclusão dos vegetais nos cardápios envolve um planejamento físico funcional, que envolve o dimensionamento da área de recepção, armazenagem e pré-preparo - articulado à gestão de suprimentos e de recursos humanos, uma vez que se trata de alimentos com diferentes características quanto à perecibilidade, densidade e complexidade de pré-preparo, que dificultam sua utilização em cardápio padronizado, aspecto fundamental em gestão de qualidade. Para que a UAN apresente qualidade na produção de refeições, é necessário garantir a excelência, assegurar as especificações - aporte nutricional, condições higiênico-sanitárias, palatabilidade, a conformidade e a regularidade dos serviços e a ausência de deficiências, por um valor compatível com a natureza do serviço. (DEGIOVANNI et al, 2010) Nos últimos anos, o setor de alimentação coletiva vem enfrentando mudanças significativas, fruto da concorrência e da competitividade entre as empresas. Essas mudanças envolvem inovações tecnológicas em equipamentos, em produtos alimentícios e em processos produtivos. A inovação relacionada a produtos alimentícios diz respeito à utilização de alimentos de origem vegetal pré-elaborados, considerados de quarta geração, que são alimentos alterados fisicamente a partir de sua forma original (processo de descascamento e corte em produtos crus), embalados ou pré-embalados, prontos para o uso, que mantêm seu frescor, qualidade nutricional e são 100% aproveitáveis. Alguns autores associam o 7 crescimento desse mercado à maior praticidade e à atração por esse tipo de produto, além da alegação de maior vida útil e preservação das características sensoriais e nutricionais do alimento, para um mercado que exige cada vez mais qualidade, porém, o valor agregado ao produto minimamente processado pode tornar o custo aparentemente mais elevado. (DEGIOVANNI et al, 2010) 8 2. Objetivo O objetivo é demonstrar como ocorre o processo de vegetais minimamente processados e como ele está relacionado dentro de uma Unidade de Alimentação e Nutrição. 3. Metodologia Foi realizada pesquisa bibliográfica, utilizando artigos científicos das bases de dados como Scielo, Lilacs e Google Scholar. 9 4. Desenvolvimento 4.1 Etapas do processamento de minimamente processados 4.1.1. Matéria Prima e Recepção Nessa etapa a matéria prima e submetida a inspeção de qualidade. Caso mesma apresente características indesejáveis para o processamento, deve ser rejeitada. Caso a matéria prima não possa ser processada de imediato, ela deve ser estocada em câmara fria sob temperatura de refrigeração (5°C) (EMBRAPA,2006). 4.1.2 Pré Seleção e Classificação Devem-se retirar as partes defeituosas ou deterioradas do vegetal, a fim de obter maior uniformização e padronização do produto final. As características mais importantes para a qualidade final do produto processado são: aparência; cor; firmeza; aroma; ausência de lesões e defeitos e ausência de sintomas de doença (EMBRAPA, 2006). Nas hortaliças folhosas, as folhas mais externas do produto deverão ser descartadas, visando processar somente matéria-prima com características adequadas e que permitam uniformização e padronização da qualidade do produto final. As raízes e tubérculos devem ser verificados quanto às podridões e presença de insetos para posteriormente ser conduzidos ao preparo. Outros tipos de hortaliças deverão ser submetidos a um acabamento para remoção de folhas ou raízes secundárias que depreciem a apresentação do produto. Nesta etapa, deve-se utilizar facas de aço inoxidável, previamente higienizadas, com solução clorada a 30 ppm (EMBRAPA, 2006). 4.1.3 Resfriamento Rápido Tecnologias de resfriamento rápido formam parte da cadeia do frio, definida como o conjunto de sistemas e equipamentos que garantem aos produtos se manterem à temperatura e umidade relativas recomendadas, desde a colheita até a comercialização. Compõem também a cadeia do frio, as câmaras de armazenamento refrigerado, o transporte frigorificado (terrestre, aéreo, marítimo ou ferroviário), as gôndolas, os balcões frigorificados e as geladeiras (TERUEL, 2008). 