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Prof. Esp. Fernanda M. Furst Signori Secretaria de Estado de Educação DF Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina Educação Online ÉTICA E LEGISLAÇÃO EM SAÚDE F o n te P er fT ra ck er – A u to r d e sc o n h ec id o Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 2 TÉCNICO EM REGISTRO DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE ÉTICA E LEGISLAÇÃO EM SAÚDE Olá, querido (a) estudante! Com o intuito de promover uma ação educativa, cujo objetivo é disseminar e propiciar a construção do conhecimento, contemplando o aprendiz como participante ativo no processo ensino-aprendizado; este texto foi produzido com linguagem textual e gráfica, de modo a proporcionar a você aprendiz, uma maior interação com o que será apresentado. Para que a aprendizagem seja significativa, proponho que trabalhe o texto de forma interativa, anotando as palavras chave em cada parágrafo, sinalizando de maneira resumida o conceito dessas palavras e relacionando o conteúdo aqui disposto com o conhecimento que você já possui sobre o assunto. Tais estratégias didáticas auxiliam você: aprendiz/ leitor na organização de ideias, permitindo a reflexão e a crítica sobre o que é apresentado. No final do texto encontram-se as referências, caso queira aprofundar os conhecimentos sobre o assunto. Ótima leitura! Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 3 Sumário 1. O surgimento do Mundo Social ............................................................... 04 1.1 O Conceito de Ética e Moral na Sociedade ................................................. 06 2. Ética e Moral no ambiente de trabalho ................................................... 09 2.1 As Modalidades da Ética .............................................................................. 13 3. O Princípio Ético da Saúde ......................................................................... 14 3.2 Bioética: a ética da vida ................................................................................ 17 3.2 Infração Ética ............................................................................................... 20 4. Legislação em Saúde .................................................................................. 21 Referências ...................................................................................................... 28 Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 4 1. O surgimento do mundo social O Homem, enquanto ser humano, define-se pelo modo como escolhe, divide e executa diferentes ações – tudo aquilo que se faz com intenção, com vontade e que pode ser explicado/ justificado. Desse modo, nesse processo de individualização e escolhas, o Homem torna-se um agente de mudanças. Os atos próprios do Homem são o que o caracteriza como ser racional; assim, dotados de uma consciência moral, a qual funciona como um medidor interno, o Homem é capaz de avaliar a própria atuação, a tomada de decisões e julgar seus próprios atos de acordo com as normas pré-existentes. Dessa forma, podemos definir tais atos em sociedade, como Ato Moral. Nós, enquanto seres coletivos, dotados de racionalidade – capacidade de exercer a razão, a lógica sobre nossas ações, vivemos em Sociedade: definida pelo conjunto de pessoas que dividem o mesmo tempo e espaço, seguindo um padrão comum de coletividade, compartilhando propósitos, preocupações, costumes e interagindo entre si. O Modelo de Sociedade que conhecemos tem características culturais, estruturais e institucionais - estruturas ou mecanismos de ordem social, que possuem a função de regular o comportamento dos indivíduos dentro de uma comunidade - que são definidos por meio de um Sistema de Relações entre seus membros, cujo princípio básico é manter a harmonia, definindo a função social que cada indivíduo exerce e a divisão do trabalho, como uma forma de controle. A esse Sistema dá se o nome de Organização Social. Justamente, para manter essa organização social, que normas, regras e leis foram criadas, como a Constituição Federal Brasileira – CF/ 1988. Consolidando os Direitos (proteção à dignidade humana) e os Deveres (atitudes que todas as pessoas são obrigadas a ter, quando estão em coletivo) de cada cidadão. Fonte Google – Autor desconhecido Fonte Google – Autor desconhecido Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 5 Quando somos inseridos em uma Sociedade, passamos pelo Processo de Socialização: um processo de aprendizagem que dura toda nossa vida, desde o nascimento até a vida adulta (pois trata-se de um processo contínuo, onde mudamos nossa forma de ver o mundo de acordo com as mais variadas situações), nos adequando às características e ao modo de viver daquele grupo. Não somos robôs que obedecem automaticamente às regras criadas pelo coletivo; temos o poder do juízo e assim, fazemos escolhas. Contudo, essas escolhas são influenciadas por um conjunto de exigências e prescrições que reconhecemos como válidas, ou seja, escolhemos como agir levando em consideração dois aspectos: (a) Normativo: que são as regras, o como deve ser. Exemplo: Não minta! Não mate! E o (b) Fatual: que é a escolha sobre a experiência vivida. Exemplo: dependendo da situação a pessoa escolhe se deve ou não mentir. O que norteia as pessoas nas suas escolhas e ações é a Ética e a Moral. Essas não são intrínsecas (não nascem com o indivíduo), mas são aprendidas ao longo da vida, nas relações: familiares, escolares, sociais, de trabalho e lazer. Vejamos a seguir as definições de Ética e de Moral. Para refletir Como você lida com as situações