Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Metas Internacionais de Segurança do Paciente O objetivo das Metas Internacionais é reduzir ao mínimo aceitável, os riscos de DANO necessário associado aos cuidados de saúde. E qual seria um mínimo aceitável de danos há um paciente? Seria zero, nenhum, nada. Esse sempre deve ser o nosso objetivo. → IDENTIFICAÇÃO correta DO PACIENTE Identificar corretamente cada paciente atendido no hospital é o primeiro passo para uma assistência segura. É importante a identificação do paciente durante todo a sua trajetória no serviço de saúde. Em qualquer situação, isso garante o atendimento correto para a pessoa correta. A identificação correta do paciente é muito importante para garantir a segurança dos processos assistenciais Como identificar o Paciente? Cada hospital terá uma forma de identificação, seja por pulseira ou por crachá e etc. O ideal é que o paciente tenha 3 códigos identificadores, são eles: ∙ Nome completo ∙ Data de nascimento ou numero de identificação do prontuário. ∙ Nome da Mãe O número do leito não pode ser o código identificador, pode ser usado somente como localizador Quando o Recém Nascido não tem nome, é identificado como RN da Lara (Recém- nascido da NOME DA MÃE). Quando identificar o paciente? ∙ Na admissão do paciente externo ∙ Quando o paciente for transferido. ∙ Sempre que a identificação apresentar danos. Além disso, o paciente ou familiar devem ser certificar que essas informações estão corretas sempre que essa identificação for retirada ou no momento de sua colocação. 2 Esse processo de identificação é importante para garantir a segurança tanto para o paciente, como para nós profissionais, que iremos atuar diretamente na administração de medicamentos e realização desses procedimentos, pois, com essa identificação temos a certeza que estamos fazendo o procedimento correto no paciente correto. Para isso devemos ter como rotina, a verificação previa da identificação do paciente: ∙ sempre antes de administrar o medicamento, sangue ou hemoderivados, ∙ sempre antes da coleta de amostra de sangue ou realização de exames ou testes clínicos. ∙ na chegada do paciente no bloco e sua recepção pelo colaborador responsável pelo bloco de enfermagem. ∙ Devemos conferir a pulseira, confirmar no prontuário, confirmar no paciente, se este estiver consciente, ou com o acompanhante ou então com o funcionário que o levar. Ainda assim, se restar duvidas, confirmar com o andar que o enviou. ∙ Ao receber seu paciente na sala cirúrgica, caso não tenha sido você que o recebeu no bloco, confirme ainda antes da indução anestésica, antes da realização da cirurgia. ∙ Ao receber o paciente na sala de recuperação pós anestésica, a confirmação deve ser feita antes de administrar qualquer medicamento prescrito. ∙ Para garantir a segurança do cuidado é importante manter a pulseira de identificação etiqueta até a alta ∙ O paciente ou acompanhante deve se certificar que a equipe assistencial faça a conferencia de sua identificação antes de qualquer atendimento. → Melhorar a comunicação entre os profissionais de saúde Essa meta está diretamente direcionada a efetividade de passagem de plantão, anotações especificas de cada área, anotações de forma clara e precisa, sem rasuras e abreviações e principalmente sem ter preguiça de escrever o que foi realizado, administrado e os tratamentos conduzidos ao longo do plantão de cada paciente. É de extrema importância no bloco cirúrgico, pois o paciente não tem como relatar nada do que foi realizado com ele, então não temos como checar as informações, por isso tudo tem que ser bem muito bem detalhado e as informações precisam ser as mesmas das anotações da circulante de sala, do médico, do instrumentador, tudo tem que casar. A segurança da assistência depende de uma comunicação entre profissionais e a área que seja oportuna, precisa, completa, sem ambiguidade e compreendida por todos com escrita legível se for manual e livre de erros de português. A comunicação é um processo chave nas trocas de plantão entre equipes, nas transferências do paciente entre unidades internas ou externas, nas situações de emergência, e em todos os registros do prontuário do paciente. As informações do paciente são registradas no prontuário, que é um documento legal que contém todas as informações dos processos assistenciais desde a admissão até a sua alta. Seu preenchimento é realizado por todos os profissionais envolvidos no cuidado e o acesso a essas informações é um dos direitos deste paciente. A efetividade da comunicação nas instituições de saúde reduz a ocorrência 3 de erros e resultando na melhoria da segurança do paciente. O check de conversa é extremamente importante para alinhar o que eu quero com o que a pessoa escolheu. → Melhorar a segurança dos medicamentos Consiste na segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos. Uma descrição bem feita resulta em uma administração sem riscos e em uma anotação precisa do que foi realizado, ajudando no diagnóstico e evolução desse paciente. Voltando para o bloco temos a checagem de cada validade dos medicamentos que vamos passar para o anestesista. Assim como anotação específica de nome de medicamento, dose, horários de onde ministração. Essas informações precisam bater com as informações do anestesista também. Falhas no processo de medicação são um problema frequente nos centros hospitalares de todo o mundo. A principal delas envolve administração equivocada de medicamentos relacionado a via de administração e tipos de drogas. O programa de segurança envolve o conceito dos 11 certos para administração do medicamento: 1- Paciente certo; 2- Medicação Certa; 3- Hora certa; 4- Via certa; 5- Dose certa; 6- Aspecto certo; 7- Dentro da validade; 8- Compatibilidade