10 4.1.4 Lavagem O próximo passo é o processo de pré-lavagem por imersão do produto em égua limpa, podendo ser com agitação da água ou em tanques em aço inoxidável. A pré- lavagem é a etapa apropriada para remover a sujeira aderida na superfície do produto. E recomendando utilizar égua clorada a 100 ppm, à temperatura de refrigeração para redução da temperatura inicial do produto. Para facilitar a retirada de sujeiras aderidas na superfície do vegetal pode-se utilizar um sabão neutro líquido apropriado para a pré-lavagem de vegetais, como os disponíveis por fabricantes comerciais ou outros produtos similares destinados à lavagem de vegetais. Caso sejam utilizados esses detergentes, deve-se dispensaro uso de cloro na pré-lavagem, poiso detergente reage com o cloro ativo reduzindo sua eficácia como agente sanitizante. (EMBRAPA, 2006). 4.1.5 Retirada do talo e Corte Certos produtos como raízes, bulbos e tubérculos, precisam ser descascados antes da operação de corte, através de equipamentos especiais (descascadores ou processadores) (EMPRAPA, 2006). No corte das hortaliças, devem-se utilizar facas de aço inoxidável afiadas, cortadores manuais ou equipamentos com sistemas de lâminas de cortes diferenciados que, ao serem operados em alta velocidade, de acordo com o tamanho e a espessura do produto desejado, melhoram a precisão do corte e reduzem as lesões causadas no produto final. A etapa de corte acelera a respiração do tecido vegetal, causando lesões mecânicas e liberando substâncias presentes no interior das células que degradam o tecido vegetal e favorecem o desenvolvimento de micro-organismos, portanto, é fundamental importância manter faças e lâminas de corte sempre bem afiadas e limpas, para reduzir danos nos produtos processados (GOMES, 2005). 4.1.6 Sanitização e Enxague Após o corte, os vegetais devem ser conduzidos a uma nova lavagem, em água à temperatura de refrigeração, para retirar possíveis contaminações microbiológicas oriundas da manipulação dos mesmos e remover líquidos exsudados dos tecidos. 11 Os vegetais minimamente processados tendem a se deteriorar rapidamente, devido à ação de enzimas do próprio vegetal e, principalmente, aos microrganismos que deterioram o alimento. Na sanitização dos vegetais com hipoclorito de sódio, deve- se utilizar uma solução com uma concentração de 30 ppm. Os vegetais deverão ficar em contato com essa solução por um período de, no mínimo, 15 minutos. Depois de higienizados, os vegetais devem ser enxaguados de duas a três vezes, com água clorada a 2 ppm (EMBRAPA, 2006). 4.1.7 Centrifugação Após a sanitização e enxágue, os vegetais devem ser conduzidos à centrifugação para a retirada da água presente em suas superfícies, melhorando a apresentação e a vida útil do produto a ser doado, devido à redução da umidade no interior da embalagem. O vegetal é, então, colocado em gabinetes vazados dentro da centrífuga. A centrífuga deve ser programada para velocidade suficiente para retirada do excesso de líquido, sem que cause danos à integridade do produto cortado. O excesso de umidade dentro da embalagem do produto a ser doado pode favorecer o desenvolvimento microbiano e a atividade das enzimas presentes nos vegetais (EMBRAPA, 2006). 4.1.8 Pesagem, Embalagem e Etiquetagem. Os produtos devem ser colocados em embalagem plástica e pesados. A embalagem deve ser selada horizontalmente, com auxílio de uma termosseladora elétrica. Nessa etapa, o produto embalado deve ser submetido a uma inspeção visual para assegurar a integridade da embalagem, evitando a recontaminação do produto e a entrada de ar. No rótulo da embalagem devem constar as seguintes informações: Nome da hortaliça, data de fabricação; peso líquido do produto; dados do Banco de Alimentos doador (endereço, CNPJ e inscrição estadual); Consumir em 24 horas (EMBRAPA, 2006). 4.1.9 Armazenamento O produto deve ser armazenado sob-refrigeração, em geladeiras comerciais ou em câmara fria, a temperatura de 5 a 8C. O uso da temperatura adequada – no armazenamento e na distribuição – é um dos fatores mais importantes para a 12 manutenção da qualidade e a segurança das hortaliças minimamente processadas, porque ela reduz o desenvolvimento de microrganismos deteriorastes ou dos transmissores de doenças ao homem (microrganismos patogênicos) (GOMES, 2005). 