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Fichamento - A produção social da identidade e da diferença - Tomaz tadeu

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Educação para Diversidade 
Docente: Prof.º Dr. Sandro Soares 
Discente: Paula Juliana do N. C. Pereira 
Fichamento 
A produção social da identidade e da diferença – Tomaz Tadeu da Silva 
A proposta de Tomaz Tadeu é discutir sobre identidade e diferença 
abordando aspectos epistemológicos relacionando-os com outros temas 
interligados. Falar de identidade e diferença nos permite avaliar que ambas são 
interdependentes. Ao atribuir uma certa identidade para algo ou alguém estamos 
fazendo algumas ou várias negações nesse mesmo sentido. Portanto, ao afirmar 
algo, estamos negando vários outros aspectos que nem imaginamos. 
Segundo Silva, “A gramática nos permite a simplificação de simplesmente 
dizer “sou brasileiro”. Como ocorre em outros casos, a gramática ajuda, mas 
também esconde”. p. 75. Desse modo, ele reafirma que para conceituarmos a 
identidade e a diferença temos que compreender primeiro a linguagem que as 
definem. 
O autor compreende o conceito de linguagem como algo vacilante. A 
instabilidade da linguagem se estabelece quando tentamos defini-la. Ela própria 
está em constante modificação. Ele explicita que essa indeterminação acontece 
por uma característica fundamental do signo, sendo esse atribuído à um objeto 
concreto, se perde quando o conceito abstrato a irrompe. 
“A identidade e a diferença não são naturais. Elas têm que ser ativamente 
produzidas”, afirma Silva. Ou seja, precisamos necessariamente cria-las. 
Segundo Silva apud Saussure, a linguagem é, fundamentalmente, um sistema 
de diferenças. “A mesmidade (ou a identidade) porta sempre o traço da outridade 
(ou da diferença).” Nesse sentido, “... a identidade e a diferença são tão 
indeterminadas e instáveis quanto a linguagem da qual dependem”. 
Partindo dessa ideia, identidade e a diferença estão interconectadas e 
assumem relações de poder. Quando expomos a premissa de poder baseada 
nesses dois aspectos falamos em poder de diferenciação. Determinar o que é 
incluso/excluso, demarcar fronteiras, classificar os bons e os mais, puros e 
impuros, etc.. A identidade e a diferença se traduzem, assim, em declarações 
sobre quem pertence e quem não pertence, sobre quem está incluído e quem 
está excluído. As relações de identidade e diferença ordenam-se, todas, em 
torno de oposições binárias: masculino/feminino, branco/negro, 
heterossexual/homossexual, etc.. 
A força homogeneizadora da identidade normal é diretamente 
proporcional à sua invisibilidade. Ou seja, o que consideramos “normal” e 
aceitável necessariamente tem algo que define o que é “anormal” e inaceitável. 
Silva explica a tendência social de fixar a identidade. Partindo da teoria 
cultural e social pós-estruturalista, explica as tentativas de fixação de 
identidades. As identidades nacionais, de gênero, sexuais, raciais e étnicas são 
analisadas. 
 “Os mitos fundadores que tendem a fixar as identidades...”. Assim sendo, 
esses mitos são exemplos de como criamos culturalmente as matrizes sociais 
que são silenciosas. 
 A seguir, Silva fala sobre o hibridismo, a mistura, entre diferentes 
nacionalidades, diferentes etnias e raças. “A identidade que se forma por meio 
do hibridismo não é mais integralmente nenhuma das identidades originais, 
embora guarde traços delas.” p. 87. Ou seja, o processo de mistura entre povos 
causa novas identidades, sejam elas culturais, étnicas ou raciais. 
Adiante, Silva aborda a representação da identidade e diferença. “É por 
meio da representação, assim compreendida, que a identidade e a diferença 
adquirem sentido.” p. 91. Desse modo, quem tem o poder de representação pode 
definir o que são a identidade e a diferença. 
Por meio disto, podemos nos debruçar sob o conceito de performatividade 
abordado no texto que cita: “O conceito de performatividade desloca a ênfase na 
identidade como descrição, como aqui que é [...] para a ideia de “tornar-se”, para 
uma concepção da identidade como movimento e transformação”. p. 92. Assim, 
a performatividade segundo Silva apud Austin (1998) é algo que se consta em 
proposições descritivas ou constatativas. 
Nesse sentido, quando achamos que estamos apenas constatando algo, 
definindo um fato do mundo social, estamos apenas reproduzindo atos 
linguísticos definidos previamente que não necessariamente têm aquele 
significado. 
 No último tópico do texto de Silva, ele relaciona a pedagogia em toda a 
discussão anterior abordando-a como diferença. Segundo ele, a identidade e 
diferença são problemas pedagógicos-curriculares, pois, em um mundo múltiplo 
e heterogêneo, encontrar o outro e ter acesso com a diferença é inevitável. Por 
conseguinte, “Uma política pedagógica e curricular da identidade e da diferença 
tem a obrigação de ir além das benevolentes declarações de boa vontade para 
com a diferença. p. 100.”. 
 Por fim, conclui Silva: “Em certo sentido, “pedagogia” significa 
precisamente “diferença”: educar significa introduzir a cunha da diferença em um 
mundo que sem ela se limitaria a reproduzir o mesmo e o idêntico, um mundo 
parado, um mundo morto. É nessa possibilidade de abertura para um outro 
mundo que podemos pensar na pedagogia como diferença.” p. 101.

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