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ACESSO À EDUCAÇÃO ESPECIAL COMO DIREITO FUNDAMENTAL ART 205 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL CENTRO DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E SAÚDE

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23/07/2021 ACESSO À EDUCAÇÃO ESPECIAL COMO DIREITO FUNDAMENTAL – ART. 205 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – CENTRO D…
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ACESSO À EDUCAÇÃO ESPECIAL COMO
DIREITO FUNDAMENTAL – ART. 205 DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
 
A EDUCAÇÃO ESPECIAL COMO DIREITO FUNDAMENTAL 
 
Como um direito humano essencial, o acesso básico à educação torna-se um direito inerente a
todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião
ou qualquer outra condição.
O acesso a pessoas com transtornos mentais ou outras necessidades especiais é também
expresso em diversas normas internacionais, tal como a Declaração Mundial de Educação para
todos, onde consta que:
“As necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficiências requerem
atenção especial. É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à educação aos
portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do sistema educativo”
 
Por sua vez, a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, define
que:
Os Estados Partes (entre eles, o Brasil) reconhecem o direito das pessoas com deficiência à
educação. Para efetivar esse direito sem discriminação e com base na igualdade de
oportunidades, os Estados Partes assegurarão sistema educacional inclusivo em todos os níveis,
bem como o aprendizado ao longo de toda a vida […]
 
A mesma convenção considera como pessoa com deficiência:
“[…] aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.
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DIREITO À EDUCAÇÃO NO BRASIL
O acesso à educação no Brasil é um direito fundamental que integra os chamados direitos sociais.
A partir de sua inserção na Constituição Federal de 1988, o estado passou a ter responsabilidade
objetiva de disponibilizar o acesso à educação pública e de qualidade a todos os brasileiros e que
não pode ser vista apenas como mero assistencialismo para aqueles que não tem condição de
contratar um serviço privado de educação:
 
CF, art. 205. “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”
 
Além da Constituição Federal, há outras três importantes normas que regulamentam a educação
brasileira, tratando-se da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDBE, Lei Federal 9.394 de
1996, o Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA, Lei Federal 8.069 de 1990 e a Lei Federal
7853/1989, que institui diversas diretrizes inclusivas de pessoas com deficiências.
 
MAS, E A EDUCAÇÃO PARA AS PESSOAS QUE POSSUEM TRANSTORNOS MENTAIS?
 
 Por direito ao acesso à educação, a Constituição Federal garante que o ensino para todas
as pessoas as pessoas, entre as quais, também estão compreendidas aquelas que necessitem de
atendimento educacional especializado em saúde mental.
Assim, devem ser criadas políticas educacionais baseadas em uma visão dos direitos humanos,
no reconhecimento das diferenças dos sujeitos e a necessidade de implementação de
mecanismos que visem diminuir essas desigualdades.
É dever do estado a realização de políticas públicas inclusivas e prestação de serviços
educacionais que visem desenvolver uma situação de igualdade de condições para permanência
e acesso à escola, sem qualquer tipo de discriminação, incluindo-se aí, a eliminação de barreiras
para os alunos com deficiências. Uma forma das formas de buscar tal resultado, foi a instituição
pelas leis da educação especial destinada aos educandos portadores de deficiências.
 
Então, o usuário com transtorno mental tem direito a se matricular em uma escola para
pessoas especiais?
 
NÃO!!!
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A legislação preconiza que o serviço de educação especial ocorra dentro da própria instituição que
presta o serviço regular de ensino, inserindo o usuário com necessidades especiais nas rotinas
sócio educacionais dos alunos com a mesma média de idade, assim, o serviço de educação
especial e de “educação tradicional” devem coexistir dentro do mesmo ambiente escolar, evitando
que o aluno que precise de atendimento especializado seja excluído da comunidade com quem
deveria conviver.
 
Segundo a Constituição Federal:
Art. 208. O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de:
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na
rede regular de ensino;
 
 
Quem tem direito a educação especial?
De acordo com a legislação vigente, o estado é obrigado a fornecer educação de qualidade,
gratuita e obrigatória, na pré-escola, ensino fundamental e médio, para as crianças e adolescentes
que possuam entre 4 e 17 anos. Essa regra se aplica a todos os alunos, sem distinção, estando
eles vinculados ao ensino tradicional ou especial.
 
Em quais instituições de ensino pessoas com necessidades especiais podem ser
matriculadas?
 
O atendimento inclusivo deve ser oferecido por todas as instituições públicas, em todos os níveis,
da pré-escola ao ensino superior.
Já a Lei Federal 7853/1989, prevê que a pessoa com deficiência, incluindo-se aí as portadoras de
transtornos mentais, não pode ter qualquer tipo de restrição aos benefícios que são fornecidos a
outros alunos, como material escolar, merenda ou bolsas de estudo. Além disso a mesma lei
também que quando a escola pública for capaz de prestar o atendimento ao aluno com
necessidades especiais, sua matrícula é obrigatória, não podendo haver nenhum tipo de distinção
que não se aplique aos demais alunos.
As escolas privadas também devem inserir em seus currículos e serviços atendimento
especializado para pessoas com necessidades especiais, o que não importa necessariamente no
oferecimento da modalidade de educação especial. Também não podem os estabelecimentos
privados fazer qualquer distinção ou negar-se a prestar serviços educacionais a pessoas com
transtornos mentais.
Importante, o estabelecimento de ensino, público ou privado, que negar a oferecer os serviços de
educação em decorrência das deficiências do indivíduo comete crime, punidos com até 5 anos de
prisão:
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Segundo o art. 8º da Lei 7853/1989:
Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa:
I – recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição
de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão
de sua deficiência
 
Referências Bibliográficas:
DUTRA, Claudia Pereira et al. Política Nacional de educação especial na perspectiva da
educação inclusiva. 2007.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér et al. A educação especial na perspectiva da inclusão escolar:
a escola comum inclusiva. Brasília: Ministério da Educação, v. 1, 2010.

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