4.1.10 Distribuição O produto deve ser distribuído o mais rápido possível em veículos refrigerados, à temperatura de 5°C ou em caixas isotérmicas (isopor). É importante lembrar que deve ser evitado que os produtos sejam expostos à temperatura ambiente, no procedimento de carga entre a câmara fria e o veículo e na descarga do veículo para as instalações da instituição beneficiada (EMBRAPA, 2006). 4.1.11 Exemplo do processamento da Alface a. Colheita b. Armazenamento: em câmara fria a 10ºC, 80 a 90% de umidade relativa (ESALQ, 2005). c. Seleção: retiram-se as folhas velhas, danificadas mecanicamente e/ou afetadas por patógenos. d. Lavagem: É feita com água gelada e depois com solução de hipoclorito de sódio. e. Corte: As folhas são cortadas em fatias para salada. f. Higienização: Logo após o corte, o material processado pode passar por um processo de ozonização para ser esterilizado. g. Secagem: O produto é centrifugado para retirar o excesso de umidade. h. Embalagem: O produto final é colocado em embalagens de polietileno rígido, em bandejas de isopor com filme plástico ou em sacos plásticos transparentes com atmosfera modificada, já pronta para uso imediato. A alteração da atmosfera no interior da embalagem proporciona maior durabilidade nas prateleiras de supermercados e na geladeira do consumidor. É aplicada uma mistura de gases com concentração diferente da do ar (concentração elevada de CO2 e baixa concentração de O2). 13 i. Armazenagem: O armazenamento em câmara fria se dá com temperatura em torno de 2ºC, antes da distribuição para redes de supermercados, hipermercados ou varejões. No caso da alface ser comercializada na forma de folhas destacadas, elas deve ser selecionado por tamanho, para compor um produto uniforme. Figura 1 - Processamento da Alface 14 4.2 Fluxograma de processamento mínimo A colheita das hortaliças deve ser feita nos horários do dia com temperatura mais amena. A execução dessa etapa requer higiene no campo, como o uso de caixas de plástico limpas, desinfetadas, empolgadas sem contato com o solo e transportadas o mais rápido possível para o processamento (GOMES, 2005). Se as hortaliças tiverem que ser transportadas para os pontos de distribuição ou de vendas distantes do local de produção, devem ser submetidas a resfriamento imediatamente após a colheita, a uma temperatura entre 3C e 5C e umidade relativa do ar de aproximadamente 90%. A qualidade do produto final, um dos fatores mais importantes do processo de produção, está diretamente relacionada à fase de maturação das hortaliças (GOMES, 2005). Figura 2 - Fluxograma de vegetais minimamente processados 15 4.3 Relação dos vegetais minimamente processados com a Unidade de Alimentação e Nutrição Unidades de Alimentação e Nutrição, conhecidas como UANs, são estabelecimentos onde são desenvolvidas todas as atividades necessárias para a produção e distribuição de refeições a coletividades. Tais atividades consistem em um serviço organizado, destinado a fornecer refeições adequadas ao padrão dietético e higiênico da população à qual se destinam. (LANZILLOTTI et al., 2004). O objetivo dela é assegurar qualidade em todos os seus produtos e serviços de modo a fornecer refeições saudáveis respeitando o seu teor nutricional e as condições higiênicas sanitárias. As refeições servidas em uma UAN devem contribuir para a manutenção e até recuperação da saúde de coletividades. O produto elaborado nas unidades de alimentação e nutrição pode ser utilizado como ferramenta de educação nutricional, modificando positivamente os hábitos alimentares de seu público-alvo. Pode ser utilizado também como estratégia de promoção da saúde e qualidade de vida de seu consumidor. (TRONCOSO; TOMASIAKI, 2004) A inclusão dos vegetais nos cardápios envolve um planejamento físico-funcional, que envolve o dimensionamento da área de recepção, armazenagem e pré-preparo articulado à gestão de suprimentos e de recursos humanos, uma vez que se trata de alimentos com diferentes características quanto à perecibilidade, densidade e complexidade de pré-preparo, que dificultam sua utilização em cardápio padronizado, aspecto fundamental em gestão de qualidade.Para que a UAN apresente qualidade na produção de refeições, é necessário garantir a excelência, assegurar as especificações - aporte nutricional, condições higiênico-sanitárias, palatabilidade, a conformidade e a regularidade dos serviços e a ausência de deficiências, por um valor compatível com a natureza do serviço. (LANZILLOTTI et al., 2004). 