na vida? Como você estabelece relações com as pessoas? Que postura você assume e que se refere ao seu modo de ser? Que posturas você assume e que são influência do social? ATENÇÃO Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 6 1.1 O conceito de Ética e Moral na Sociedade Estes são conceitos que, provavelmente você até sabe o que significam, mas não sabe explicar, não é mesmo?! Ética e Moral até podem andar juntas e/ ou serem confundidas, mas possuem conceitos diferentes. A Moral é o conjunto de normas e valores que orientam o comportamento do indivíduo para determinado grupo ou cultura; ou seja, é o julgamento de como cada indivíduo deve agir para ser aceito em determinado grupo. Estas normas para se conviver em sociedade são adquiridas pela educação, tradição e pela convivência no cotidiano (VÁZQUEZ, 2007). A Moral sempre existiu, pois, o Homem possui a consciência que o leva a distinguir o que é certo e errado, o que é o Bem e o Mal. Os momentos históricos e os contextos sociais influenciaram a criação das regras morais de acordo com as necessidades sociais de cada época; mas a questão moral, somente ganhou força quando o Homem passou a se agrupar em sociedade. A Ética é o conjunto de valores morais e princípios, formulados com base na história e na cultura, que norteiam a sociedade como um todo. Existe para que haja o bom convívio e o bom costume; possibilitando o funcionamentosocial, sem que ninguém saia prejudicado (VÁZQUEZ, 2007). A Ética é responsável por definir certas condutas no dia a dia, como por exemplo: o Código de Ética Profissional, o qual determina a conduta do profissional naquela área de atuação. No entanto, não deve ser confundida com as Leis - normas escritas, baseadas na experiência das relações humanas, com o princípio de manter a paz e ordem social - embora estas também estejam relacionadas com o sentimento de justiça social. Vejamos abaixo o quadro demonstrativo sobre Moral e Ética: Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 7 Será que tudo o que não é moral, também não é ético? O que seria imoral e amoral? O que seria antiético e aético? Imoral: o que contraria as normas de conduta do coletivo. Exemplo: falta de pudor, indecência. Amoral: é a pessoa que não segue os preceitos morais daquela comunidade, porque os desconhece. Exemplo: os índios com relação à moral do Homem branco. Antiético: é a pessoa que infringe as normas de uma determinada região. Exemplo: funcionário que detém para si, todo o conhecimento sobre uma tarefa e não explica para os demais colegas antes de sair de férias. Aético: são as pessoas que não exercem julgamento sobre o que é certo ou errado, pois a mente está incapacitada. Respondendo à pergunta anterior: Será que tudo o que não é moral, também não é ético? Uma pessoa pode ser moral, pois está inserida em um grupo ou contexto social; mas ser antiética por uma escolha pessoal. Exemplo: embora Mônica esteja inserida em uma sociedade com regras de conduta (moral) estabelecidas, ela escolhe levantar-se ou não do assento preferencial no ônibus. Nesse caso, Mônica tem moral, mas não tem ética! Vejamos os esquemas abaixo: MORAL ÉTICA X ✓ É uma conduta ✓ É temporal (varia com a época) ✓ É cultural (varia com a comunidade) ✓ Acontece na prática ✓ É uma regra Origem: latim “moralis” De onde vem: do Sistema Social Por que a seguimos: porque a Sociedade nos diz o que é certo Exemplo: antes não era moral mulher usar calça; hoje é aceito ✓ É um princípio ✓ É permanente ✓ É universal (comum a todas comunidades) ✓ Acontece na teoria ✓ É uma regra Origem: grego “ethos” De onde vem: motivação individual Por que a seguimos: porque acreditamos que existe o certo e o errado Exemplo: não é ético furar a fila do Banco Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 8 Moral Imoral Amoral Ética Antiética Aética O que é ético em alguns países, pode não ser em outros; por exemplo: utilizar animais em experimentos de cosméticos. As transformações culturais e sociais em uma sociedade tecnológica ganharam força com os meios de comunicação, os quais divulgam as informações com rapidez, de maneira repetitiva e enfática, gerando grande impacto na maneira como os indivíduos pensam. Reflita! O que dizem os noticiários sobre a violência, miséria, competição e indiferença social? E o que noticiam sobre ações assertivas? Que tipo de sociedade é essa, na qual vivemos, que se interessa mais pela polêmica do que pelo bom exemplo? Tais questionamentos valem um debate sobre a moral e ética, resgatando a importância destes conceitos. Todo ato possui uma intenção! O ideal do progresso é que todos os indivíduos sejam capazes de assumir as responsabilidades sobre seus atos; o que significa a construção de identidades pessoais e sociais - conjunto de comportamentos, sentimentos e pensamentos adequados ao convívio em grupo - conscientes das suas obrigações e capazes de fazer escolhas adequadas e justificáveis. Nossos atos, mesmo movidos pela liberdade de escolha individual, precisam estar relacionados com os interesses coletivos, pois nossa liberdade não pode comprometer a integridade social. Como no caso das ações praticadas no ambiente ATENÇÃO Segue uma norma universal Que vai contra as normas Ausência de normas Costumes/ hábitos que são repassados de geração para geração Que vai contra os costumes Ausência de costumes Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 9 de trabalho; onde ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é atuar com respeito, integridade, honestidade, é não prejudicar o próximo. 