medicamentosa seja avaliada pela equipe multidisciplinar; 9- Orientações ao paciente e/ou acompanhante; 10- Respeito ao direito de recusa; 11- Registro de toda informação no prontuário do paciente. Tudo deve ser anotado de forma adequada e clara no prontuário do mesmo, para que o registro não se perca e oriente os profissionais que venham futuramente tratar esse paciente nas condutas já tomadas e na forma como foram realizadas. Agindo assim garantimos que não teremos mais notícias de casos de pacientes que tomaram medicação errada ou que tiveram danos causados por profissionais durante o cuidado, gerando a Iatrogenia, que é o dano causado pelo processo de cuidado, quando o que se espera sempre uma melhora e nunca uma piora no quadro do paciente. → garantir o local correto, o procedimento correto e a cirurgia no paciente correto Consiste em procedimentos cirúrgicos seguros, garantir o local correto, o procedimento correto e a cirurgia no paciente correto, além de garantir o uso correto dos equipamentos e o posicionamento correto desse paciente, evitando assim danos desnecessários. Além disso, dentro da cirurgia temos um cuidado enorme com a degermação e higienização das mãos, não somente no centro cirúrgico, mas, na sala de recuperação pós anestésica, e na internação hospitalar. → reduzir o risco de infecção associado aos cuidados 4 Consiste na prevenção de infecções por meio da higienização das mãos. A higiene das mãos é o mais básico de todos os cuidados, com esse hábito simples você pode salvar a vida do seu paciente já tão vulnerável, evitando que ele contraia uma ou às vezes mais de uma infecção, o que pode complicar mais o seu quadro, atrasar a sua alta, fazendo com que ele ocupe o leite por mais tempo podendo até evoluir a óbito. Afinal, as Infecções Relacionadas à Assistência de Saúde (IRAS) são aquelas adquiridas durante a execução dos procedimentos de monitorização e tratamento de pacientes em hospitais, ambulatórios, centrosdiagnósticos ou mesmo em assistência domiciliar. É importante ressaltar que elas podem ser evitadas com uma higiene simples das mãos. Quando higienizar as mãos? Antes de tocar o paciente, após tocar o paciente, a cama, o leito, suporte de soro, medicamento. Mesmo quando se adotam todas as medidas conhecidas para a prevenção e controle de IRAS, certos grupos apresentam maior risco de desenvolver uma infecção, entre esses casos estão: Os pacientes em extremos de idade, pacientes diabéticos, pacientes oncológicos, pacientes em tratamento ou com doenças Imunossupressoras, com lesões extensas de pele, submetidos a cirurgias de grande porte ou transplantes, obesos e fumantes. Portanto, higienizar as mãos é um cuidado de enfermagem tão importante como qualquer outro. → reduzir o risco de danos aos pacientes resultante de quedas Consiste em reduzir o risco de danos aos pacientes resultantes de quedas e de úlceras por posicionamento cirúrgico inadequado. As quedas são eventos que podem causar lesões em pacientes hospitalizados, sua incidência no ambiente hospitalar varia conforme o tipo de paciente atendido: idosos, pessoas com distúrbios de marcha ou equilíbrio, rebaixamento do nível de consciência e em uso de determinados medicamentos estão mais propensos a quedas. Como medida de segurança, as instituições de saúde devem identificar o risco de queda de seus pacientes e agir preventivamente, evitando esse tipo de evento e eventuais lesões causadas por ele. A avaliação do risco é realizada diariamente a partir da admissão, com base nas condições clínicas do paciente. Para os pacientes em atendimento no centro de diagnósticos, ambulatório e pronto atendimento, o risco é determinado conforme o procedimento a ser executado, por exemplo, no bloco cirúrgico o paciente jamais deve ser deixado sozinho pois ele já chega no estado de rebaixamento sensório causado pelo pré-anestésica durante a cirurgia, mesmo que a anestesia não seja geral, normalmente esse paciente estará ou será sedado o que torna seu nível de consciência rebaixado. Outro momento delicado é na sala de recuperação pós anestésica, quando esse paciente estiver retornando dessa anestesia ou dessa sedação, e pode apresentar agitação, uma labilidade emocional ou alternar períodos de calma e outros de agitação. Isso o torna muito vulnerável a quedas. Uma outra preocupação é com o posicionamento desse paciente, hoje temos até uma escala muito interessante escala de ELPO. A Escala de Avaliação de Risco para o Desenvolvimento de Lesões Decorrentes do Posicionamento Cirúrgico do Paciente (ELPO) foi desenvolvida durante o doutorado da enfermeira Camila Mendonça de Moraes Lopes, na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da 5 Universidade de São Paulo (EERP-USP), concluído em 2014. Ela mensura a probabilidade de o paciente desenvolver uma úlcera por pressão a partir do posicionamento cirúrgico, medindo padrões como massa corpórea, idade e estado nutricional desse paciente. Com relação ao procedimento, ela mensura tempo de cirurgia, tipo de posicionamento, perda sanguínea, entre outros. O que nos dá uma boa perspectiva com relação ao risco de úlcera e assim podemos proteger esse paciente e discutir melhores maneiras de diminuir esses riscos, gerando mais conforto e melhores condições no seu pós-operatório. Outra preocupação grande que devemos ter, é com o transporte desse paciente assim que ele receber alta da sala de recuperação. Mesmo que apresente as melhores condições, o paciente nunca, nunca em hipótese alguma, deve sair do bloco deambulando, o ideal é que ele seja levado de marca ou de cadeira de rodas até o seu leito. Precisamos entender que todo o tratamento possui risco e que em sua maioria podem ser minimizados ou eliminados através da execução dos cuidados de enfermagem.
Compartilhar