16 4.3.1 Etapas do fluxograma a. Recepção: Pesagem dos alimentos para saber se está de acordo com o pedido feito ao fornecedor, além de verificar a temperatura do produto. b. Higienização: lavar com água corrente as embalagens para evitar contaminação do ambiente externo c. Armazenamento: armazenar os vegetais em câmeras frias em temperatura máxima de 5ºC por 3 dias Figura 3 - Fluxograma de vegetais dentro da UAN 17 d. Pré-preparo: se os vegetais forem para cocção, é necessário primeiramente fazer a higienização em água clorada por 15 min em cubas fundas, depois a lavagem em outras cubas, limpá-los, e depois ralados, ou picados de acordo com o cardápio. Caso os vegetais forem consumidos crus pode ir direto para preparação (montagem) e distribuição seguidamente. e. Preparo: montagem dos vegetais crus ou aqueles já passaram pela cocção. f. Distribuição: cubas em balcão refrigerado, em temperatura de 2 a 4 graus. g. Resto da ingestão: trituração ou câmara fria para os alimentos pós-cocção em temperatura de no máximo 4ºC por 3 dias. 4.4 Relação de equipamentos utilizados na Unidade de Alimentação e Nutrição. O processamento de vegetais necessita de uma série de utensílios, máquinas e equipamentos, abaixo o que é necessário a cada etapa do processo: 4.4.1 Bancadas Em geral de aço inox devido ao material ter boa durabilidade, ser de fácil higienização, não retém odores. (PINHEIRO, 2011) Figura 4 - Modelo de bancada de aço inoxidável 18 4.4.2 Etileno Material resistente de fácil limpeza, utilizado com tampos de bancadas com estrutura de inox para as etapas de corte manual. (PINHEIRO, 2011) 4.4.3 Facas São em aço inox de tamanhos e espessuras variadas conforme as etapas e vegetais a serem processados. (PINHEIRO, 2011) 4.4.4 Monoblocos São de material plástico vazado ou containers que são utilizados em várias etapas para acondicionar os vegetais seja durante o processamento ou para transporte do produto até o consumidor final. (PINHEIRO, 2011) Figura 5 - Tábua de etileno para cortes manuais Figura 6 - Facas de aço inoxidável 19 4.4.5 Tanques Em material de aço inox utilizado no processo para lavagem e sanitização dos vegetais. (PINHEIRO, 2011) 4.4.6 Balanças Equipamento bastante utilizado desde recebimento, armazenamento, seguindo ao longo do processo até a etapa de embalagem. (PINHEIRO, 2011) Figura 7 - Monoblocos utilizados nas UANs Figura 8 - Tanques para higienização dos vegetais Figura 9 - Balança analítica 20 4.4.7 Máquinas lavadoras O surgimento das máquinas lavadoras no mercado solucionou o delicado e difícil de lavar vegetais. Garantindo uma lavagem profunda, que permite eliminar as impurezas, ainda que as superfícies mais rugosas e de difícil acesso. A lavagem é realizada de forma veloz e eficaz. O sistema de lavagem garante uma limpeza adequada em produtos como: alface, espinafre, agrião, couve, brócolis, couve flor. O princípio de funcionamento se da por meio de imersão dos vegetais em água onde ocorre o movimento de turbilhamento. Este sistema provoca movimento helicoidal dos vegetais facilitando o desprendimento de sujidades e impurezas, que serão expulsas do setor de lavagem e ficarão retidas nos filtros que compõem estes equipamentos. A estrutura do equipamento é em aço inox. (PINHEIRO, 2011) 4.4.8 Descascador de legumes Equipamento desenvolvido para o descasque de tubérculos, batata, cenoura, beterraba, mandioquinha, cará, chuchu, abóbora japonesa. O princípio de funcionamento é a partir de rotação combinado com abrasão a parte interna deste equipamento é recoberta por partículas abrasivas que combinadas com a rotação retira a casca do vegetal o descasque ocorre na presença de água. A principal vantagem e os benefícios do descascador são: o aumento da lucratividade, Figura 10 - Máquina de higienização dos vegetais 21 diminuição dos gastos e prejuízos e uma excelente relação custo benefício. (PINHEIRO, 2011) 4.4.9 Cubetadora São equipamentos utilizados para cortar os produtos (preferencialmente legumes) em forma de cubos. Caracterizam-se por alta produção, excelente qualidade de corte, facilidade de limpeza e mínima manutenção. O princípio operativo baseia-se num sistema de três cortes independentes e sucessivos, que