2. Ética e Moral no ambiente de trabalho A discussão sobre Ética no trabalho ganha força ao se resgatar o sentido do trabalho para o Homem – processo coletivo que surge a partir de uma ação intencional do indivíduo, a fim de satisfazer uma necessidade pessoal e/ ou social, gerando transformações. Ao se discutir sobre ética nas organizações não se fala da prática da organização, mas da prática nas organizações, pois são feitas de pessoas e ética é um atributo humano. Mas, antes de citarmos sobre comportamento ético do profissional no ambiente de trabalho, falaremos sobre a prática ética da empresa/ organização. Toda empresa/ organização possui: Missão, Visão e Valores - exemplo: https://www.saude.df.gov.br/estrutura- ses/#:~:text=%E2%80%9CGarantir%20ao%20cidad%C3%A 3o%20acesso%20universal,mediante%20aten%C3%A7%C3 %A3o%20integral%20e%20humanizada%E2%80%9D.&text =%E2%80%9CSer%20um%20sistema%20de%20sa%C3%B Ade,indicadores%20de%20sa%C3%BAde%20do%20pa%C 3%ADs%E2%80%9D. Dessa forma, podemos identificar sua ética, demonstrada por meio dos valores que cultiva, da influência que exerce e da Cultura Organizacional que dissemina. Você já ouviu dizer que tal Empresa detém Responsabilidade Social? Do que se trata? Chanlat (1999) diz que uma empresa/ organização detém Responsabilidade Social, quando avalia os efeitos de suas ações sobre a comunidade ao seu redor. A responsabilidade social da empresa/ organização alcança várias vertentes, como: a social, a ambiental, e com o público interno PESQUISE! Escolha uma Empresa conhecida e pesquise na internet sobre sua Missão, Visão e Valores. https://www.saude.df.gov.br/estrutura-ses/#:~:text=%E2%80%9CGarantir%20ao%20cidad%C3%A3o%20acesso%20universal,mediante%20aten%C3%A7%C3%A3o%20integral%20e%20humanizada%E2%80%9D.&text=%E2%80%9CSer%20um%20sistema%20de%20sa%C3%BAde,indicadores%20de%20sa%C3%BAde%20do%20pa%C3%ADs%E2%80%9D https://www.saude.df.gov.br/estrutura-ses/#:~:text=%E2%80%9CGarantir%20ao%20cidad%C3%A3o%20acesso%20universal,mediante%20aten%C3%A7%C3%A3o%20integral%20e%20humanizada%E2%80%9D.&text=%E2%80%9CSer%20um%20sistema%20de%20sa%C3%BAde,indicadores%20de%20sa%C3%BAde%20do%20pa%C3%ADs%E2%80%9D https://www.saude.df.gov.br/estrutura-ses/#:~:text=%E2%80%9CGarantir%20ao%20cidad%C3%A3o%20acesso%20universal,mediante%20aten%C3%A7%C3%A3o%20integral%20e%20humanizada%E2%80%9D.&text=%E2%80%9CSer%20um%20sistema%20de%20sa%C3%BAde,indicadores%20de%20sa%C3%BAde%20do%20pa%C3%ADs%E2%80%9D https://www.saude.df.gov.br/estrutura-ses/#:~:text=%E2%80%9CGarantir%20ao%20cidad%C3%A3o%20acesso%20universal,mediante%20aten%C3%A7%C3%A3o%20integral%20e%20humanizada%E2%80%9D.&text=%E2%80%9CSer%20um%20sistema%20de%20sa%C3%BAde,indicadores%20de%20sa%C3%BAde%20do%20pa%C3%ADs%E2%80%9D https://www.saude.df.gov.br/estrutura-ses/#:~:text=%E2%80%9CGarantir%20ao%20cidad%C3%A3o%20acesso%20universal,mediante%20aten%C3%A7%C3%A3o%20integral%20e%20humanizada%E2%80%9D.&text=%E2%80%9CSer%20um%20sistema%20de%20sa%C3%BAde,indicadores%20de%20sa%C3%BAde%20do%20pa%C3%ADs%E2%80%9D https://www.saude.df.gov.br/estrutura-ses/#:~:text=%E2%80%9CGarantir%20ao%20cidad%C3%A3o%20acesso%20universal,mediante%20aten%C3%A7%C3%A3o%20integral%20e%20humanizada%E2%80%9D.&text=%E2%80%9CSer%20um%20sistema%20de%20sa%C3%BAde,indicadores%20de%20sa%C3%BAde%20do%20pa%C3%ADs%E2%80%9Dhttps://www.saude.df.gov.br/estrutura-ses/#:~:text=%E2%80%9CGarantir%20ao%20cidad%C3%A3o%20acesso%20universal,mediante%20aten%C3%A7%C3%A3o%20integral%20e%20humanizada%E2%80%9D.&text=%E2%80%9CSer%20um%20sistema%20de%20sa%C3%BAde,indicadores%20de%20sa%C3%BAde%20do%20pa%C3%ADs%E2%80%9D Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 10 (funcionários) e externo (clientes/ usuários). E como funciona esta Responsabilidade Social? A empresa/ organização demonstra que não existe somente para explorar recursos econômicos e humanos para obtenção do lucro; mas também existe para contribuir com a sociedade, por meio de projetos, como: Saúde e Bem Estar; Desenvolvimento Social; Meio Ambiente – exemplo: https://www.unimedpoa.com.br/responsabilidadesocial A Ética Organizacional é um dos pilares para a obtenção da Qualidade de Vida no Trabalho – QVT; uma vez que auxilia na construção de um ambiente positivo, de cooperação e respeito mútuo, o que proporciona aos colaboradores exercer suas funções e promover resultados satisfatórios. Portanto, a responsabilidade social da Gestão de Pessoas – GP ocorre desde a contratação, passa pela permanência e se estende até o desligamento do seu funcionário/ servidor. Uma empresa/ organização ética paga seus funcionários/ servidores em dia; reconhece-os como colaboradores independentemente da cor, credo, gênero, classe ou orientação sexual; proporciona salários justos; ambiente de trabalho estável; benefícios compatíveis com o mercado de trabalho. A Meritocracia também tem sido muito pleiteada pelas organizações éticas, ou seja, reconhecem seus colaboradores por seus méritos: nível de comprometimento, resultado alcançado e vontade de crescer, ao invés de favorecer alguns funcionários por afinidade ou favoritismo. Com relação aos seus clientes, oferta produtos e serviços de qualidade, oferecem suporte e realizam propagandas publicitárias moralmente corretas. Uma empresa/ organização age de maneira ética ao elaborar seu planejamento e atividades pautados na satisfação, credibilidade, confiança e relacionamentos interpessoais significativos, favorecendo a motivação, respeito a todos, espaço para capacitação e surgimento de novos talentos. Falaremos agora sobre o comportamento ético do profissional no ambiente de trabalho. Quando um colaborador age diferente dos princípios éticos da empresa/ organização, desequilibra todo o sistema; pois, além de reconhecido pelo https://www.unimedpoa.com.br/responsabilidadesocial Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 11 comportamento, habilidades e atitudes – CHA, o bom profissional, também é reconhecido por sua conduta ética e moral idônea (adequada, que convém). A Ética Profissional é baseada nos comportamentos que são adequados para uma boa convivência no ambiente de trabalho, podendo ser descrita como: conjunto de normas e regras que devem ser seguidas na empresa/ organização, servindo de guia para os colaboradores conviverem em um ambiente profissional favorável, amigável e produtivo; considerados de extrema importância para garantir um bom clima organizacional, a saúde do trabalhador, o crescimento e reputação da empresa. Assim, podemos entender por Ética Profissional, a maneira como o indivíduo comporta-se dentro e fora do ambiente de trabalho, contemplando de maneira coerente suas ações, atitudes e modo de pensar. Você é o que você faz! A Ética no trabalho está diretamente relacionada à honestidade, seguir valores e princípios morais que levem a condutas e práticas exemplares. Então, o que é ser ético no trabalho? Vejamos alguns comportamentos assertivos: 1. Responsabilidade: assumir e cumprir compromissos, zelar pelo patrimônio da empresa, manter a descrição sobre informações sigilosas. 2. Integridade: tudo o que fazemos na vida ou na empresa/ organização tem consequências e por isso, independentemente de você gostar ou não da empresa ou mesmo do seu chefe, você deve ser honesto e correto em suas ações. 3. Retidão: não usar o cargo para obter vantagens, não fazer fofocas, não criar situações de desavença. 4. Capacidade de reconhecer erros: errar não é o fim, mas aprender com os erros pode ser um começo! Por isso é essencial saber reconhecer que falhou e procurar acertar, sem responsabilizar o outro pelo seu erro. Isso é antiético. 5. Congruência: não adianta falar uma coisa e fazer outra diferente. 6. Respeito ao trabalho dos outros: auxiliar o colega nas tarefas, compartilhar conhecimento operacional, colaborar para a construção conjunta de resultados positivos. ATENÇÃO Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 12 7. Equidade: não existe ética sem igualdade! Promover a igualdade é ser justo, respeitar os direitos de todos e proporcionar as mesmas oportunidades. 8. Humildade e Empatia: ninguém é melhor que ninguém! Existem sim, os mais dedicados e esforçados. Repasse seus conhecimentos e/ ou técnicas, pois isso é trabalhar em equipe. Exerça a escuta ativa, compreender o que o outo quer dizer, colocar-se no seu lugar, dar espaço ao outro. 9. Pontualidade: procurar não faltar ao trabalho, não se ausentar por muito tempo (nem mesmo na pausa para o café), não chegar atrasado ou sair mais cedo repetidas vezes. 10. Vestimenta: o local de trabalho é um lugar formal, deve-se priorizar por roupas mais neutras, sem decotes ou muito curtas, limpas, sapato fechado, não exagerar na maquiagem e/ ou no perfume. 11. Limpeza e organização: manter o local de trabalho limpo, organizado, apresentável. 12. Ser tolerante e flexível: não levar para o lado pessoal críticas e sugestões feitas ao seu comportamento em determinada situação ou sobre seu trabalho; aproveitar as dicas para melhorar. 13. Fazer críticas construtivas educadas: saber escolher as palavras, não usar de ironia e nem desmerecer o outro, não criticar alguém na presença de todos, é mais adequado conversar no reservado. Vale destacar, que no ambiente de trabalho encontramos pessoas diferentes, com ideias e costumes diferentes; contudo, um ponto de ligação entre a ética da organização e a ética profissional é o papel do Líder. A Ética na empresa é representada por um líder justo, atuando como incentivador, motivador, colaborador, como exemplo de idoneidade (adequado, que convém), como elo entre os colaboradores e os princípios da empresa/ organização. Manter uma postura ética no ambiente de trabalho pode não ser uma tarefa fácil, no dia a dia do profissional podem surgir muitas situações, onde sua integridade seja testada. Dessa forma, torna-se essencial contra-atacar, cultivando hábitos positivos e ações assertivas. Observe o quadro abaixo: Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 13 Atenção! Uma postura antiética pode levar ao assédio moral: exposição de alguém a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções – Código Penal (Art. 138, se configurado como calúnia; Art. 136 Decreto-lei n. 2848/40) e/ ou assédio sexual: um tipo de coerção de caráter sexual praticada geralmente por uma pessoa em posição hierárquica superior em relação a um subordinado - Leis Laborais Consolidadas (Lei nº 5.452/43); Código Civil (Art.932); Código Penal (Art. 216). Os quais se configuram como crime. Vejamos a seguir umresumo sobre as modalidades da ética: Ética Comportamental/ Social; Ética da Organização e Ética profissional. 2.1 As Modalidades da Ética - Resumo Para refletir O que motivou meu ato? Qual a relação dos meus atos com o interesse da coletividade? Estão em conflito ou em harmonia? Quais as minhas intenções com essas ações? Quais meios utilizo para atingir minhas intenções? Quais os resultados dos meus atos? Já agi de maneira a ignorar as consequências? Ética Comportamental Ser ético em suas atitudes Agir com honestidade O comportamento pode várias de indivíduo para indivíduo, de acordo com os valores e princípios de cada um; contanto que não prejudique outra pessoa. Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 14 3. O Princípio Ético da Saúde Durante a luta pela redemocratização brasileira (processo de restauração da Democracia após um período de Ditadura) foi estabelecida uma relação estrutural entre Saúde, Democracia e Cidadania, ganhando força com o Movimento da Reforma Sanitária Brasileira (institucionalização e reformulação de normas no campo da assistência em saúde aos cidadãos), que contribuiu para a construção de um Sistema de Saúde universal voltado para a garantia de direito a todos. Ética da Organização Ter princípios políticos, sociais e ambientais responsáveis Coerência sobre suas estratégias e atividades de produção e prestação de serviço Respeito aos seus colaboradores e clientes/ usuários Ética Profissional Código de Ética das Profissões – cada área de atuação tem sua categoria representada por um Conselho Federal e Estadual com Estatuto de Ética próprio Estabelece parâmetros comportamentais, que demarcam a conduta do indivíduo no exercício de sua profissão Assim, estrutura, sistematiza, fiscaliza e protege o profissional Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 15 A Constituição Federal Brasileira – CF/88 trouxe uma nova dimensão nas relações entre: Saúde, desenvolvimento, liberdade e determinantes sociais – estando a saúde relacionada diretamente às condições de vida de uma população, aos comportamentos que podem ou não se constituir em ameaça à sua própria saúde e a dos outros, podendo gerar uma consequência à segurança do Estado, como no caso das epidemias. Dessa forma, a Saúde deixa de ser vista como assistencialista (ajuda momentânea às camadas sociais mais desfavorecidas) e passa a ser humanista, igualitária, tratada como um direito social reconhecido e legitimado. Se a Saúde não é mais somente uma questão de cura e doença e passa a englobar as condições de vida do indivíduo, o que implica em uma alimentação nutritiva, saneamento básico, condições de higiene, acesso à informação e prevenção; então ter saúde se aproxima da ideia de Qualidade de Vida. Assim, a qualidade de vida e as condições de saúde de uma população estão diretamente associadas ao padrão de desigualdade existente na sociedade, uma vez que o acesso e a utilização dos serviços de saúde, equipamentos diagnósticos e terapêuticos depende da condição financeira do indivíduo; por exemplo: há um atendimento farto para aqueles que tem condições financeiras de arcar com os custos das intervenções; para aqueles que podem acrescentar às suas despesas um plano de saúde, nem sempre a assistência integral é garantida; já para as pessoas em vulnerabilidade social, que dependem do Sistema de Saúde Público, esse acesso é escasso e insuficiente. A vulnerabilidade social tem seu significado voltado ao contexto de desproteção (falta de condição financeira), de pessoas ou populações excluídas socialmente e consequentemente atingidas pela falta de equidade (tratamento igual respeitando-se as diferenças individuais) ao acesso ao Sistema de Saúde (FORTES, 2010). Para minimizar os efeitos da desigualdade, a Organização Mundial de Saúde – OMS publicou em 1990 um texto contendo princípios, objetivos e metas para a área da saúde, colocando o conceito de Equidade, formulado por A Dengue é um excelente exemplo de que um comportamento humano pode afetar sua saúde, bem como a dos outros, gerando uma epidemia. Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 16 Margaret Whitehead, como a oportunidade justa que todos devem ter para atingir seu potencial de saúde de forma pragmática (dentro das normas). Dessa forma, a OMS colocou como meta para a humanidade a redução das diferenças de condições de saúde entre países e entre grupos dentro do mesmo país. Sabemos que a Equidade, apesar da sua dimensão ética e moral, na prática do dia a dia não acontece. O que poderia melhorar essas condições? O ideal é que as políticas públicas de saúde tenham como meta a redução das situações que contribuem para a vulnerabilidade; disponibilizando o acesso aos serviços de saúde de qualidade e profissionais qualificados, éticos e responsáveis no contato com o cliente/ usuário. Contudo, somente disponibilizar serviços não garante o acesso, é preciso atentar ao fato de que há realidades, locais e pessoas diferentes, cada qual com suas necessidades próprias e por isso, demandam de soluções e esforços diferentes. Por exemplo: os pacientes que necessitam de atendimento e tratamento podem encontrar vários obstáculos, tais como: barreiras geográficas (hospital longe de casa ou de difícil acesso, necessidade de utilizar transporte público); barreira financeira (não ter recursos para pagar pelo transporte, para arcar com remédios e com o tratamento); barreira informacional e cultural (não ter acesso a informações sobre prevenção ou não aceitar determinado tratamento por questões de crença e/ ou religião). Segundo Correia (2012) uma das maiores preocupações existentes hoje no Brasil está relacionado à Gestão e qualidade dos serviços públicos que promovem a Saúde, seja pela ineficiência do setor público, seja pelo não cumprimento da política regulatória - o que tem desvalorizado a Saúde Pública brasileira; portanto, fortalecer a Equidade em Saúde representa estabelecer um critério ético e moral de imparcialidade dos Gestores (não conceder privilégios) na busca pela preservação das necessidades básicas do cidadão, o que engloba: (a) direito civil e político; (b) direito social; (c) direito coletivo e (d) direito relacionado à bioética. ATENÇÃO! Você concorda? Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 17 Antes de definirmos o conceito de Bioética, observe o esquema abaixo sobre o Princípio Ético da Saúde: 3.1 Bioética: a ética da vida Sabemos que a convivência social exige o estabelecimento de normas, deveres e direitos que variam de acordo com o contexto no qual estamos inseridos. Na área da saúde não é diferente, para nortear as ações dos profissionais visando o respeito à individualidade e dignidade do ser humano, surge a Bioética – do grego BIOS (vida) + ETHOS (ética): uma ciência surgida na década de 70 nos Estados Unidos da América, para atender às demandas do desenvolvimento tecnológico, no que diz respeito à saúde e pesquisa com seres humanos. Princípio Ético da Saúde Equidade: Promover a igualdade respeitando as diferenças individuais Justiça Social: compromissodo Estado e instituições não governamentais em buscar mecanismos para compensar as desigualdades sociais com igualdade de oportunidades Moral: conjunto de normas e valores que orientam o comportamento do indivíduo em determinado grupo ou cultura Direitos Humanos Sociais ➢ Prevenção de doenças ➢ Atendimento de qualidade ➢ Acesso aos serviços ➢ Vida saudável ➢ Benefícios do desenvolvimento biotecnológico ➢ Ambiente de trabalho adequado Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 18 A inclusão de temas sociais na pauta de discussão da Bioética e sua inserção na pauta da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos – DUBDH adotada pela UNESCO (2005) trouxe como objetivo a aplicação da Equidade, enquanto Princípio Ético da Saúde, inciso VI do Artigo 02: Promover o acesso equitativo aos desenvolvimentos médicos, científicos e tecnológicos, assim como a maior difusão possível e o rápido compartilhamento de conhecimento relativo a tais desenvolvimentos, com particular atenção às necessidades de países em desenvolvimento (Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos, UNESCO, 2005). Portanto, a Bioética propõe a Saúde enquanto prática social e sua implicação na Saúde Pública para a construção de uma sociedade solidária, o que necessariamente deve se refletir na Democracia. Assim, a Bioética ao refletir sobre a sistemática da interação humana em sociedade e com o ambiente, de uma forma transdisciplinar entre as Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Filosofia, Ética e Direito; possibilita condições necessárias para uma administração responsável da vida humana, animal e ambiental. Goldim (2000) afirma que a Bioética é a ética aplicada ao contexto da saúde e pesquisa com seres humanos, com as seguintes funções: • Descritiva: descrever os conflitos e questões relacionadas à tecnologia, inovações e pesquisa; • Normativa: apontar os comportamentos considerados reprováveis e aprováveis para os profissionais da saúde; • Protetiva: mediando determinados conflitos emergentes, serve de apoio tanto para os profissionais de saúde, quanto para os indivíduos envolvidos em intervenções e/ ou pesquisas. Já os Princípios da Bioética servem de diretrizes ideológicas para as ações dos profissionais da Saúde e de orientação para a aplicação dos direitos e deveres. Muñoz e Fortes (1998) definem como: PESQUISE! http://www.nepp- dh.ufrj.br/estante/naoces_unida s_4.html http://www.nepp-dh.ufrj.br/estante/naoces_unidas_4.html http://www.nepp-dh.ufrj.br/estante/naoces_unidas_4.html http://www.nepp-dh.ufrj.br/estante/naoces_unidas_4.html Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 19 1. Princípio da Autonomia: refere-se ao direito que o indivíduo tem sobre si. A pessoa autônoma tem o direito de consentir ou recusar propostas de diagnóstico, tratamentos e medidas preventivas, que afetem ou venham a afetar a sua integridade física, psíquica e/ ou social. Mas, para que o indivíduo possa escolher para si o que acredita ser o melhor é preciso que tenha sido esclarecido sobre as implicações, benefícios e possíveis consequências das suas escolhas. Para tanto, a equipe multidisciplinar responsável pelo indivíduo/ paciente deve esclarecer sobre a situação, de maneira clara e apontando alternativas de tratamento. Exemplo: o paciente está com fortes dores abdominais e o médico prescreveu medicação para dor intravenosa, mas o paciente tem medo de injeção e se recusa a receber este tratamento, então cabe ao médico sugerir a medicação via oral, como alternativa ao tratamento. 2. Princípio da Beneficência: é dever do profissional da Saúde promover, por meio de atitudes, práticas e procedimentos que façam o bem ao outro, independente de deseja-lo ou não. Exemplo: um paciente em tratamento apresenta-se muito nervoso e destrata toda a equipe. Esta equipe deve continuar prestando atendimento atencioso, respeitoso e de qualidade. 3. Princípio da Não maleficência: o profissional da Saúde deve atender a pessoa procurando fazer-lhe o bem, evitando prejuízos decorrentes de uma má intervenção, ou seja, o Princípio da Não maleficência requer do profissional da Saúde um comportamento não negligente. Exemplo: o profissional da Saúde sabe que deve higienizar as mãos antes de manipular os instrumentos utilizados na intervenção com o paciente para não lhe causar males; então, se não o fizer, não estará cumprindo com o Princípio da Não maleficência, estará sendo negligente e poderá causar um mal ao paciente. 4. Princípio da Justiça: relacionado à Equidade, significa que toda pessoa tem direito a ter suas necessidades de saúde atendidas, livre de qualquer preconceito ou segregação social. Assim, orienta a distribuição dos recursos da saúde, de modo a contemplar a todos e não somente uma parcela da população. Exemplo: o posto de saúde da periferia deve ter as mesmas condições estruturais que o posto de saúde da área nobre da cidade. Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 20 3.2 Infração Ética A infração ética está relacionada a uma ação negligente, omissa ou de conivência (cumplicidade, coparticipação em atitudes que causem malefícios), seja por desobediência às normas ou por desconhecimento das disposições do Código de Ética. Dessa forma, podemos classificar o ato cometido contra os Princípios Éticos, pelos profissionais (MUÑOZ; FORTES, 1998), como: • Imperícia: falta de conhecimento, preparo técnico, habilidade para executar determinada ação, • Imprudência: agir com descuido e causar danos que poderiam ter sido previstos ou evitados, • Negligência: deixar de fazer o necessário gerando o resultado prejudicial. O aperfeiçoamento técnico é importante para a credibilidade do profissional da Saúde, junto aos gestores, equipe multiprofissional e clientes/ usuários; contudo também é necessário assumir uma postura ética, pois é por meio dela que se adquire confiança e respeito. Assim, é responsabilidade do profissional seguir tanto os padrões éticos da Sociedade, quanto as normas e regimentos internos da Empresa/ Organização, buscando por uma conduta exemplar. Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 21 4. Legislação em Saúde É fundamental que o profissional da Saúde conheça as normas e legislações vigentes que regem o exercício da profissão, assim como sobre seus direitos e deveres para uma atuação segura e ética; evitando casos de imperícia, imprudência e negligência que impliquem em infrações éticas e disciplinares, o que pode gerar um Processo Administrativo Disciplinar – PAD: instrumento destinado a apurar as responsabilidades do servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre. A Lei basilar (aquela que serve de base, fundamento) do ordenamento jurídico brasileiro é a Constituição Federal Brasileira de 1988 – CF, nela consta o alicerce (estrutura) do Estado Democrático: a organização, as competências, os direitos fundamentais dos cidadãos e os princípios norteadores para um convívio social, familiar e no trabalho, ético. Contudo, cada Estado e Município brasileiro também possui suas legislações, assim como cada Conselho Profissional, seja Federal ou Regional. Vejamosabaixo as principais Leis que regem a Saúde: Código de Ética Internacional para Profissionais da Saúde - ICOH Há diversos grupos profissionais desempenhando tarefas tanto no setor público, quanto no setor privado, voltadas à área da Saúde, Higiene, Segurança e Meio ambiente. Para estes profissionais que não possuem um Conselho de Classe próprio, foram definidas de forma mais ampla, um Código de Ética Profissional que incluem as “profissões de Saúde no Trabalho”, as quais atuam individualmente (profissionais autônomos) ou que atuam em coletivo em empresas/ organizações que prestam serviços a clientes e usuários. Os três princípios básicos são: Pesquise! www.normaslegais.com.br/g uia/clientes/sindicanciaproce sso-administrativodisciplinar- lei.htm Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 22 1. O propósito da Saúde no Trabalho é servir à saúde e ao bem-estar dos trabalhadores, individualmente e coletivamente. O exercício da Saúde no Trabalho deve ser realizado de acordo com os mais elevados padrões profissionais e princípios éticos. Os profissionais de Saúde no Trabalho devem contribuir para a saúde ambiental e comunitária; 2. Os deveres dos profissionais de Saúde no Trabalho incluem a proteção da vida e da saúde do trabalhador, respeitando a dignidade humana e promovendo os mais elevados princípios éticos na implementação de políticas e programas de Saúde no Trabalho. A integridade na conduta profissional, a imparcialidade e a proteção da confidencialidade dos dados de saúde e a privacidade dos trabalhadores constituem parte destes deveres; 3. Os profissionais de Saúde no Trabalho são profissionais especializados que devem gozar ampla independência profissional no exercício de suas funções. Devem estes profissionais adquirir e manter a competência profissional necessária para desempenhar seus deveres, exigindo as condições que os permitam executar suas tarefas, de acordo com as boas práticas e com a ética profissional. Constituição Federal Brasileira de 1988 Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 23 Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 24 Pesquise! PORTARIA Nº 1.820, DE 13 DE AGOSTO DE 2009 que é considerada a nova carta dos direitos dos usuários de saúde e está disponível no site da biblioteca virtual de saúde do Ministério da Saúde: http://bvsms.saude.gov.br/ Lei Orgânica da Saúde – Lei 8.080/90 http://bvsms.saude.gov.br/ Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 25 Para saber mais! Acesse o link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm Pesquise também! Lei da Maria da Penha de Combate à Violência Contra as Mulheres e atendimento hospitalar; Direito da Pessoa com Deficiência. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 26 Código de Ética Profissional – regras de conduta Na prática do profissional da Saúde, a ética é analisada sob três aspectos: (a) A relação com o cliente/ usuário; (b) O relacionamento dos profissionais entre si na equipe multidisciplinar e transdisciplinar; (c) A relação dos profissionais com a sociedade. A responsabilidade ética cabe a todos os participantes do Sistema de Saúde, desde o funcionário administrativo, ao porteiro/ segurança do pronto socorro, passando pelo motorista da ambulância, o pessoal da lavanderia e cozinha, até o médico, o gestor e o político que delibera sobre o financiamento para a área da Saúde e as ações políticas do seu governo. Vejamos exemplos de conduta ética: • Respeitar a necessidade do cliente/ usuário; • Conquistar gradualmente a confiança do paciente, fazendo-o sentir-se seguro; • Explicar sobre todo o procedimento a ser realizado; • Manter registros, relatórios, e evoluções clínicas do paciente atualizadas e arquivadas em sigilo; • Não divulgar informações sobre o paciente, nem comentar sobre com outros pacientes; • Utilizar jaleco ou uniforme no ambiente de trabalho, para distinguir-se dos demais; • Cuidado com as aproximações emocionais com o paciente, o que não significa manter uma relação fria isenta de respeito e afeto, mas é preciso separar o profissional do “amigo”; • Cautela ao comentar com o paciente sobre casos de procedimentos de outros pacientes, pois pode causar constrangimento ou mesmo amedronta- lo; • Manter postura ética com os demais profissionais da equipe, evitando atritos que possam afetar a qualidade do atendimento ao cliente/ usuário; • Notificar casos de violência, abuso sexual, etc.; Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 27 • Respeitar as normas internas, titulações, hierarquia, condutas éticas específicas e as legislações estabelecidas pela ordem, associação ou Conselho Profissional. Ética aplicada à Pesquisa em Saúde A Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde – CNS determina diretrizes e normas para as pesquisas que envolvam seres humanos. Francisconi e Goldim (2005) colocam que esse tipo de projeto de pesquisa deve levar em consideração os princípios da bioética: beneficência, respeito à pessoa e justiça, incluindo-se todos os indivíduos: pesquisador, participante, o trabalhador e a sociedade como um todo. Todo projeto de pesquisa na área da Saúde deve passar por uma avaliação ética prévia definida por um Comitê de Ética em Pesquisa, o qual, de acordo com Francisconi e Goldim (2005) levam em consideração três aspectos: 1. Qualificação e preparo da equipe: competência dos mesmos para planejar, executar e divulgar adequadamente cada passo do projeto de pesquisa; sabendo lidar com as possíveis adversidades que possam surgir no decorrer da pesquisa; 2. Consentimento Informado ou Consentimento Livre Esclarecido: é dever moral do pesquisador comunicar ao participante por escrito e obter seu aval sobre o que será investigado, como será realizado o procedimento de coleta de dados e ao término da pesquisa se comprometer a fornecer o feedback (pontos positivos, pontos negativos e resultados da pesquisa); 3. Relação risco-benefício: baseia-se no Princípio da beneficência e Não maleficência. Exemplo: quando determinada ação durante o procedimento na pesquisa vem a causar um mal maior do que um benefício, esta pesquisa está em risco e essa ação deve ser repensada. Estes foram alguns destaques dados à legislação vigente sobre Ética e Legislação em Saúde; no entanto, o assunto é bastante extenso e merece uma leitura minuciosa. Portanto, sugiro que acesse os links disponíveis ao longo do texto e aprofunde seus conhecimentos sobre o tema. Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 28 Referências ___________A Ética e a Moral no Cotidiano. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=he3VZnr8oVc CHANLAT, Jean-François. Ciências sociais e management: reconciliando o econômico e o social. São Paulo: Atlas, 1999. __________Dicas de Conduta no Trabalho. Por Hugo Vera. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=WJXQZTaNNVA____________Código de Ética Internacional para Profissionais da Saúde. Elaborado e adotado pela Comissão Internacional de Saúde no Trabalho. Disponível em: http://www.anamt.org.br/site/upload_arquivos/arquivos_diversos_2842016161111 7055475.pdf ____________Constituição Federal Brasileira. Disponível em: http://www2.planalto.gov.br/conheca-a-presidencia/acervo/constituicao-federal CORREIA, J.V. A Ética Profissional no Contexto da Saúde Brasileira. Revista Saúde e Pesquisa, 5, 1, pp. 209-216, 2012. GOLDIM, J.R. Manual de Iniciação à Pesquisa em Saúde. Porto Alegre: Dacasa, 2000. FORTES, P.A.C. A Equidade no Sistema de Saúde na visão de Bioeticistas brasileiros. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, 56, 1, pp. 47- 50, 2010. FRANCISCONI, C.F.M.; GOLDIM, J.R. Ética aplicada à pesquisa. Cadernos de Ética em Pesquisa, 5,9, pp.8-9, 2005. ____________ Lei Orgânica da Saúde – Lei 8.080/90. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm https://www.youtube.com/watch?v=he3VZnr8oVc https://www.youtube.com/watch?v=WJXQZTaNNVA http://www.anamt.org.br/site/upload_arquivos/arquivos_diversos_28420161611117055475.pdf http://www.anamt.org.br/site/upload_arquivos/arquivos_diversos_28420161611117055475.pdf http://www2.planalto.gov.br/conheca-a-presidencia/acervo/constituicao-federal http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Educação Online - Prof. Fernanda Signori 29 MUÑOZ, D.R.; FORTES, P.A.C. O Princípio da Autonomia e o Consentimento Livre e Esclarecido. In. Costa, C.I.F.; Oselka, G.; Garrafa, V. Iniciação à Bioética, pp.53- 70. Brasília: CFM, 1998. _____________Vida e ética em foco – o que é Bioética? Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PXMa5ZZcy7I ____________Vídeo ética equipe 4. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PhifYyhattQ&list=PLD1dp5RcB8eTHX8J11LK mWrbEynyxiW2m VÁZQUEZ, A.S. Ética. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2007. https://www.youtube.com/watch?v=PXMa5ZZcy7I https://www.youtube.com/watch?v=PhifYyhattQ&list=PLD1dp5RcB8eTHX8J11LKmWrbEynyxiW2m https://www.youtube.com/watch?v=PhifYyhattQ&list=PLD1dp5RcB8eTHX8J11LKmWrbEynyxiW2m
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