evitam a deterioração dos produtos. Eficiente e de alta produtividade, fácil higienização por possuir cobertura, desmontável, design moderno, não necessita de operador em tempo integral, processo contínuo. (PINHEIRO, 2011) Figura 11 - Descascador de legumes Figura 12 - Modelo de cubetadora 22 4.4.10 Centrifugador Equipamento utilizado na retirada do excesso de água que se encontra no vegetal após a lavagem. Princípio de funcionamento é a alta rotação que expulsa a água superficial dos vegetais. Extremamente seguro, fácil manuseio, fácil higienização e possui baixo consumo em energia elétrica. (PINHEIRO, 2011) 4.4.11 Seladora a vácuo Equipamento pra selar e retirar o ar das embalagens, essa forma de embalagem é utilizada para aumentar a validade dos vegetais, pode ser utilizado para legumes, folhas e frutas. (PINHEIRO, 2011) Figura 13 - Modelo de centrifuga Figura 14 - Selador a vácuo 23 4.5 Vantagens e desvantagens Tabela 1 - Vantagens e Desvantagens da utilização de Minimamente Processados (adaptado de SIVERTSVIK et al., 2002a; PHILLIPS, 1996. VANTAGENS DESVANTAGENS Praticidade Pode tornar o custo aparentemente mais elevado Racionalização de tempo de preparo Aceleração da perda de água, resultando em murcha, perda da qualidade visual e alteração da textura. Variedade de produtos em qualquer estação Aumento da taxa respiratória do vegetal Segurança do alimento, pois minimiza manejo, diminuindo contaminação por MO, além da alegação de maior vida útil e preservação das características sensoriais e nutricionais do alimento. Controle imprescindível da temperatura Evita perdas, com isso, ocorre redução de lixo dentro da unidade. Especificação de atmosfera adequada a cada tipo de produto Economia na mão de obra Especificação de pessoal e equipamento especial Aumento do período de vida útil Maior volume das embalagens Produto de melhor qualidade Perda de benefícios após abertura da embalagem Melhor separação de produtos fatiados A dissolução do CO2 pode levar ao colapso da embalagem Com poucos ou mesmo sem adição de conservantes - Melhor apresentação dos produtos - Embalagens seladas, barreiras contra a contaminação e perda de líquidos. - Embalagem prática e sem cheiro - 24 5. Conclusão Para a indústria de alimentos, a maior vida útil dos produtos significa menores perdas e possibilidade de um melhor planejamento da produção, dos estoques e da logística. A utilização de embalagem com atmosfera modificada, por atender uma preferência do consumidor por praticidade, garante também vantagens para os produtores e distribuidores no nível dos custos, da distribuição, do armazenamento e da vida útil. No entanto, o êxito dessa embalagem depende da qualidade inicial do produto, que está intimamente relacionada com: as boas práticas de higiene durante todo o percurso do produto; a composição da atmosfera adicionada e a proporção volume de gás/produto que é utilizada;o controle restrito da temperatura durante toda a vida útil, pois esta influencia o desenvolvimento microbiano e a solubilidade dos gases no alimento; a adequação dos materiais de embalagem às características do produto; o equipamento de embalagem, e o controle de qualidade integral e sistemático do processo de produção, distribuição e armazenamento. Existem ainda algumas questões relacionadas com a logística envolvida na produção e na preservação desses produtos, essencialmente na cadeia de distribuição e de comercialização, na qual a manutenção da cadeia de frio é essencial. A utilização das novas embalagens ativas e inteligentes poderá ser a resposta para um maior e melhor controle desse fator. No entanto, estas ainda apresentam um custo demasiado elevado para serem utilizadas de forma corrente na venda de produtos embalados. O desenvolvimento de novos indicadores tempo/temperatura, mais eficientes e com menor custo, e de novos expositores frigoríficos com uma melhor manutenção da temperatura para os supermercados é essencial para o futuro e a qualidade dos alimentos minimamente processados. 25 Referencias Bibliográficas ALMEIDA, D.P.F. 2007. Os consagrados princípios da Pós colheita. Vida Rural 1729: 32-35. BRASILIA. Carlos Alexandre Oliveira Gomes. Embrapa (org.). Hortaliças Minimamente Processadas. 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